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domingo, 30 de setembro de 2018

Laterallus exilis, a super dificil Sanã do Capim

Seu nome popular é Sanã do Capim! Talvez pelo hábito de se esconder com perfeição e ficar imóvel em seu esconderijo, touceiras de capins que margeiam os taboais dos pântanos! dificultando demais qualquer tentativa de registro.



























Laterallus  exilis, a Sanã do Capim, em de seus raros momentos de extrema curiosidade!

Trata-se de uma Rallidae extremamente arisca e desconfiada! Tanto que até esta data, no site do Wiki Aves para o Estado do Espirito Santo, apenas seis fotos foram postadas! E mesmo assim, fotos de apenas sinais da ave no lugar. Isso apesar de ser muito procurada exatamente por causa de sua dificuldade, quase um troféu para birders e foi assim que conseguimos registra-la.
Já tínhamos notado sua presença na região dos alagados do contorno de Vitória, mas não conseguimos fotos, apenas a gravação de seu canto. Periodicamente a ouvimos nos locais, ora perto, ora longe. Mas o tipo de vocalização que nos deixava em duvida onde a ave poderia estar! Foram muitas horas e excursões à procura dessa  fantasminha dos brejos!  Trata-se de ave pequena, como as demais sanãs. Segundo o Wiki Aves, ela mede cerca de 14 cm., sendo então, uma das menores Rallidae. E, de fato, vê-la se esgueirar por entre os arbustos alagados, ficamos com a impressão de tratar-se de um pinto do mato dos alagados. Extremamente desconfiada, essa visão da ave movimentando-se em seu habitat é rara. E quando ela nos vê, foge  como um "tiro" para dentro da vegetação! 
Dessa vez, fomos, eu e Aninha, até o município de Itapemirim, no Sul do Espirito Santo, com o colega Roberto O. Silva do AMOAVES, seu filho Rafael e a amiga passarinheira Celi Aurora. Foi quando ouvimos o pio característica dessa exilis! Demoramos umas três horas até conseguir essas fotos, quase deitados na beira da brejo. Alguns dos companheiros desistiram da empreitada e quando ao final, quase no momento de ir embora, a sanã do capim apareceu!


A ave, curiosa, espreitando de onde vinha o canto de uma intrusa em seu território!
















Foto feita por minha esposa @Aninha delboni.

Mostrando a Sanã em melhor posição e com parte do corpo inteiro à mostra.











Não se trata de ave  comum,  também não é rara ou ameaçada! Apenas esconde-se muito  bem nos capins dos brejos alagados, de onde, dificilmente  sai. Segundo o WA, sua postura é de quatro a cinco ovos e a ave alimenta-se de artrópodes, minhocas retiradas do solo úmido e sementes de gramíneas!

Muito obrigado amigas e amigos que nos visitam!!



















sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Mais uma Rallidae: Pardirallus sanguinolentus

A Saracura do banhado Pardirallus sanguinolentus é uma Rallidae  com o dobro do tamanho das Sanãs que recentemente registramos  nos alagados do contorno de Vitória. Mede cerca de 32 cm. A palavra "Sanguinolentus" refere-se à mancha vermelha que possui na mandibula anterior.



Rallus sanguinolentus mostrando a mancha sanguínea que lhe empresta o nome cientifico.

Essa saracura não é ameaçada mas também não podemos dizer que seja comum a todos os banhados e alagados. Até hoje, consta no Wiki Aves a ocorrência em apenas três localidades do Espirito Santo, com 21 fotos.
Alimenta-se de insetos,  pequenos vertebrados e também matéria vegetal. Sua postura chega a ser de 4 a 6 ovos segundo o WA. Apresenta um canto forte e particular. Possui semelhança com a Saracura Sanã  Pardirallus nigricans, mas os cantos são diferentes.
Possui o comportamento tímido da maioria das saracuras, porém, quando não está desconfiada, chega a  sair fora das brenhas na beirada dos brejos e alagados, como essa que conseguimos fotografar.


A ave antes de nos ver estava bem tranquila. Depois, se escondeu no brejão de taboas Tiphas dominguensis.











Muito obrigado pessoas  que  nos visitam!!!

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Sanã-Parda, Laterallus melanophaius

Continuando com nossas excursões à região dos Alagados existentes próximas à Rodovia do Contorno de Vitória, à procura de Sanãs e Saracuras, hoje, pudemos registrar a fotografar mais  uma graciosa Rallidae! Trata-se da Sanã-parda Laterallus melanophaius:
































Laterallus melanophaius a Sanã-parda, observando os arredores em seu habitat.

Medindo comumente entre 14 a 18 cm., essa pequena saracura não é rara. Das sanãs, arriscamos dizer que provavelmente é a menos difícil de ser fotografada! Aparece geralmente na beirada da vegetação onde se esconde, quase sempre próxima de água. Na época de nidificação, constrói ninho globular localizado a mais de 1 metro d'água. A postura é de 5 ovos (Wiki aves), resultando então, que felizmente não corre sério risco de extinção, a não ser, pela drenagem  e remoção dos brejos e áreas úmidas.


É ave que atende ao chamado do Play-back, mas se mantendo a uma distância segura e antes, vasculhando bem os arredores.












 A Sanã parda é onívora, alimentando-se de artrópodes, sementes e folhas. Uma de suas estadias preferidas são as moitas de taboas Tipha sp. altas, onde consegue se esconder muito bem. Na maioria das vezes corre e pula pelo solo. O Ninho pode ser fixado nas folhas de taboas.









Se o brejo for extenso, como verificamos na região dos alagados, varias espécies de Sanãs podem coexistir no mesmo local.

Nesses  locais, já registramos até o momento as Sanãs: carijó, parda, amarela e do capim. 

Essas sanãs são aves que trazem satisfação especial aos birdwatchers! Devido à dificuldade em fotografa-las, por serem tímidas e muito desconfiadas, é necessária alguma disciplina para se conseguir fazer o registro! O Observador deve se postar à uma distância que não afugente a ave, deve se manter imóvel de modo a não assusta-las, e finalmente, deve ter capacidade de perceber sua aproximação e localização nos arbustos e brejos onde se escondem! O Resultado final compensa as dificuldades, pois além da beleza, são aves muito interessantes dos locais onde habitam!

MUITO OBRIGADO AS PESSOAS QUE NOS VISITAM!!

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Sporophila collaris: um casal muito bonito!

O Coleiro do Brejo Sporophila collaris é uma ave canora  muito apreciada por passarinheiros e traficantes de aves devido a seu canto bonito e melodioso!






























O casal de S. collaris, fotografado em nossa última excursão à região dos alagados do contorno de Vitória-ES.

Mesmo que essas capturas tenham diminuído, graças a uma maior conscientização dos possíveis compradores, essas aves correm risco com a drenagem de áreas pantanosas como é a região dos alagados do contorno de Vitória. Em algumas localidades do Espirito Santo, essas aves são conhecidas  como "Coleiro-do-sertão", uma alusão às áreas mais isoladas em que vivem discretamente. Seja como for, trata-se de ave comum nos alagados, onde já o registramos algumas vezes. Detalhe interessante é a diferença entre as plumagens das subespécies de S.collaris no Brasil. Recentemente registramos essa ave no pantanal de Mato Grosso e os indivíduos machos possuem o peito e largas partes do manto de cor canela-alaranjada, ao contrário do "nosso" Coleiro aqui do litoral, cujos machos possuem a barriga de cor branca. Trata-se de uma ave granivora, o que pode ser observado pelos seus bicos  fortes e robustos, próprios para triturar sementes e grãos! Essas aves, pertencem à categoria dos oscines entre os Passeriformes, são considerados como as aves de evolução mais recente e adaptáveis.


A fêmea se alimentando das gramíneas. Observar o bico robusto e forte. A plumagem de cor pardo canela faz dela uma ave muito bela.
A fêmea produz 2 a 3 ovos  por ninhada, ocorrendo de duas a quatro ninhadas por temporada. Ou seja, pode produzir até 12 descendentes por ano, o que deve garantir a sobrevivência da espécie apesar dos traficantes e dos desmatadores!









O macho com suas cores pretas e brancas, características da subespécie tipica, S. collaris collaris.

O Coleiro do Brejo aprecia como habitat  os brejos de vegetação alta e apesar de algumas capturas para gaiola, e destruição de brejos e banhados, não está ameaçado de extinção oficialmente.







Muito obrigado às pessoas que nos visitam!

sábado, 22 de setembro de 2018

Porzana flaviventer, Outra SANÃ super tímida!

A  Sanã castanha Laterallus viridis deu muito trabalho para ser fotografada  como vimos em nossa postagem anterior. Mas continuando por nossa incursão no mundo das Sanãs e Saracuras, apresentamos hoje, outra espécie igualmente arisca e tímida! 





























Toda elegante e atenta! Porzana flaviventer, a Sanã-amarela, observa atentamente os arredores, curiosa, "onde estaria a intrusa que invadiu nosso território?"

Depois de muitas tentativas infrutíferas para "desentocar" a Sanã, procuramos um local mais estratégico: o espaço entre a elevação da estrada onde estávamos e o brejo baixo tomado por essa vegetação similar aos repolhos acima. A Sanã estava escondida na vegetação mais alta de aguapés conforme foto abaixo:

Nessa foto, a Sanã já aparece à porta de casa, depois de se aventurar fora da vetação dos aguapés.

Observemos que essa vegetação chega a tomar todo o espelho d'água dos brejos e acaba se constituindo em um local de esconderijo para muitos animais, entre eles, as ariscas sanãs e saracuras!







A posição que a ave se encontrava, dificultava a ela  nos ver. Já que estávamos no pequeno platô acima da visão da ave! E, por essa razão, logo que reproduzimos o canto da ave no gravador, ela voou rapidamente para perto, procurando encontrar a intrusa, sem desconfiar de nossa presença!












É uma ave pequena, cerca de 12,5 a 14 cm. de comprimento, portanto, uma das menores Rallidae com um canto suave. Muitas vezes a ave chega quase "debaixo" do observador que reproduz seu canto.
Alimenta-se de insetos, artrópodes e também sementes de capim e outros grãos.

Destaque para suas pernas compridas, que lhe possibilita agilidade e manobras bem feitas na vegetação aquática.





Depois de alguns minutos próxima de nosso grupo de observadores, onde estavam, minha esposa Aninha e o casal de amigos Elzeni e Evandro Limonge e mais ainda os colegas  Mário Candeias e o Eliseu "russo" Pereira, a Sanã retornou para a orla dos aguapés.









E foi então, que vimos tratar-se de um casal de Sanãs-amarelas!
O conhecimento da biologia dessas aves ainda é precário. E dessa forma, não sabemos os sexos dos dois exemplares. Pode-se ver, porém, que possuem uma sutil diferenciação na coloração da plumagem. Segundo o WikiAves, o macho é ligeiramente maior que a fêmea. Deduzimos então, que, talvez, a fêmea seja o individuo à direita, posto que algo menor e com as costas ligeiramente de cor acanelada!
A postura dessa ave pode variar entre três a sete avos, o que nos faz deduzir que apesar de ser difícil de ser registrada, não é ave ameaçada ou mesmo rara.

Agradecemos a todas pessoas que nos visitam!

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Sanã-Castanha, Laterallus viridis, Uma ave muito desconfiada!


Saracuras e sanãs são aves da família Rallidae, onívoras, alimentam-se de capins, brotos, insetos, larvas, minhocas e até pequenas cobras. Algumas espécies são fáceis de se registrar, já outras, são bem mais difíceis e ariscas. 






























Laterallus viridis, curiosa, observando o observador! Mas, sem abandonar a proteção da vegetação.

Nossa espécie, a Sanã-castanha, pertence à essa categoria, de espécies ariscas e desconfiadas! Difícil de ser fotografada, entretanto, atende bem ao chamado de sua voz em um play-back, mas fica mariscando nos capins e proximidades, muito raramente saindo no aberto. Algumas vezes, percebemos sua caminhada pela movimentação do capim por cima. Significa que ela está se movimentando por baixo do capim!
Segundo SICK (Ornitologia brasileira, 1997) essa é uma espécie singular por sua adaptação a ambientes secos. Algo diferente da maioria das espécies, que preferem ambientes úmidos e nas proximidades de água.
Porém, nosso encontro com ela deu-se próximo a água mas movimentando-se para fora do brejo. É muito bonita e tem o pequeno tamanho de uns 18 cm.! Chegou a voar de uma moita a outra quando pudemos observar suas dimensões e seu colorido. Possui um canto muito bonito, um trinado melodioso que emite ao se movimentar na brenha onde habita.


Ficou um tempo me analisando! E aproveitei esse momento de encantamento mutuo, e fiz essas fotos!
Creio que não seja rara, mas é pouco registrada devido, talvez, a essa particularidade de se esconder muito bem nas moitas e brenhas. E, de lá não sair facilmente!

Essa Sanã, possui uma distribuição bem vasta no Brasil, da Amazônia até Mato Grosso do Sul e São Paulo, não ocorrendo nos três estados do Sul.








OBRIGADO,  pessoas  que nos honram com suas visitas!