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domingo, 27 de maio de 2018

OBSERVANDO AVES DA VARANDA DE MEU APARTAMENTO!

Observar aves é uma atividade fantástica e que nos distrai e enriquece bastante. Então, por que limitar essa atividade apenas quando vamos a campo? Por que não estendermos essa atividade quando estamos trabalhando, ou mesmo, quando estamos em casa?

























Este macho de Tesourão, Fregata magnificens fotografado hoje, domingo, voando ao longe, bem defronte minha casa!

Tenho ficado alguns dias em casa e aproveitado para observar aves da varanda de meu apartamento. Apesar de ser uma área residencial populosa, confesso que algumas vezes me surpreendo com os visitantes. Já aconteceu de fotografar o Gavião urubu, Buteo albonotatus voando bem na frente de nossa mesa de café!

Hoje fiquei muito tempo observando as aves e me distrai  com esse tesourão.

 O Tesourão  voando próximo aos prédios do outro lado da rua do canal.
























Na residência do vizinho em frente,vi essa Garça vaqueira Bubulcus ibis inspecionando uma mangueira.

















Um visitante  pouco frequente: o Falcão quiri-quiri Falco sparverius, calmamente em uma antena de televisão, em prédio muito próximo.















Então, na antena de um prédio bem distante, talvez  uns 5 km., pude ver outro falcão. Depois de visualizar com o binóculo e tirar algumas fotos, pude confirmar o bravo Falcão Cauré Falco rufigularis.

Esse falcão, é um predador muito ativo e valente. Atacando muitas vezes, aves bem maiores!










O bicho é muito bonito. O fato de ficar bem no alto dos prédios deve dar a ele um ótimo campo de visão para caçar.













De repente outro veio pousar na antena. Pude ver então que formam um casal. O macho é bem menor e encontra-se no poleiro superior. A fêmea, de porte bem maior, está embaixo.
Essa diferença de tamanho entre os sexos é uma forma da natureza equilibrar o casal, evitando que o macho se torne um perigo para sua fêmea. Esse dimorfismo sexual de tamanho é observado principalmente nas espécies mais agressivas, como é o caso desse Falco.

Essas aves foram visualizadas  hoje, domingo 27 de maio, no bairro de Jardim da Penha, nesta cidade de Vitória, capital do Espirito Santo.

Agradecemos nossas amigas e amigos que nos honram com suas visitas!!
OBRIGADO!

sábado, 12 de maio de 2018

Falcão-relógio, o FANTASMA da mata!

Micrastur semitorquatus, é conhecido como o Falcão Relógio, por uma peculiaridade muito direta: seu canto, monocórdio, pode ser confundido com o barulho dos ponteiros de um relógio. É um canto longo,alto, demorado, às vezes, mais de trinta minutos, no crepúsculo ou na madrugada: CÓ.. Có... Có... Có..Có..Có...Có..Cóo..Có...Có...




























O Fantasma da mata desta vez saiu do "bunker" e se aventurou no espaço aberto!!

No sábado pp. dia 5 de maio, foi o dia do BIG DAY 2018, e, apesar de ir passear em Coqueiral de Aracruz com a Aninha, na casa de meu cunhado, naturalmente levamos nosso equipamento de observação de aves: as câmeras e os binóculos! E em um desses dias de sorte, tivemos essa felicidade de fazer esse lifer incrível.


Logo ao final da caminhada, por volta das 17 hs., ouvi o canto de chamado do Relógio! Não acreditei!
Mas, não tive muita ilusão. Afinal, já fiquei literalmente debaixo desse Falcão muitas vezes e nunca consegui vê-lo, quanto mais fotografar!

Então, procurei um local protegido por vegetação e liguei o play-back! Não demorou 2 minutos e o Micrastur saiu do escurinho protegido da mata e se aventurou nas árvores próximas, mas ficando sempre escondido, protegido de olhares indiscretos! Essa foto acima ilustra o que estou dizendo! Mas prosseguimos tentando fotos melhores.


Em Coqueiral, existem muitas matas e são as matas nativas da baixada litorânea! Com muitas sapucaias Lecythis pisonis e até alguns jequitibás rosa Cariniana legalis.

A ave então, querendo encontrar o intruso que entrou em sua área, voou novamente para o outro lado da mata e aproveitamos para os clicks!





Para não deixar a ave estressada, paramos logo a seguir. Mas, aí o Falcão não se conformou e continuou com seu canto monotono, desafiando o adversário.

Fizemos de conta que nem sabiamos e depois de algum tempo a ave sossegou.







É um falcão espetacular e seus hábitos são mesmo muito incríveis! Permanece muito bem escondido dentro de matas fechadas, só se traindo por sua voz, e frequentemente é completamente ignorado pois as pessoas não conhecem sua voz! Sua aerodinâmica, pode ser conferida nessas fotos: corpo longo e longilineo, asas redondas e cauda muito longa, num conjunto que alcança cerca de 53-55 cm. de comprimento. Adequadissimo para caçar dentro da mata fechada, voando com agilidade entre galhos e massas de folhagens. O que é admirável, um falcão desse tamanho não ser fácilmente registrado!

Por muitas ocasiões já tinha registrado seu canto. Não apenas em matas secundárias, mas também algumas vezes em capoeiras como em Sobreiro. Chegamos a viajar até Afonso Claudio para fotografa-lo e não conseguimos: ao chegar debaixo da árvore onde estava, o Falcão silenciava e nada de encontra-lo!


Aninha também fotografou!

Foto ao lado, feita por @Ana Delboni.













Além dessa ave espetacular, também tivemos a felicidade de registsrar para o BIG DAY, o Inhambu Tururim Crypturellus  soui  que vocalizou diversas vezes  próximo onde estavamos!

FINALIZO, agradecendo a honra que ter tantos visitantes! Estamos chegando neste JORNAL DAS AVES, ao numero de 100.000 visitas!

quarta-feira, 2 de maio de 2018

EXPEDIÇÃO À SERRA DO CIPÓ, MINAS GERAIS.

serra do Espinhaço é uma cadeia montanhosa localizada no planalto Atlântico, estendendo-se pelos estados de Minas Gerais e Bahia. Seus terrenos são do Proterozoico e contêm jazidas de ferromanganêsbauxita e ouro.
Foi ao longo da serra do Espinhaço que a mineração, no período colonial se deu, principalmente. [1] E foi na Serra do Espinhaço, em consequência, que os núcleos urbanos mais importantes se formaram (Ouro PretoSabaráSerro e São João Del Rei, por exemplo, dentre outros).[2] (https://pt.wikipedia.org/wiki/Serra_do_Espinha%C3%A7o).

A  Serra do  Cipó  é a parte sul do maciço montanhoso da Serra do Espinhaço, grande cordilheira que inicia-se no interior de MG e prossegue até o interior da Bahia, na Chapada de Diamantina. 
Possui mais de 1.000 Km. de extensão, apesar de sua pouca largura, no máximo, 100 km. É reconhecida  pela ONU  como Reserva mundial da Biosfera, pela sua importância ecológica.
Durante três dias, de 27 a 30 de abril recente, estivemos, eu, minha esposa Aninha Delboni, a amiga Celi Aurora e o guia Eduardo Franco, passeando no lugar, praticando o birding e conhecendo a região. E são essas aventuras que passo a relatar abaixo:





























Dizer "EXPEDIÇÃO"  talvez  seja exagerado para indicar uma excursão de observação de aves! Mas, é que somos encantados, apaixonados mesmo, pelas antigas Expedições cientificas que eram feitas nos séculos XVIII  e XIX ao território brasileiro em busca de novas espécies.

Então, nada mais natural que relatar  o que estudamos em três dias na Serra do Cipó, que fica na parte sul da cordilheira do Espinhaço!

Nosso encanto com a região não ficou restrito às aves! Tudo lá é grandioso e superlativo!


A paisagem da Serra do Cipó com seus longos chapadões naturais!
A região é limítrofe a dois importantes biomas do Brasil: O Cerrado e a Mata Atlântica.

Predomina na serra a vegetação do Cerrado.







Os chapadões; as Terras do sem fim de Jorge Amado, ou os Geraes de João Guimarães Rosa!

A paisagem ocupa todos os horizontes! e a beleza do lugar é infinita!








O terreno é muitas vezes formado por campos rupestres, onde habita uma fauna muito interessante. 




Mapa da serra do Espinhaço no Brasil, disponível em: http://www.clubedecicloturismo.com.br/viagens-1/504-expedicaoespinhaco.










Em muitos locais, onde a umidade é maior, aparecem os capões de mata. São matas ciliares com composição florística com forte semelhança com a Mata atlântica.









Também existem rochas que se projetam em altitudes maiores.

Nesses locais, uma das aves mais frequentes é a Águia serrana, Geranoaetus melanoleucus. Como é sabido, essa grande águia gosta de habitar essas elevações em áreas ermas, inclusive, nidificando.




Fotografamos a Geranoaetus melanoleucus planando sobre o lugar, e, inclusive, também seu filhotão.














O Filhotão da Águia serrana, já planando sobre os chapadões.  É a maior predadora alada da região. Segundo apuramos, chega a ser frequente na Serra do Cipó, e mesmo na Cordilheira do Espinhaço.











A Beleza dos campos, essa planta florida é conhecida como "Sempre viva".













A  Sempre viva é realmente belissíma!

















































Melastomáceas produzem  muitas frutinhas, avidamente procuradas  por aves!











A Choca do nordeste Sakesphorus cristatus, é espécie das capoeiras e tem na serra seu limite sul de distribuição geográfica.














O Rapazinho-dos-velhos, Nystalus maculatus é uma ave muito graciosa! Seu canto é muito melodioso! Também aprecia viver em capoeiras.















Aqui um jovem macho de Canário rasteiro, Sicalis citrina. Ele é muito bom cantor, e aprecia os campos de vegetação baixa. Apesar do apelido, não o vimos caminhando no solo.










A Maria-preta de penacho Knipolegus lophotes é comum na serra e também muito bonita e elegante!












Um jovem macho do Campainha-azul Porphyrospiza caerulescens, ave que quando adulta, apresenta um lindo colorido azul.











O Batuqueiro Saltatricula atricollis é muito comum na região. Desce ao solo, vocaliza e esteve presente em quase todas as localidades que visitamos.












Essa arvoreta, de uns 3 a 4 metros de altura, é a Lobeira! Trata-se da solanácea Solanum lycocarpum, árvore famosa em todo o cerrado por produzir a fruta do mesmo nome ( vide a foto), que é um dos alimentos preferidos pelo Lobo Guará Chrysocyon brachyurus.






Detalhe da fruta da Lobeira, já madura. Adquire áreas escuras e cai do pé, ocasião em que o Lobo guará aparece para comer. Lembrando que o Lobo Guará é noturno e madrugador. Muito difícil de ser visto e por isso mesmo, muitíssimo misterioso! Apesar de ameaçado, ele é adaptável a algumas alterações ambientais.





O Chopim do brejo, Pseudoleistes guirahuro é um belíssimo icterídeo, gregário, muito sociável, que adora subir em grupos nos arbustos e cantar à vontade belas melodias aladas!








Aqui  no Sudeste do Brasil, o Sabiá-do-banhado Embernagra  platensis é ave de climas amenos, do alto das montanhas. Esse ao lado foi fotografado em local a 1.300 metros de altitude.
















O Tico tico do banhado, Donacospiza albifrons também é ave de altitude e que também prefere a vegetação de áreas brejosas.













O Bico de veludo Schistochlamys ruficapillus.















O Arapaçu-do-cerrado Lepidocolaptes angustirostris é belíssimo e comum nos cerrados.















Outra melastomácea produtora de frutinhos adorados pelas aves!













A Palmeira macaúba Acrocomia aculeata forma bosques belíssimos na vegetação ciliar. E carregado de cocos como esse aí do lado!










Esse e um jovem macho do Beija flor gravatinha verde Augastes scutatus. É comum na região. Somente consegui fotografar o macho jovem, mas minha Esposa, Ana Delboni, conseguiu foto do adulto.








Foto do adulto do Beija flor gravatinha verde. Feita por @Ana Delboni.




















O Beija flor Besourinho de bico vermelho Chlorostilbon lucidus.













Outro lindo beija flor do cerrado: o Chifre de ouro Heliactin bilophus. Ele recebe esse apelido devido ao prolongado de penas na cabeça, de cor amarelo brilhante!











A flora do Espinhaço é simplesmente inacreditável de tanta beleza!!!












O Papa moscas de costas cinzentas Polystictus superciliaris está se tornando escasso. Habita cerrado de altitudes e já o registramos na Serra do Caparaó, divisa MG/ES, já dentro, portanto, do domínio da Mata Atlântica.











O Periquito rei Aratinga aurea foi o psitacídeo mais comum visto nessa excursão.
É o famoso periquito que  seria "capaz de comer o milho de uma capitania inteira" conforme foi dito no Brasil colônia.




A Guaracava de penacho uniforme Elaenia cristata possui boas populações na serra. é bastante vocal e muito bonita com sua crista sempre arrepiada!












 Suiriri-cinzento Suiriri suiriri é elegante e muito frequente na serra.
A Cigarra-do-campo Neothraupis fasciata é das mais belas aves do lugar.














E finalmente, duas aves endêmicas só existentes no lugar.

O Lenheiro da serra do cipó, Asthenes luizae. Essa ave, sozinha, já merecia um artigo exclusivo! Tal é a dificuldade de fotografa-la, bem como seus hábitos tão característicos quanto peculiares. A ave sempre sobe ao cume de uma pedra e dali entoa seu canto singular. E logo depois desaparece.
Em uma desses "aparecimentos" da ave consegui fazer a foto ao lado, que não ficou boa, mas foi a única que consegui! O Lenheiro é ave endêmica da Cordilheira do Espinhaço, onde somente reside a partir de certa altitude e também, sempre nas rochas do lugar onde tem seu ciclo de vida.

O Pedreiro do Espinhaço Cinclodes espinhacensis é ave endêmica da Serra do Cipó!
Portanto, uma distribuição mais restrita ainda que a do Lenheiro!
Habita nas proximidades de água.













Estátua de pedra mostrando  o personagem Juquinha,antigo morador da serra, de alma boníssima e que percorria os campos do lugar.











 O Pica pau chorão, Veniliornis mixtus foi um registro difícil e que somente apareceu ao final da excursão graças à insistência do guia Eduardo Franco.
A Saíra amarela Tangara cayana ocorre tanto no cerrado quanto NA Mata Atlântica, mas parece que esses indivíduos do cerrado possuem uma coloração mais vistosa!










 A Linda igrejinha de Santana do Riacho, a sede do município onde estivemos!















Fim da excursão, sempre com lindas imagens do por do sol na serra!!












MUITO OBRIGADO ÀS PESSOAS QUE NOS VISITAM!!