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sábado, 20 de julho de 2024

Revisão amadora de um Binóculo antigo: LEITZ TRINOVID 8X40 Ba.

 Os binóculos da marca Leitz, atualmente Leica,  são muito cobiçados por observadores de aves do mundo inteiro. Sua fama de excelente ótica aliada à beleza e elegância de seu design conquistou fãs de varias gerações. Foi no ano de 1984, quando, jovem observador de aves, pela primeira vez tomei conhecimento desse binóculo famoso. Na ocasião, os modelos 7x35, 8x40 e 8x32 eram os mais indicados para os observadores. Porém, em nosso país, nunca tivemos qualquer oportunidade de comprar um bino desses, tão emblemático e distante! 

Recentemente, adquiri no mercado livre um desses modelos antigos, claro, já usado. Com uma numeração de série numero 883.503 e pelo que já consegui pesquisar na internet, provavelmente foi fabricado entre 1985 a 1988. Recentemente pude ler um artigo sobre uma unidade de numero 907.071 com informações de que teria sido produzida em 1988. Então, suponho que nosso binoculo tenha sido produzido entre esse período, de 1985 a 1988.



O Leitz, modelo 8x40 Ba. feito em Portugal.























O Binóculo está muito bem conservado, embora não tenha nem a case e nem os acessórios, provavelmente perdidos no tempo.

No barril do lado direito, pode ser visto: Portugal. Número 883503.

Há cerca de 50 anos a Leica mantem uma fábrica em Portugal, produzindo binóculos premium com a mesma excelência da fabrica na Alemanha.

O Binoculo encontra-se perfeitamente colimado e totalmente limpo de fungos e arranhões.

Lembro, contudo, que esse exemplar passou por excelente revisão no Rio de Janeiro, com Jady Vogel, limpando seus componentes.







Aspecto das objetivas.
















O Desempenho desse binóculo é surpreendente tendo em vista que já possui cerca de 40 anos de uso, período em que os binóculos, principalmente os equipamentos de prisma de telhado (roof) passaram por muita evolução em seus revestimentos. Binóculos atualmente são produzidos com basicamente dois tipos de prisma: o prisma Porro, mais tradicional, que forma binóculos mais volumosos e o prisma de telhado, ou Roof, que produz binóculos mais compactos, finos e elegantes. Porém, os porros são menos difíceis de se produzir e, com bons revestimentos produzem lindas imagens. Já os telhados, exigem maiores custos de produção pela dificuldade de se conseguir imagens nítidas e de ótima qualidade.  Por volta de 1990 foi introduzida a tecnologia de correção de fase, que faz com que binóculos de prisma de telhado tenham uma melhora significativa em suas imagens. A boa qualidade das imagens produzidas por um bino, está diretamente ligada às qualidades de seus revestimentos nas lentes e nos prismas.
Então, a curiosidade era saber se esse binóculo, de insuspeita qualidade, realmente produz imagens agradáveis, principalmente se comparado com modelos mais recentes.
Com o manuseio, concluímos que as imagens são de ótima qualidade, fazendo  justiça a sua fama. Encanta no manuseio desse Leitz, sua ergonomia perfeitamente adaptada às mãos de usuário.
Mas para se fazer um teste mais próximo da realidade, escolhi comparar esse Leitz com um telhado moderno, um binoculo que está na linha atual da Nikon ( outro dos fabricantes de binóculos de alta classe no mercado mundial.)


Fiz uma comparação entre o Leitz antigo e esse binoculo muito moderno e atual da Nikon, o Monarch M7.
Um modelo compacto, 8x30, totalmente a prova d'água e preenchido com nitrogênio a fim de se evitar embaçamento.

Ainda mais: óticas totalmente multirrevestidas, com correção de fase e o famoso vidro ED. que melhora a dispersão de luz.













os dois modelos, binóculos de 8 aumentos, produziriam uma competição justa mesmo com a grande diferença de idade entre os dois competidores.
Esse Nikon é um excelente binoculo de bird watching, com 8 aumentos de potência, campo de vista de 8,3 graus e baixo peso (cerca de 510 gramas).
Tendo uma ótima resolução e muito brilhante.





O Resultado de nossa comparação?  O venerável Leitz se saiu muito bem, se lembrarmos dos 40 anos de diferença tecnológica. Continua surpreendendo com ótimas imagens e brilho muito bom. Na época em que foi fabricado, anos 80, ele deveria estar no topo e como as pessoas não conheciam uma nitidez mais melhorada, devem ter feito muito sucesso! Esse exemplar, pode muito bem ser utilizado no campo hoje em dia com bons resultados!
Porém, ele perde para o pequeno Nikon em pontos importantes, que eu atribuo, à falta da correção de fase nos prismas:
a) O Nikon apresentou foco mais afiado, com imagens muito nítidas e muito bem delineadas.
b) O Nikon é a prova d'água, o que proporciona mais tranquilidade ao observador se começar a chover.
c) O Nikon, como os demais binóculos atuais, possui o mecanismo do relevo de olho ajustável, permitindo aumentar ou diminuir essa distância. Nos modelos antigos, como neste Leitz, o relevo de olho é feito de borracha dobrável, mas sem a mesma facilidade de uso.
d) novamente talvez devido à correção de fase, o Nikon apresenta menor dispersão de luz, fazendo com que as imagens produzidas adquiram um efeito mais natural.

Já o Leitz ganha na ergonomia, sendo agradável de se segurar, mesmo que mais pesado.

Deve-se ressaltar que o Leitz em sua época integrava o seleto grupo de binóculos de grau elevado, o topo de linha, enquanto o Nikon Monarch M7, atualmente mesmo sendo considerado um equipamento de ótima qualidade, apenas faz parte da "linha média" da Nikon.

Isso demonstra o extraordinário progresso na fabricação de binóculos nos últimos 40 anos.

Como disse no inicio, trata-se somente de uma revisão amadora, restrita aos aspectos do uso dos modelos.

Muito obrigado as pessoas que nos honram com suas visitas!




quarta-feira, 17 de julho de 2024

GARÇA AZUL jovem!

 Fotografamos hoje, 17.07.2024, um exemplar jovem da Garça azul, Egretta caerulea, forrageando na Ilha do Boi, em Vitória.

Curioso a plumagem dos jovens dessa espécie, que, na idade adulta, são totalmente azuis ou cinzentas ardósia.



Estava se alimentando nas pedras da ilha, local muito habitado por caranguejinhos, minhocas de praia, e outros pequenos seres que habitam esses lugares da maré, e que ficam muito expostos por ocasião das marés baixas.


Nesse caso, sua plumagem totalmente branca chama a atenção. Os mais apressados podem pensar tratar-se da Garça branca pequena, Egretta thula, mas, com um pouco de paciência, podemos ver as diferenças.

A mais visível é o colorido das pernas, já que  E. caerulea as possui de cor verde, enquando a E. Thula as tem de cor escura ou preta.






Aqui a Garça branca pequena. Além do colorido das pernas, podemos observar também algumas diferenças no cerume dos bicos e na cor destes.
Os bicos da Garça azul, também são mais azulados e de ponta negra.









Um adulto plenamente desenvolvido. A cor azul adquire também tons de ardósia e roxo.
Completando assim a transição de sua plumagem.

Fica registrado, tratar-se de uma das grandes variações de plumagem em conformidade com a idade. da ave.

No individuo sub adulto, o branco da plumagem vai paulatinamente se transformando do branco para o azul, apresentando a ave, essa faze, uma curiosa mescla de tons claros e azuis.


A Garça branca pequena, Egretta thula, também é um pouco maior que a garça azul. Segundo o Wiki Aves, a Egretta caerulea, "chega a medir" 52 cm. de comprimento, podendo, então, apresentar indivíduos menores que essa medida. Já a Garça branca pequena, mede de 54 a 66 cm. de comprimento.

Agradecemos às pessoas que nos visitam! 




terça-feira, 2 de julho de 2024

ALGUNS REGISTROS BELISSIMOS EM SINOP

 Algumas aves são simplesmente incríveis e que nos fascinam seja pela beleza, ou por alguma de suas características incomuns.

Deixamos para o final, postagens sobre nossa excursão a Sinop, com o relato de alguns registros não usuais e que nos encheram de alegria nessa linda excursão.


Todas saíras de sete cores são, naturalmente, lindas! Porém, creio que nesse particular nada supera a Sete cores da Amazônia, Tangara chilensis! Não se sabe a razão desse nome cientifico pois essa linda saíra nunca foi vista no Chile e nem teria como, dado suas exigências ecológicas!

Trata-se de um pássaro que mede em média 12 a 13 cm de comprimento e é, como se vê na foto acima, multicolorido!

Sua voz é um assobio finíssimo, e reproduzida em um play back faz com que a ave venha procurando o chamado. É comum nas bordas da mata, podendo ser vista se alimentando de pequenos frutos ou então, também insetos. Presente na maior parte da Amazônia brasileira e em todos países amazônicos!



  Outro registro fantástico que fizemos em Sinop: a Murucututu, Pulsatrix perspicillata. Os maiores exemplares, tanto machos quanto fêmeas, tem um comprimento que chega a alcançar 52 cm. É um corujão bastante ativo, que preda desde grandes insetos até outras corujas. Parece sofrer menos com o desmatamento embora seja uma espécie dependente da floresta, principalmente para nidificar. Apresenta o padrão de tamanho da Murucututu de barriga amarela, Pulsatrix koeniswaldiana. Em algumas matas, principalmente na mata atlântica do nordeste, as duas corujas podem habitar a mesma mata.

Esse exemplar foi fotografado em nosso primeiro dia em Sinop, logo após o crepúsculo, com a ave saindo do esconderijo para caçar. Não é rara, mas devido seu porte, e a perseguição, tornou-se escasso em muitos locais.

Muito obrigado, as pessoas que nos visitam!