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domingo, 28 de janeiro de 2018

o Mutum de bico vermelho CRAX BLUMENBACHII


Crax blumenbachii é o Mutum de bico vermelho, uma ave Galinácea, da família dos  Cracidae e que encontra-se ameaçada de extinção devido sua caça predatória e também devido a alguns fatores ecológicos importantes como a redução de seu habitat, as florestas altas da baixada litorânea e matas similares interioranas.





























Duas fêmeas fotografadas na Res. Natural da Vale.



O Mapa ao lado, demonstra os locais de ocorrência atuais do Mutum, espécie endêmica do Brasil. Os pontos vermelhos são esses locais, onde a ave foi fotografada e cujos registros encontram-se depositados no Wikiaves: http://www.wikiaves.com.br/mapaRegistros_mutum-de-bico-vermelho.



Espécie cinegética, alcançando um comprimento de 84 cm. e pesando cerca de 3,5 kg., esse mutum sempre foi alvo dos caçadores. É uma das sete espécies de mutum do Brasil.

Mesmo classificado pela IUCN  como em perigo, na categoria EN, ele pode ser visto com relativa facilidade nos locais onde é protegido. Assim, na reserva da Vale em Linhares, norte do Rio Doce, ES. o mutum é frequente. Também já foi registrado na Reserva Biológica de Sooretama e na reserva da Fazenda Cupido e Refugio.

Página da Ornitologia brasileira, de H. Sick (1997) demonstrando as distribuições das diversas espécies de Mutum do Brasil.
A área do Mutum de bico vermelho é a número 1, demonstrando que a espécie habitava uma área de bom tamanho no SE.

Antigamente o Mutum foi uma ave comum no Leste do Brasil. Segundo H.Sick (1997), esse Mutum habitava o leste do Brasil da Bahia e Minas Gerais até o Rio de Janeiro. Sua presença é atestada por diversos marcos geográficos que levam seu nome, p.ex.;Córrego do Mutum, Vargem do mutum, etc. Atualmente esse Mutum é objeto de projeto especial de conservação de suas populações por meio do Icmbio que com o projeto PAM-Mutum do Sudeste realiza ações de sua conservação. Deve ser citado que algumas experiências de criação em cativeiro e reintrodução tem sido feitas. Segundo o site do programa do Icmbio( http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/docs-plano-de-acao/pan-mutum-do-sudeste/sumario-mutum-sudeste.pdf ) em quatro experiências de reintrodução de mutuns em áreas onde já habitaram no passado, foram soltos na natureza 251 indivíduos. Desses, houve perda de 44 indivíduos e houve 116 nascimentos confirmados, o que comprova que é possível a recuperação da espécie.,


Individuo macho fotografado na Fazenda Cupido em Linhares no cair da noite.













Essa foto, também feita na Fazenda Cupido, mostra vários Mutuns procurando alimento nas proximidades da sede da fazenda.
Passou-nos a impressão, de que esse mutum se não for caçado, ele se reproduz e suas populações se recuperam bem.

Nossas observações de aves no norte do ES, principalmente em Linhares, tanto na Reserva da Vale quanto na Fazenda Cupido, demonstraram que o Mutum não é ave muito rara. Em várias ocasiões tivemos oportunidade de vê-lo na mata, sempre pequenos bandos. Inclusive, chegamos a gravar sua curiosa vocalização. O que confirma nossa assertiva, de que, se não for caçado, suas populações podem se recuperar. O que será maravilhoso, pois trata-se de uma ave espetacular!!

FONTES PARA ESTE ARTIGO:

Sick, Helmut. Ornitologia brasileira, Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1997.

WikiAves- A enciclopédia das Aves do Brasil.

Observações de Aves feitas pelo próprio autor na região do Mutum.

Obrigado, amigas e amigos que nos visitam!!

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

PRIMEIRO "BIRDING" DE 2018!

Quarta feira de um verão escaldante! Temperaturas de 35 graus centigrados! Mesmo assim, fui contatado pelo amigo Clécio Gomide,de Divinópolis-MG, para guia-lo em uma passarinhada pelos alagados da estrada do Contorno de Vitória e proximidades!
Pois bem, missão dada é missão cumprida! Fomos então para a passarinhada, iniciando pelos alagados do Contorno e terminando no manguezal da UFES-Universidade Federal do ES.























Pato do mato Cairina moschata. Esse pato, nosso maior anatídeo, foi a única ave domesticada pelos indígenas do Brasil. Apesar de ter sido caçado, não é raro e é visto com certa frequência. Bem pesado. Curiosamente, nidifica no alto das árvores da mata.




A Garça-azul, Egretta caerulea, vive nos manguezais e alagados mas já foi registrada também no interior do país.



















Garça moura Ardea cocoi


Marreca-cabocla, Dendrocygna autumnalis.













Agora, os registros feitos no Manguezal da UFES:


Papagaio- curica, Amazona amazonica. Espécie comum no campus da UFES e o papagaio nativo mais frequentemente visto aqui no ES.













O periquito-rei, Aratinga aurea é nosso periquito mais comum. Personagem histórico, foi citado na época das capitanias hereditárias como " a ave que se deixar come toda a plantação de milho de uma capitania".

Aqui nessa foto, se alimentando das flores da sibipiruna, Caesalpinia pluviosa, dentro do campus.





Dentro do mangue, um individuo de Nycticorax nycticorax.

Observem que a ave apresenta uma má formação de sua perna esquerda.













A mesma espécie de Savacu, neste caso ao lado, um individuo jovem, ainda com a plumagem imatura.














O Socozinho Butorides striata, em atitude de espreita, observando os peixes na lagoa do campus.














Sossegado, discreto, camuflado e bem escondido na sombra de uma árvore, encontramos esse exemplar de Mãe-da-lua, Nyctibius griseus.

Destaco que essa ave é comum no campus, mas é difícil de ser vista devido a seus hábitos noturnos e seu disfarce perfeito de camuflagem.








Individuo de Saracura-matraca, Rallus longirostris. Esse individuo está com plumagem leucistica.

Essa saracura é muito "escandalosa": reage imediatamente ao ouvir sua voz de um gravador e vem rapidamente ao encontro do observador.











Dentro do mangue, visualizamos esse individuo de Savacu-de-coroa, Nyctanassa violacea.

Essa ave é mais desconfiada que o savacu comum e aprecia muito os manguezais onde busca seu alimento.










Foram essas as aves registradas  hoje, na companhia dos colegas e amigos Mario Candeias e Clécio Gomide,

Agradecemos muito as visitas dos interessados em nossas matérias.
José Silvério Lemos.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

MAIS ENDEREÇOS SOBRE AVES BRASILEIRAS.


Essa imagem foi copiada de: http://natalia.allenspach.com.br/materia-para-a-revista-ciencia-hoje-das-criancas/

MUITO  INTERESSANTE ESSE  "MANUAL DO PEQUENO OBSERVADOR DE AVES", 
contribuindo para formar nossos futuros observadores e observadoras!

O AMOR PELAS AVES  COMEÇA NA INFÂNCIA!







A Internet está bastante rica com endereços e matérias  sobre nossas aves. Hoje, pesquisando, pude conhecer e recomendo mais  dois:

http://natalia.allenspach.com.br/

, ÓTIMO BLOG  DA AUTORA  SOBRE OBSERVAÇÃO DE AVES:

http://apassarinhologa.com.br/aves-brasil


sábado, 6 de janeiro de 2018

PAPAGAIOS NATIVOS DO ESP. SANTO

O Estado do Espirito Santo situa-se no Leste do Brasil e possui uma área de 46.095 Km2. originalmente 93% ocupada pela Mata Atlântica, hoje restrita a 15% da área do Estado. Entretanto, apesar dessa grande redução, não temos conhecimento oficialmente, da extinção de alguma das espécies de aves nativas. Pode-se dizer que seu território, apesar de pequeno, marca o encontro de dois importantes blocos de florestas da Mata atlântica: a floresta dos tabuleiros litorâneos, que se  estendem até o nordeste do país, em áreas planas e baixas, com altitudes até os 200 metros. e a Floresta das serras que no Espirito Santo situam-se nas encostas que dão continuidade à Serra do Mar e à Serra da Mantiqueira( Serra do Caparaó) mais para o interior, já na divisa com MG.

O ESPIRITO SANTO  NO  BRASIL:
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Esp%C3%ADrito_Santo_(estado)



























O Papagaio moleiro Amazona farinosa, é encontrado em florestas de tabuleiro, das planícies, e ocorre até a Amazônia.
Esse Papagaio  é o maior papagaio brasileiro, alcançando 40 cm de comprimento. Possui uma voz potente, que é ouvida a longas distâncias dentro da mata. Mas reservas do norte do Esp.Santo, como  Vale e Sooretama, ainda não é raro. Mas em termos gerais, está classificado pela IUCN na categoria NT, ou seja, como "quase ameaçado". Não é visto em cativeiro. Talvez sua ameaça seja devido à redução das matas.


O Papagaio Chauá, Amazona rodocorytha, é listado pela IUCN  como EN, ou seja, EM PERIGO!
Porém, testemunhamos que esse é o papagaio MAIS COMUM no oeste do Espirito Santo, nos municípios de Itarana, Itaguaçu, Afonso Cláudio e laranja da Terra.

Todos os dias deparamos com esse papagaio, voando ora aos casais ou mesmo em bandos maiores. Já houve colegas que visualizaram bando de 60 indivíduos!


Esse aí, à esquerda, é o Papagaio de peito roxo, Amazona vinacea. Assim chamado por causa do vistoso colar peitoral de cor vinho.

Em nossas andanças pelo ES, podemos confirmar: é o mais difícil de ser visto! Tanto que está listado como EN pela IUCN e é considerado como ameaçado de extinção.

Mas, a boa noticia, é que temos notado um aumento de suas populações aqui no ES! Inclusive, nidificando próximo a uma habitação em Sobreiro. Acredito que habita na mesma área do Papagaio Chauá.


Esse é o papagaio mais comum no ES. É o Curica, Amazona amazonica, também chamado de  "Papagaio do mangue", devido a seu hábito de habitar também  os manguezais, onde chega mesmo a nidificar nas árvores maiores das Ryzophora!

É muito loquaz e abundante nas reservas da baixada litorânea dos tabuleiros, como na Vale e Sooretama. Curiosamente, não é muito observado nas matas serranas!

É COM MUITA ALEGRIA QUE OBSERVAMOS QUE ESSES QUATRO PAPAGAIOS NATIVOS CONTINUAM ENCONTRADIÇOS EM NOSSAS  MATAS!
Isso, lembrando, em um estado cuja área geográfica é um dos menores do Brasil.

Muito obrigado aos visitantes!



BUGIOS RESISTENTES!

Os macacos  Bugios, Alouatta  fusca (https://pt.wikipedia.org/wiki/Alouatta_fusca) são habitantes das florestas do Leste do Brasil e ocorrendo até o Norte da Argentina e Paraguai. São animais muito bonitos e bastante frequentes em nossas matas. Pelo menos eram até há um ano atrás!




























Alouatta  fusca: pequeno bando na Serra do Pão de ló, Laranja da Terra.ES, Brasil.

A partir de Dezembro de 2016, uma grande crise se abateu sobre esses animais: uma grave epidemia de Febre amarela! Alguns biólogos estimaram que a mortandade desses animais chegou a 90% da população! Entretanto, talvez o estrago não tenha sido assim tão violento. Esses dias contemplamos um pequeno bando de cinco indivíduos na Serra em Laranja da Terra, e, também ouvimos seu ronco característico nos capoeirões em Sobreiro.


Esses macacos são muito sensíveis ao vírus da febre amarela. Servem como sentinelas de que a febre avança para próximo das populações humanas. O maior sintoma que sentimos de sua mortandade é que deixamos de ouvir seus roncos nas matas.

Mas, recentemente, em alguns locais, temos confirmado que eles sobreviveram!

Não com a abundancia anterior, mas em dois locais de Laranja da Terra ouvimos sua vocalização. Em Sobreiro, ouvimos  também o Sauá, Callicebus personatus, o que é uma noticia muito boa

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

NOVOS PEIXES DE VIX!

Já publiquei uma postagem  sobre os peixes de Vitória, capital do Espirito Santo! Algumas pessoas talvez tenham achado curioso, uma vez  que essa página é sobre aves! Porém, "Jornal das Aves e peixes". Ou seja, peixes em menores quantidades,mas tem  também! Esse post  foi esse aqui: http://www.jornaldasavesepeixes.net/2017/12/alguns-peixes-de-vitoria-es-brasil.html

Em pleno verão brasileiro, com temperaturas de 35 graus quase todos  os dias, tenho pescado  mais  que feito birding. Informando que sou apenas pescador amador, que pratica  o "pesque e solte" e que se contenta com poucos peixes!. Assim, passo a seguir, algumas fotos de algumas novidades desses dias  quentes e chuvosos!



























  Um dos locais  preferidos para a pesca com iscas artificias: o pier da ponte em Vitória. Foi aqui que apareceram os peixes a seguir:


A Bicuda Sphyraena guachancho, habita o Atlântico ocidental, desde  os EUA até a Argentina. Não são peixes muito grandes, atingindo, segundo o Livro PEIXES DA COSTA BRASILEIRA, de Alfredo Carvalho Filho, o comprimento de 65 cm. Esse exemplar ai do lado tinha uns 55 cm. Ataca iscas artificiais na meia água e na superfície, mas não é muito brigador. No verão é comum nas águas da baia de Vitória.



Ubarana, Elops saurus, "O PREDADOR PRATEADO":

Peixe magnifico! Predador feroz que ataca os cardumes de alevinos de sardinhas e manjubinhas na superfície. E também as iscais artificiais! Sua batida na isca é adrenalina pura!
Por ser muito ativo e brigador, algumas vezes não conseguimos solta-lo, tal o estado de stress em que fica ao ser fisgado. É frequente na baia de Vitória. mas não podemos dizer que são abundantes. Viajam em cardumes pequenos.


O curioso Peixe voador, Dactylopterus volitans, é assim chamado  por possuir "asas" que usam para se locomover no fundo do mar. Porém, não saltam fora d'água como os verdadeiros peixes voadores. Não é espécie apreciada e normalmente não ataca iscas artificiais.






Finalizamos nossa lista do dia, com esse exemplar ( 30 cm.) de Sororoca,Scomberomorus brasiliensis, peixe que chega a medir 80 cm. e pesar mais de 3 kg. Não é abundante em Vitória, mas aparecem alguns no verão. Normalmente nos costões pescamos exemplares menores como esse aí. É um predador meio delicado e por essa razão, deve-se ter cuidado ao retira-lo do anzol pois pode se ferir, dificultando o "pesque-solte" com sucesso!


Obrigado às pessoas gentis que nos visitam e um  ÓTIMO 2018 pessoal!