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sábado, 25 de setembro de 2021

A Tesourinha da mata, Phibalura flavirostris, em Vargem Alta.

 Já havíamos registrado a Tesourinha da mata, Phibalura flavirostris, antes, em 2015, durante visita que fizemos ao Parque Natural do Caraça em Minas Gerais.


Na ocasião, registramos quatro indivíduos e ficamos muitíssimos agradecidos por conhecer esse Cotinga, que como tal, é ameaçado pelo desmatamento. 







Desde então, não havíamos mais encontrado essa espécie. Até agora recentemente, em setembro, nos dias 15 e 16, quando novamente encontramos a espécie, desta vez, três exemplares. Sendo que um casal procurava local para fazer o ninho já com vistas a atual temporada de nidificação nessa primavera que se inicia.

A Tesourinha da mata é uma ave classificada pela IUCN  na categoria NT, nova ameaçada. Essa ameaça decorre principalmente pela redução das matas. É uma espécie que não é encontrada com facilidade. Em nossas excursões, como relatamos, em seis anos é apenas a segunda vez que a encontramos. Alimenta-se de frutos e insetos, havendo relatos de que alimentam os ninhegos com insetos o que provavelmente ajuda no crescimento dos filhotes com mais rapidez, ao contrario de outras cotingas que fazem isso apenas com frutas. Em locais onde são mais comuns, chegam a formar pequenos bandos de até oito indivíduos.

O casal de Tesourinhas, pousado a pouca altura na árvore. Essa depressão do tronco, talvez, possa ser usada como local do ninho já que a árvore possui em seu tronco muitos musgos e liquens.  Esse material, comumente é usado pela Tesourinha para confeccionar seus ninhos.

O casal espreitando os intrusos.




 Nessa foto, temos o macho com um pequeno graveto no bico, provavelmente a ser usado no ninho.

Segundo informações que tivemos, a Tesourinha pode ter até duas posturas por temporada. Uma em setembro/outubro e outra em janeiro/fevereiro. As posturas são de dois ovos.
Isso também é uma característica boa  para a preservação da espécie, já que alguns cotingas, tem postura de apenas um ovo.







Mapa de ocorrência da Phibalura flavirostris, retirado do site Wiki Aves.; https://www.wikiaves.com.br/mapaRegistros_tesourinha-da-mata.


Os pontos em vermelho são os locais de ocorrência onde a espécie já foi registrada. Observar que Tesourinha é uma ave da mata atlântica, mas que ocorre também em localidades mais para o interior como no Mato Grosso do Sul.


O Registro de aves da família COTINGIDAE, sempre é comemorado por nós, posto que, são geralmente aves florestais e como tal, que sofrem algum grau de ameaça.  E foi com esse sentimento que produzimos a matéria anterior, com um pequeno vídeo mostrando a vocalização da Araponga, Procnias nudicollis em uma manhã lindamente ensolarada no lugar. E no caso presente da Tesourinha, além da importância do registro, não há como deixar de admirar a beleza e graça dessa tesourinha.

AGRADECEMOS às pessoas que nos visitam!!


sexta-feira, 17 de setembro de 2021

COTINGAS EM VARGEM ALTA, ES.

 

Nos dias 14 a 16 de setembro estivemos na zona rural do município de VARGEM ALTA neste estado do Espirito Santo, a fim de observar aves. Ficamos muito felizes, pois conseguimos registrar quatro cotingas residindo na área. Ressaltamos que esse local, fica a uma altitude de cerca de 1.100 metros, sendo originalmente todo ocupado pela mata atlântica.

Ouvimos muitas arapongas, Procnias nudicollis, conforme pode ser visto e ouvido no pequeno vídeo abaixo.

Também registramos uma boa população de Corocoxós, Carpornis cucullata, vários Tropeiros da Serra, Lipaugus lanioides e também vimos três indivíduos da Tesourinha da mata, Phibalura flavirostris,

Cotingídeos são aves exigentes quanto ao tamanho e conservação das matas, daí nossa alegria com a constatação de que essas espécies, tão típicas de nossa avifauna, resistem nas matas remanescentes.





A região é até hoje, muito florestada com matas em ótimo estado de conservação.  Pelo programa Google Earth, pudemos traçar uma régua com extensão equivalente a 16 km de comprimento por cerca de 11 km de largura no maior remanescente florestal que observamos no local onde visitamos. Tratam-se de matas nativas, a maioria secundárias, mas com porte de mata alta. Essas medidas que  fizemos, comportam apenas extensão do maior remanescente dessas matas que foi onde visitamos. Essas medidas compreendem cerca de 176 km2 de matas, por alto, o que perfazem cerca de 18.000 hectares no mínimo. Sem contar demais remanescentes. Essas observações podem ser comprovadas observando-se esse vídeo que juntamos.

Posteriormente faremos uma postagem com fotos da Tesourinha, a Phibalura, já que os demais cotingas nos apenas ouvimos, não conseguimos fotografar.

Muito obrigado a todos que nos visitam!!





quarta-feira, 8 de setembro de 2021

O Gavião de cauda curta, Buteo brachyurus,em Vitória.

 Recentemente estivemos no Parque Estadual da Fonte Grande, área preservada existente nos morros circundantes à capital do Estado do Espirito Santo. A surpresa foi encontrarmos dois indivíduos do Gavião de cauda curta, Buteo brachyurus, caçando em área descampada próxima ao local das torres das estações de TV.



O Gavião de cauda curta é um predador de porte médio, com cerca de 35-45 cm de comprimento. As fêmeas são maiores que os machos como é comum na família Accipitridae.

Trata-se de um predador bastante ativo e eficiente, capturando presas de bom tamanho e ágeis. Captura tanto pequenos mamíferos, como aves, lagartos, cobras. Porém, estudos recentes demonstraram que é um gavião especializado em caçar aves, principalmente pássaros.

Avista-lo no local foi interessante para se observar suas técnicas de caça e os métodos utilizados para capturar suas presas.




Este gavião tem uma das técnicas de caçadas mais interessantes: costuma planar a certa altura e quando vislumbra alguma presa, deixa-se cair do alto onde se encontra até o local onde se encontra a presa. É uma técnica semelhante à empregada pelo Gavião-pato, Spizaetus melanoleucus, espécie muito maior e grande predadora.




Quando pensávamos que seriamos premiados apenas com esse individuo, eis que aparece outro espécime, porém, com plumagem de coloração normal predominando o branco.



O Buteo brachyurus, com plumagem normal, morfo claro, onde predominam tons de branco,
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O individuo acima, de cor predominando para o negro, encontra-se em sua fase chamada de morfo escuro.

Apesar do nome popular de Gavião de cauda curta, a cauda essa ave não é curta conforme podemos observar nessas fotos. Esse nome, provem do latim, onde brachyurus significa cauda curta, não tendo  portanto qualquer conotação relativa ao tamanho da cauda da espécie observada na natureza.

É um gavião relativamente fácil de ser observado aqui em Vitória, já são 17 fotos, desta espécie, nesta data na plataforma Wiki Aves. Ocorre desde o Sul dos EUA e México até a Argentina e em todo o Brasil.
Os individuos morfo escuro desse gavião podem dificultar um pouco a identificação por parte do observador. O Gavião urubu, Buteo albonotatus  apresenta muitas semelhanças, mas a distinção pode ser feita baseando-se em dois detalhes: O Gavião urubu é maior ( 51 cm de comprimento)  e apresenta um padrão das faixas na cauda diferente. Apresenta a base da cauda com uma faixa negra bem destacada, enquanto o Brchyurus tem a cauda barrada com várias faixas brancas.

Agradecemos às pessoas que nos visitam!!!