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sábado, 25 de dezembro de 2021

Curiosidades sobre a Saudade, Lipaugus ater!

 A ave apelidada de Saudade também recebe o nome de Assobiador em certas regiões das serras onde ocorre. Lipaugus ater antes era denominada de Tijuca atra. Trata-se de um dos mais belíssimos de nossos cotingas, encantando o observador também por seus hábitos.


















quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

AVES VISTAS EM NOSSA VIAGEM ÀS SERRAS DE ITATIAIA E BOCAINA.

 

AVES VISTAS NA VIAGEM AO ITATIAIA  À BOCAINA

 

Nossa excursão tinha como objetivo principal o  registro das espécies de clima ameno, habitantes das serras elevadas dessas duas cordilheiras da região sudeste: a Serra da Mantiqueira e a Serra da Bocaina.

Então, listamos as espécies desejadas e comunicamos a nosso guia, o Hudson Martins, que nos garantiu que algumas não seriam difíceis, enquanto que algumas outras espécies, teríamos de contar com alguma sorte para vê-las.

Então, escolhemos a região da serra em Itamonte, como nosso primeiro lugar para tentar essas aves de montanha.

Toda a região de nossa viagem fica na tríplice divisa dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.


















A saudade, também chamada de Assobiador, Lipaugus ater,  é uma ave da familia COTINGIDAE, o que automaticamente já a credencia como uma ave "importante". Logo que foi chamada no play back pelo Hudson, vários exemplares acudiram das redondezas, inclusive duas fêmeas. Faremos uma postagem particular sobre essa ave.


O Caneleirinho de chapéu preto, Piprites pileata é essa avezinha muito graciosa, que mede cerca de 12 cm de comprimento. Considerada como Vulnerável pela IUCN devido à sua pequena área de ocorrência, especialmente nas localidades onde ocorrem as araucárias, Araucaria angustifolia.








O Peito pinhão, Castanozoster  thoracicua também é morador dessa zona de  matas baixas, campos e arbustos que formam as elevações pouco anterior aos campos de altitude.







A Saira lagarta Tangara desmaresti é uma ave encontrada na região SE do Brasil em regiões de montanhas da floresta Atlântica. Ja a encontramos na Serra da Caparaó, e, agora, também a vimos muito nas serras de Itatiaia e Bocaina.
É belíssima e seu estado de conservação é não preocupante, não estando, portanto, ameaçada de extinção.







A Tovaca de rabo vermelho, Chamaeza ruficauda é uma tovaca moradora de regiões altas. é uma ave da família Formicariidae que se alimenta preferencialmente no solo ou suas proximidades, onde captura pequenas lagartas, aranhas e outros insetos.
Não é considerada como ameaçada de extinção.

Muito boa a habilidade de Hudson Martins em chamar e trazer para perto essa ave, que é, reconhecidamente uma das espécies esquivas do interior da mata sombria.



A Saíra viúva, Pipraeidea melanonota é uma ave da família Thraupidae habitante das ,matas e que se alimenta de frutos e insetos. Não está ameaçada de extinção, porém, pelo menos aqui no ES não é muito comum.












O  Tuque, Elaenia mesoleuca é uma ave da família Tyrannidae, migratória em alguns locais. Alimenta-se de pequenos frutos e insetos e não se encontra ameaçada de extinção. E preciso atenção a sua vocalização para conseguir identificar essa espécie com tranquilidade, pois as espécies desse gênero, Elaenia, são muito parecidos entre si.












A Fêmea da Saudade Lipaugus ater. Não conseguimos uma foto melhor porque a ave postou-se a favor do sol, mas mesmo assim, fica o registro dessa ave. A Fêmea não deve nada ao macho em se tratando de beleza!













Ao final do dia e no anoitecer, tivemos a alegria de registrar uma coruja, no caso, a Coruja listrada, Strix hylophila, que também não é uma ave muito facil de ser encontrada, apesar de não ameaçada:





















No dia seguinte, dia 25 de novembro, dirigimo-nos à localidade de São José do Barreiro, onde também fizemos ótimos registros.

As paisagens a seguir mostradas, fazem parte do maciço da Serra da Bocaina, nas imediações do Parque Nacional da Serra da Bocaina.


No horizonte ao fundo, podemos ver os contrafortes da Serra da mantiqueira. Essa região é muito privilegiada pela beleza de sua natureza e suas montanhas.













Esse pássaro lindo é o Fruxu, Neopelma chrysolophum, ave da família Pipridae e que neste caso, habita as matas da região entre Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, sendo endêmica da Floresta atlântica do Brasil. É uma espécie incomum mas não está ameaçada.










O João botina da mata, Phacellodomus erythrophthalmus é um belíssimo pássaro da família Furnariidae, uma das mais presentes no Brasil, tanto nas matas quanto nos campos!

Além de ser uma ave muito bonita e interessante, o João botina, fazendo jus a seu apelido, constrói ninhos muitos característicos. Não está ameaçado de extinção e é uma ave insetívora






O Curioso ninho do Phacellodomus erythrophthalmus construido com gravetos.













O Piolhinho chiador, Tyranniscus  burmeisteri é uma pequena e graciosa ave da família Tyrannidae, insetívoro e com distribuição ampla no sul e sudeste do Brasil.
Apesar de sua aparência delicada, seu nome cientifico significa "pequeno tirano" !











Essa ave é o Cabecinha-castanha, Thlypopsis pyrrohocoma, é considerada como uma ave rara, apesar de ainda não oficialmente considerada ameaçada.
É frugivora, mas já foi observada comendo sementes.















O Pinto do mato, Cryptopezus nattereri é uma das aves que marcamos como interessantes nessa nossa excursão. Após memorizarmos sua vocalização notamos que não deve ser raro nessas serras pois o ouvimos tanto na Mantiqueira como no Bocaina. É uma ave terrícola e quase endêmica do Brasil. Habita o sub bosque de matas altas preservadas, é uma ave insetívora. É uma ave dificil de ser observada devido seu tamanho pequeno, 12 cm, e caminhante discreto no solo da mata.Graças ao Hudson Martins pudemos fotografa-lo!



A belíssima Tesoura cinzenta, Muscipipra vetula é uma ave de altitude nas florestas do sudeste do Brasil. Pertence à família Tyrannidae, insetívora como tal, e não se encontra ameaçada de extinção.












Já voltando de São José do Barreiro, passamos em localidade para verificar a ocorrência do Bacurau ocelado, Nyctiphrynus ocellatus e da Coruja do mato Strix virgata. Porém, o bacurau depois de cantar próximo não se aproximou, enquanto a coruja chegou perto e permitiu ser fotografada.


Corujas são aves misteriosas! Faz parte da cultura imagina-las como seres estranhos e moradoras de um mundo meio fantasmagórico! Strix virgata é espécie florestal que possui um chamado assustador para quem não a conhece.

Também a ocorrência da espécie mostrou-se menos rara do que se supunha a tempos atrás.

Sabe-se que habita varias tipologias florestais e até em área de campo, plantações e mesmo dentro de cidades. Não está ameaçada.



No dia 26 de novembro, visitamos primeiro, a parte baixa do P.N. Itatiaia e bosques próximos à cidade de Itatiaia, a localidade de Penedo, onde observamos aves pela parte da manhã.



O Guaxe, Cacicus haemorrhous foi visto cuidando da nidificação com colônias em Penedo, RJ.














A ave mais emblemática que vimos em Penedo, inclusive nidificando, foi a Maria Leque do Sudeste, Onychorhynchus swainsoni. Ave considerada como Ameaçada de extinção na categoria de VU, vulnerável.

A ameaça a essa ave é muito fácil de se perceber.
Habita o interior da mata alta, local sombreado, sempre ao lado de córregos encachoeirados onde coloca seu ninho. Um amontoado de liquens que ficam pendentes sobre a água.


Trata-se de ave insetívora, muito procurada pelos fotógrafos devido a seu belíssimo penacho colorido que a ave abre apenas em poucas e especiais ocasiões.

Então, sua escassez é visível. Suas exigências ecológicas são bastantes acentuadas e sabemos que não é toda mata que oferece essas condições.









A Fêmea da Maria leque do sudeste também é muito bonita e também abre seu penacho.


















Voltamos a Itatiaia, em direção ao Parque Nacional, onde fizemos mais fotos do local.

A mata é muito bonita e rica.

















Saíra-ferrugem, Hemithraupis ruficapilla, traupídeo não ameaçado mas que não é muito comum.
Saíra douradinha, Tangara cyanoventris outro Thraupidae também frequente na floresta atlântica.















 Vimos esses dois tucanuçus Ramphastos toco que são aves consideradas como campestres, mas, que habitam muito próximo às matas do parque nacional.















Na trilha dentro da mata alta, conseguimos, graças mais uma vez à habilidade e ouvido do Hudson Martins, conseguir registrar pela primeira vez essa ave, o Papo branco, Biatas nigropectus.
Ave da familia Thamnophilidae, é considerada Rara e ameaçada de extinção.
Está na categoria de VU, vulnerável à extinção.

Habita a mata alta, rica em taquaras e taquarussus, ficando muito escondida nas brenhas o que dificulta ser fotografada.

Finalmente, após voltarmos a São José do Barreiro e não conseguirmos localizar o negrinho do mato, Amaurospiza moesta, na volta já ao entardecer, passamos de novo em Queluz, na capoeira com eucaliptos onde já tinha visto e registrado a Coruja do Mato, Strix virgata e tínhamos ouvido o Bacurau-ocelado próximo mas sem conseguir vê-lo.

Dessa  vez, quem ouvimos e chegamos a ver foi o Tuju, Lurocalis semitorquatus. Fotografei, no susto, e a foto ficou péssima! não dá para aproveitar:

Essa foto foi tirada sem focalizar pelo visor, apenas apontando na direção da ave voando e acionando.

Fica para a próxima vez!














Mas estávamos com sorte! Logo depois o Bacurau ocelado, o Nyctiphrinus ocellatus cantou próximo e pousou bem na nossa cara:



Não é uma ave ameaçada! Mas já tínhamos tentado várias vezes fotografar essa ave e somente dessa vez obtivemos sucesso!

É uma espécie florestal, que não pousa no chão como alguns bacuraus. Pousa sempre em poleiros no interior da mata onde fica à espreita de toda espécie de insetos noturnos.








Assim encerramos nossa maravilhosa excursão às serras da divisa dos três estados!

Agradecemos muito ao Hudson Martins que com seu talento, possibilitou-nos conhecer essas aves tão espetaculares.

Esse bacurau tem uma vocalização muito característica e quando conhecemos sua voz, percebemos que não é tão raro. Não chega a ser comum como o bacurau comum, Nyctidromus albicollis, mas acreditamos que suas populações pelo menos por ora, estão livres da ameaça de extinção.






OBRIGADO, às pessoas que nos visitam !!





















































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quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

PASSARINHANDO NAS SERRAS ALTAS DO SUDESTE DO BRASIL!

 

EXCURSÃO ÀS SERRAS ALTAS DO SUDESTE: ITATIAIA E BOCAINA.

 

Entre os dias 24 e 27 de novembro, p.p., estivemos na divisa dos estados de Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, em uma excursão de observação de aves. Essa excursão foi planejada há tempos, e constou deste observador, José Silvério, minha esposa, Aninha Delboni, a colega do COA/ES, Celi Aurora e o guia de birding, Hudson Martins Soares, da BirdRio, profundo conhecedor da região e seus bichos.

Foram vários os motivos de nossa excursão, o primeiro deles, foi conhecer um pouco sobre algumas aves muito interessantes do alto dessas serras, como a Saudade, Lipaugus ater, O bacurau-tesourão, Hydropsalis forcipata e o Gavião de sobre branco, Parabuteo leucorrous. E tantas outras aves habitantes dessas regiões, de altas altitudes, e até hoje, florestadas por uma mata extensão e alta, remanescentes primários da mata atlântica.

Várias outras espécies são habitantes desses lugares, e, também, apreciar as belíssimas paisagens e sua vegetação singular. Nessas regiões, as altitudes chegam a mais de 2.700 metros como no Parque Nacional de Itatiaia ou a 2.000 m. na serra da Bocaina.


Nossa viagem iniciou-se na localidade de Itatiaia, na parte baixa, dai seguindo em direção ao Parque Nacional de Itatiaia, situado nos contrafortes da belíssima Serra da Mantiqueira, A serra, em toda sua imponência pode ser vista ao fundo nesta foto feita na Rodovia Pres. Dutra.



 












A belíssima paisagem da Serra da Mantiqueira ao fundo, lembra as palavras de Charles Darwin, quando viu a mata atlântica: “ao fundo, as matas ficam cobertas por um suave toque azul”.

A mata secundária vista de um mirante da subida.





O interior penumbroso da floresta. Lugar da Maria Leque do Sudeste, Onychorhynchus coronatus.


Já nas altitudes acima de 2.000, a mata apresenta-se mais baixa, com grande quantidade de bambus e taquaras. Lugar da Borralhara Mackenziaena severa, do Matracão, Batara cinerea e da Borralhara assobiadora Mackenziaena leachii.


Matas de altitude, próximas aos campos de altitude. Essas matas possuem árvores mais baixas que na mata da encosta. As árvores alcançam uns 12 m. de altura. É o lugar preferido da Saudade, Lipaugus ater, belíssimo cotingideo. Também é um local habitado pelo Bacurau-tesourão, Hydropsalis forcipata. Porém, não vimos essa ave em nossa viagem.


No alto da serra, a 2.500 m. de altitude, na zona de contato mata-campo, surgem as formações de coníferas nativas, as araucárias, a Araucária angustifólia, o belíssimo pinheiro brasileiro que é típico da região sul do país. No Itatiaia, em latitudes mais baixas, devido á altitude, ocorre nas matas nativas e com regeneração natural. É um dos pontos marcantes do limite norte dessa espécie magnifica de árvore no Brasil.














Ao fundo e antes do sopé da serra, pode-se ver uma floresta jovem de araucárias, nativas da região.



Nas proximidades de uma pousada, a araucária imponente.

 


 









Na subida da Serra da Bocaina, as encostas tomadas pela Floresta Atlantica!.

 


















O belíssimo horizonte visto da Serra da Bocaina. Ao fundo, pode ser vista a Serra da Mantiqueira. O espaço entre as duas cadeias de montanhas é ocupado pelo eixo metropolitano Rio-São Paulo, as duas maiores metrópoles do país.

 

Na próxima postagem, mostraremos as fotos das aves que registramos nessa incrível excursão. Por enquanto, estamos tratando as imagens.

 

Muito obrigado pelas pessoas que nos honram com suas visitas!!

 











domingo, 21 de novembro de 2021

A BIÓLOGA que impediu a extinção das araras-azuis ( matéria original do ESTADÃO!)

 A bióloga que impediu a extinção das araras-azuis

Premiada pela ONU, Neiva Guedes se dedica a proteger a espécie e teve ideia que ajudou a reprodução

 

Fátima Lessa, especial para o Estadão

21 de novembro de 2021 | 05h00

 

 

 

 SAIBA MAIS

A então estudante Neiva Guedes se sentia inquieta em um fim de tarde de novembro de 1989 ao observar um grupo de araras-azuis em galhos secos do Pantanal. Por meio de uma professora, ela havia ficado sabendo da ameaça que rondava a espécie, situação que a comoveu. “Coloquei na cabeça que iria fazer algo para que elas não desaparecessem

 

 

Na época, estimava-se que a população dessas araras no País chegasse a 2,5 mil, das quais 1,5 mil no Pantanal. A extinção da espécie era uma ameaça real, potencializada pela atuação do tráfico de animais, que até a década de 1980 já havia afetado milhares de aves. Trinta anos depois, os esforços de Neiva ajudaram a mudar essa realidade, e hoje a população já chega a 6,5 mil.









Neiva Guedes em campo: após 30 anos, população de 6,5 mil araras Foto: Eveline Castanho/Arquivo Instituto Arara Azul

 


Em reconhecimento a esse trabalho, a bióloga e doutora em Zoologia, hoje com 59 anos, ganhou mais um prêmio e passou a integrar o grupo de Mulheres da Ciência, da Organização das Nações Unidas (ONU). A premiação, diz Neiva, é válida sobretudo porque ajuda a divulgar ainda mais o seu trabalho. O Instituto Arara Azul, que ela criou, virou referência.

Obstáculos

Para chegar a esse ponto, a bióloga teve de superar obstáculos. “Foi desafiador”, diz. Quando começou, as referências bibliográficas eram escassas e não se sabia nada sobre a reprodução da espécie ao ar livre.

Com a ousadia de uma recém-formada, Neiva foi a campo. Sua proposta era contabilizar ninhos de arara-azul, conhecer seus hábitos e evitar sua extinção. Para isso, viajou de carona em carona pelo Pantanal. Quando conseguiu um carro, ele se tornou sua casa, base itinerante em viagens de 30 a 60 dias.

A arara-azul é a maior espécie de psitacídeos do mundo, com envergadura que pode chegar a 1,5 metro. A reprodução demora de sete a nove anos e os filhotes permanecem com os pais até completarem de 1 a 2 anos. Muito sociáveis, só vivem em famílias, grupos e bandos. Quando amadurecem, formam par até que um deles morra. Só se alimentam da castanha de dois tipos de coquinhos, o acuri e a bocaiúva. Em casos extremos, podem comer outros alimentos.

Em uma de suas primeiras tentativas de estudo, Neiva ficava em uma barraca no refúgio ecológico Caiman, em frente a uma árvore, para conhecer o comportamento das araras. Ficava lá do amanhecer até a noite, anotando tudo. Foi então alertada por um amigo biólogo que ela precisava observar “não um casal, mas uma população”.

Depois da dica, ela saiu caçando ninhos. “Nos primeiros dias, consegui cadastrar 58 ninhos e, destes, 5 ainda com filhotes”. Até então, a catalogação se restringia a observar do chão, pois não conseguia subir na copa das árvores. Mas logo ela conheceu o ornitólogo americano Lee Harper, que lhe ensinou técnicas de campo, principalmente escalada de árvores.

Caixas-ninho

Ao perceber que um dos problemas na reprodução da espécie era a falta de cavidades para construir ninhos, Neiva teve a ideia de criar as caixas-ninho – ninhos artificiais com caixas de madeiras. “Deram certo, e começamos a instalar em larga escala. Depois de um tempo, os ninhos artificiais passaram a ser como os naturais”, conta. Simultaneamente, a equipe restaurava os ninhos naturais e realizava o manejo de ovos e das próprias aves.

E assim, em 2014, a arara-azul saiu da lista de animais ameaçados de extinção. Porém, explica Neiva, a espécie ainda é vulnerável e corre risco, por fatores como tráfico, baixa natalidade e mudanças climáticas.

Atualmente, além das araras-azuis, Neiva trabalha com aves urbanas em Campo Grande. Nesses 32 anos, porém, treinou biólogos em vários cantos do País. A premiação da ONU se somou a outras honrarias que recebe desde 1995 no Brasil e em países estrangeiros.

 


sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Pandion haliaetus chegando para o verão!

 A águia pescadora Pandion haliaetus é figura muito conhecida aqui em Vitória. Todos os anos, quando vai se aproximando o verão, essa águia chega a nossa cidade e por aqui vai ficando até pelo menos o mês de abril.



Pandion haliaetus é uma ave de rapina especializada em capturar peixes, possuindo um tamanho grande. Os adultos medem cerca de 55-58 cm de comprimento. Apresentam também o conhecido dimorfismo sexual tão frequente entre aves de rapina. As fêmeas são maiores que os machos, pesando cerca de 1,2 a 2 quilos. O macho pesa entre 1 kg a 1,8 kg. Possuem uma envergadura de asas de 1,74 m. ( dados compilados do site WikiAves).

Apesar de sua alimentação constituir-se basicamente de peixes, em situações excepcionais, pode também capturar aves e ou pequenos mamíferos.


Esta ave procria na América do Norte e quando vai chegando o inverno no Hemisfério norte ela migra para o Hemisfério sul chegando até o Brasil, Argentina e Chile. Até o momento inexistem informações sobre sua nidificação em nosso pais. Porém, algumas vezes já foram registrados indivíduos imaturos, inclusive, pedindo comida aos adultos.


Em Vitória a espécie é avistada com frequência na praia de Camburi e imediações, capturando peixes. Sobrevoa o mar e quando avista algum cardume, plana por alguns momentos e desfere o mergulho. A ave captura o peixe e voa para longe levando seu alimento.








Essa espécie, tem distribuição tanto nas Américas quanto na região paleártica. São poucos, os indivíduos migrantes , porém, devido seu tamanho e o habito de habitar as proximidades de coleções e água, faz com que seja rapidamente notada!

Pelo mapa de distribuição dos registros constantes no Wiki Aves, observa-se que essa ave visita o Brasil inteiro, chegando mesmo a set comum:



fonte: Wikiaves, www.wikiaves.com.br/águia pescadora.













Nos registros feitos em Vitória e consultados no Wiki Aves, verificamos que o peixe mais comumente capturado por essa águia nas águas em Vitória, é a tainha, Mugil curema.





Agradecemos às pessoas que nos honram com suas visitas!!


 

domingo, 14 de novembro de 2021

Topando com um Atobá pardo!

 















Atobás são aves grandes, possuem tamanho entre os 65 e 85 de comprimento, com uma envergadura das asas que chegam a alcançar 1,5 metro!

São exímios pescadores e para pescar ás vezes chegam a praticar manobras e malabarismos incríveis! São aves costeiras e que na época da nidificação procuram pequenas ilhas ou locais inacessíveis para depositar seus ovos( geralmente dois) no chão.

São aves marinhas e comuns. Aqui em Vitória são facilmente vistos na entrada da baia de Vitória! Raramente chegam e entrar nos canais dentro da cidade. O comum é velos ao longe, nas proximidades dos navios encorados na barra do porto de Tubarão, ora pousados nas boias ora dando seus mergulhos nas proximidades dos ditos navios.

Portanto, foi com surpresa que vi esse Atobá aí, e consegui  fotografa-lo  bem perto! Veio voando ao lado da Ilha do Boi, numa manhã fria e com mar agitado devido ao tempo instável desse novembro. Talvez perdido? Ou preocupado com a escassez de alimento próximo aos navios? Eles costumam, também, acompanhar de muito perto os barcos pequenos dos pescadores que saem ao mar, na esperança de sempre ganhar um peixe menor ou pegar os peixes descartados pelos pescadores. Mas nessa agitação desses dias da primeira quinzena de novembro, devem ser poucos os barcos de pescadores!


Com as asas abertas, voando em minha direção!
















Além de grande pescador é também, um grande acrobata aéreo!




















Já desviando para retornar ao mar alto.






















Tenho comparecido quase todos os dias à Ilha do Boi para "vigiar" a chegada dos maçaricos migrantes, intercontinentais, que viajam do polo norte até o Polo Sul, e que, nessa viagem, fazem uma "pousada" aqui na nossa ilha do Boi para descanso. Neste 2021, até agora só registramos dois: o pintado, Actitis macularius e o Maçarico de sobre branco, Calidris fuscicollis.!

Nessa "vigilia" podemos ter fatos diferentes como é o caso desse Atobá e que aqui comentamos!

Um abraço e muito obrigado a todos os visitantes!!