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terça-feira, 21 de março de 2023

Fotografando Aves com uma câmera compacta!

 Fotografar aves é uma atividade muito lúdica  e uma extensão da observação de aves! Muitos birders se contentam apenas com a observação, o que, por si só, realmente já nos diverte muito. E muitos também, se interessam em aprofundar seu hobby, complementando o binóculo com a câmera fotográfica.

De inicio, sentimos a diferença: somente com o binoculo, estamos à vontade, livres e com pouco peso em nossas excursões. E que excursões! Frequentemente subimos morros, fazemos longas caminhadas, entramos em lagoas, córregos, etc., e, claro, com apenas um binoculo tudo isso fica fácil. 

Quando começamos a iniciar também e concomitantemente, o hobby de também fotografar, somos confrontados com o cansaço e desconforto de carregar equipamentos pesados e passeando pelos mesmos lugares! E por essa razão, muitas vezes, somos tentados a comprar uma câmera compacta, leve e com muitas recursos para essa atividade. Afinal, a indústria tem entregue câmeras cada vez mais sofisticadas e compactas!

Então, de posse de uma compacta de ótima qualidade, apesar de já datada, é de 2012, mas até hoje uma das boas câmeras do mercado, saí de casa disposto a "tirar umas fotos de aves". Certamente já deve ter saído da linha atual da Panasonic, mas, como disse é uma câmera com ótimas características, mesmo até hoje em dia. A principal delas, é poder manter fixa a abertura de F2.8 em toda sua faixa de zoom, que vai de 25 até 600mm. Trata-se da Panasonic DMC-FZ200.

Essa  possibilidade, de manter a abertura em 2.8 mm até em 600mm é fantástica e atrai a curiosidade de muitos. Muitas vezes na fotografia de aves, precisamos dessas aberturas, para fotografar corujas ou aves dentro da mata fechada, onde a luz é escassa.

Para uma comparação do alcance do zoom da Panasonic, vejamos essa imagem ao lado, tirada com a distancia focal comum da câmera, ou seja, os 25mm.

Acima da ponte, podemos ver a figura do Convento da Penha, no município de Vila Velha.

Nessa foto, focando no mesmo assunto, o Convento da Penha, aqui visualizado acima da ponte, é possível ver o alcance desse zoom poderoso, de 600mm.

A qualidade da imagem, certamente não é 100%, tendo em vista esse zoom, mas, assim mesmo, mantem boa qualidade.

Ressalta bastante a grande diferença do foco, 25-600mm, mas, ai vem a pergunta: será possível com aves?


Esse pombo doméstico, Columba livia, estava na Ilha do Boi, a uma distancia pequena, uns 10 metros, mas, creio que a qualidade da foto ficou boa.








figura fácil tanto na Ilha do Boi quanto em nosso litoral, o Sabiá da praia, Mimus gilvus, também foi fotografado a uma pequena distância, cerca de 7 metros.







Faltava foto de aves voando, e esse Piru-piru, Haematopús palliatus, apareceu voando a uma distancia de mais de 30 metros e consegui essa foto aí como a "menos ruim"!.  Digo assim, porque nesse momento senti uma das fraquezas das compactas na comparação com as DSLR: o foco da câmera acompanhar uma ave voando.




 
Depois, visitei a praia de Camburi aqui em Vitória e me interessei por alguns arbustos onde um bando de Bicos de lacre, ou Bombeirinhos, Estrilda astrild, forrageavam nos capins.

A compacta vacilou um pouco para conseguir focar em meio aos capins e consegui essa foto ao lado.









No píer da Iemanjá, vimos essa Garça branca pequena, Egretta thula. Não  conseguimos um foco perfeito, apesar da ave não estar tão longe assim. Talvez devido à luz intensa e difusa no  momento.











Surpreendemos esse Maçarico pintado, Actitis macularius, forrageando em meio às algas e novamente o foco não foi amigável.









Finalizando o tour, vimos esse e  outros indivíduos de Vira- pedras, Arenaria interpress forrageando nas pedras ao lado do mar. Essa foto foi a melhor que conseguimos dessa ave nesse dia.








A experiência desse dia, sair para fotografar aves portando uma compacta e não a DSLR  Canon 5 D MIV, foi interessante, mais ressalto alguns tópicos que observei e faço anotações pessoais e subjetivas. Creio que um fotografo melhor, certamente conseguiria fotos também muito melhores.
As compactas podem sim ser uteis na fotografia de aves, mas, o fotografo não pode perder de vista que se trata de uma câmera com algumas limitações se comparada a um DSLR. a "compactitude" é bonita e muito prática e fácil de se carregar ou guardar, mas dificulta algumas ações como por exemplo:
1- Focar com o visor de uma compacta é uma atividade difícil se comparada a DSLR.
2- Quando a ave estiver voando prepare-se para um exercício de paciência até achar a ave no céu! Ou, quando achar, provavelmente essa ave já estará longe!
3- O balanço ou equilíbrio de branco é muito importante nessas câmeras, pois pode por a perder muitas fotos se não estiver bem ajustado para o momento.
4- Para fotos de aves, muitas vezes precisamos usar o zoom no seu ponto máximo, e aí, vamos gastar um certo tempo até encontrar a ave em seu pouso ou galho. Tarefa essa muito mais fácil com a DSLR.
5- Compactas costumam ser máquinas mais lentas para registrar a foto ou então para manuseio geral entre as telas, como, por exemplo, para alterar configurações das fotos no campo.

Como disse, estas são algumas observações pessoais e algumas pessoas adoram compactas inclusive para fotos de aves.

Muito obrigado pessoas que nos visitam!





quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

O Gavião Urubu, na zona urbana em Vitória.

 O Gavião urubu, Buteo albonotatus, já foi algumas vezes mencionado nessas páginas! Vide: "O Gavião que se disfarça de urubu" no dia 30.4.2014, ou, "Buteo albonotatus, uma sessão de fotos na cidade", no dia 27.6.2021, e, também, "O Gavião urubu, Buteo albonotatus, em Coqueiral de Aracruz" do dia 15.03.2020.

 Passamos então, para, mais uma vez, referimo-nos a esse gavião, que tem demonstrado ser até comum aqui pelo Estado do Espirito Santo. Ontem, 15.2.2023, vimo-lo novamente planando por cima do canal do Rio Santa Maria aqui em Vitória.
Frequentemente nas  proximidades do Campus da UFES, universidade federal, esse rapinante tem sido observado.
Já foi mencionado, que uma de suas táticas para se aproximar de possíveis presas, é se "disfarçar" de urubu, principalmente o Urubu de cabeça vermelha, Cathartes aura.


O Buteo albonotatus, sobrevoando o canal de mangue adjancente ao bairro de Jardim da Penha, aqui em Vitória.ES.


Fotos com a Canon 70D e a Lente Canon 100-400 IS II.

Agradecemos às pessoas que nos prestigiam com suas visitas.

Grato, pessoal!


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Ressuscitando o DODÔ : Deu na VEJA!

 




Sempre achei muito interessante a história do Dodô, Raphus cucullatus, tornado o mais emblemático exemplo de extinção de um animal dos tempos recentes. Era uma ave da família dos Pombos, os Columbidae, extraordinariamente grande e invulgar em seus hábitos e dimensões. Endêmico da Ilha Mauricio no Oceano Indico, o Dodô tinha cerca de 1 metro de altura e pesava mais de 20 Kg.! Não pode ser comparado ao avestruz, ou mesmo às emas, aves mais pesadas e mais altas, mas, ainda assim, o aspecto atarracado do Dodô, com seu grande e esquisito bico, conferem à ave um aspecto meio bizarro! Além disso, era uma ave que não voava! Vivia tranquilo e isolado nessa ilha, onde quase não tinha predadores e com facilidade de obter alimentos. Até ser descoberto por marinheiros europeus, cujas primeiras descrições são de 1598, essa ave não recebia ameaças. Porém, menos de 100 anos depois estava extinta, com pouquíssimas descrições sobre sua aparência e ou hábitos.

Até hoje, o aspecto físico e detalhes de seu comportamento são estudados e sem se chegar, ainda, a um consenso. Consenso esse, muito difícil tendo em vista o tempo decorrido desde sua extinção e a raridade de informações sobre essa ave. Muitas suposições e informações antigas sem confirmação, ou, simplesmente boatos, trazem ainda mais mistério a essa ave! Muitos cientistas dos séculos XVIII e XIX, inclusive, simplesmente duvidavam que os Dodôs tivessem até mesmo existido, tal seu aspecto estranho! As causas da extinção também são ainda hoje estudadas, e uma delas, o suposto extermínio derivado da caça feita por marinheiros, é atualmente considerado como pouco provável. Sua raridade e aspectos ecológicos são os mais prováveis, entre os quais, o povoamento da ilha por animais levados pelo homem.

De     qualquer forma, trata-se de um assunto bem interessante para os admiradores e observadores de aves. Isso, porque temos hoje em dia, um grande número de espécies ameaçadas de extinção precisando de cuidados, e o medo da repetição da história do Dodô é bem presente!


Uma figura do Dodô, retratada na extensa e bem fundamentada matéria sobre o Dodô, na Wikipédia:

Dodô – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)


Dá para perceber, somente olhando essa gravura, tratar-se de uma ave, no mínimo, enigmática!

Recomendamos aos interessados, a leitura do texto acima, na Wikipédia!

Agradecemos às pessoas que nos visitam!!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Registro do Pernilongo Himantopus melanurus na praia em Vitória, ES.

 O Pernilongo de costas brancas, Himantopus melanurus, não é uma ave rara. Temos muitos registros aqui no Estado do Espirito Santo. E também do pernilongo de costas pretas, Himantopus mexicanus.

Na manhã do ultimo dia 20 de janeiro, por volta das 5,30 horas, surpreendemos dois indivíduos do Pernilongo forrageando na areia da praia de Camburi, a principal praia da cidade, e localizada em área altamente urbanizada e muito movimentada.


As aves forrageavam na zona da maré onde muitos pequenos animalejos podem ser capturados.










A tentativa de se aproximar terminou por espantar as aves, e as fotos não ficaram melhores porque foram feitas com telefone celular.

A preocupação foi com o registro dessas aves.







Espantadas, as aves voaram na direção do porto de tubarão. 
Talvez estejam habitando nas lagoas existentes no Parque Botânico da Vale, hipótese a ser futuramente confirmada. Também já foram registradas nas cercanias do aeroporto, em lugares alagados.








Consultando o WA, podemos ver que os registros anteriores desse Pernilongo em Vitória, foram no ano de 2014, nas proximidades do Aeroporto, em áreas alagadas.

Agradecemos às pessoas que nos honram com suas visitas!!





sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Passarinhada urbana em dias de chuva !

 Tem chovido bastante aqui em Vitória, ES, desde o mês de Dezembro. Estamos tendo um verão atipico: muita chuva, pouco sol e fazendo frio, coisa rara nessa época do ano. Então, chega de esperar dias melhores e bora sair para ver aves apesar da chuva.

Meu périplo começou no píer da estatua de Iemanjá, na praia de Camburi.

Egretta thula 

 E logo na chegada pude ver essa beleza que é a Garça branca pequena,  Egretta  thula, espécie muito graciosa e também, muito frequente onde quer que haja pequenos peixes.













Pertinho dali, tinha outro espécime muito conhecido por nós, trata-se do Pirupiru, Haematopus palliatus, fazendo até pose para o fotografo.








Fomos surpreendidos por esse bando de Biguás, sobrevoando a área do píer em direção ao final da praia de Camburi.














Esse Atobá pardo, Sula leucogaster, estava de saída e não esperou o fotografo para uma foto melhor.











Um Chupim, Molothrus bonariensis, atento procurando uma oportunidade para por ovos em ninho alheio.














Mais adiante, em local da vaza das marés, encontramos essa Garça azul, Egretta caerulea, mariscando. Trata-se de um jovem com plumagem de imaturo.











Fomos então, para a Ilha do Boi, onde visualizamos mais algumas aves típicas da beira mar  como a batuíra de bando, Charadrius semipalmatus, aves que sempre vemos mariscando nas pedras limosas da Ilha do Boi:

A batuíra de bando, na Ilha do Boi.




















O Sabiá-da-praia, Mimus gilvus, é ave muito frequente na Ilha do Boi e em outras localidades aqui de Vitória.












Vira pedras, Arenaria interpres, também muito frequente na Ilha do Boi.















Um espetáculo visto nessa manhã: um bando de Fregatas, Fregata magnificens, sobrevoando as imediações.














O bando possuía pelo menos 20 indivíduos, mas, somente consegui juntas essas três aves!












Finalmente resolvi ir até o fim da praia de Camburi, nas proximidades do píer do hotel.

O Tempo continuava nublado e chuvoso.











Ali, na beirada da praia, pudemos ver esse casal de João de Barro, Furnarius rufus.

















Esse Suiriri cavaleiro, Machetornis rixosa foi a ultima ave que vimos nessa manhã chuvosa e de birding na capital do Espirito Santo.

Registramos algumas outras aves, que não conseguimos fotografar hoje como o Gaivotão Larus dominicanus, o Periquito rei Aratinga aurea, nem como um bando de periquito Rico, Brotogeris tirica.





Um muito obrigado às pessoas que nos visitam!