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sexta-feira, 19 de julho de 2019

Laniocera hypopyrra, a CHORONA CINZA!

A  Chorona cinza, Laniocera hypopyrra, é uma ave da família TITYRIDAE, habitante da Floresta Atlântica de tabuleiros e da Floresta Amazônica!


Um individuo ainda imaturo, fotografado em Linhares na Reserva Natural Vale do Rio Doce em 21.12.2015.

Esta ave é uma das conhecidas "amazônicas" das matas de Linhares, da região dos tabuleiros litorâneos, que englobam terras do sul da Bahia e do Espirito Santo, ao norte do Rio Doce.
Já foi dito em vários locais, que essa região dos tabuleiros tem uma forte identidade florística e faunística com a floresta amazônica!.

Mapa de ocorrências da Chorona de acordo com os registros existentes no Wiki Aves, www.wikiaves.com.br:






Pode ser observado que no leste do Brasil, são muito poucos os lugares de ocorrência dessa ave, marcados no mapa com os pontinhos vermelhos.













O nome  popular Chorona, certamente advém de sua vocalização, um assobio que lembra um choro! Essa ave magnifica, já foi classificada, antigamente até uns 30 anos atrás, na família Cotingidae com os quais possui certa semelhança. Porém, mais recentemente, com o desmembramento dos cotingas em tribos menores, coube-lhe ficar entre os Tityrideos.

Trata-se de uma ave de tamanho médio, 21 cm., habitante do interior da mata, onde fica abaixo da copa, no estrato médio, muitas vezes imóvel e fleumático. Não é rara e nem está ameaçada, enquanto as florestas não forem destruídas. Alimenta-se de insetos e frutos. Já foi descoberto que os ninhegos dessa ave, quando bebês ainda no ninho, tem uma aparência bizarra, parecida com lagartas cabeludas. Talvez isso seja uma adaptação da espécie á alta taxa de predação de que é vitima! Segundo  o WA, em certas zonas, a Chorona chega a ser vitima de predação de 80% de seus ninhos!.


No ultimo dia 19 de julho de 2019, encontramos a Chorona, de novo, na Reserva da Vale.

O individuo macho vocalizou várias vezes e pudemos fotografa-lo na posição que mais gosta, à sombra da copa e bem protegido!

Enquanto conseguirmos preservar nossas florestas, poderemos ouvir o canto melancólico e característico da Chorona cinza.







Muito obrigado aos amigos e amigas que nos visitam!!!

quarta-feira, 3 de julho de 2019

ALGUMAS AVES DA TRILHA DOS TUCANOS


A Trilha dos Tucanos é uma propriedade particular situada no município de Tapiraí, SP., destinada a birders do mundo todo, e, que a cada dia atrai mais interessados em suas aves. Em algumas oportunidades já fizemos referencia a esse lugar aqui neste blog. Inclusive, já estivemos no local várias vezes, mas desta vez, ficamos pernoitados para observação mais acurada das aves do lugar.

Aqui nossa colega e amiga Celi Aurora, posa junto ao Portal da Trilha.
O local é muito visitado por brasileiros e também gringos de diversos países e até do oriente!










                                                                                                                                                                                                                                                                             
                                                                                                       

Toda a região é ocupada  por densa cobertura florestal da Mata Atlântica.


Nessa imagem, copiada do Google Earth, é possível ver parte do tamanho dos remanescentes da Mata Atlântica no litoral de São Paulo e Paraná.Toda a parte em verde escuro é a mata. Da cidade de São Pulo até Curitiba, em linha reta do Google, temos 292 km de extensão dos remanescentes, e a largura em média, supera 80 Km.!!







Dessa forma, em termos de remanescentes florestais, a região é muito florestada e por essa razão, alguns elementos típicos da mata continuem vivendo nessas regiões. Há relatos de avistamentos nas proximidades, de Jaguar Panthera onca e Antas Tapirus terrestris habitando esses locais, fato perfeitamente natural tendo em vista a quantidade de matas.

Postaremos agora, fotos de Algumas das aves observadas por nós, já que a avifauna do lugar contempla algo superior a 400 espécies.


A abundância de aves nos comedouros pode ser exemplificada com essa foto, de minha esposa, Aninha. As saíras de sete cores Tangara seledon chegavam a pousar nas mãos e chapéu para receber alimento (banana madura)


















A Saíra-militar, Tangara cyanocephala é comum na região.















O Arapaçu-grande Dendrocolaptes platyrostris é um de nossos mais vistosos arapaçus. Somente em regiões de mata alta.

A Catirumbava Orthogonys chloricterus é muito comum na região e é uma das aves abundantes que nos comedouros pousam nas mãos dos visitantes!











O Sanhaçu-de-encontro-Azul, Tangara cyanoptera é mais um frugívoro que ocorre nessas matas. Porém, está listado na relação da IUCN, na categoria NT, ou quase ameaçada, o que é lamentável.









E agora, alguns dos grandes frugívoros das copas que vimos na Trilha:

 Ele é espetacular! O Maior Cotinga da região SUL-SE do Brasil!O macho mede 46 cm. e a fêmea 39 cm. O Pavó, Pyroderus scutatus, não é listado na relação da IUCN em nenhum grau de ameaça!!! O que é perigoso, pois sabemos da raridade dessa espécie e o fato de já ter sido muito caçada!

No site Wiki Aves, www.wikiaves.com.br, se observarmos a lista do Estado do Espirito Santo, temos, nesta data, apenas dois registros do Pavó!!.
O comportamento do Pavó na fruteira silvestre foi muito curioso. A árvore que estava frutificando e atraindo as aves não era essa imbaúba, mas um pé de Araçá grande, cheio de frutinhos avidamente disputados por muitas aves. O Pavó ficava comendo nesse Araçá e de papo cheio ( como nas fotos) voltava para a Imbaúba para descansar e deglutir as frutas. Depois voltava para a Araçá e tornava a encher o papo, retornando depois para a Imbaúba!! Foi nosso maior troféu dessa excursão.



O Tucano-de-bico verde, Ramphastos dicolorus é o tucano das regiões altas e serranas. No lugar também aparece o Tucano de bico preto, Ramphastos vitellinus, mas é mais raro aqui na serra. Mais comum na baixada.

Tucanos são comuns na Mata Atlântica e ainda não estão ameaçados! No lugar tem também o Araçari-banana, Pteroglossus bailloni que foi visto até no comedouro da pousada,















Outro Frugívoro maravilhoso, o Tiêtinga, Cissops leverianus.













Nem só de Frugívoros vivem a avifauna do lugar. Vimos também os predadores alados da Mata, em plena atividade nas manhãs de temperatura em elevação:


O Gavião pega-macaco, Spizaetus tyrannus sobrevoava a região aproveitando-se das correntes térmicas para caçar.
Esse grande gavião, é um de nossos caçadores águia mais frequentes. Não está na lista da IUCN como ameaçado.








O Gavião-pato, Spizaeus melanoleucus, também é um grande predador e embora seja menos frequente que o Pega-macaco, também é sempre registrado em nossas excursões. É um grande caçador, com a fêmea sendo bem maior que o macho. Para se ter uma ideia, a fêmea é quase 50% maior que o macho. Esse pode ser considerado um indicador da agressividade da espécie.


Finalmente, registramos uma espécie do interior da mata que desde há algum tempo estamos tentando e somente agora conseguimos!  Porém, a foto ficou ruim, mas postamos assim mesmo para registro:



A Juruva,Baryphthengus  ruficapillus, é uma ave grande (42 cm.) do interior penumbroso da floresta. Chama atenção por sua voz melodiosa dentro da floresta. Teremos de voltar ao local para conseguirmos fotos melhores!







Finalizamos com esse macho do  Beija-Flor-Rubi, Heliodoxa rubricauda.













Agradecemos às pessoas que nos honram com suas visitas!!