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domingo, 2 de agosto de 2015

Pequena REVISÃO de BINÓCULOS ANTIGOS de Passarinhadas.

Muitos  anos atrás, quando a atividade de observador de aves não estava na moda e nem se tinha as facilidades da fotografia digital, o instrumento obrigatório para o birder era o binóculo! Mesmo hoje em dia, alguns veteranos como eu, não conseguem abandonar esse instrumento por causa das inúmeras vantagens que proporciona nessa atividade de observador! Atualmente, em minhas atividades de  campo para observar aves, estou sempre munido da câmera fotográfica e demais apetrechos mas o binóculo está sempre presente! Então, tenho de levar câmera e lente, play-back para chamar algumas aves, gravador para gravar sons que não conheço, repelentes, baterias de reserva e etc. e quando a passarinhada vai entrar pela noite, não podemos esquecer da lanterna, flashes, etc, Com esse enorme arsenal para se levar a campo, temos de escolher coletes com bolsos para tudo isso! E quando aparece a ave no meio da mata? é uma correria para ajustar configuração da câmera, play-back e tudo o mais! e, onde fica o binóculo? Considero esse instrumento primordial e nessa longa carreira amadora de observador, vou confessar, já possui  uns 40! De quase todas as marcas! Desde o primeiro, um nacional DFV Vasconcelos 8x30 adquirido em 1984 até um Leica Ultravid 8x32 ( Conheci binóculos das marcas Zeiss, Leica (inclusive os antigos Leitz Trinovid 7x35!) DFV Vasconcelos, Tasco, Bushnell, Bausch & Lomb, Swift Eaglet, Canon, Nikon, Olympus, Celestron, Pentax. Esses sãos os que me lembro!

Dessa forma, resolvi apresentar uma pequena resenha comparativa de três binos de birding, antigos, que se tornaram clássicos devido sua fama entre a comunidade de birding internacional. Em todos esses três binóculos foram empregados pelos fabricantes os prismas Roof. Essa fama advêm de diversas qualidades ou características que os tornaram conhecidos em suas épocas. Nenhum deles compõem o lineup  atual dos seus fabricantes! Já saíram de linha faz tempo, mas continuam sendo lembrados pelas mesmas qualidades que os tornaram famosos e, arrisco dizer, não fazem feio em um confronto direto com os binos atuais dessas marcas.

Não existe o binóculo perfeito! O Binóculo muito bom é um acordo entre o possível e o desejável. Mas a tendência nos dias de hoje é o consumidor pagar muito por um pacote completo onde se inclui coisas que o observador não vai usar ou usará muito pouco! Como exemplo temos a capacidade dos binóculos atuais, quase todos, de serem WP, à prova d´água! Podem ser submergíveis ou lavados na torneira da pia! Não é exatamente isso que o observador procura ou precisa! Mas vamos ao review:

SWIFT EAGLET  7X36




Esse bino era fabricado no Japão e importado pela empresa americana Swift para os EUA e comercializados sob sua marca e se manteve longos anos como uma referência para os praticantes da observação de aves nos EUA. No Brasil não era muito conhecido e raramente visto ou comentado. Suas qualidades são a rusticidade, seu tamanho compacto, medindo cerca de 14 cm de comprimento por 13 cm de largura quando todo aberto. Seu peso também é razoável, 590 gramas. Manteve-se na linha da Swift e era comercializado nas lojas especializadas como a Cabelas ou BH Photovideo até 2008-2010 e atualmente está fora de linha. Não era um bino caro, as ultimas versões eram vendidas por cerca de 300 USD. Apresenta boa qualidade de imagem, porém,  seu ponto fraco é seu angulo de visão, de 7 graus o que torna seu campo de vista reduzido para a observação de aves. Os binóculos com  esse design são feitos com os prismas chamados de Roof, traduzindo como "prismas de telhado", são binóculos compactos e com design elegante se comparados aos prismas Porro mais tradicionais. Ocorre, porém, que os prismas Porro produzem imagens mais brilhantes e nítidas. Mas a industria moderna concentrou-se quase totalmente em produzir binos com prismas de telhado. Esses são mais caros de se fazer e devido a leis da ótica, também mais difíceis de se alinhar e de produzir ótimas imagens. Daí que indústria esforçou-se muito em fazer com que os Roof alcançassem a qualidade das imagens do Porro, mas a um preço muito mais caro! O exemplar que tenho em mãos é bem rustico, aguenta maus tratos desde que não exagerados! é Water prof, totalmente revestido de borracha e produz boa imagem. Mas, noto que quando a ave está muito longe ele começa a mostrar suas limitações. Nesses casos a nitidez da imagem fica reduzida e por mais que o objeto esteja focado não conseguimos vislumbrar detalhes finos da plumagem da ave, o que nos causa certa frustração. Além do mais, um detalhe interessante, é que com uma abertura de saída de mais de 5 mm (7x36) ainda assim, quando a ave está na sombra, a imagem fica escurecida. Mas é um bom acordo em se tratando do preço e de sua praticidade.

ZEISS 7X42  BGAT.:


O Exemplar que tenho em mãos, foi produzido em 1990, dois anos após a Zeiss introduzir uma inovação tecnológica que mudou para sempre o mercado de binóculos: a tecnologia de correção de fase, chamada "phase coating", que corrigiu, ao menos nos binos mais caros,  o problema da menor nitidez das imagens dos Roof. Com essa tecnologia, os binos retos, tipicos dos prismas de telhado  ou Roof, passaram a apresentar imagens comparáveis aos binóculos de prisma Porro. Esse modelo, o ZEISS  7X42  BGAT, foi e continua sendo um dos binóculos mais famosos do mundo! Foi descontinuado pela Zeiss em 2004, que, em seu lugar introduziu o Zeiss 7x42 Victory. Mas não teve jeito: a legenda do antigo BGAT, sua performance maravilhosa fez sombra no moderno Victory que não aguentou tamanha responsabilidade! Todos diziam que o Victory era maravilhoso ( eu mesmo tive  um!) só que não vendia! Acabou saindo de linha prematuramente e a Zeiss simplesmente tirou de linha binóculos de 7 aumentos!.

Algumas qualidades do velho ZEISS, que tanto agradaram ao mercado:

1- Enorme facilidade de vista e manuseio!
2- Extrema claridade e brilho, até mesmo no uso noturno.
3- Imagens afiadas e de extrema nitidez.
4- Corpo revestido de borracha blindada, aguentando muito bem quedas e maus tratos.

Seus defeitos:

1- Tamanho avantajado, 19 cms de comprimento e largura de 13 cms, dificulta carrega-lo no campo ou colocar em uma mochila.
2- peso de 800 gramas. 
3- Binóculo caro, devido seus revestimentos excelentes, custava mais de 1.000 USD e até hoje os exemplares usados, todos com mais de 10 anos de uso são vendidos no Ebay nessa faixa de preço!


NIKON  9X30:


 Esse pequeno binóculo é o mais compacto dos três e apresenta essa vantagem para o birder: cabe até mesmo no bolso da calça ou do colete! Produzido pela Nikon até o inicio da decada de 1990, foi descontinuado sem deixar um sucessor parecido!. Porém, mesmo não sendo muito populares, possuiam muitos admiradores! Seu preço por volta de 1987 estava em torno de 400 USD.

O Exemplar que tenho, possui uma qualidade que me intriga: como um bino com pequena abertura de saída, cerca de 3,3 mm, produz imagens mais brilhantes que outro, mais moderno como o Eaglet 7x36 de 5,2 mm ? mistério da tecnologia da Nikon, mas o fato é que, a par de seu  poder maior de ampliação, de 9  aumentos, mesmo assim apresenta imagens brilhantes e de muita claridade! Possui um angulo de visão de 6,7 graus, o que proporciona uma angulo aparente de 60 graus, mesma do Zeiss 7x42.

No comparativo que fiz, a disputa ficou assim:

A- QUALIDADE DE IMAGEM;  notas:

1- Zeiss...............9
2- Nikon.............8
3- Eaglet.............7

B- FACILIDADE DE USO:

1- Zeiss.............10
2- Eaglet..............8
3- Nikon..............7

C- PORTABILIDADE:
1- Nikon.............10
2- Eaglet...............8
3- Zeiss.............    7

D- QUALIDADES TÉCNICAS(Angulo, etc.)
1- Nikon.................9
2- Zeiss...................9
3- Eaglet.................7

NOTA FINAL (MÉDIA).
1- Zeiss.....8,75
2- Nikon...8,50
3- Eaglet...7,50.

Obviamente essa revisão foi feita com os exemplares que tenho em mãos. E a nota significa  que, de fato, dado sua tecnologia e qualidades, o Zeiss supera seus concorrentes, mas, para uso no campo, devido sua portabilidade e qualidades, o Nikon 9x30 ganha minha preferência! Isso porque, com o peso e quantidade de equipamentos que somos obrigados a carregar em uma caminhada de observação de aves, um binóculo compacto, pensando cerca de 450 gramas e tamanho reduzido, com 12 cm de comprimento e 11 cm de largura, é bem mais confortável e fácil de ser usado que o Zeiss, de excelencia ótica mas pesando quase o dobro (800 gramas) e tamanho muito maior, 19 cm de comprimento e 12,5 cm de largura!

Um abraço nas pessoas que nos visitam!

sábado, 1 de agosto de 2015

AVES RARAS ENCONTRADAS EM GUAÇUI

Em excursão realizada  ao município de Guaçuí neste Estado, pudemos regsitrar algumas espécies de aves raras ou incomuns habitando as matas próximas.

Um dos locais onde efetuamos as observações foi a Fazenda Castelo, onde o proprietário, o Sr. Luciano gentilmente nos deu permissão para efetuar essas fotos.

A região faz parte da região do Caparaó, onde fauna e vegetação apresentam-se em formatos diferentes de outras regiões da mata atlântica! 

Uma observação rápida pelas espécies registradas já nos mostra que as grandes espécies florestais, que exigem grandes extensões de florestas não foram encontradas! Isso pode ser explicado pela fragmentação das matas da região. Além do mais são matas com estágio de recuperação que podem ser considerados no máximo como capoeirões. As matas primárias ou secundárias próximas do clímax como existem ainda na cadeia marítima são raríssimas na região do Caparaó. Por exemplo: não registramos nenhum cotingídeo! Arapongas, Coró-coxós e Tropeiro da Serra era para serem encontradas na região mas não vimos. Lembramos que essas aves ainda são registradas dentro do Parque Nacional do Caparaó nas não nas manchas de matas dos arredores.

Em compensação, encontramos algumas espécies menores, passeriformes raros ou ameaçados de extinção, que registramos com alegria sua presença naqueles locais.:




O  Chororó-cinzento, Cercomacra brasiliana é uma espécie de Thamnophilidae ameaçada pelo desmatamento e perda de habitat. Foi considerada como extinta ou quase extinta até a década de 1980`s quando o ornitólogo José Fernando Pacheco por meio de expedições conseguiu localiza-lo em algumas regiões da mata atlântica, inclusive em Guaçuí conforme comprova vocalização depositada no site Wiki Aves de 1997. Conseguimos fotografa-lo agora e verificamos que a espécie parece não ser rara na região, ocorrendo também em outros remanescentes de capoeirões ricos em taquaruçus conforme vimos.



Essa foto acima refere-se a um macho jovem da Cigarra verdadeira Sporophila falcirostris, registrada na Fazenda Castelo em Guaçuí. Está ocorrendo o fenômeno da frutificação da taquaruçu Guadua tagoara e as árvores estão cheias de sementes o que atraem os granívoros como essa cigarra que está na categoria de vulnerável de nossas espécies.


O Estalador Corythopis delalandi  não é considerado raro mas muito difícil de ser visualizado dentro da mata. Em nossa região do ES, porém, são poucos locais onde já registrado e na região de Guaçuí verificamos que existe uma boa população.

Um abc a todos que nos visitam.