Mencionamos em nossas postagens anteriores, que, entre os dias 18 a 22 de agosto passados, fizemos uma ótima excursão à serra do Caparaó, na divisa entre os Estados de Minas Gerais e Espirito Santo. Já fizemos esse percurso em outras épocas, sempre com muitas histórias sobre esses lugares. São lugares mágicos, montanhas muito altas, com vegetação muito interessante e que possuem uma fauna também muito atrativa. Sempre fico deslumbrado ao contemplar a variação da vegetação, desde a mata alta localizada nas partes mais baixas há uns 1.000 m. ate os campos de altitude com outro tipo de vegetação. E a população de aves acompanha essas mudanças! Aves que habitam a mata alta não chegam até os campos, obviamente, e o mesmo se dá com os moradores dos campos.
A seguir, mostraremos algumas das aves registradas nessa excursão.
O Bacurau da telha, Hydopsalis longirostris: avistamos esse belo bacurau pousado na estrada de terra logo após a localidade de Macieira, Ave muito interessante, que não é muito fácil de ser registrada. Mesmo não sendo considerado como ameaçado, é uma ave que chama atenção por seus hábitos. Vive mais em regiões rupestres e locais de altitude, como vimos no Caparaó. Estava nesse local a 2.000 m. de altitude.
Saíra -lagarta, Tangara desmaresti, é uma saíra típica de lugares de altitude, geralmente acima de 1.000m. No Caparaó, vimo-la na região de matas, onde busca seu alimento sempre em bandos. Habita a região das matas de altitude, não sendo vistas nos campos de altitude.
A Garrincha chorona, Asthenes moreirae é famosa habitante dos campos de altitude das regiões altas do Brasil. Essa ai foi clicada nos campos da Macieira, há mais de 2.000m. Ave endêmica dos campos de altitude da região sudeste do Brasil. Forma pequenos grupos e movimenta-se entre os arbustos dos campos coletando sua alimentação: insetos e também pequenos frutos.
O Trepador quiete, Syndactyla rufosuperciliata é uma ave da família Furnariidae, assim como a Garrincha chorona, e habita a mata atlântica, ocorrendo também nos Andes. Usualmente encontrado até 2.000 metros de altitude. Alimenta-se de insetos e também de alguns frutos que encontra perambulando pelas matas. Tem uma voz bastante forte e alta e também pode acompanhar os bandos mistos que percorrem a mata.
Para nossa surpresa, encontramos andorinhas morenas, Alopochelidon fucata sobrevoando os campos na localidade de Pedra Menina. Trata-se de andorinha pequena, que habita campos, cerrados e locais abertos.
A Maracanã, Primolius maracana, pode ser avistada diariamente na região do Caparaó. É uma ararinha muito bonita e costuma viajar em bandos. Em alguns lugares ao sul de sua área de distribuição encontra-se ameaçada e ou extinta. Felizmente suas populações na região sudeste ainda não estão sob ameaça.
Dentro da área de matas mais altas, na subida da serra do Caparaó, encontramos o piolhinho verdoso, Phyllomyias virescens, um casal vocalizando muito. Habitante da mata atlântica, esse piolhinho é o maior da categoria dos "piolhinhos". Pode ser encontrado na mesma mata do piolhinho -chiador, Tyranniscus burmeisteri, o que ocorreu em nossa excursão. Não conseguimos fotos do chiador mas gravamos seu canto.
Esse belíssimo beija flor, é o Colibri serrirostris, um dos mais encontradiços do Brasil. Este foi fotografado há 2.000 m. na parada da Macieira.
O Belíssimo Sanhaço de fogo Piranga flava apareceu na Macieira, a 2.000m. Trata-se de uma das mais belas aves do Brasil, com ampla distribuição na região oriental do pais. Prefere habitar locais com matas baixas ou abertas como o cerrado, campos, etc. É onívoro, alimentando-se tanto de insetos quanto de fruas e até néctar.
E finalmente, uma das aves mais espetaculares da viagem! O Bacurau- tesourão! Hydropsalis forcipata. Essa ave, com incríveis 76 cm. de comprimento, dos quais a cauda tem 55 cm.! foi vista na Macieira, na altitude de 2.000 m. mas apenas na estrada de terra. É um habitante das regiões altas principalmente na região sudeste do Brasil. Ocorre nas regiões sul e sudeste do Brasil e também na Argentina. Exclusivamente insetívoro. A ave levantava voo com suas retrizes muito compridas e bem que tentamos capturar esse momento com fotos, mas, não conseguimos! É um desafio para o fotografo de aves conseguir capturar esse momento.
AGRADECEMOS ÀS PESSOAS QUE NOS VISITAM!!
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