Translate

quinta-feira, 24 de maio de 2012

PIPRIDAE NA PERIFERIA DA RES. DUAS BOCAS

ndNo sábado dia 19. de maio, estivemos em mais uma excursão do COA à periferia da Res. Duas Bocas no municipio de Cariacica. O dia muito chuvoso não era propício para a observação de aves, entretanto, com algum esforço, conseguimos localizar algumas aves muito interessantes. E é sobre essas aves  que faremos algumas considerações. Primeiramente vamos às fotos:

O tangarazinho rajado, Machaeropterus regulus é sem dúvida uma das jóias desse reserva! Interessante é quem em Duas Bocas, somente o localizamos na parte baixa, abaixo da cota de 300m. de atitude. E ave ativa, sempre a vocalizar seu canto suave em forma de uma pequena corneta:  té..té.....té.......té...


verificamos que é relativamente fácil atrair o tangarazinho com a imitação de sua voz no gravador. Ele vem mesmo procurando saber quem é o intruso que adentrou sua área.


O dia estava muito chuvoso e por essa razão as aves não estavam muito ativas. Mas mesmo assim essa pequena ave deu o ar de sua graça algumas vezes.


Outro piprideo muito bonito, o cabeça -encarnada Pipra rubrocapilla. Esse parece ser mais comum que o rajado, tinha muitos individuos vocalizandoao mas não atendiam ao chamado do gravador:

A rendeira Manacus manacus não é pássaro raro, ocorrendo em várias altitudes. Esse macho aí apareceu de olho nas arvoretas de frutinhas próximas:


Um abc a todos os visitantes deste bird-blog!!

terça-feira, 15 de maio de 2012

PASSARINHADA EM CHAVES = S.LEOPOLDINA -13.5.2012

A localidade de Chaves situa-se no municipio de Santa Leopoldina, sendo cortada pela estrada que liga S.Leopoldina a Santa Tereza. A partir da cachoeira do véu de noiva, a região é toda dominada por florestas atlanticas de rara beleza, remanescentes da primitiva floresta em vários estágios de regeneração. Nos topos dos morros ainda é possível encontrar remanescentes da mata original. O aproveitamento economico da região é feita predominantemente no vale e no terço inferior da encosta. Esse aproveitamento caracteriza-se por cultivos de bananas e também por criação de galinhas com algumas granjas mas de pequeno tamanho. A altitude no lugar oscila entre 500-600m., podendo ser considerada como o primeiro degrau em direção ao planalto. A região possui clima ameno devendo a média anual oscilar entre 20-21 graus. Quanto às chuvas, trata-se de região de clima humido, sendo que a estrada na serra está frequentemente batida, apresentando poeira apenas em periodos mais longos de estiagem. Conhecemos essa região desde 1987 e testemunhamos sua preservação. A cobertura vegetal hoje é maior que naquela época. Por exemplo, um morro que antes era ocupado por samambaias e poucos arbustos e arvoretas, hoje é  tomado  por capoeirão denso, com as copas altas. Porém, isso não impediu que algumas espécies registradas naquela epoca desaparecessem. Já chegamos a registrar nessa estrada, a tovaca Chamaeza campanissoma e a borralhara Mackenziaena severa e que hoje não ouvimos mais.

As aves mais interessantes  fotografadas  hoje:

O belissimo araçari poca-de-bico-pintalgado Selenidera maculirostris, ave de comportamento esquivo e timido. Antes de ve-la, quase sempre ouvimos seu canto, espaçado e rouco semelhante a um ronco de sapo. Florestal mas não é raro.


O beija flor cinza Aphantochroa cirrochloris. Não é raro e pode ser visto até com certa facilidade.

A incrivel saíra-de-sete cores Tangara seledon. Ave de rarissima beleza, está se tornando mais frequente nos lugares onde ocorre. Como faz prova essa foto aí abaixo. Parei o carro para fotografa-las e duas chegaram a pousar na porta aberta do carro, pavoneando-se com a imagem refletida no retrovisor.Também é de mata e talvez seja nossa saíra mais frequente.


O Neinei, ou bemtevi de bico chato  Megarynchus pitangua.Frequenta matas e capoeiras e é muito parecido com o bemtevi comum, porém seu bico grosso e seu canto, um repetido nei-neiiii o identifica.

O surucuá-variado Trogon surrucura, aqui um macho.Ave de rara beleza, frequentador somente de matas. Esse talvez seja o surucuá mais frequente em nossas matas do ES. É manso e confiado, o que pode lhe causar problemas. Nidifica em cupinzeiros e seu canto é monotono e repetido incansavelmente na epoca de reprodução. No ES, pode ser visto tanto na serra como na baixada.


A tiriba de testa vermelha Pyrrhura frontalis, ave lindissima,habitante da mata e que aqui no ES é tipica de regiões serranas acima de 500m. de altitude.

Uma das estrelas da fauna da região, o Gavião-pombo-grande, o Pseudastur polionotus, ave predadora magnifica, que consta no rol de nossas espécies ameaçadas. E dificil de ser registrado, habitando preferencialmente matas extensas, onde plana a pouca altura.


Uma das aves tipicas da floresta, chamando a atenção por seu canto alto e estridente, o Gritador Sirystes sibilator. Geralmente participa de bandos mistos mas ficando como que de sentinela, periodicamente entoa seu canto, vindo daí o apelido de gritador.

Finalizando  com um abraço a todos meus leitores e amigos das aves,
silverio.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

PASSARINHADA NA FAZENDA CUPIDO - LINHARES =1 DE MAIO

Nesse feriado de primeiro de maio de 2012, tive a alegria de conhecer a Fazenda Cupido e refugio situada proxima a Linhares, norte do ES. Acompanhava os amigos e colegas do COA-ES, os colegas Mario Candeias, Fabricio Costa, Justiniano Magnago, Gustavo Magnago, Claudio Pereira, Antonio Pretti, Eliseu Pereira, Paulo Silva e Deomar. Saimos bem cedo, por volta de 4,4o hs. para chegarmos mais cedo à propriedade, ocasião em que poder-se-ia registrar mais aves. A expectativa era grande, afinal, iriamos visitar uma área grande de mata atlantica de tabuleiros, proxima e vizinha aos grandes maciços florestais de Sooretama, CVRD e outras áreas dessa famosa floresta. Os endemismos dessa floresta são muitos e todos ameaçados e por isso mesmo, considerados como "importantes" no sentido de que qualquer registro dessas aves é digno de nota. Assim, lá ocorrem, o gavião real, o gavião de penacho, o mutum de bico vermelho, a tiriba fura-mato, o macuco, o tropeiro, o sabiá-pimenta, o rarissimo Jacu verde, o crejoá e muitos outros.

Começando pela apresentação, veremos agora algumas fotos:






a beleza da mata, muitos remanescentes da mata primária.



Agora, as aves fotografadas:

A tiriba de orelha branca, Pirrhura leucotis, que até bem pouco tempo era considerada ameaçada:

O Catatau, ou Nicolau  como preferem alguns, ou Campylorhyncus turdinus:


O belissimo arapaçu de garganta amarela, Xyphorrynchus guttatus é uma ave de mata que nos proporciou bons momentos para fotografa-lo. Essa ave é tipica da mata atlantica de baixada dos tabuleiros e é uma das aves encontradas também na floresta amazonica:



Pousado no alto de uma árvore seca, o cauré, Falco rufigularis, um falcão que captura presas ativas e até mesmo grandes .

Ao longe  vimos um sóco-boi Tigrisoma lineatum e não perdemos tempo:


O Caneleiro bordado, Pachyramphus marginatus:


Uma das aves dificeis de se encontrar no alto da copa e que tive sorte em fotografar, o Bico chato de cabeça cinza, o Tolmomyias poliocephalus:



O pica-pau apelidado de benedito de testa amarela, cujo nome cientifico é Melanerpes flavifrons:


outra belissima ave da floresta, a rendeira, Manacus manacus:



uma das sensações da excursão, o caburé-miudinho, Glaucidium minutissimum, a nossa menor corujinha. Menor mas assim  mesmo, muito brava: é hábil caçados de pássaros:


outra jóia da mata de baixada, o cabeça-branca, a Dixiphia pipra, aqui a foto da femea ja que o macho nós não conseguimos visualizar:


Outra ave florestal, o pica-pau João velho, chamado de Celeus flavescens:


E finalmente, a ave notável da excursão, o mutum de bico vermelho, o Crax blumenbachii, ave extraordinária, que por si só já teria valido essa excursão. Essa espécie já foi considerada ameaçada de extinção. As populações tem se recuperado e apresentam boa chance de sobreviver a caçadas e derrubada das matas. Mas tem se reproduzido em cativeiro e tentada a sua reintrodução em várias matas.Pelo visto, na fazenda cupido apresenta boas populações e com boas chances de sobreviver para alegria das gerações futuras:

Vários mutuns no cair da noite, procurando alimento:



Outros  bichos  que  vimos:

Apareceram outros animais  como essa pequena cobra que um dos colegas  queria  pegar na mão:


Essa cutia  se misturava aos mutuns  para conseguir alimento e depois voltou para dentro da mata:



Também ouvimos macacos  como macaco-prego Cebus apella e o guigó Callicebus personatus.


E assim encerramos uma de nossas mais instrutivas e interessantes excursãoes de observação de aves, mas com  a certeza de que são necessárias outras idas ao lugar para melhor conhecer suas aves. Um abraço a todos  os passarinheiros e seguidores deste  blog.

silverio.