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segunda-feira, 30 de julho de 2018

EXCURSÃO À TRILHA DOS TUCANOS

A Trilha dos Tucanos é uma propriedade localizada no município de Tapiraí, Estado de São Paulo, bem no meio de extensa e frondosa Mata Atlântica!  Segundo a Wikipédia:

"Tapiraí é um município do estado de São Paulo, no Brasil. Localiza-se na Região Metropolitana de Sorocaba, na Mesorregião Macro Metropolitana Paulista e na Microrregião de Piedade, também possui território na região do Vale do Ribeira. Localiza-se a uma latitude 23º57'49" Sul e a uma longitude 47º30'26" Oeste, estando a uma altitude de 920 metros. Tinha 10 666 habitantes em 2006, e 7 991 em 2009. Em 2010, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística estimou sua população em 8 012 habitantes."

Já o visitamos algumas vezes, e voltamos ao lugar nesse sábado dia 28 de julho de 2018 para observar aves e passamos a expor a seguir os registros principais:


Celeus galeatus o Pica-pau de cara canela está ameaçado de extinção e é um dos mais bonitos pica-paus!

Logo no inicio de nossa passarinhada, pudemos registrar o Pica pau Benedito de testa amarela, o Melanerpes flavifrons:

Esse Pica pau é comum e vários indivíduos vocalizavam nas cercanias da sede e da pousada da Trilha dos Tucanos.













Foi quando nossa atenção foi desviada pelas aves voando. Em um dia com correntes térmicas, próprias de temperaturas ascendentes, logo registramos:


Bem longe, o Gavião pernilongo Geranospiza caerulescens.


















 De repente, avistamos, também, bem longe, um vulto branco: mesmo com a lente de apenas 300mm., foi possível identificar o Gavião Pombo Grande Pseudastur polionotus.

Pseudastaur é espécie de porte avantajado e considerado como NT  pela IUNCN.

Foi um registrão.












E foi nesse momento que ouvimos cantar ao longe o Pica-pau de cara canela, o Celeus galeatus:

 Esse foi  nosso registro  mais raro e "importante" do dia!! e Além do mais, esse Celeus é belíssimo! Sua crista vermelha aparenta ser muito sedosa!

Ressaltamos que a ave vocalizou ao longe e quando repetimos sua voz no gravador, ela veio ao nosso encontro, percorrendo grande extensão da mata!

A ave escalou o tronco e posteriormente espantou-se e não mais a vimos.

Depois descobrimos o que espantou o Pica-pau!











Olha o que espantou o Celeus: pousado próximo, esse jovem de Gavião Pega-macaco Spizaetus tyrannus observava  os arredores!














Chegando mais perto, sem a ave  nos ver(ainda)!
 Já desconfiado!

é um tirano! Mas é muito bonito!
Levantou voo, terminando assim nosso encontro!
















A beleza da Catirumbava Orthogonys chloricterus.














Em termos ornitológicos, chamou-nos atenção, a variedade e abundancia de indivíduos de passeriformes da família FURNARIIDAE! Isso é muito bom e evidencia o estado excelente de conservação das matas do lugar, bem como sua extensão. Esses Furnarídeos, cujas fotos vamos mostrar agora, são todos florestais, e alguns como o Limpa folhas miúdo, é considerado como ameaçado na categoria   NT  da IUNCN.


 O Limpa folhas coroado Philydor atricapillus, é uma ave que não se adapta a florestas pequenas e fragmentadas. Necessita de matas altas e extensas  onde excursiona pelo sub-bosque à cata de insetos.

O Trepador sobrancelha Cichlocolaptes leucophrus é outro dos grandes furnarídeos silvestres da mata atlântica! Percorre a mata e chega até a suas bordas, sempre procurando alimento nas brenhas e amaranhados. Essa família Furnariidae é insetivora e bastante variada.
Melhorei minha foto do Trepador  Cichlocolaptes leucophrus, com essa foto. Notar a vistosa sobrancelha que ajuda a nominar a ave. Na maioria das vezes, não é fácil fotografar essas aves, que vivem fazendo malabarismos entre a ramagem para conseguir seu alimento.

Outro consumidor secundário furnarídeo! Trata-se do Limpa folha Ocráceo Anabacerthia lichtensteini. Essa ave tem um comportamento idêntico a seus colegas familiares, na busca por comida dentro da mata. Mas difere no comportamento, por exemplo, do Limpa folha de testa baia Philydor rufum ( que ocorre no lugar mas não vimos desta vez!). O Ocráceo é mais calmo, é um pouco menor em tamanho e detalhe importante na identificação das duas espécies: a mancha cinza do alto da cabeça prolonga-se até o bico, o que não ocorre com o  P. rufum.



 Nessa foto é possível ver o Ocráceo em ação: vasculha cuidadosamente a ramaria, galhos quebrados, troncos caídos e ocos de árvores á procura de insetos! Observar o píleo da ave, cinzento até o bico!
Ainda o trabalho do Ocráceo!
Anabacerthia lichtensteini não é ave muito comum! Como disse, aprecia florestas altas e de boa extensão. Em capoeiras é muito mais difícil vê-lo. Talvez por que nessas matas mais novas, secundárias, não existam troncos e árvores velhas que costumam abrigar colonias grandes e insetos, alimentos para essas aves!










 E finalmente o registro do Limpa folhas míudo Anabacerthia amaurotis. É ave codificada pela IUCN na categoria NT, raro, apreciador de matas altas e preservadas. Pessoalmente, eu não conhecia essa ave! Foi meu primeiro registro!



Anabacerthia amaurotis possui o comportamento dos outros Furnarídeos florestais, de percorrer a mata até o estrato médio à procura de insetos e larvas.











VAMOS ENCERRAR ESTE  "POST"  COM ALGUMAS, OUTRAS,  AVES BELÍSSIMAS DO LUGAR:


O araçari banana Pteroglosus bailloni chega até o comedouro de aves da pousada para se alimentar de frutas, principalmente bananas maduras!











Trogon  rufus , o Surucuá de barriga amarela.



















Muito obrigado às amigas e amigos que nos honram com suas visitas!!

O VOO da Ardea Cocoi.

O Jardim Botânico de São Paulo é muito bonito e importante! Várias de nossas árvores estão lá plantadas, bem identificadas, o que proporciona às pessoas conhecer os  nomes de muitas de nossas árvores. Dessa vez pude observar  a Garça-moura Ardea Cocoi, que me proporcionou um belo espetáculo de voo, que registro a seguir:



























Com minha aproximação, "asas para que te quero?"


O início do voo.





























































E, ao final, entre amigas e em um lugar seguro!












 Uma bromelia bem grande!

Os cachos de palmitos, ainda verdes, e, portanto, sem aves!













OBRIGADO PESSOAS  QUE NOS VISITAM!













Duas amigas Garças!

Visitando São Paulo e o Jardim Botânico, pude observar as garças  nos lagos do Jardim. Já estive várias vezes no lugar, de rara beleza e importância cênica e ecológica, visto que o jardim proporciona a populares apreciar muitas de nossas plantas e árvores.

























Duas amigas me observando calmamente: a Garça branca grande Ardea alba e a Garça branca pequena Egretta  thula.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

AVES Granivoras de Buenos Aires, GUARAPARI, ES, Brasil.


A cidade de Guarapari é conhecida nacionalmente como um ótimo destino de férias no verão, com praias quentes e maravilhosas. O que muitos desconhecem, é que nesse município encontra-se uma região de serras, com clima mais ameno e com muitos remanescentes florestais da Mata Atlântica.

A localidade de Buenos Aires situa-se a poucos Kilômetros da sede do município e encontra-se em altitude de uns 400 metros acima do nível do mar.
Nada a ver  com a belíssima capital Argentina, apenas pega emprestado o seu nome.

Estivemos lá no sábado dia 14 p.p. observando aves.
Fomos informados de que algumas formações de Taquaras e Taquarussus estavam frutificando e atraindo muitos Sporophilas.

Foto de um indivíduo macho da Cigarra-verdadeira Sporophila falcirostris, espécie que é considerada como ameaçada devido à captura para gaiola e também devido seu canto muito bonito e também à redução das florestas já que é ave habitante das bordas e interior a mata;












Não ficamos decepcionados! Realmente encontramos as espécies que estávamos procurando, que normalmente procuram essa vegetação para alimentação. Taquaras e Taquarussus são bambus nativos dos gêneros Merostachys  e Guadua  que formam grandes moitas dentro das matas brasileiras. Muitas vezes são elementos importantes no sub bosque da mata. Quando essas árvores frutificam, produzem enorme quantidade de sementes, em muitos lugares conhecidas  como "arroz de taquara"! Essa abundante frutificação atrai um grande contingente de aves, principalmente as aves granivoras especializadas, geralmente espécies de Sporophilas.  Para nossa alegria, conseguimos registrar as quatro espécies conhecidas de granivoras que algumas vezes, no Espirito Santo,  visitam esses taquarais. O povo acredita que a frutificação da taquara obedece a um ciclo natural, que ocorre geralmente de sete em sete anos. E algumas dessas aves, como o Pixoxó, S. frontalis, somente seriam notados de sete em sete anos, coincidindo com o ciclo da frutificação da taquara. Nessas ocasiões, a observação popular, ocorre quando essas aves aparecem em grande número, produzindo enorme alarido com suas vocalizações!


Em Buenos Aires ainda encontramos belíssimos remanescentes a floresta Atlântica. São matas secundárias com muitas espécies de aves desse ambiente.



























Fonte: blogdestinoses.com.br


















A Cigarra verdadeira S. falcirostris alimentando-se nas sementes maduras do Taquarussu Guadua sp.














O  Pixoxó Sporophila frontalis é considerado como ameaçado. Sobre ele pairam as mesmas dúvidas relativas à Cigarra verdadeira. O Pixoxó também possui canto forte e apreciado pelos gaioleiros. Aliado à sua alimentação especializada, a ave torna-se sensível a alterações no ambiente.










Cigarra-Bambu Haplospiza unicolor não é tão ameaçada quanto o Pixoxó e a Cigarra verdadeira, mas também aprecia as sementes produzidas pelas taquaras.











A Cigarra do Coqueiro Tiaris fuliginosa também estava presente nos taquarais, participando do festim alimentar. Trata-se de espécie, que, junto com a Cigarra bambu, pode ser registrada com mais frequência que os dois anteriores ( Pixoxó e Cigarra verdadeira).

As duas cigarras, Bambu e do Coqueiro, são parecidas, porém, podem ser distinguidas pela vocalização e pela plumagem. A do Coqueiro possui um preto fuliginoso e a do Bambu possui uma tonalidade azulada.








Finalizamos agradecendo às pessoas que nos visitam para conhecer nossas histórias!!!

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Carpornis melanocephala


Carpornis melanocephala, Wied, 1820.

COTINGAS são aves espetaculares!!  Quer pela beleza, quer pelos seus hábitos, essas aves são marcantes onde ocorrem! As cotingas da mata Atlântica brasileira são todos dotados de incrível personalidade e distinção! Mas, o que dizer então dos Cotingas amazônicos?! Uau! O que dizer  do anambé-preto, o famoso Umbrella-bird, o Cephalopterus ornatus? ou do Maú, o famoso pássaro-boi, o Perissocephalus  tricolor? e o Anambé-pombo, o Gymnoderus phoetidus? 

Esqueçamos, por enquanto, esses figurões! Vamos-nos concentrar em um cotinga da mata atlântica, o Sabiá-pimenta, também conhecido como Cochó!  Isso, por causa de seu canto altissonante! Um vozeirão impressionante que ecoa pela mata, impondo silêncio por alguns segundos!!


Carpornis melanocephalus fotografado em 2014, na Reserva Natural da Vale em Linhares.


Essa ave extraordinária é endêmica do Brasil, habitando unicamente as florestas costeiras da mata atlântica da baixada. Ocorre do Paraná até Alagoas, de forma descontinua e por essa razão, é considerada como ameaçada, na categoria VU pela IUCN. A destruição da mata é o maior perigo. Pois esse nosso amigo somente habita o interior das matas altas, sendo exigente, não aceita matas secundárias baixas para morar.

Recentemente, visitando a Reserva de Duas Bocas com minha esposa Aninha Delboni e a amiga passarinheira Celi Aurora, ouvimos novamente o canto espetaculoso desse Carpornis mas não o vimos. Ele se recusou a descer para nos receber! O que me chama atenção, é que conheço esses lugares onde habita há  bem uns 30 anos! Isso  mesmo, 30 anos! e a ave continua  lá, com o mesmo comportamento esquivo. e quase nos mesmos lugares! Vocaliza nas mesmas direções e daí, deduzo duas coisas:  a distância entre cada macho cantor dentro da floresta, é de mais ou menos, uns 500 metros um do outro!  Outra dedução empírica: é um pássaro sedentário! Pois parece não se afastar muito de sua  zona de conforto! E daí outro  perigo: sendo uma ave passeriforme sub-oscine, deve possuir, segundo NOVAES, um cérebro menos adaptável que os oscines. Talvez daí advenha sua vocalização uniforme e primitiva! E talvez, também, devido a essa imutabilidade, esteja de fato ameaçado! Imagine se um incêndio consome essas matas! os coitados, simplesmente não terão nem como fugir e nem para onde ir. Outra dedução importante: conhecendo o local e o morador há 30 anos como falei, provavelmente, os que ouvimos recentemente sejam filhos ou netos dos antigos, indicando maravilhosamente que a ave continua se reproduzindo no local! Portanto, esses bichos nos lembram de nossa enorme responsabilidade na proteção das matas remanescentes! Eu conheço esse Carpornis, da Reserva de Duas Bocas em Cariacica (ES), uma pequena mas longeva e persistente população. Uma boa população na Reserva Natural da Vale, que se prolonga até a Reserva de Sooretama. E uma boa população no Estado de São Paulo, nas matas dos municípios de Tapiraí e Pedro de Toledo, mas provavelmente a área de ocorrência da espécie é bem maior em São Paulo.


Fotografia tirada em 2007 na Reserva de Duas Bocas, quase no mesmo local em que ouvimos de novo o Carpornis agora em Julho de 2018.

















PESSOAL: OBRIGADO PELAS VISITAS E PELAS LEITURAS!!!




Garça branca pequena EGRETTA THULA


Essa Graciosa garcinha é muito comum e está presente em qualquer de nossas coleções de água, sejam doces  ou salgadas.
No caso abaixo, uma foto feita no pier dos pescadores da Praia do Suá aqui em VIX, ES.Apenas para apreciarmos a beleza da Egretta.


Egretta  thula alimentando-se no pier da Praia do Suá, Vitória,ES.

terça-feira, 3 de julho de 2018

Passarinhando em SOBREIRO, L.da Terra, ES, Brasil.

Entre a terça feira dia 25 de junho e a sexta feira dia 29, estivemos na localidade de Sobreiro, município de Laranja da Terra, observando as aves  do lugar. Passo a fazer um relato dessas observações, com algumas notas  sobre as aves.



























A Maracanã verdadeira Primolius maracana é uma das aves mais belas e mais vistas na região de SOBREIRO.



A vegetação em Sobreiro é composta por matas secundárias, os capoeirões, que ocupam o terço superior dos morros. As baixadas e vales são ocupados pela agricultura. Esses capoeirões possuem composição florística bastante heterogênea e muitas vezes compõe-se de espécies poupadas do corte como a Peroba amarela Paratecoma peroba, muitas leguminosas e palmeiras como os palmitos amargo.












Os vales são úmidos e ocupados pela agricultura. Planta-se milho, sorgo, arroz, banana, café, feijão e hortaliças que abastecem o mercado das capitais.










Morros desmatados há mais tempo, recuperam-se rápido com a boa quantidade de chuvas que tem caído nos dois ultimos anos! O resultado é a possibilidade de encontros com espécies florestais da mata atlântica, como a Maracanã, o papagaio Chauá, o pica rei rei Campephilus robustus e outras aves florestais adaptáveis como o Japu Psarocolius decumanus, o Araçari de bico branco Pteroglossus aracari, etc.




Bem-te-vis, Pitangus sulphuratus, talvez seja a ave mais comum do Brasil, tanto dentro das cidades como nos campos.












Marreca dos pés vermelhos, Amazonetta brasiliensis.





















Um macho de Policia-inglesa Sturnella superciliaris,
















A Fêmea da Policia Inglesa, também é muito bonita.















 Anús preto, Crotophaga ani também são aves bastante frequentes em todos os campos.













Rolinhas roxas, Columbina talpacoti.












Um casal da Garça Maria Faceira Syrigma sibilatrix fotografada pela manhã, quando iniciavam o dia calmamente pousadas em uma árvore seca. São aves insetivoras e que apareciam coletar seu alimento nos pastos e vegetação rasteira.










A Tesoura do brejo, Gubermetes yetapa é comum em Sobreiro. Possui um canto alto e muito bonito.

















Um casal de Papagaios Chauá Amazona rodocorytha. São frequentes em Sobreiro. São considerados como ameaçados, porém, no vale do Rio Doce no ES, continuam com boas populações. Há relatos de registros de bandos de até 60 indivíduos!












     Uma mamangava, na área de várzea cultivada.















Um Suiriri , Tyrannus melancholicus, tiranídeo que é, junto com o Bem-te-vi, uma das aves mais frequentes no Brasil. 













 Nas áreas cultivadas, são deixados comedouros para as aves. Esse ave ai ao lado teve a visita de aves "ilustres": o Sabiá Laranjeira, Turdus rufiventris, ave nacional do Brasil. Exímio cantor e ave realmente muito simpática.
                                                            O Tempera-viola Saltator maximus, é uma ave de canto melodioso e por isso mesmo bastante perseguida pelos traficantes do mercado de aves de gaiola. Ver esse aí, solto em Sobreiro, foi muito gratificante! 









O Peixe frito ou Saci, Tapera naevia cantava  bastante em Sobreiro, e do amanhecer até o crepúsculo! 














                                                            O Chupim azeviche Molothrus rufoaxillaris.
















O Chupim comum Molothrus bonariensis. 















Finalizo a galeria de fotos de aves, com essa Murucututu-de-barriga-amarela Pulsatrix koeniswaldiana, fotografada muito bem por minha esposa Aninha Delboni.











MEU OBRIGADO A TODAS AS PESSOAS QUE VISITAM ESSE BLOG DE AMANTES DE AVES BRASILEIRAS!!