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quinta-feira, 14 de março de 2024

Novo registro do Colhereiro para a baia de Vitória.

 O Colhereiro, Platalea ajaja é uma ave de grande porte, medindo comumente entre 68,5 a 86,5 cm (Wiki Aves). Distribui-se por quase todo o Brasil, sendo espécie muito conhecida, principalmente quando ajuda a compor os cartões postais de fotos do Pantanal. Além da bela cor rosada, um de seus distintivos é o formato de colher do bico. Daí o apelido. Esse formato de bico é muito utilizado pela ave ao "peneirar" águas e lamas das regiões onde habita, à procura de seu alimento, pequenos peixes, insetos, crustáceos, moluscos. Uma das razões da bela cor rosada da espécie é a presença das substancias chamadas de carotenoides, presentes em muitos dos pequenos animais de que se alimenta. 


Foto do Colhereiro, clicado agora dia 12-3-2024, no mangue final do Campus da UFES:


Lembramos que o primeiro registro dessa ave para o município de Vitória foi feita por nós, em 09.06.2013 conf. mostramos a seguir:


Dessa forma, ficamos muito felizes, por constatar que uma ave famosa, de grande tamanho e muito vistosa, está conseguindo manter sua população nas proximidades de um grande centro populoso. 






Ás pessoas que nos visitam, nossos sinceros agradecimentos!!


segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Encontro de Bacuraus em Barra do Jucu, Vila Velha, ES.

Tivemos noticia do aparecimento de duas espécies de bacuraus, muito semelhantes no bairro de Barra do Jucu, municipio de Vila Velha, próximo a Vitória.

Já tínhamos a informação de que algumas vezes, essas duas espécies, o Bacurau norte americano, Chordeiles  minor, o o Bacurau de asa fina, Chordeiles acutipennis, algumas vezes, costumam abrigar-se no mesmo local, até mesmo na mesma árvore!

O local desse encontro foi a Praça Pedro Valadares, local muito frequentado em Barra do Jucu, arborizada e local muito visitado por muitas aves e também pessoas. Um dos moradores, ao nos ver fotografando os bacuraus, informou que esses bacuraus ficam o ano inteiro nessa pracinha.

Provavelmente ele se referia ao Bacurau de asa fina, que é residente no local, não é migratório e, certamente, deve povoar as arvores próximas durante o ano.

Notamos que o comportamento das duas aves era diferente. O Bacurau norte americano, que é migratório, o Chordeiles minor, ocupava uma árvore maior, com muitos troncos abertos e a ave ocupava de preferencia esses lugares abertos e facilmente visíveis.


O Bacurau norte americano parece não ter muita preocupação em se esconder e também estava há uma altura maior que o de asa fina.






Pesquisamos bastante na internet sobre as diferenças de plumagem dentre essas duas espécies. Segundo o Wiki Aves, essas diferenças são sutis, pois são aves muito semelhantes.

Uma das chaves de identificação é justamente a posição da mancha branca existente nas asas das duas espécies. No Norte americano,  essa mancha branca aproxima-se das primárias como podemos ver nessa foto da esquerda.


O individuo à esquerda, é o que reputamos ser o Bacurau de asa fina. 

A mancha branca da asa já está mais longe da primárias, aproximando-se da ponta da asa.

Observamos também uma maior tonalidade da cor marrom na plumagem.



Outra foto do Bacurau de asa fina. Nota-se uma maior riqueza de tons marrons claros e também a presença da mancha branca próxima à ponta da asa.






O Bacurau norte americano, C. minor ocupou sempre os locais mais altos e abertos da árvore, ao contrario de C. acutipennis que ficava mais baixo e mais discreto. Ficou evidente que separar duas espécies tão próximas é tarefa para especialistas mas nós como observadores de aves também podemos nossa contribuição sobre o comportamento dessas aves.


C. minor ocupou locais mais expostos da árvore, facilmente visualizados por nós.









Agradecemos às pessoas que nos honram com suas visitas!!










quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

A Choca Listrada, Thamnophilus palliatus, dentro da cidade!

Thamnophilus palliatus, a Choca-listrada, é uma ave descrita na literatura ornitológica como habitante de bordas de florestas úmidas, clareiras em regeneração, áreas com emaranhados de cipós, capoeiras arbustivas e quintais (Wiki Aves). Essa ultima localidade possível, quintais, é a melhor explicação para nossos registros dessa ave, tão bonita e portadora de linda voz, que realmente gosta muito de se esconder nas brenhas das capoeiras, mas que logo ao ouvir seu chamado, responde rápido a fim de conhecer um possível companheiro ou talvez um intruso que adentrou seu território.

Este individuo, uma fêmea, ficou muito tempo parada, curiosa em saber de onde vinham os sons que lhe eram tão familiares.









Essa espécie é comum no ES, chegando mesmo a ter vários registros na capital. Trata-se de uma ave da família dos Thamnophilideos, insetívoras por excelência e que antigamente eram todas lançadas na família Formicariidae.

Vitória, a capital do Espirito Santo, possui muitos bairros arborizados, o que facilita muito a invasão dessas aves, tanto florestais quanto semi - florestais, o que parece ser a melhor classificação para essa choca. Muitos observadores de aves, iniciantes, costumam se entusiasmar com a beleza dessa ave e a elegem com orgulho como seu "primeiro lifer".

De nossa parte vemos com entusiasmo uma espécie como essa invadindo os quintais da cidade, povoando de beleza e musica nossos jardins.

Muito obrigado aos amigos e amigas que nos visitam!!

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Novo encontro com o Patinho de asa castanha.

 No  dia 8 de janeiro próximo, quando fizemos a ultima excursão às proximidades da Rebio Duas Bocas, tivemos também a oportunidade de chamar por  outra ave rara, nossa conhecida, habitante do lugar.

Trata-se do Patinho de asa castanha, ou Patinho gigante, o Platyrinchus leucoryphus. Assim como o Sabiá pimenta, Carpornis melanocephalus, esse patinho é nosso conhecido há muito tempo, desde 1987, quando acompanhamos o ornitólogo do COA/RJ, o Sr. Carlos Eduardo de Souza Carvalho, em uma visita à área de mata primária da reserva, na localidade de Alegre. Nessa ocasião, estava conosco também o Sr. Álvaro Ribeiro, saudoso fundador da Rebio Duas Bocas. Lembro-me que o Sr. Carlos Eduardo nos contou passagens das várias reuniões do COA do Rio de Janeiro que eram presenciadas por ninguém menos que o próprio Helmut Sick! Segundo Carlos, que era ou é medico,(perdemos seu contato!) o interesse do SICK nessas reuniões motivava-se porque queria espalhar os conhecimentos sobre nossa avifauna e incentivar os jovens a gostar de nossas aves, entendia que somente por meio do entusiasmo da juventude teríamos como preservar florestas e proteger nossas aves.

Na ocasião, não fotografávamos, e encontramos apenas um individuo do Patinho perdido na mata, o que demonstra que mesmo naquela época já era uma ave muito rara. Algumas espécies são, naturalmente raras e talvez a natureza desse Patinho seja essa: poucos indivíduos espalhados pela grande área da mata.


Platyrinchus leucoryphus fotografado em 08.1.2024 em área de mata secundária alta, nas proximidades da Rebio Duas Bocas, em Cariacica,ES.

Segundo a IUCN a ave é classificada como VU, vulnerável, o que significa que é ameaçada de extinção se seus últimos refúgios forem perturbados.

Em nossos registros dessa ave, ao ouvirmos seu chamado forte, de uma nota só é o momento de tentar aproxima-lo com algumas poucas chamadas do playback. Notamos porém que só se aproxima ao ouvir seu canto melodioso que algumas vezes é intercalado com as chamadas.

Sempre registramos apenas esse individuo, quase sempre nas proximidades de um córrego e nos mesmos locais. 

Sua distribuição alcança do ES (Em Cariacica e Santa Teresa), Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, sempre nas serras, a "cordilheira marítima do Brasil Oriental", mas, existe um registro de vocalização para Foz do Iguaçu no Paraná(?).





Registros do Patinho de asa castanha, segundo o Wiki Aves.: https://www.wikiaves.com.br/mapaRegistros_patinho-de-asa-castanha







OBRIGADO, pessoas amigas que nos visitam!!!


quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Um ninho, com filhote, de Spizaetus ornatus, o Gavião de Penacho.

 O Gavião de penacho, Spizaetus ornatus é um rapinante de grande porte. Trata-se de uma de nossas águias de penacho, com comprimento de 58 a 67 centímetros, com a fêmea pesando cerca de 1,5 kg. (Wiki Aves). É um predador de topo da cadeia alimentar, capturando uma grande variedade de presas, desde aves grandes como araras e macucos até mamíferos como gambás e quatis. É uma das espécies mais ameaçadas de extinção, e, com exceção das águias maiores como a Harpia e a Águia cinzenta, pode se afirmar que certamente o gavião de penacho está quase na mesma situação de risco. Em nossas experiencias de observador de aves, durante muitos anos, em apenas três ocasiões tivemos oportunidade de registrar essa ave.

A última delas, ontem dia 10 de janeiro de 2024, quando descobrimos o filhote quase escondido no grande ninho de gravetos em uma arvore emergente da mata em Santa Teresa neste estado do Espirito Santo.

A grande emergente onde Spizaetus ornatus escolheu para colocar seu ninho.

Calculamos a distancia de onde nos encontrávamos em cerca de 2 a 3.000 metros. 

Para fotografar, um verdadeiro trabalho de sniper fotográfico.




Um crop para poder se localizar no ninho, feito de gravetos, no terço médio superior direito da árvore.







Com algum esforço conseguimos visualizar o filhote dentro do ninho.



Nessa fase do crescimento, o filhote apresenta a      cabeça e pescoço de cor branca suja, já com o esboço de um topete, também branco.










Nessa foto já é possível visualizar seu tope branco amarelado e algumas listras horizontais escuras no peito.





























Finalmente o filhote do Spizaetus mudou de posição e conseguimos fazer essa foto, ainda sem qualidade devido à grande distancia.

Esse filhote provavelmente deverá voar do ninho nos próximos 30 dias, pois conseguimos vê-lo movimentando bastante as asas como se já estivesse treinando para o grande dia quando alçará voo de sua maternidade.

Spizaetus ornatus é um grande gavião florestal que é mais exigente ecologicamente que seus congêneres, Gavião pega-macaco e Gavião -Pato, outras duas grandes águias florestais de nossa região.

Necessita de grandes áreas de florestas altas para habitar, não costuma fazer incursões aéreas exibitivas como o Gavião Pega Macaco ou caçadas aéreas como o Gavião -Pato. Isso passa ao observador uma impressão de muita raridade desse Gavião de Penacho! Além disso, seus hábitos são muito discretos. No caso de ninhos como esse que avistamos, é difícil surpreender a ave no ninho cuidando do filhote, pelo menos no estagio em que vimos. Esse gavião, quando nidificando, percorre a floresta por baixo das copas, e somente sobe para levar alimento ao filhote quando encontra a ave certa onde está o ninho.

Destaque muito importante a ressaltar, é que, talvez seja um de nossos mais belos gaviões, com o adulto possuindo as laterais da cabeça e o pescoço de cor castanha avermelhada. Sua distribuição de ocorrência abrange desde o México até a Argentina. No Brasil, em todos os estados com exceção da caatinga e do extremo sul.

A plumagem varia durante o crescimento da ave.

Agradecemos às pessoas que nos visitam!!

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Carpornis melanocephala: uma joia na Rebio Duas Bocas.

 Estivemos novamente na Rebio Duas Bocas, na vizinhança da reserva, percorrendo a estrada marginal.

Novamente fomos privilegiados com o avistamento de dois machos do Sabiá pimenta, o Carpornis melanocephala.

Antes vamos relembrar quem é essa figura! Trata-se de uma ave endêmica do Brasil e da Floresta Atlântica, ocorrendo desde o estado de Alagoas até o Paraná. É uma ave rara e ameaçada pois grande parte de seu território, a mata atlântica da baixada, foi derrubada. Esse Carpornis faz um contraponto com o outro , o Carpornis cucullata, o Corocochó que habita as serras e geralmente uma altitude mais elevada na floresta atlântica.

Nosso Sabiá pimenta, também recebe o apelido de Coxo nos estados nordestinos.


O Belíssimo exemplar, fotografado ontem dia 8 de janeiro de 2024 na estrada marginal à Rebio Duas Bocas em Cariacica.ES.

São componentes da família Cotingidae, os famosos Cotingas, sendo portanto, parentes das Arapongas e dos Anambés. Isso sem falar nos Pavós, Tesourinhas e outros! É uma família muito importante na sociedade empenada e além desses citados, tem muitos outros parentes importantes!


A mesma ave, dessa vez, pousando em uma imbaúba das proximidades.






Minha relação com essa ave nesse local, a Rebio Duas Bocas, é bem antiga, pois conheço a reserva desde 1986 e foi no ano de 1987 que eu a registrei pela primeira vez. Creio que esse fato é digno de importância, pois nós, enquanto observadores de aves, somos muito tocados pela ideia de extinção das espécies e então, desejamos muito que nossas aves sejam todas poupadas desse fenômeno da  extinção.

Pois bem, a Reserva em questão, é uma excelente refugio para nossas espécies florestais, mas, trata-se de uma reserva pequena. Sua área registrada e preservada é de 3.000 hectares, e no seu entorno, podemos concluir, pelas imagens do Google Earth, que temos outros 4.000 hectares contínuos à área da reserva, pertencentes a particulares. Resulta daí que no total são cerca de 7.000 hectares de matas protegidas.

Não conhecemos as exigências ecológicas da espécie quanto à área mínima para cada casal sobreviver, mas concluímos que, se pelo menos desde 1987 a espécie continua em Duas Bocas, é sinal de que se acha realmente protegida e, de fato, tem conseguido se manter nos mesmos locais que há registramos tantos anos atrás.


Recentemente, no mês de Dezembro p.p., durante o evento promovido pela Rebio com observadores de aves, foram registrados cinco indivíduos na mata primária da reserva.






Percorrendo a estrada marginal, já observamos que a distância entre dois indivíduos cantores, nessa estrada é algo em torno de 1,5 km.


Nesse mapa do Google Earth, pode ser verificada a expansão da área florestal ligada à Rebio Duas Bocas. A distancia norte -sul dessa imagem de florestas, alcança 9,9 Km. e a distancia leste -oeste alcança 7,8 Km. Temos então, uma área florestal de 77 Km2. Ou seja, a  área exclusivamente florestal alcança 7.700 hectares. Isso sem contar os inúmeros fragmentos pequenos que podem ser vistos na imagem. Nosso calculo abrange apenas a área continua de floresta. Porém, é obrigatório informar que, em nossas atividades nesses anos todos, nunca vimos esse Carpornis em área de capoeira ou capoeirão! Parece tratar-se de um pássaro exclusivo da mata alta. Essa exigência ecológica, dificulta ainda mais sua preservação em nossa mata atlântica!

Abaixo, reproduzimos o mapa da distribuição da espécie segundo o Wiki Aves:

fonte: WIKI AVES: www.wikiaves.com.br


A área mais ao norte representa a Estação Ecológica de Murici em Alagoas, onde a espécie também é registrada. Na grande área ao sul, são as regiões do leste de São Paulo e Norte do Paraná onde se concentra, talvez, a maior população remanescente de nosso Sabiá Pimenta. E nos pontos vermelhos do Esp. Santo, temos as populações de Duas Bocas mais ao sul e a área das reservas da Vale e Sooretama mais a norte. A Bahia também concentra uma boa população remanescente da espécies nas reservas do Estado.

Portanto, temos esperança de que essa magnifica cotinga, consiga escapar da extinção.

Muito obrigado, pessoas que nos visitam!!



RECEBENDO A VISITA DE UM VELHO CONHECIDO: O MAÇARICO DE ASA BRANCA

 O Maçarico de asa branca, Tringa semipalmata é nosso velho conhecido! Nossa amizade foi coroada por encontros nos anos de 2016, 2020 e 2022. Agora em novembro de 2023, tivemos a honra de hospeda-lo novamente na Ilha do Boi, quando o Tringa apareceu novamente, animado com a perspectiva dessa belíssima viagem que faz todo ano saindo do Canadá e indo até as proximidades da Antártida!

De fato uma viagem bem longa e, talvez por essa razão, nosso amigo costuma ficar muito tempo em nossa capital. Nessa ultima visita, agora em novembro de 2023, ele foi registrado entre os dias 17 a 27 de novembro.


Tringa melanoleuca é ave belíssima e de grande porte, alguns indivíduos chegam a medir mais de 40 cm. de comprimento e pesando até 375 gramas (Wiki aves).


Passando ao lado de um Piru-piru, Haematopus palliatus.









O Maçarico de asa branca caça os pequenos animais que ficam expostos na maré baixa: caranguejos, sirizinhos. etc.























Uma postura de descanso de Tringa melanoleuca: a ave parece gostar dessa posição.














Agradecemos às pessoas que nos visitam, para obter noticias sobre nossas aves.