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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

AVES DOS ALAGADOS DO CONTORNO DE VITÓRIA.

A região dos alagados do contorno de Vitória, capital do Estado do Espirito Santo, Brasil, já foi  mencionada em alguns tópicos aqui neste blogue. Recentemente voltamos ao local, que pode ser visitado facilmente já que dista poucos quilômetros da capital. A região é muito bonita mas tem sido agredida por grandes empresas que se estabeleceram no contorno com benefícios fiscais. É interessante que esses benefícios deveriam ser aplicados para que houvesse um retorno para a sociedade capixaba. Se está havendo renuncia de impostos, qual a vantagem para a sociedade? e para quem essa vantagem é dada? A depredação do lugar por poucos empresários mostra quem está usufruindo vantagens não é a população.
 
 
Na imagem acima, pode-se ver  que a região está envolvida pelo aglomerado urbano de Vitória e sua região metropolitana. Pode ser notado também, que os alagados ocupam os baixios da região, ficando a maior parte do ano debaixo de água. Recentemente uma seca deixou o local quase sem recursos e as pequenas lagoas secaram, fazendo com que boa parte das aves se afastasse.
 
Em meio as  aves, fomos surpreendidos por essa boiada, sendo levada para forrageamento em uma das partes da região. Fica o registro, digno do pequeno pantanal de Vitória.

 
 
 
Nessas últimas visitas, pudemos encontrar uma boa quantidade de aves, que passaremos a mostrar agora:
 
O carretão, Agelasticus cyanopus
 

 
O Anu- coroca, Crothophaga major:
 


O Japacanim, Donacobius atricapilla:



O Gavião- sovi: Ictinia plúmbea:



O Maguari, Ciconia maguari:



O urubu de cabeça amarela, Cathartes burrovianus, jovem:


O tricolino, Pseudocolopteryx sclateri:
 

 
O Falcão quiri-quiri, Falco sparverius:
 


O falcão-de-coleira, Falco femoralis:



O Coleiro-do-brejo, Sporophila collaris:



O Gavião-carijó, Rupornis magnirostris:


Agradecemos a visita dos amigos, prometendo para breve mais relatos abrangendo a avifauna dessa rica região.

Jsl.

 

sábado, 29 de novembro de 2014

AVES DA SERRA DO ESP. SANTO = CAMPINHO

A localidade de Chapéu em Domingos Martins,  município situado próximo a Vitória e conhecido também por Campinho, está situada na encosta serrana a cerca de 450-550 metros de altitude e pode ser considerada como o primeiro degrau do relevo em direção ao planalto. A região até hoje em dia é densamente florestada, o que proporciona ao birder um excelente lugar para pesquisas e observações de aves.

Algumas aves:







1) anambezinho, Iodopleura pipra
Talvez nosso registro mais sensacional! Esse pequeno (9 cm.) cotinga é um habitante da copa e raramente é visto e registrado, por isso seu encontro foi muito comemorado! chegamos a ver na copa da árvore um casal:


É uma impressão difícil de racionalizar, o encontro com essa avezinha na mata. Somos tomados por uma sensação de admiração ao vê-lo, tão pequenino, voando entre as copas da mata alta. Observa-lo voar nas copas no meio de uma floresta densa e extensa é um milagre! Como descobri-lo naquela imensidão verde? Além do mais, trata-se de um cotingideo, família muito famosa de aves sul-americanas, estando classificada junto com eméritos figurões de nossas aves como a Araponga, o Cri-Crió, o Pavó, o Anambé-Preto e tantos outros! o que possuem em comum? alguma característica marcante que os diferenciam dos demais integrantes da categoria passeriformes.

Os demais são aves florestais belíssimas, como o Arapaçu-liso, Dendrocincla fuliginosa, Ariramba, Galbula ruficauda; Assanhadinho,    Myiobius barbatus; Vira-folhas, Sclerurus scansor; Tangará, Chiroxiphia caudata e Tiê-do-mato grosso, Habia rubica.

Sobre a Vira-Folhas, Sclerurus scansor,  e o Anambezinho, Iodopleura pipra, faremos uma postagem mais detalhada em breve.

Abração amig@s!

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

ALGUMAS AVES ESPECIAIS DA SERRA DO LIMOEIRO

A serra do Limoeiro, situada no município de Itarana, ES, Brasil, faz parte da cadeia montanhosa da região serrana do Espirito Santo. Geograficamente, poderia ser conceituada como uma continuação da serra do Mar adentrando interior. É o domínio dos "mares de morros" tão comentado na Geografia do Leste do Brasil.


Em termos de vegetação, trata-se de um conjunto remanescente da mata atlântica, hoje transformada em uma "colcha-de-retalhos", como aliás, podemos apreciar na foto  acima, retirada do Google Earth.
No local, temos a presença de um belo remanescente, ainda com árvores altas, alcançando 25-30 metros de altura. O remanescente que visitamos e estudamos a algum tempo, possui uma distância de 2,50 km. entre uma extremidade a outra, segundo a régua do Google Earth. Não é o último remanescente conforme podemos visualizar pelo Google, porém, é um dos que se apresentam em melhores condições conforme se observa pelo porte das árvores.



Foto do Google Earth, mostrando a existência de numerosos remanescentes interligados, de mata atlântica secundária nos morros da região.



O mapa acima, mostra uma distância de cerca de 8 km de remanescentes florestais quase continua entre uma extremidade a outra da região. Destarte, com os remanescentes mais ou menos interligados, e sem grande distância entre eles, podemos inferir que as aves registradas na mata onde visitamos na serra, na verdade são aves que viajam entre os remanescentes, podendo ser registradas em vários locais da paisagem. É um fato auspicioso e que ao mesmo tempo, nos aguça a curiosidade! Uma vez já registradas espécies "importantes" na região, podemos encontrar  outras, ainda sequer ouvidas!

CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO DA LISTA:

A lista abaixo inclui aves consideradas não comuns. Algumas são, de fato, raras e relacionadas como quase ameaçadas! Outras, foram adicionadas devido à sua pouca visibilidade ou mesmo dificuldade de serem registradas, devido, tanto à escassez como à sua capacidade de não ser notada.

LOCALIDADE DOS REGISTROS E ESTUDOS:

Nossas excursões foram feitas até o momento apenas na estrada marginal e nas bordas da mata mostrada na primeira foto, nos locais "estrada para Itarana" e na borda do remanescente indicado como "Mata serra do limoeiro".


O rabo-amarelo, Tripophaga macroura, é ave ameaçada de extinção. O único local onde até hoje consegui observar essa ave foi nessa serra. No local existe uma pequena população da espécie.


A borralhara Mackenziaena severa  não é ave ameaçada de extinção, mas uma espécie de difícil visualização devido ser espécie muito esquiva, se escondendo nas brenhas e moitas de vegetação emaranhadas.


O papinho-amarelo, Piprites chloris, é uma espécie enigmática e até hoje, pouco registrada. Depois desse registro na Serra do Limoeiro, encontramo-la também na Mata Fria no município de Afonso Cláudio.



O Anambé-branco-de-rabo-preto Tityra cayana também não é ave rara, mas de ocorrência local aqui no Estado do Esp. Santo. Tem sido mais frequente nas matas de tabuleiros do norte do Estado.


Essas são algumas das espécies de aves já registradas no local. Continuamos efetuando excursões 
ao lugar, com possibilidades de novos registros.

Agradecemos às pessoas que nos visitam!

Jsl

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

MAIS FOTOS DO ARI, Cochlearius cochlearius, O Arapapá.

O  jovem Arapapá apelidado de Ari, Cochlearius cochlearius, foi novamente por nós "clicado"! Aliás, essa ave, de tão interessante, tem recebido visitas diárias do pessoal do COA-Clube de Observadores de Aves do Esp. Santo.



ARI  bebendo água!





Depois, agradecendo a Deus:



voando até o galho:




O arapapá é uma ave muito curiosa e interessante! Sua distribuição abrange uma vasta área dentro do Brasil. sendo mais comum na Amazônia mas existindo em outras regiões do Brasil, chegando até o Paraná e Santa Catarina. Gosta de habitar brejos com vegetação ribeirinha e mangues.



domingo, 14 de setembro de 2014

Arapapá = Cochlearius cochlearius



O Arapapá é ave noturna e crepuscular. O que mais chama atenção em seu aspecto é seu  bico.  Apesar de fazer parte de uma família especifica, o Arapapá, Cochlearius cochlearius, é muito aparentado às garças e savacus. Habita quase os mesmos locais e compartilha com esses alguns hábitos e alimentação. 
Relatamos a descoberta de um jovem de arapapá nas proximidades da lagoa da UFES.O filhotão, figura bem agradável quanto original, tem sido simpático, permitindo aos membros do COA muitas fotografias. Trata-se de ave crepuscular, mais ativo à noite, fato que faz com que passe despercebido para a maioria das pessoas. Seu bico é bastante curioso, largo e com a aparência de um barco de quilha alta virado(Sick). A plumagem dos adultos difere da dos jovens, sendo mais parecida com a dos savacus, espécie aliás, que muitas vezes é seu vizinho nos mangues e vegetação ribeirinha. Arapapás são aparentados às garças e savacus. Essa ave tão curiosa, é mais uma que torna a observação de aves uma atividade tão fascinante!

Foto do arapapá pousado:


A ave permanecia pousada em posição imóvel, no alto das árvores e no meio das brenhas o que dificultava uma foto de melhor qualidade. Com nossas tentativas de se conseguir um foco melhor, o filhotão acabou se espantando e voando para mais longe:






Pode ser notado que trata-se de uma ave jovem, um filhotão récem crescido e que procura dar seus primeiros passos independente. Voltamos ao local hoje dia 15.9.2014 mas não conseguimos melhorar nossas fotos. Porém, foi possível gravar seu canto, que depositamos na plataforma wiki-aves:

http://www.wikiaves.com.br/1451579&t=s&s=10150&u=2183

A existência do arapapá no lugar é mais um estimulo à observação de aves feita pelo COA-ES, agora tendo mais uma interessante espécie para estudo.

Jsl. obrigado a tod@s.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Accipiter striatus: o GAVIÃO - MIUDO.

O Gavião miúdo é um rapinante de pequeno porte, a femea mede cerca de 30 cm de comprimento, e o macho, menor, tem o porte de um sabiá. A fama desse rapinante é ser um grande e desalmado raptor de pássaros. Conta com grande habilidade na captura de pássaros e vários relatos e fotos dão conta dessa particularidade. Alguns chegam mesmo a chama-lo de  assassino de pássaros! isso se deve como disse, a sua inegável habilidade em caçar aves menores. O parque do Ibirapuera é uma grande área verde no coração da metrópole Paulista. Pois nesse parque o Accipiter striatus tem sido freqüentemente registrado, não se importando com a enorme presença humana nas proximidades.


Hoje pude finalmente registrar esse belíssimo gavião. Primeiro ele foi reconhecido enquanto planava acima do parque em uma manhã bastante nublada:



Fiquei  bastante animado com o registro, o primeiro que fiz dessa ave por meio de fotografia. Recordo-me que cheguei a registra-lo nos idos de 1987 de binóculo no morro do Mestre Álvaro e foi apenas esse meu registro antigo da espécie., Fico com a impressão que no ES é espécie rara!

Após essa fato, perambulei pelo parque à cata de mais registros  e na volta, minha atenção novamente se fixou no Accipter! é que ouví sua vocalização entre algumas árvores e resolvi segui-la. Foi quando vi dois indivíduos, provavelmente um casal, voando acima das árvores e pousando mais à frente. Fui atrás  pois o registro da ave com distância mais aproximada é importante devido sua rusticidade e desconfiança. Foi então que percebi a ave no alto das árvores bicando e coletando gravetos! Certamente para o ninho e eu já tinha lido relatos dessa ave nidificar dentro desse parque!;


Pode-se ver com clareza o graveto no bico do Accipiter striatus!

Foi então, que monitorando escondido atrás das grandes árvores, pude ver onde era o ninho! Localizado no alto de um ´Pinus sp. o ninho era uma plataforma de gravetos. Mesmo não sendo um rapinante de grande porte achei o ninho bastante avantajado para a espécie:


É possível perceber no lado esquerdo no alto, a ponta da cauda longa e transfaciada da ave!; Alguns minutos depois a ave saiu do ninho e ao me perceber reagiu com agressividade. Vide agravação do som depositada no site Wiki Aves:
http://www.wikiaves.com.br/1401510&p=1&tm=s&t=u&u=2183

Depois desse episódio a ave pousou nas proximidades do ninho, quando pude fazer  outras  fotos:




Muito obrigado pela atenção amigos passarinheiros!
Jsl.

domingo, 27 de julho de 2014

AVES DE SÃO PAULO

Passeando por São Paulo, passando  uns dias na cidade, não consigo e não posso deixar de observar aves! A metrópole, porém, com seus 12 milhões de habitantes na área urbana e mais outro tanto pelas áreas limítrofes, não aparenta possuir atrativos para as aves. Isso mesmo, apenas não aparenta, pois na verdade é muito rica em aves. Basta procurar nos lugares certos. E mesmo que o visitante não se aventure a procurar nos lugares apropriados, ele pode ser surpreendido pela cidade mesmo, pelas aves. É o caso dos psitácideos, tão frequentes dentro da selva de pedra!.


Em minhas passarinhadas urbanas, estive visitando o Parque Estadual da Cantareira, enorme área verde que contorna toda a metrópole paulista.



Imagem acima, original retirada do site: https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSP4hCDbsDYq4yRQ3ZtaYkLK10xQfYSmp4Z8cnt8a_7LACqQ4EZ

Até o momento fiz visita ao núcleo do Cabuçu, em um dia frio e com poucas aves. Ainda assim foi possível registrar:


O barbudinho, Phylloscartes eximius, espécie muito interessante que, segundo alguns, encontra-se ameaçada.


O Papa-formigas da grota Myrmoderus squamosus, ave muito interessante e frequente em matas bem sombreadas. Mais interessante ainda é o fato de saber que mais ao norte, no ES, essa espécie é substituída pelo Formigueiro assobiador, Myrmoderus loricatus, espécie que muito se lhe assemelha, inclusive com o canto muito parecido.


A saíra lagarta, Tangara desmaresti, belíssima saíra que gosta muito de habitar regiões montanhosas e frias. Aqui, se alimentando em uma imbaúba, Cecropia sp.


A Saracura do mato, Aramides saracura,arisca forrageando no córrego próximo a uma das lagoas. Mas o principal dessa passarinhada  foi o longo tempo dispendido para registrar a tovaca cantadora  Chamaeza meruloides, espécie muito arisca e desconfiada. Depois de muitas tentativas, consegui fotos que ficaram péssimas! Nem mesmo para publicação no site Wiki Aves foram aproveitadas. Porém, a menos ruim, eu coloco aqui, para visualização da dificuldade que é fotografar essa ave tão interessante.:

Essa foi feita quando a ave já tinha atravessado a trilha e ia se esconder no mato. Fica para a proxíma oportunidade  um registro mais adequado.
Além da ida ao Parque da Cantareira, também estive no Jardim Botânico de SP, e lá, pude fazer ótimos registros  como esses:


A Garça branca pequena, Egretta thula, belíssima como uma flecha no lago.

A marreca pardinha Anas flavirostris, belíssima em um bando de 6 indivíduos.

A garça-moura, Ardea cocoi, com uma boa população na lagoa do jardim botânico:

Mas os registros mais interessantes ocorreram no aberto e um deles na pequena faixa de mata existente no fundo do jardim. Quando caminhava pelas alamedas margeadas por palmeiras imperiais, acompanhado por minha esposa Aninha e meu filho Marcelo,


Tive a atenção chamada pelos bandos de urubus que circulavam alto no céu! Porém, um deles, voando mais alto, era "diferente". Olhei bem e pude ver o Gavião-pega-macaco, Spizaetus tyrannus,


Sem dúvida um registrão para uma área urbana tão grande quanto SP!. Continuando na observação, outra surpresa, :


O gavião-de-cauda-curta Buteo brachyurus, veio voando em minha direção e tive tempo de "calibrar" a câmera na tentativa de uma foto boa. Esse exemplar aqui, é da fase morfo negra  e por um momento, tive esperança de que fosse outro gavião, o Gavião-de-sobre-branco, Parabuteo leucorrhous, mas fica para próxima. Vi ao longe o gavião miúdo, Accipiter striatus, mas ele não deu a minima chance de foto.
Me dirigi, então, à trilha suspensa, lugar de mata mais fechada, habitada comumente pelos bugios, um bando grande se alimentava no alto das árvores!

E foi aí nessa trilha que tive a sorte de fazer um dos registros mais importantes, o Trepador-quiete, Syndactyla rufosuperciliata,  uma ave não muito fácil de ser registrada devido a seus hábitos florestais, inquieto à procura de alimento (insetos) entre os galhos, troncos e folhas das árvores. Nesse caso, para minha sortem ele pousou nesse tronco vocalizando muito e aí consegui registra-lo.
Voltando ao Jardim Botânico dois dias depois, com muitas nuvens e chuva, pude registrar mais uma espécie interessante e um lifer, a Gralha Picaça, Cyanocorax chrysops:


Um bando de uns 6 a 8 indivíduos perambulando pelas árvores em área meio aberta do parque. Interessante  a atividade de caça que faziam! Inspecionavam tudo, desde buracos dos troncos, folhas caídas, no solo reviravam detritos, tudo à procura de alimento! Foi um registro interessante e o último da passarinhada. Ressalto porém, que ficarei ainda uma semana na cidade e talvez consiga mais registros interessantes.

Um abração a meus amigo(a)s  que me prestigiam com visitas a esse pequeno blog.
José Silvério Lemos.