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domingo, 29 de novembro de 2020

ZÉ CARIOCA em Sertão Velho!

 Estivemos na localidade de Sertão Velho, proximidades da Reserva de Duas Bocas, na última sexta feira dia 27-11-2020, e olha quem encontramos  la:




O Apuim de cauda amarela, Touit surdus é um belíssimo papagainho, considerado como ameaçado de extinção, e registrado na UICN na categoria VU. Suas populações diminuíram devido principalmente à derrubada das matas.

É uma espécie endêmica da Mata atlântica ocorrendo desde o Rio Grande do Norte até São Paulo. Escasseou em toda essa região, sendo mais encontrado nas florestas de tabuleiro do litoral, do Rio de Janeiro até Alagoas.



Segundo o Wiki Aves e a IUCN, o Apuim está vulnerável.

As vezes registramos esses apuins voando, sempre em bandos ou as vezes aos casais. Dessa vez, encontramos esse pequeno Zé Carioca, solitário, dentro da mata.

Ouvindo o vozear das aves, notamos no meio delas, discretamente, a voz desse papagainho. Colocamos sua voz no gravador e imediatamente ele respondeu e veio até nós. Nervoso, curioso, talvez procurando se "enturmar" com novos companheiros!

Em sua magistral e fundamental obra sobre a Avifauna brasileira, Ornitologia brasileira, uma introdução, lançada em 1985, Sick já listava o Apuim como Ameaçado de extinção. Aparentemente ele está até mais ameaçado que seu primo Apuim de costas pretas, Touit melanonotus.

Essa diminuição de população, parece ser mesma, oriunda principalmente da supressão das matas, pois nunca vimos esse papagainho como animal de estimação ou de gaiola.


Nosso primeiro registro e foto desse papagainho foi em 2001, conforme essa foto, ruim, que depositamos no Wiki Aves em 2011.:


A foto,  também em Sertão Velho, mostra um Apuim de cauda amarela se alimentando da fruta de uma Clusia no interior da mata. Lembramos que essa fruta também é muito procurada pelo Apuim de costas pretas.







Vamos apoiar e rezar para que esse belíssimo papagainho consiga escapar das ameaças de extinção.

Obrigado amigas e amigos que nos visitam!!!



quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Maçarico branco, Calidris alba.

 A temporada de registros de maçaricos na Ilha do Boi nesta cidade de Vitória, aproxima-se do fim. Ao longo dos anos, esses registros tem acontecido entre os meses de setembro a novembro. O ultimo maçarico a aparecer  foi o Calidris alba, o maçarico branco:

Aqui em Vix, eles apareceram nas pedras da Ilha do Boi, nas proximidades da praia. Mas nesse dia não estávamos presentes e não fotografamos essas aves.

As fotos aqui postadas foram tiradas no dia 07-11-2020 no Parque Estadual Paulo Cesar Vinha em Guarapari e mostram um bando de uns 10 indivíduos migratórios desse maçarico.
Esse Calidris, como outros maçaricos que aqui pernoitam, são aves migratórias, que saem de seus locais de reprodução próximos ao polo norte e que logo dos primeiros sinais do inverno, migram para o sul, para passar o verão próximo ao polo sul.


Trata-se de um dos maçaricos mais frequentemente registrados aqui no ES, aparecendo quase todos os anos nessa época. São relativamente pequenos, cerca de 18 a 20 cm. de comprimento e alimentam-se de pequenos vermes, caranguejos, minhocas, que capturam nas pedras e praias. Nos últimos anos, constam até o momento 104 fotos de registros desse maçarico para todo o Estado do Espirito Santo.

O  nome Calidris alba refere-se a sua cor, alva e tendendo para o branco nos meses de inverno. Em outras épocas, principalmente durante a reprodução, sua plumagem muda, apresentando tons de vermelho-tijolo na face e garganta. 

Muito obrigado, amigas e amigos que nos visitam!!


domingo, 8 de novembro de 2020

Maçarico migratório: Calidris fuscicollis.

 

Estamos na nossa primavera, e outono do hemisfério norte. E nessa época, continuamos observando a chegada e passagem  dos Maçaricos migratórios, na localidade de Ilha do Boi, no município de Vitória, capital do Estado do Espirito Santo.

Nessa ultima semana, presenciamos a chegada de um novo individuo, um maçarico de sobre branco Calidris fuscicollis.

Trata-se de um maçarico de tamanho pequeno para médio, medindo cerca de 15 a 18 cm. segundo o site Wiki Aves.


O individuo que apareceu aqui recentemente,  um Calidris fuscicollis, alimentando-se na Ilha do Boi em Vitória: a ultima vez que o vimos por aqui foi em 2016, há quatro anos atrás!

 Notamos a presença desse maçarico na terça feira dia 27-10-2020 e fizemos essa foto acima, já na quarta feira dia 28-10-2020.


Calidris fuscicollis alimenta-se de pequenos vermos e animalejos presentes nas pedras tomadas por limos e alfaces marinhas. Conforme nossas observações, observamos que a ave não para de se alimentar, talvez preparando-se para a continuidade da viagem. Essa ave emigra da tundra no norte do continente americano, saindo do Canadá ou Alasca e viajando até o sul da América do Sul, Argentina e aqui no Sul do Brasil.


Aqui em Vitória, registramos essa ave em abril de 2013 (retornando da migração) Outubro de 2013, Outubro de 2016 e agora, em Novembro de 2020. Não registramos aqui na Ilha do Boi um grande número de indivíduos mas migrações. Em todas essas ocasiões, observamos apenas um individuo nessas migrações. Em todo o estado do Espirito Santo, temos mais poucos registros, inclusive alguns com um numero maior de indivíduos.




Fica então, confirmada a localidade de Ilha do Boi, em Vitória, como um ponto de passagem dos maçaricos migratórios em sua viagem do Hemisfério norte até o sul do continente e seu retorno.




Muito obrigado as pessoas que nos visitam!!



segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Reencontro com Tringa semipalmata.

 O Maçarico de asa branca, Tringa semipalmata, migrante boreal que em sua jornada até o sul do continente passa por Vitória, reapareceu  na Ilha do Boi, quase 4 anos depois:


No final de outubro, em mais uma de nossas visitas diárias até a localidade de Ilha do Boi, aqui dentro de nossa capital do Espirito Santo, tivemos a alegria de 0bservar um único individuo do Maçarico de asa branca, o Tringa semipalmata no meio de um bando de Pirus-pirus, Haematopus palliatus. Infelizmente a ave não ficou muito tempo, e logo atravessou o canal em direção ao sul, no caso, parando nas pedras da beira mar, já no município de Vila Velha.


Quando voa, podemos observar as faixas brancas na asa, origem de seu apelido, Maçarico de asa branca.
Trata-se de espécie de bom tamanho, medindo cerca de 33 a 41 cm. segundo o Wiki Aves, sendo, portanto, um dos maiores maçaricos migratórios. Tem uma envergadura de asas de 56-66 cm. de comprimento.








Na ilha do Boi, são abundantes os sururus e pequenos caranguejos que se escondem na vegetação de algas ou alfaces marinhas. Na foto ao lado, podemos ver nosso herói se alimentando de um sururu.

Pelas nossas observações, acreditamos que se não forem perturbados, esses maçaricos podem ficar alguns dias na Ilha do Boi, antes de prosseguirem viagem!
Não foi o caso desse individuo!









Tringa semipalmata é um maçarico oriundo da América do Norte, que quando chega o outono, migra para o sul, até o sul do Brasil, Chile e Argentina. Os registros que fizemos, portanto, em Vitória, situada no paralelo 20 graus sul, são paradas em sua longa viagem. Lembramos que essa é a segunda vez que registramos esse grande maçarico na Ilha do Boi. A primeira vez ocorreu em 24-11-2016, e na ocasião, também registramos apenas um individuo migrante.


Essa belíssima ave, possui duas subespécies conhecidas, ambas migram para o Brasil.

Agradecemos às pessoas que nos visitam!!