Aves da família Turdidae, recebem no Brasil, a denominação popular de Sabiás. No caso presente, estamos falando de um dos representantes da família que mais despertam curiosidades! Para começo de conversa, falemos de sua distribuição geográfica. Segundo o site Wiki Aves, www.wikiaves.com.br, esse sabiá habita no Brasil uma área bem restrita, com cerca de 20.000 Km2. nos Estados do Espirito Santo, Bahia e Minas Gerais. Sempre em regiões montanhosas, em matas primárias entre 750 a 850 m. de altitude (Wiki Aves). Além da espécie típica, que ocorre apenas no Brasil, nos estados citados, essa espécie ocorre também em outros países da América do Sul, com três subespécies. Sendo duas subespécies nos Andes, uma no SO da Colômbia e NO do Equador; outra na região central do Peru, no lado leste da Cordilheira dos Andes e uma terceira ocorrendo nos tepuis no SE da Venezuela. Segundo SICK em seu livro Ornitologia brasileira, a espécie brasileira representaria uma população remanescente ou relita. Quer dizer, esse sabiá seria uma população residual, remanescente de outras épocas em que possivelmente teria sido mais abundante.
O Sabiá castanho, fotografado na ultima sexta-feira, dia 09-8-2024, na mata da Reserva Biológica Augusto Ruschi em Santa Teresa, estado do Espirito Santo, Brasil. Cerca de 750m. de altitude.
Apesar de listada pela IUCN na categoria EN de ameaçada, acredita-se que seu declínio populacional seja lento, não sendo tão rápido a ponto de ser considerada como muito ameaçada. No Brasil, sempre foi considerado como raro. Entretanto, os dados sobre sua nidificação, parecem confirmar que a espécie ainda tem condições de sobreviver a ondas de extinção desde que as matas onde vive não sejam destruídas, claro!
Segundo o WA, a espécie faz três posturas por ano, com três ovos em cada ninhada. Isso pode proporcionar uma sobrevivência para esse sabiá. Não é comum de ser avistado nas matas onde ocorre. Menos difícil é registra-lo na época de nidificação. Como agora, em Agosto, onde a ave vocaliza mais e torna-se menos difícil procura-lo.
Outro detalhe importante de seus registros, é que apenas a altitude não é garantia de encontra-lo. No Espirito Santo temos vários locais com essas altitudes, porém, até o momento só foi registrado nos municípios de Santa Teresa e Fundão. Com certeza, deve ocorrer também na mata primária da Rebio de Duas Bocas no município de Cariacica, onde, por volta de 1988-89, foi registrada por este observador, entretanto sem fotografias para comprovação.
Ave do interior da floresta, Cichclopsis leucogenys, é discreto e fleumático.
Canta por longo tempo ficando imóvel, raramente e movendo e nessas ocasiões proporciona boas oportunidades de ser fotografado!
É inegável que os observadores de aves, os birders, se sentem atraídos por essas aves mais raras e misteriosas.
A distribuição, disjunta e fragmentada do Cichclopsis leucogenys na América do Sul. Segundo SICK, isso seria devido a tratar-se de uma ave relíquia de outras épocas.
Em comum essas áreas tem as altitudes e a cobertura da floresta.
Agradecemos às pessoas que nos honram com sua visita. Para maiores conhecimentos sobre essas aves, a única forma de ampliarmos nossos limites, penso, é observa-lo no interior da mata e relatar nossas experiencias.