Translate

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

ALGUMAS AVES DE CHAVES VISTAS ONTEM!

Complementando nossa postagem de ontem dia 29, domingo em que fomos a Chaves em Santa Leopoldina, apresento hoje as melhores fotos de aves que registramos. Vamos  lá, começando com uma fêmea do Tangará Chiroxiphia caudata, ave muito famosa e comum em nossas florestas:



















A avezinha está construindo o ninho, uma pequena plataforma num arbusto a apenas 2 metros de altura dentro da floresta! E achei muito curiosa a forma que ela encontrou para levar essa palhinha no bico!


Ela em outra posição.

















Um casal da Choquinha-de-peito-pintado Dysithamnus stictothorax, considerada por alguns como "quase ameaçada", mas muito encontradiço ainda em nossas matas! A fêmea se alimentando de uma deliciosa lagarta capturada nas folhas!









O Arapaçu-de-garganta branca Xiphocolaptes albicollis, é um dos maiores arapaçus do SE do Brasil e gosta muito de revirar as bromélias da mata na busca de insetos e outras presas!

Arapaçus são aves das matas neotropicais que escalam os troncos à feição dos pica-paus, mas não possuem bico duro para escavar na madeira e se apoiam nas raques das retrizes, formadas por penas duras que lhes dão esse suporte. Além de um casal desse aí, ainda vimos também o Arapaçu grande e o Arapaçu liso e ainda ouvimos o Arapaçu rajado.


O Arapaçu grande Dendrocolaptes platyrostris, estava mais arisco que o arapaçu de garganta branca e somente permitiu essa foto de perfil.
A existência de tantos arapaçus em uma mesma mata é sinal de que a mata é bem protegida e está em boas condições ecológicas, visto que são consumidores secundários.







O Tiê-da-mata virgem, ou Tiê de bando Habia rubica, possui uma cor vermelha com tons de canela, belíssimos! Contudo é difícil de se reproduzir essa cor maravilhosa em uma foto! Continuo tentando!
Percorre o interior da mata em bandos e costuma ser um dos mais assíduos seguidores das formigas de correição, Eciton e Labidus. Sua voz forte, um chamado rascante e áspero anuncia que estão por perto mas esse chamado contrasta com seu canto verdadeiro que é muito melodioso e suave!



Saíra-militar Tangara cyanocephala, uma das saíras mais bonitas do Leste do Brasil! Frequenta a copa da mata aos bandos e nessa foto não tive muita sorte em escapar do excesso de contra-luz.










Agora, fotos do interior da mata onde essas aves foram fotografadas, em Chaves, município de Santa leopoldina, Estado Esp. Santo, Brasil:

 aspecto normal do interior da mata, com árvores de 30m de altura!

Uma das maiores árvores! sentados em suas raízes tabulares fizemos um lanche!











MUITO OBRIGADO AS AMIGAS E AMIGOS QUE NOS VISITAM!

José Silvério Lemos.


domingo, 29 de outubro de 2017

DENTRO DA MATA TEM DE TER CUIDADO!!!!

Escrevo após passarinhada nas matas de CHAVES, município de Santa Leopoldina, neste Estado do Espirito Santo, feita  hoje dia 29 de outubro de 2017, na companhia de minha esposa Ana Delboni e do casal de amigos Evandro e Elzeni Limonge.
A região é rica em florestas secundárias, algumas de grande porte e com pouquíssimas alterações. Tal é o caso da floresta existente nas proximidades da Cachoeira do Véu de Noiva, onde o proprietário construiu uma ótima estrutura para o turismo ecológico, com acomodações confortáveis para os hospedes e também restaurante com ótima comida.
Conhecemos o lugar já há bastante tempo.

A questão do cuidado dentro de uma mata tropical deve ser bastante ressaltada dadas as possibilidades do encontro com o perigo. Cobras venenosas como as jararacas(Bothrops) ou insetos como vespas, mutucas, aranhas caranguejeiras, exigem que o(a) observador(a) esteja atento(a). Não se trata de uma iminência aterradora, apenas da necessidade de cuidados, visto que a miríade de seres que habitam essas florestas é muito grande. É uma biodiversidade incrível e o exemplo a seguir ressalta  bem esse fato.


Um aspecto da floresta.














Placa sinalizadora indicando a trilha até a cachoeira.













Tempos atras fiquei conhecendo o andorinhão estofador, Panyptila cayennensis. Foi no município de Afonso Cláudio neste estado, que conheci o ninho harmoniosamente e engenhosamente construído por essa ave:


Ninho do andorinhão Panyptila cayennensis.




















Pois bem, hoje, dentro da mata de Chaves, visualizei um ninho muito semelhante que me levou a questionar se seria do andorinhão(?). Mas dentro da mata? há pouca altura?

Vejam o ninho e observem as semelhanças:



São parecidos mas não são a mesma coisa e quando resolvi averiguar, descendo até o local e puxar o galho da árvore, tive uma surpresa! Vejam só quem estava dentro do ninho, que também possui um funicolo de entrada idêntico ao ninho de Panyptila.










Bastou um balanço no galho para uma grande quantidade de marimbondos saírem para defender seu castelo!
















Apesar das fotos terem ficado boas, não consegui Identificar essa espécie de marimbondos, apenas fiquei encantado e impressionado com sua engenhosidade em construir seu ninho colado a folhas da árvore. E, para minha sorte, não me atacaram! mas a história poderia ter sido outra!! felizmente não foi.




Muito obrigado aos amigos e amigas que nos visitam!!!!

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

BIG DAY 2017


http://bigdaybrasil.com.br/


Leptasthenura setaria, O GRIMPEIRO.

O Grimpeiro Leptasthenura setaria é uma ave da família FURNARIIDAE, habitante da floresta ombrófila mista, e totalmente ligada à floresta de araucária. Essa floresta, uma das mais bonitas do mundo, é considerada como ameaçada e portanto, também o Grimpeiro corre perigo, estando listado pela IUCN na categoria de Vulnerável.

A vida do Grimpeiro é totalmente ligada ao pinheiro do paraná, a Araucária, arvore simbolo do Estado do Paraná. No passado, as florestas de araucária chegaram a apresentar uma área de 200.000 Km2, porém, atualmente esta área foi bastante reduzida.

















A araucária Araucaria angustifolia é uma conífera nativa do sul do Brasil e que existe também em Misiones na Argentina. A distribuição do Grimpeiro acompanha essa conífera, existindo desde São Paulo até o Rio Grande do Sul. Mas existem manchas de araucária também na Serra da Mantiqueira no Sul de Minas Gerais.


Fonte do mapa: Por Brazilian_States.svg: Felipe Menegazderivative work: Inspirate (talk) - Brazilian_States.svg, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=5950252


Mapa de distribuição geográfica da Araucaria angustifolia.







Araucárias no amanhecer!  Essa árvore forma a copa, o dossel dessa floresta magnifica.












Uma das matas remanescentes nas proximidades de PATO BRANCO, estado do Paraná. Trata-se de uma floresta subtropical, com temperaturas médias anuais oscilando entre os 14 e os 18 graus Celsius. O dossel é formado pelas araucárias e o sub bosque por outras espécies  como as canelas (Lauraceaes) e Leguminosas. Mas também observamos taquaras.






Finalmente o Grimpeiro Leptasthenura setaria, vagueando entre as folhas chamadas de Acículas que são terminadas em formato de espinhos que podem ferir algum predador desavisado.
















O grimpeiro é uma ave de tamanho médio, medindo cerca de 17 cm. e com uma cauda longa terminando em espinho, padrão típico de furnarídeos.

É curioso que popularmente, ao que parece, o Grimpeiro não seja tão associado à araucária quanto o são, por exemplo, a Gralha azul Cyanocorax caeruleus.

Talvez pelo fato de ser um pássaro arredio, de plumagem modesta, não dando tanto "na vista" quanto as gralhas e quase não sendo conhecido pelas pessoas.

Fui até o Paraná, para ser padrinho de casamento e ainda não conhecia a região. Pude conversar com várias pessoas sobre aves e nenhuma delas conhecia esse Grimpeiro, meu registro foi o primeiro de Pato Branco a ser postado na plataforma Wiki-Aves. O que me surpreendeu, mas aos poucos fui descobrindo o porquê. 
Fui encontra-lo dentro da zona urbana, no pátio de uma escola com três enormes araucárias. Fiquei um tempo contemplando outras aves que apareceram como o Sanhaçu papa laranjas e, de repente, ouvi o canto do Grimpeiro!!. pus-me então a procurá-lo até encontrar dois, talvez  um casal!

Tomara que se reproduzam em sua amada araucária,  e que o perigo de desaparecimento seja afastado com a preservação dessa árvore magnifica!

Muito obrigado aos visitantes que procuram nosso blog.

Grato!!




terça-feira, 17 de outubro de 2017

MUTUM DO NORDESTE DE VOLTA !!!



Fonte da foto abaixo, do mutum: http://www.oeco.org.br/reportagens/reintroducao-do-mutum-de-alagoas-esta-proxima-da-realidade/
Foto de Marco Freitas.

Essa é uma das mais maravilhosas noticias que nós, amantes de nossas aves, podemos ouvir! Trata-se da reintrodução na natureza de novos exemplares  do Mutum de alagoas, ou Mutum do Nordeste. 

O  belíssimo artigo de Carolina Lisboa, aborda a iminência de soltura na natureza  dos primeiros Mutuns criados em cativeiro. Para isso, foi necessário um longuíssimo trabalho, com muitas idas e vindas para possibilitar essa reintrodução na natureza.

Desde o final dos anos 1970 temos noticia dos levantamentos e expedições à procura dessa ave no nordeste. Um dos trabalhos que tive acesso, narra uma expedição do Museu Nacional aos últimos remanescentes florestais de Alagoas, ocorrido em 1979 para localizar  os últimos mutuns, essa expedição foi capitaneada pelo ornitólogo Dante Luiz Martins Teixeira. A extinção do mutum foi decorrente do binômio caça/destruição das matas. Agora, surge essa possibilidade, de reaparecimento do mutum!

Vejamos o maravilhoso artigo:

GUIA PARA IDENTIFICAÇÃO DE JURITIS.

A ótima revista  URU, ensina como identificar  no  campo as várias espécies de Leptotilla. Trata-se de ótima e bonita leitura  que muito ajudará os observadores de aves  na natureza, vejam:

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

15 LIVROS GRATUITOS PARA IDENTIFICAR AVES BRASILEIRAS!


PASSAMOS ABAIXO o link para consulta a livros gratuitos, on-line, para identificação de aves brasileiras:

FONTE: http://conexaoplaneta.com.br/blog/15-livros-gratuitos-para-identificar-aves/


CONEXÃO  PLANETA:

Blog Avoando:

15 livros gratuitos para identificar aves





http://conexaoplaneta.com.br/blog/15-livros-gratuitos-para-identificar-aves/




SUB-OSCINES FLORESTAIS EM SANTA LEOPOLDINA.

Componentes da classe AVES, a ordem passeriformes é dividida em dois compartimentos: os TYRANNI, antigamente chamados de Sub-Oscines e  os PASSERI, antes conhecidos como Oscines.
Sub-Oscines  são aves mais antigas na ordem evolutiva. Na maioria dos continentes esses pássaros foram substituídos pelos Oscines. Oscines são pássaros mais recentes no tempo de evolução, e possuem cérebro mais plástico, adaptável a mudanças ambientas e são também conhecidos como "pássaros canoros  ou pássaros que cantam". Muitos autores pensam que os Oscines estão substituindo os sub-oscines.
Sub-oscines são aves ligados diretamente às florestas tropicais, adaptados à vida florestal nas matas da região neotropical. A destruição das florestas tropicais afeta principalmente os sub oscines  que possuem mais dificuldades de adaptação à mudanças ambientais. Estudos tem demonstrado, que a diversidade de  sub-oscines tende a diminuir rapidamente com a fragmentação das matas.

Daí, a importância de acompanharmos a flutuação populacional dessas aves e é uma alegria quando as registramos em bom número em nossas florestas remanescentes.

Recentemente, em excursão a Santa Leopoldina neste Estado do Esp. Santo, objeto de nossa última postagem, também registramos dois desses pássaros florestais, muito interessantes na região.
A antiga família FURNARIIDAE é uma das mais típicas das matas neotropicais e são conhecidos como OVENBIRDS nos países de língua inglesa. Foi dividida em várias famílias menores e os registros interessantes que fizemos foi de um Xenopidae e um Furnariidae.


Passemos então a comentar sobre esses dois passeriformes:

O Barranqueiro de olho branco, Automolus leucophthalmus, é belíssimo como se pode ver na foto ao lado.
Não é ave rara mas somente existe em florestas preservadas. Em capoeiras ralas ele se torna bem raro.
Quando tocamos sua voz no play-back vários indivíduos costumam atender, curiosos  para ver o que está ocorrendo!

Ave insetivora, participa ativamente dos bandos mistos de aves que percorrem a mata a busca de alimentos. 
Seu ninho é construído em barrancos no interior da mata e a ave utiliza um túnel na terra e constrói o ninho bem no fundo.



Esse gracioso passarinho, é o Bico virado miúdo Xenops minutus.

Ave insetivora que habita o sub-bosque, muitas vezes acompanhando os bandos mistos. Sua vocalização de chamada é um assobio fino e delicado que se parece com o canto de um beija flor!

Constrói o ninho em buracos nas árvores e aqui no ES, se comparado ao outro bico virado, o bico-virado-carijó Xenops rutilans nota-se que é menor e também mais difícil de ser registrado. O carijó é bem mais comum e podemos ver com muito mais facilidade  que o miúdo.

OBRIGADO PESSOAL!!!

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

JAPUS

Japu é a designação comum às espécies de grande porte de aves passeriformes da família ICTERIDAE. No Brasil contam-se 06 (seis) espécies, a maioria vivendo na região amazônica. No nosso caso, estaremos nos referindo aqui neste artigo à espécie conhecida como Japu-preto, Fura-banana, Guaxe-de-rabo amarelo, ou simplesmente Japu conforme consta no Wiki Aves (www.wikiaves.com.br) a enciclopédia on-line de nossas aves!
Trata-se de um pássaro de grande porte, os machos alcançam 45 cm. de comprimento. O maior de todos os japus é o Japuaçu Psarocolius bifasciatus, da Amazônia, que chega a 50 cm. de comprimento! É também esse japu, Psarocolius decumanus, a espécie que possui a mais ampla distribuição no Brasil, ocorrendo em toda a região amazônica, centro oeste, leste e no sul até o Estado de Santa Catarina. Em alguns locais, sua população se tornou rara. Apesar de sua distribuição estender-se até Santa Catarina, não constam no Wiki Aves, registros para esse Estado. No Estado do Paraná, apenas cinco registros na mesma localidade no norte do Estado. A partir de São Paulo para o norte sua ocorrência é bem mais frequente, expandindo para o norte mas no Nordeste apenas dois Estados possuem registros, Piauí e Ceará.

Espécie gregária, quando se estabelece em colônia em alguma região, instala-se grande movimento, com as fêmeas a todo o momento chegando à arvore para construir os ninhos ou então para alimentar seus filhotes, enquanto os machos ficam por perto fazendo papel de sentinela. A qualquer sinal de perigo dão o alarme com uma vocalização curta e sonora. O Japu está em plena temporada de construção de ninhos e criação de filhotes. Hoje, no Rio da Prata, município de Santa Leopoldina, ficamos debaixo de uma pequena colônia, com uns 10 ninhos e pudemos fazer algumas todos dessa ave maravilhosa:

Foi numa árvore de Palmito Jerivá Syagrus romanzoffiana, que os Japus escolheram para pendurar seus ninhos.













Japus fazem três posturas por ano, com a fêmea pondo de 1 a 2 ovos. Iniciam a reprodução em agosto e vão até o mês de dezembro, não sendo raros posturas até o mês de janeiro. Chuvas pesadas são um importante fator limitante da época de nidificação.

A fêmea do Japu na porta do ninho.Já estavam com filhotes pois saiam a todo momento ´para buscar alimentos. 

Os machos ficam por perto fazendo o trabalho de sentinela da colônia.
 Encontro na copa de uma das árvores do lugar.

o Entra e sai do ninho.


















Psarocolius decumanus é a espécie de Japu menos dependente de florestas. Na região SE ela chegar a habitar até mesmo matas ralas e em cidades da Amazônia como Manaus, esse japu é uma ave urbana. Observamos que aqui ele prefere mesmo as matas de encostas baixas, mesmo que formadas por capoeirões, onde escolhe árvores de tronco reto e liso para dependurar seus ninhos. Muitas vezes, as colônias ficam muito grandes, às vezes com mais de 50 ninhos. Nas encostas próximas a Santa Teresa aqui no ES, já vimos colônias com mais de 35 ninhos, mas essa que presenciamos  hoje, era pequena e tinha  uns dez ninhos.
Fora a questão da preservação das matas, o Japu não corre perigo de extinção porque não é pássaro para ser colocado em gaiolas, e suas fontes de alimentação estão razoavelmente bem protegidas, já que trata-se de espécie onívora, que come de tudo o que encontra. Porém, diferentemente do Guaxe, o Japu não se aproxima muito das habitações, chega até as proximidades e esse comportamento da ave mostra que seu ponto de fuga é maior que o do Cacicus haemorrhous. O Guaxe chega a nidificar até mesmo em árvores na varanda das casas, talvez para se proteger de predadores florestais como cobras e macacos. A região de Sobreiro no município de Laranja da Terra não possui grandes remanescentes florestais, predominam capoeiras e capoeirões no topo dos morros e, ainda assim, frequentemente registramos japus perambulando pelo local.


Uma visão de parte dos ninhos, amarrados nas pínulas da palmeira Jerivá.











Muito obrigado amigos visitantes!

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Andorinha e Fregata aumentam Lista de aves do Brasil, 1927 espécies!!

Uma andorinha misteriosa e uma fregata fazem a lista do Brasil chegar aos  1.927 espécies!

Vejam o ótimo artigo do Zé Edu Camargo em seu maravilhoso site

http://brasildasaves.com.br/2017/09/20/uma-andorinha-misteriosa-aumenta-a-lista-de-aves-do-brasil/

Transcrevo abaixo o artigo completo:

Uma andorinha misteriosa aumenta a lista de aves do Brasil

"Ao contrário do que canta o Trio Parada Dura, uma só andorinha fez o verão. Pelo menos o verão de três pesquisadores (de instituições dos EUA, Rússia e Holanda) que acabam de publicar um artigo muito interessante. Em 2012, eles colocaram geolocalizadores em sete exemplares da andorinha-do-caribe (Progne dominicensis). Um desses geolocalizadores foi recuperado dois anos depois, e mostrou informações surpreendentes. A andorinha havia migrado durante o outono/inverno do Hemisfério Norte (primavera/verão por aqui) para uma região no interior da Bahia, nos dois anos consecutivos. E, embora a área de destino tenha variado muito pouco, as rotas que ela percorreu foram bem diferentes. No primeiro ano bordeou a costa atlântica do Brasil e depois voou direto para o oeste baiano. No segundo veio pela região das Guianas, passou algum tempo na Amazônia e só então foi em direção sul, até a Bahia. “O registro é muito importante porque a rota migratória e área de invernagem da espécie eram totalmente desconhecidas”, diz o pesquisador brasileiro Vitor Piacentini.
Além de esclarecer o mistério sobre o paradeiro de inverno da andorinha-do-caribe, o estudo ajudou a colocar a espécie na lista de aves do Brasil. Lista, aliás, que cresceu também com outro artigo publicado, com o registro da fragata-de-ascensão (Fregata aquila) no mar territorial brasileiro. Assim, o país agora conta provisoriamente com 1927 espécies registradas. Um detalhe curioso: a notícia da presença da andorinha-do-caribe por aqui provocou uma corrida dos ornitólogos e observadores de aves em busca de registros antigos da andorinha-doméstica-grande (Progne chalybea), uma espécie muito comum em boa parte do patropi. É que as duas espécies são parecidas – a esperança é que registros antes identificados como andorinha-doméstica-grande na verdade sejam da andorinha-do-caribe. E, como a primavera vem chegando, vale prestar atenção redobrada às andorinhas nos fios. Uma delas pode ser a visitante caribenha."

Cópia do desenho da andorinha, para os Birdwatchers ficarem atentos!

Fonte desse desenho: Andorinha-do-caribe. Reprodução: Handbook of the Birds of the World. citada no artigo do ZÉ  EDU.
Á primeira vista, podemos notar que ela é muito parecida com a andorinha domestica grande, Progne chalybea, então, a solução e nessa primavera e verão que se aproximam, temos de ficar atentos quando virmos concentração da doméstica. Pode ter alguma andorinha do caribe no meio. Esse fato, aliás, é comum em migração de outras andorinhas como a andorinha do barranco  Riparia riparia, ou a andorinha de bando Hirundo rustica. Já a Fregata, por habitar a ilha de ascensão e o mar, fica bem mais difícil termos a oportunidade de visualizar  por aqui!!

E nosso inventário continua crescendo:  1.927 penosas voadoras!!!
Muito obrigado pessoal que nos visitam!!