A localidade de Chaves situa-se no municipio de Santa Leopoldina, sendo cortada pela estrada que liga S.Leopoldina a Santa Tereza. A partir da cachoeira do véu de noiva, a região é toda dominada por florestas atlanticas de rara beleza, remanescentes da primitiva floresta em vários estágios de regeneração. Nos topos dos morros ainda é possível encontrar remanescentes da mata original. O aproveitamento economico da região é feita predominantemente no vale e no terço inferior da encosta. Esse aproveitamento caracteriza-se por cultivos de bananas e também por criação de galinhas com algumas granjas mas de pequeno tamanho. A altitude no lugar oscila entre 500-600m., podendo ser considerada como o primeiro degrau em direção ao planalto. A região possui clima ameno devendo a média anual oscilar entre 20-21 graus. Quanto às chuvas, trata-se de região de clima humido, sendo que a estrada na serra está frequentemente batida, apresentando poeira apenas em periodos mais longos de estiagem. Conhecemos essa região desde 1987 e testemunhamos sua preservação. A cobertura vegetal hoje é maior que naquela época. Por exemplo, um morro que antes era ocupado por samambaias e poucos arbustos e arvoretas, hoje é tomado por capoeirão denso, com as copas altas. Porém, isso não impediu que algumas espécies registradas naquela epoca desaparecessem. Já chegamos a registrar nessa estrada, a tovaca Chamaeza campanissoma e a borralhara Mackenziaena severa e que hoje não ouvimos mais.
As aves mais interessantes fotografadas hoje:
O belissimo araçari poca-de-bico-pintalgado Selenidera maculirostris, ave de comportamento esquivo e timido. Antes de ve-la, quase sempre ouvimos seu canto, espaçado e rouco semelhante a um ronco de sapo. Florestal mas não é raro.
O beija flor cinza Aphantochroa cirrochloris. Não é raro e pode ser visto até com certa facilidade.
A incrivel saíra-de-sete cores Tangara seledon. Ave de rarissima beleza, está se tornando mais frequente nos lugares onde ocorre. Como faz prova essa foto aí abaixo. Parei o carro para fotografa-las e duas chegaram a pousar na porta aberta do carro, pavoneando-se com a imagem refletida no retrovisor.Também é de mata e talvez seja nossa saíra mais frequente.
O Neinei, ou bemtevi de bico chato Megarynchus pitangua.Frequenta matas e capoeiras e é muito parecido com o bemtevi comum, porém seu bico grosso e seu canto, um repetido nei-neiiii o identifica.
O surucuá-variado Trogon surrucura, aqui um macho.Ave de rara beleza, frequentador somente de matas. Esse talvez seja o surucuá mais frequente em nossas matas do ES. É manso e confiado, o que pode lhe causar problemas. Nidifica em cupinzeiros e seu canto é monotono e repetido incansavelmente na epoca de reprodução. No ES, pode ser visto tanto na serra como na baixada.
A tiriba de testa vermelha Pyrrhura frontalis, ave lindissima,habitante da mata e que aqui no ES é tipica de regiões serranas acima de 500m. de altitude.
Uma das estrelas da fauna da região, o Gavião-pombo-grande, o Pseudastur polionotus, ave predadora magnifica, que consta no rol de nossas espécies ameaçadas. E dificil de ser registrado, habitando preferencialmente matas extensas, onde plana a pouca altura.
Uma das aves tipicas da floresta, chamando a atenção por seu canto alto e estridente, o Gritador Sirystes sibilator. Geralmente participa de bandos mistos mas ficando como que de sentinela, periodicamente entoa seu canto, vindo daí o apelido de gritador.
Finalizando com um abraço a todos meus leitores e amigos das aves,
silverio.
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