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quarta-feira, 28 de agosto de 2019

OS INCRÍVEIS COTINGAS AMAZÔNICOS!

Em nossa recente excursão à Serra dos Carajás no Estado do Pará, tivemos a oportunidade de conhecer quatro cotingas da Amazônia: Araponga da Amazônia, objeto de nosso ultimo post, o Anambé de Peito Roxo,  o Anambé-Una, e o Anambé de rabo branco.


O Anambé-de-peito-roxo, Cotinga cotinga  fotografado no dia 08-8-2019 na Serra dos Carajás, Pará, Brasil.

Sendo ainda uma floresta extensa e com matas altas e continuas, a Floresta Amazônica apresenta uma grande variedade de cotingídeos!


Cotinga cotinga é uma espécie considerada como rara. Mesmo não estando listada pela IUCN como ameaçada, essa espécie é considerada rara, por razões biológicas. Não se trata, até o momento, de ameaças diretas promovidas pelo homem. Encontramo-lo apenas uma vez em nossa recente excursão de seis dias ao norte do país.

Alguns critérios da IUCN, para avaliar a situação de campo de certas espécies, talvez sejam temerários, podendo levar a equívocos. E o principal é considerar uma ave como não ameaçada quando na verdade ela é rara e encontra-se, sim, ameaçada. Esse cotinga não é muito registrada, habita uma área grande. Esse cotinga mede cerca de 18 cm. de comprimento, e seu aspecto e elegante e até mesmo um pouco frágil.



Já o Anambé de rabo branco, Xipholena lamellipennis, é uma espécie que vimos em vários locais onde passamos. Habitando quase nos mesmos locais que o Cotinga anterior, o Anambé de rabo branco, porém, é considerado  pela IUCN  como NT - Quase ameaçado!

É uma ave linda como todos os Cotingas, e pudemos ver alguns jovens. Alimenta-se de frutos e insetos. Mede cerca de 20 cm. de comprimento.








Capturando um petisco!! No caso um inseto de tamanho grande!














Fugindo logo a seguir!












Jovens do Anambé de rabo branco Xipholena lamellipennis.

















Um macho do Anambé-Una, Querula purpurata. Podemos dizer que esse é o Anambé mais frequente nas matas da Amazônia onde estivemos! O número de registros no Wiki aves, também, são consideravelmente maiores que dos outros Cotingídeos que avistamos!.

É uma ave grande, vistosa, que percorre a mata em pequenos bandos e entoando seu canto curioso.

Possui cerca de 30 cm. de comprimento e seu nome já indica, trata-se de uma ave barulhenta! Alimenta-se de frutas e insetos.





Aqui o macho se exibindo para o pequeno grupo de fêmeas.
















O casal de Querula purpurata no alto de uma árvore.
O macho tem esse babador vermelho nas penas da garganta.

Ao ouvir a reprodução de seu canto em gravador, o Anambé Una se agita e chega bem próximo de onde está a voz.











Todos esses Cotingas são aves do interior da floresta amazônica! Numa hipótese de supressão da floresta, mesmo que não seja uma destruição total, essas aves tão características e emblemáticas, estarão imediatamente ameaçadas de extinção!
Algumas, como a araponga Procnias albus, mesmo considerada pela IUCN como em uma situação "Pouco preocupante", habitam territórios restritos e delimitados! Se essas áreas foram suprimidas ou se seu território for vitimado por incêndios, adeus!!!!

Só teremos que nos lamentar pela perda de seres tão espetaculares, e, com certeza, obras primas do criador, tanto pelo lado estético como por seu comportamento tão original e encantador!


Agradecemos às pessoas que nos visitam! : OBRIGADO!!



segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Procnias albus: A ESPETACULAR ARAPONGA DA AMAZÔNIA!

O gênero PROCNIAS no Brasil, compreende algumas das mais incríveis aves da família COTINGIDAE! 
Temos as seguintes espécies: Procnias nudicollis; a Araponga da Sudeste, a mais frequentemente encontrada e citada. Procnias averano; A Araponga do Nordeste, nativa dos estados do Nordeste, com incursões a outros estados do Norte como no Pará e Tocantins.
e finalmente, a Procnias albus, a Araponga da Amazônia.




























Todas espécies do Gênero PROCNIAS são extravagantes e espetaculares! Porém, a Procnias albus supera todas as outras! Essa foto foi feita dentro da Flona dos Carajás agora no dia 7.8.2019.

No dia 7-8-2019, guiados pelo amigo e extraordinário Ornitólogo FILHO MANFREDINI, visitamos a Serra dos Carajás, município de Parauapebas, Estado do Pará na Amazônia Brasileira. O comportamento desta Procnias albus é inacreditavelmente espetacular! Como estamos no inicio da época de reprodução, os machos estão cantando dentro de seu território procurado atrair as fêmeas! No inicio, vimos algumas fêmeas mas não conseguíamos ver os machos! Tivemos de entrar dentro da mata, caminhando por quase 1 Km. dentro da floresta, sem trilhas, para, finalmente nos postar debaixo da arvore em que a ave estava para fazer as fotos e gravar seu canto!

E o canto? Indescritível! O mais próximo que chegamos para descrever seu canto é imaginar um sino que toca vez  por outra. Conseguimos gravar seu canto.: link para ouvir seu canto espetacular!

http://www.wikiaves.com.br/3453652

O lado ruim dessa nossa aventura, é que apesar de constar na lista da IUCN  como LC   ou "POUCO PREOCUPANTE", acreditamos que essa classificação não corresponda à realidade! Encontramos essa araponga em um trecho restrito da mata. e pelo mapa de registros, podemos perceber o quanto essa ave incomum pode ficar ameaçada:



Os pontinhos vermelhos são os locais onde a Araponga da Amazônia já foi fotografada! Muito poucos!

FONTE: Wiki Aves.

















Uma fêmea que vimos nas proximidades  onde os machos estavam "batendo" seus sinos!

A fêmea da araponga também tem suas belezas.













Segundo o Wiki Aves, as características mais marcantes da ave são : "O macho mede cerca de 28,5 centímetros de comprimento e a fêmea 27,5 centímetros. O macho pesa entre 210 e 215 gramas e a fêmea pesa entre 219 e 222 gramas.

O macho é completamente branco e apresenta um apêndice carnudo com origem na base do bico e pendurado para baixo geralmente pendente no lado direito do bico, (Ridgely, 2009). O bico curto e largo, os tarsos e os pés são escuros. A fêmea é verde-oliva nas partes superiores e amarelo-pálido finamente estriado de verde-oliva nas partes inferiores. Apresenta uma vocalização bem marcante, bastante incomum para uma ave , semelhante a um alarme robótico, o som de conexão da antiga internet discada ou algum instrumento musical indiano, a qual pode ser ouvida à boa distância." 





Quando está "calmo", sem vocalizar, o apêndice carnudo que a ave tem colado ao bico, de retrai, como nessa foto ao lado.

















Mas quando começa a vocalizar, o apêndice também se apresenta e a ave inicia o processo do canto!













Momento em que o "sino" bate com força, mostrando a ave com o bico amplamente aberto e o apêndice se projetando para a frente!














Visto lateral do momento em que a ave "bate o martelo"  com força!















Após a vocalização, o apêndice carnudo fica por algum tempo pendente.












Ao ver uma ave como essa, ao vivo e solta na natureza, ponho-me a divagar sobre as possibilidades de sua preservação. Essa população que ouvimos e vimos, encontra-se em uma área protegida de mais de 1 milhão de hectares, que compreende a FLONA DE CARAJÁS, Floresta Nacional de Carajás. Pois bem, algumas características biológicas dessas aves, tornam sua preservação um assunto delicado. Quase nada sabemos sua história de vida. Mas vi com meus olhos, que elas habitam um território pequeno dentro da imensa floresta. Se, por algum motivo, forem perturbadas, para onde irão?  Como ficará  o delicado ritual do acasalamento que vimos agora? Portanto, são questões importantes que se colocam para a preservação dessa ave maravilhosa! A responsabilidade de sua preservação é nossa e é uma tremenda responsabilidade!

Os passarinheiros( birders) aventureiros, no local onde coseguimos fotografar e gravar a Procnias albus, dentro da mata.

Da esquerda para a direita: Ademir Carletti, eu, José Silvério, minha esposa Aninha Delboni e a amiga Celi Aurora.








Gravando o canto da Procnias.

Mais uma vez, obrigado Filho Manfredini, por nos proporcionar conhecer essa
 ave espetaculosa!!


MUITO  OBRIGADO PESSOAS QUE NOS VISITAM!
Pretendo fazer postagens sobre nossa recente viagem à Amazônia!