Pessoas conhecedoras da diversidade e um pouco da biologia da classe AVES, sabem que, uma das famílias mais incríveis nesse universo e também mais famosas e belas, é a família dos COTINGIDEOS!
Os COTINGAS como são comumente chamados e referenciados, são famosos não apenas por sua beleza ou iridescência das plumagens de muitos de seus integrantes, mas, também pelo seu comportamento e pela diversidade de suas espécies.
Nesse pensamento, lembro-me da descrição que Eurico Santos fez em seu livro Pássaros do Brasil, Ed. Itatiaia, BH, 2004. Segundo ele, o mundo dos Cotingídeos compreende uma multidão de aves das mais diversas cores, com uma grande variedade de comportamentos e cantos. Vão desde os gigantes Anambé-preto (Cephalopterus ornatus) até criaturas diminutas como o Tietê-de coroa (Calptura cristata) na época ainda classificada entre os Cotingídeos. Com vozear impressionante como as arapongas, ou altissonante como o Cri-crió.
Nessa mensagem, farei referencia apenas às quatro espécies que vimos recentemente em nossa viagem ao Amazonas. Foram quatro (4) espécies! A Amazônia é a região onde existe a maior diversidade e evolução essa família. É a região dos incríveis pássaros conhecidos em língua inglesa como os famosos Umbrellabirds, ou dos Fruitcrows.
Porém, o viajante que for até lá esperando encontrar essas aves vai ter trabalho. Apesar da imensidão da floresta, verde por todo lado, cortada por algumas estradas, muitos rios e alguns lugares mais acessíveis, registra-los não é fácil! Sai-se com a impressão, que na verdade, em que pese a grandeza e imensidão da floresta, são aves raras. O tamanho da floresta torna ainda mais difícil encontrar com eles. Talvez seja menos difícil conhecer algum ponto de alimentação para conseguir um possível encontro fortuito com essas aves magnificas, verdadeiras joias da criação! Outra possibilidade é o conhecimento de suas vocalizações. Se a pessoa não conhecer essas vocalizações tudo fica ainda mais difícil. Só mesmo a sorte para ajudar nesse encontro!
Por essa razão, os guias de birdwatching conhecedores da região e de suas vozes, são imprescindíveis para se conseguir localiza-los.
Então, vamos às quatro espécies que vimos:
PRIMEIRO REGISTRO: SAURÁ.
Saurá, Phoenicircus carnifex, nos observando, desconfiado, meio escondido na árvore!
Ave linda demais, com seu colorido vermelho que se destaca contra o verde da mata. Foi descoberto por nossa guia Vanilce de Souza Carvalho, ao ouvir seu chamado dentro da mata. Alimenta-se principalmente de frutos e o curioso, segundo o Wiki Aves é a plumagem do filhote no ninho. O ninhengo chega a assemelhar-se mais a uma lagarta que a um pássaro. Mesmo não sendo considerado como raro ou ameaçado, podemos notar que sua área de distribuição conhecida ( pelo menos até hoje!) não é muito vasta:
Os registros do Saurá, Phoenicircus carnifex conforme fotos e sons publicados no Wiki Aves.
Mapa retirado do Wiki Aves:
SEGUNDA ESPÉCIE: ANAMBÉ-AZUL.
Nossa segunda espécie foi o Anambé-Azul, Cotinga cayana.
O Anambé azul, a Cotinga cayana é desses cotingas típicos, que acreditamos poder encontrar ou ambicionamos registrar graças à beleza de sua plumagem! No local que registramos essa ave, havia dois machos e também vimos fêmeas. As aves procuravam o lugar devido à abundancia dos açaizeiros, Euterpe oleracea, que estavam com os cachos cheios de coquinhos de palmito açaí ainda maduros! A forma deles pegarem esses coquinhos é muito típica dos cotingas: Em um pulo, abocanham o fruto e logo a seguir num movimento rápido e gracioso, "deixam-se cair" no estrato mais baixo da floresta.
Outra foto de um dos machos que estiveram no local.A cor roxa marca fortemente a garganta da ave!
A distribuição do Anambé Pombo, indica que ele não é tão raro como eu pensava. É uma distribuição vasta que abrange toda a Amazônia e, também nos países vizinhos amazônicos.
A Distribuição do Galo da Serra tem uma distribuição pequena, com registros conhecidos em apenas dois municípios do Amazonas e mais comumente em Roraima e também alguns registros no Amapá.