Translate

sábado, 5 de julho de 2025

A Gaivota de rabo preto, Larus atlanticus.

 Em nossa recente viagem ao sul do Brasil, tivemos a oportunidade ( apenas uma!) de conhecer a Gaivota de rabo preto, Larus atlanticus.



Trata-se de Gaivota de grande porte, atingindo 56 cm. de comprimento e pesando até quase 1 kg. Sua população reprodutiva encontra-se toda na Argentina. Chega ao Brasil durante o inverno antártico, sendo observada mais nas praias do Rio Grande do Sul e às vezes, em Santa Catarina. Esse individuo que fotografamos é um jovem, devido sua plumagem, cor marrom e estriada. O adulto possui plumagem mais parecida com o Gaivotão, tendo a base da cauda de cor preta, o bico amarelo com uma ponta preta onde na extremidade encontra-se pequeno sinal vermelho.


Essa gaivota tem hábitos semelhantes a outras aves rapinantes marinhos como os Mandriões. Alimenta-se de peixes, mexilhões, restos de peixes deixados por barcos de pesca. Costuma roubar alimentos de outras aves marinhas.

Em virtude do aumento das atividades humanas em praias onde costuma viver, sua população tem sofrido ameaças e atualmente encontra-se enquadrada na categoria de NT, quase ameaçada, pelos critérios da IUCN.

Sua raridade no Brasil pode ser constatada pelos registros no Wiki Aves. São 364 fotos para o Estado do Rio Grande do Sul,  apenas 11 em Santa Catarina e 2 fotos no Paraná. A grande maioria desses registros são para o período de Maio a agosto, ou seja nos meses de inverno.

Para os observadores de aves, essa é outra ave de inverno, com possibilidade de ser registrada apenas nos meses mais frios do Sul. E, mesmo assim, é preciso sorte, pois como vimo, são poucos registros na costa gaúcha.

Agradecemos ás pessoas que nos visitam!!

domingo, 29 de junho de 2025

Os Registros de Batuiras migratórias no inverno do sul.

 Para o observador de aves, geralmente as espécies desconhecidas mais interessantes são aquelas com algum comportamento especifico e curioso. Nesse aspecto, as aves migratórias, que viajam de determinado lugar para outro em decorrência do clima, são muito interessantes! Tal é o caso de algumas espécies de batuíras, nativas do extremo sul do continente, moradoras do extremo sul da Argentina e do Chile, portanto, muito próximas da gelada Antarctica.

Em nossa recente excursão ao Rio Grande do Sul, entre os dias 31 de maio, até 07 de junho, aos municípios de Mostardas e Tavares, dentro dos limites do Parque Nacional da Lagoa do peixe, já sabíamos que poderíamos encontrar algumas dessas aves. E foi o que aconteceu, para nossa sorte, encontramos três espécies com esse comportamento: a Batuíra de peito tijolo, a Batuíra de coleira dupla e a Batuíra de papo ferrugíneo. E o inicio do inverno foi propício para o aparecimento dessas aves, pois as temperaturas estiveram sempre rondando os 10 graus centigrados, e, até menos em algumas madrugadas.

Batuíras são aves pequenas, pertencentes à família Charadriidae, a mesma família dos quero-queros. No município de Vitória, comumente temos apenas uma batuíra, a batuíra de bando. Se incluirmos municípios vizinhos, podemos encontrar a Batuíra de coleira. São aves que se alimentam de minúsculos seres que vivem nos banhados e locais lamacentos, como minhocas, caranguejinhos, vermes, crustáceos, etc. Frequentemente encontramo-las revolvendo esses locais.


Esta é a batuíra de peito tijolo, Charadrius modestus. Fotografamos na localidade de Barra da Lagoa, dentro do Parque Nacional da Lagoa do Peixe. Os primeiros indivíduos migrantes chegam ao Brasil em meados de abril. Alguns viajam até o litoral de São Paulo, tendo registros até mesmo no litoral do Rio de Janeiro. Mas a grande maioria fica mesmo é no sul, principalmente o Rio Grande do Sul. Na volta, quando retornam à sua pátria, no extremo sul da Argentina e do Chile, partem, ao que parece, no mês de agosto. Conferimos os registros do Wiki Aves e concluímos que a grande maioria fica no Brasil apenas até fins de agosto.


A Batuíra de coleira dupla, Charadrius flalklandicus. Apesar de ser ave do extremo sul do continente, sua descrição significa "pássaro amarelado das falklands", é uma Batuíra migratória que apesar de vir no inverno, também pode ser registrada no verão, pois alguns indivíduos ficam no Rio Grande do Sul, e, até mesmo existem registros de nidificação lá! Possui quase os mesmos hábitos alimentares da anterior. Seus registros são menos numerosos que os da Batuíra de peito tijolo.


Essa, foi a Batuíra mais difícil de ser fotografada devido à distancia que se manteve, demonstrando ser mais arisca que as demais.  É a Batuíra de papo ferrugíneo, Oreopholus ruficollis. Apesar de existirem alguns registros pontuais nos meses mais quentes, essa ave chega como as demais, a partir de abril e fica até agosto, quando, provavelmente retorna ao extremo sul do continente. Das batuíras migratórias que chegam no inverno, esse foi o registro mais comemorado! Se comparadas ás outras duas batuíras que citamos, pode ser considerada como a menos comum. Isso, após analisarmos a quantidade de registros já verificados para as três batuíras no Wiki Aves. Também notamos um comportamento um pouco diferente: enquanto as demais ficam nos alagadiços e ou na zona rasa das marés, e não se importam muito com nossa presença, a Batuíra de papo ferrugíneo, vai se afastando aos poucos, ao nos aproximarmos. Segundo o Wiki Aves, essa, é uma "visitante incomum" no inverno.

Muito obrigado, pessoas que nos visitam!!!

sábado, 21 de junho de 2025

Viagem ao Sul: Flamingos!

 Recentemente, entre os dias 31 de maio a 07 de junho deste ano de 2025, fizemos uma ótima excursão até as localidades de Mostardas e Tavares, no Rio Grande do Sul.

Trata-se das localidades onde se situa o Parque Nacional da Lagoa do Peixe, e estávamos no local para fotografar aves.

Fizemos ótimas fotos e conseguimos registrar muitas aves interessantes, mas abrimos essa série de postagens, com as imagens incríveis, do Flamingo chileno, o Phoenicopterus chilensis. Essa belíssima e emblemática ave, pudemos fotografar na localidade de Barra da Lagoa, município de Tavares, RS.

Sua distribuição geográfica, segundo o Wiki Aves, abrange o Peru, Chile, Bolívia e Argentina até a Terra do Fogo. No Brasil, temos registros no Sul e sudeste do país.


O Flamingo é uma ave belíssima, e sua alimentação, compõe-se de invertebrados aquáticos, sementes e algas, que obtém filtrando a agua com seu bico peculiar.


Apesar de sua beleza maravilhosa, essa ave está ameaçada! Atualmente é classificada pela IUNCN na categoria NT, quase ameaçada. Isso ocorre pela perturbação de que é vitima em seus ninhais, A espécie põe apenas um ovo que é chocado pelo casal, em grandes colônias de aves da espécie. Na Lagoa do Peixe, nos informaram que em alguns anos, os flamingos até tentaram se reproduzir no local mas foram perturbados por pescadores e caçadores que procuravam seus ovos. Os ovos dos flamingos possuem uma gema fortemente avermelhada e por essa razão são visados.


O Flamingo é muito sociável. Costuma formar grandes colônias, as vezes de milhares em locais em que se sente protegido e com boa alimentação.

Um dos fatores para sua diminuição, é a grande exigência para a nidificação. Além do local não poder ser perturbado, a espécie costuma falhar anos na reprodução, o que, certamente diminui sua quantidade.

No Brasil, na região Sudeste, temos vários registros nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, seno o ponto mais ao norte em que foi registrado, segundo o Wiki Aves, parece ser o município de Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro.,

Muito obrigado, pessoas amigas, que nos visitam!


domingo, 11 de maio de 2025

A Gaivota de Cabeça cinza, Chroicocephalus cirrocephalus, em Vitoria- ES.

 Chroicocephalus cirrocephalus, a Gaivota de cabeça cinza, é uma espécie de gaivota de tamanho pequeno se comparada a sua prima maior, o gaivotão. Mede de 38 a 44 cm. de comprimento (Wiki Aves) o que é quase o mesmo tamanho do Trinta réis de bando, (Thalasseus acuflavidus) nosso Trinta réis mais comum aqui em Vix. Também se comparando com o gaivotão, Larus dominicanus, ela é bem menor. O Gaivotão mede cerca de 58 cm.



Essa Gaivota tem poucos registros no Wiki Aves para o Espirito Santo e sua ocorrência nesse estado parece ser ocasional, não havendo, aparentemente, estudos que indiquem dados sobre sua flutuação populacional ou seus hábitos.


Durante alguns dias, notamos sua presença observando aves no local da Ilha do Boi. Em meio aos trinta réis, e graças a seu comportamento um pouco diferente, notamos um individuo dessa ave graciosa. A  gaivota passou voando e dirigiu-se na direção do Porto de Tubarão, em um voo reto e sem interrupções. Isso aconteceu na quinta feira dia 8 de maio. Como já tínhamos viso no Wiki Aves, fotos dessa ave nas proximidades do píer dos pescadores da Praia do Suá, deduzimos que possivelmente a ave frequenta essa área de portos e atracadouros, eventualmente voando em direção ao Porto de Tubarão. E na sexta feira dia 9 de maio, fomos direto ao Píer dos pescadores e lá encontramos essa ave misteriosa e bela! Nesse mesmo dia, outros colegas observadores também conseguiram fotografa-la.

Voltamos lá no sábado e domingo, mas nem sinal do individuo novamente. Esse individuo, está com uma plumagem de descanso reprodutivo, e, provavelmente trata-se de um jovem. Como seu tamanho regula mais ou menos com o dos Trinta réis, talvez sua identificação, aliada ao fato de não ser comum, seja mais dificultada a observadores menos experientes.

Primeira foto que fizemos, na quinta feira dia 8 de maio. Infelizmente contra luz, não permitiu ser melhorada.
Continuamos tentando entender os hábitos dessa ave aqui em nossa Cidade, para que possamos, inclusive, acrescentar mais informações a seu respeito.

Muito Obrigado, Pessoas que nos visitam!!!


quinta-feira, 1 de maio de 2025

Finalmente encontrei o Chintã !

 O Inhambu- Chintã, Crypturellus tataupa é um de nossos magníficos Tinamídeos. Famoso na musica popular onde dá nome a uma de nossas duplas musicais mais famosas e vitoriosas, esse Inhambu durante muito tempo me escapou. Em muitas ocasiões estive perto de fazer uma foto, nesses longos anos, mas no momento certo, o danadinho não saia de sua brenha. Muito perseguido pelos caçadores e predadores, nossos inhambus são ariscos e desconfiados.


No momento que tomou coragem, o Chintã atravessou a pequena estrada no meio da mata, e, confiante sem nos ver, deu chance de umas fotos!.

A família Tinamidae é uma das mais típicas de nossas matas. Vários deles são aves cinegéticas, isto é, são caçadas como alimento. Algumas, de tão caçadas, tornaram-se até ameaçadas de extinção.

Comentei aqui, o caso da Perdiz, Rhynchotus rufescens, que, ao ser chamada por meio de "play- back" torna-se vulnerável aos caçadores. O mesmo pode ser aplicado a nossos inhambus. Para evitar a extinção local desses bichos, a caçada precisa ser feita com prudência, sendo suspensa tão logo se note que a espécie está ficando difícil de ser notada, seja pela visualização e principalmente pelo canto.

Os tinamídeos, Macuco, Jaó, Perdiz, Inhambus praticam uma forma de reprodução que tem se revelado de muito sucesso: a poliandria! Nesse costume natural, uma fêmea se acasala com vários machos. O macho constrói o ninho e as fêmeas vão depositando seus ovos nesse ninho. Quando atinge uma certa quantidade, no caso do Chintã, os ninhos costumam ter entre 3 a 5 ovos (Wiki Aves). Mas, no caso da Perdiz, os ninhadas são de 3 até 9 ovos!


Ao se deparar com o obstáculo do barranco alto, por alguns instantes, o Chintã vacilou, talvez pensando em como superar esse obstáculo. Depois a ave de um pulo alcançou a parte superior do barranco e desapareceu na capoeira.

Para conseguir essas fotos, procuramos não estressar a ave. No Wiki Aves existem muitas fotos dessas aves correndo ou fugindo apressadamente. Como não tivemos sucesso com a observação direta, postamo-nos em área próxima onde tínhamos ouvido anteriormente a ave cantar.

Instalamos uma blind de cor verde escuro com tons marrons, bem camuflada! Postamo-nos num banquinho escondidos, atrás da blind e esperamos a ave. Para nossa sorte, não demorou muito e a ave atravessou a estradinha, calma e observadora. Como não nos viu, pudemos fazer essas fotos, também com calma e admiração.

O Chintã se alimenta de sementes diversas, e também de matéria organica como vermes, minhocas, pequenos animais que encontra em suas andanças nas capoeiras e matas.

É uma ave que tem demonstrado uma boa capacidade de adaptação às modificações feitas pelo homem na paisagem. Assim, por vezes pode ser ouvido até mesmo dentro de eucaliptais com sub bosque preservado. Plantações altas como de cana de açucar. Capoeiras e capoeirões e mesmo em espigões de mata secundária.

Esses locais, são lugares de vegetação mais alta, onde o Chororó, C. parvirostris, não penetra por preferir vegetação mais baixa como pastos, cafezais, etc.


Nosso herói, com calma atravessando a estradinha.

Temos a boa impressão, que essas aves, com o aumento da consciência ecológica, mesmo que por parte de caçadores, vão conseguir escapar da extinção, alegrando-nos com seus trinados melodiosos e continuando nos encantando com sua existência.

A caça deveria ser evitada, já que é proibida em nosso pais. Mas, os caçadores clandestinos, que insistem nessa atividade, precisam se conscientizar da fragilidade dessas aves. Tão logo se tornem mais difíceis de ser ouvidas ou encontradas, qualquer atividade deve ser interrompida imediatamente.

Para escrever essa matéria, valemo-nos de nossa experiencia como observador de aves e também, da valiosa ajuda do WIKI AVES (www.wikiaves.com.br) e do livro dos saudoso Professor Helmut Sick, Ornitologia brasileira, edições de 1985 e, de 2001 revista e ampliada por José Fernando Pacheco.

Agradecemos às pessoas que nos honram com suas visitas!! Obrigado!


quinta-feira, 24 de abril de 2025

CENSO SOBRE O Papagaio de peito roxo, Amazona vinacea.

 


Amazona vinacea, o Papagaio de peito roxo é considerado como uma ave ameaçada de extinção, na categoria EN, o que significa que se os esforços de conservação não forem suficientes, em um curto período de tempo, essa ave magnifica poderá estar extinta na natureza.

Registramos esse papagaio recentemente, em Campos do Jordão- SP, nas datas de 4.10.2024. Mas, já antes havíamos registrado em 2017, 2016,2015 e 2013. Os registros sonoros chegaram a 9, a maioria na região oeste do ES, municípios de Laranja da Terra, Itarana e Afonso Claudio.

A Foto feita em Campos do Jordão, do Vinacea pousado no cimo de uma araucária.

Nessas ocasiões, percebíamos que o Vinacea era mais raro que o Chauá, Amazona rodocorytha. Pela manhã, não era muito difícil ouvir sua voz rouca nos altos dos morros e depois, passavam voando, às vezes dois ou então alguns poucos indivíduos vocalizando e cruzando os céus.

Agora, com esse censo, esperamos que alguma luz seja jogada sobre o futuro desse papagaio e que essa luz seja de esperança.

OBRIGADO amigas e amigos que nos visitam!!!



quarta-feira, 23 de abril de 2025

O Maçarico de asa branca, Tringa semipalmata, ainda está aqui!

 Tringa semipalmata, o maçarico de asa branca, continua aqui em Vitória! Trata-se de espécie migratória, que vem do norte da América do Norte: USA e Canadá. Temos visto aqui apenas um individuo (?), que tem nos despertado curiosidade. Observando as fotos postadas no Wiki Aves, percebemos que são poucos os registros a partir do dia 20 de abril aqui no Brasil.


Foto do Tringa semipalmata, feita hoje dia 23.4.25 na Ilha do Boi.

Após o dia 25 de abril, temos registros (fotos) no próprio dia 25, em 8 de julho e 20 de julho, e vários registros posteriores, mas fora do Brasil.



Tringa semipalmata no mesmo local, em foto de 25-3-2025:  Seriam indivíduos diferentes?

É sabido que chegada a época de reprodução essas aves migratórias voltam a seus países de origem. Tanto assim que notamos esse individuo com plumagem supostamente já de reprodução, que fotografamos no dia 25-3-2025  na ilha do Boi.

Nessa nossa excursão de hoje, parece tratar-se até mesmo de outro individuo (?) da mesma espécie, pois, já com plumagem nupcial.

De qualquer forma continuamos vigiando nosso Tringa,  curiosos a respeito de sua estadia aqui na capital do ES.

OBRIGADO, pessoas que nos visitam!!!