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terça-feira, 18 de abril de 2017

AVES FANTÁSTICAS DA AMAZÔNIA IV

Prosseguindo com nossa  longa conversa sobre aves amazônicas, tenho a honra e o prazer de mostrar a vocês, agora, alguns registros do grupo de aves que antigamente eram chamados de FORMICARÍDEOS! Tratam-se de aves muito peculiares e tipicas das florestas das Américas, Central e  do Sul, resultado da evolução de milhões de anos. Pertencem ao grupo de passeriformes chamados cientificamente de Sub-oscines. A ordem dos passeriformes divide-se nesses dois grupos: Oscines e sub-oscines. Oscines são considerados  mais recentes, mais evoluídos pois possuem o cérebro mais adaptável  a mudanças ambientais, enquanto os sub-oscines são remanescentes de eras mais antigas, e, segundo pesquisas, seriam mais suscetíveis a mudanças no ambiente, ou seja, estariam mais sensíveis à ação humana sobre o ambiente. Em nosso país, entretanto, mesmo na região da mata atlântica, são relativamente poucas as especies dessas aves ameaçadas de extinção. A antiga designação de  Formicarídeos, foi substituída  por novas denominações divididas em várias famílias, entretanto, possuem em comum muitos hábitos. Esse nome Formicaridae origina-se dos hábitos de algumas espécies, serem assíduas seguidoras das formigas de correição, as famosas formigas legionárias que na América do Sul, são representadas principalmente pelas espécies Eciton  burchellii e a formiga-da-chuva Labidus praedator, ambas comuns em nossas florestas. (p.,ex. na Reserva de Duas Bocas, 35 km de Vitória, ES já registramos correição de Eciton e publicamos nesse blog.!)

As formigas não são o alimento dessas aves! As aves seguem as formigas para capturar os animais, que são espantados e desentocados pelas colunas de formigas! São lagartas, grilos, baratas da mata, percevejos, etc., uma infinidade de pequenos seres que se escondem nos milhares de tocas e abrigos da floresta; Geralmente são espécies fotofobas, isto é, acostumadas à vida no interior sombrio e penumbrosa da mata e por isso mesmo, misteriosas!

MAS, vamos enfim às aves?  vamos-la:

A Choca D'Água, Saskesphorus luctuosus, tem esse nome popular devido à preferência por habitar margens alagadas. Muito vocal, a ave atendeu ao chamado de seu canto quando gravamos.








Esse ai, cor pardinho ou chocolatinho, é a fêmea do Formigueiro de cauda curta, Myrmelastes humaythae, uma ave que vive embrenhada no escurinho da floresta. Para fotografa-la, tivemos de adotar uma postura espartana: nada de movimento ou barulho. O que foi difícil com uma multidão de pernilongos famintos nos atacando.





 Esse individuo é um macho da Mãe-da-taoca-de-cauda-barrada, Gymnopihyts salvini. Uma das espécies mais desconfiadas e ariscas da mata. Tivemos sorte em fotografa-la pois muitos não conseguem. É uma das ativas seguidoras das formigas, dai o apelido de Mãe da taoca. Ele estava escondido mas ao ouvir sua voz vinda do gravador, ficou nesse estado de perplexidade, nos fitando, talvez procurando descobrir quem era o intruso em seu território.







Agora, um casalzinho simpático! Trata-se do Chororó-escuro Cercomacra tyrannina, macho e logo na foto abaixo, a fêmea! Esse gênero, Cercomacra, é famoso no Brasil devido serem aves florestais exigentes, como. p.ex. o Chororó-cinzento, Cercomacra brasiliana, da mata atlântica do SE, que foi durante muito tempo considerado como extinto e redescoberto depois.Mas, continua raro. Certamente esse Tyrannina não é tão ameaçado mas foi ótimo conhece-los! Temos também o Chororó-do-pantanal, que pareceu ser até abundante.

















Pegando a onda dos casais, apresentamos agora, o casal conhecido como  Choca cantadora! Pygiptila stellaris.

Pássaro de bom tamanho, uns 14 cm. pareceu confiado e curioso, o que não é muito comum entre seus pares. Veio calmamente, bem acompanhado por suja namorada e ficou um bom tempo nos divertindo.

Talvez o apelido de "cantadora" seja devido a seu hábito de vocalizar muito e a uma boa altura. Canto muito mesmo, teria boas chances em programas de calouros cantores!

Detalhe interessante do bico forte da ave: adaptação para procurar alimento na folhagem em troncos carcomidos da mata primária.













O Formigueiro-de-cara-preta, Myrmoborus myotherinus, somente apareceu em um dia, na localidade de Manacapuru, local de matas primárias e muito vastas. Quase nada sabemos dele  ou ficamos sabendo. Apareceu, posou para a foto e foi embora sem nem um "tiau".










Por hoje, ficamos com esses formicarídeos! Mas nos dias seguintes estaremos mostrando mais  sobre as aves desse lugar majestoso. A pessoa habitante de uma metrópole ou lugares muito povoados, não tem a ideia do que é a Amazônia! Só mesmo indo lá para ver. a força da natureza ainda indomada a todo o momento se faz sentir! e, Como falamos nesse momento e há pouco sobre formigas, deixo uma foto que dá uma pequenina ideia desse mundo amazônico. Da interação harmoniosa entre os vários seres e a floresta! Nas várzeas dos grandes rios, impressionou-me as formigas pequenas e avermelhadas conhecidas como "formigas de fogo". Elas se juntam em "bolotas" e saem flutuando nos rios como uma forma de dispersão, e sua picada é terrivelmente dolorida e  queima como fogo, daí, o nome: formiga de fogo!




domingo, 16 de abril de 2017

AVES FANTÁSTICAS DA AMAZÔNIA III

Continuando com o relato de nossa viagem, apresentamos agora mais algumas fotos das incríveis aves do Amazonas:




O Macuru de pescoço branco, Notharchus macrorhynchos, é ave mansa e foi avistada de cima da torre da MUSA em Manaus.

O Macuru de peito marrom, Notharchus ordii, mostrou-se calmo, permanecendo muito tempo e somente foi visto na localidade de Careiro da Várzea.

A Saira de 7 cores da Amazônia, Tangara chilensis, é a mais bela saíra da Amazônia e apesar de seu nome, não ocorre no Chile, apenas na região amazônica.
O Iratauá-grande, Gymnomystaxis mexicanus, é ave dos alagados e forma grande bandos nas regiões de alagados dos grandes rios.
O Anambé-branco de máscara negra, Tityra semifasciata, é a mais linda de todas as Tityras e foi vista na localidade de Manacapuru.
A Saira-diamante, Tangara velia é outra ave incrível beleza, com várias cores e ocorre também nas matas litorâneas do norte do  ES e Sul da Bahia.













Continuaremos postando fotos dessa magnifica excursão amazônica. Gratos aos amigos que nos visitam!

JSL.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

AVES FANTÁSTICAS DA AMAZONIA II

Prosseguindo com nossa apresentação de algumas aves amazônicas, registradas em nossa recente excursão de passarinhadas.:

 A Arara canga, Ara macao, aparaceu em várias ocasiões. Nessa aqui, estávamos no alto da torre do MUSA-Museu da Amazônia, quando sobrevoaram a mata e fomos obrigados e clica-las!
 O Bate-Para, Attila bolivianus, é ave da família Tyrannidae e tem um canto muito parecido com o Attila rufus do SE do Brasil. Ave muito bonita e de voz forte e alta.

 Vimos três espécies de papagaios, o moleiro Amazona farinosa, o papagaio curica Amazona amazônica  e esses dois aí, o papagaio Diadema Amazona autumnalis, ave muito bonita e de voo gracioso. Posteriormente vimos mais alguns indivíduos. A população da Amazônia brasileira é considerada como população disjunta uma vez que a distribuição da espécie vai do México até a Venezuela. 
O Tucano grande de  Papo branco, Ramphastos tucanus, é ave comum, sendo registrado em todas as localidades em que visitamos. Pode ser considerado uma das vozes mais ouvidas da Amazônia e sua distribuição alcança toda a região.
 Esse gracioso Pica-pau, é o Pica-pau de colar dourado, Veniliornis cassini, registrado na localidade de Ramal do Pau Rosa, próximo a Manaus.
A Pomba-Botafogo, Patagioenas subvinacea, é ave comum, tendo sido registrada em várias localidades que visitamos mas observamos que é florestal.
Vimos poucos rapinantes nessas excursões, um deles, esse Gavião-Ripina,  Harpagus bidentatus, ficou muito tempo pousado nessa árvore seca, talvez espreitando alguma presa incauta. Esse gavião de pequeno porte também já foi muito registrado nas matas do SE do Brasil.
 Ave rasteira e campestre, a cigarrinha-do-campo, Ammodramus aurifrons, mostrou-se ser comum nos pastos e regiões abertas próximas às várzeas dos rios.
O  Japu-pardo, Psarocolius angustifrons, é uma ave belíssima e grande! Bastante ligada às matas de Várzea nos grandes  rios. Na várzea do Iranduba, vimos duas colônias dessas aves, sendo que uma ainda estava  com filhotes, com as aves entrando nos ninhos para alimentar os filhotes.

 Um individuo de Psarocolius angustifrons com alimento no bico, antes de entrar em um dos ninhos para alimentar seus ninhegos!















Uma colônia pequena de Japu-pardo, Psarocolius angustifrons.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

AVES FANTÁSTICAS DA AMAZÔNIA

Tendo visitado a região de Manaus, Presidente Figueiredo e Manacapuru e adjacências entre os dias 25 de março e 01 de abril recentes, passo a apresentar a vocês, algumas fotos das aves que mais me impressionaram, quer pela beleza ou pelo comportamento.
A Amazônia mesmo é impressionante! A sensação mais marcante que tive, observando o Rio Amazonas, ou o encontro das águas dos rios Negro e Solimões, a força da correnteza e aquele  mundo de água,  é que ali a natureza bruta predomina. O Homem ainda não subjugou a Amazônia!





Mas vamos às AVES:

 O Pica-pau chocolate, Celeus elegans, é bonito demais e tem essa cor de chocolate, o que o torna mais interessante ainda.
 O Chora-chuva-de asa branca, Monasa atra é de uma beleza impar e muito vocal. Reúne-se em pequenos grupos e vocalizam animadamente movimentando bastante as asas.
 A Pipira-de-Máscara, Ramphocelus nigrogularis, é outra ave que mostra o poder de Deus para criar criaturas muito belas.
 Do alto da torre do Museu Musa- Museu da Amazônia, pudemos observar essa bela espécie de Araçari-negro, Selenidera piperivora, aparecer procurando alimento nas copas das árvores.
 A Chincoã-de-bico vermelho, Piaya melanogaster é outra ave multicolorida, da família dos Cucos Cuculidae que forrageia nos galhos em busca de insetos dos quais se alimenta.
 Hylopezus macularius, também chamado de Pinto-do-mato carijó, é ave do interior sombrio da floresta, onde prefere os valos úmidos. Constantemente se empoleira e passa um bom tempo vocalizando.
A beleza das aves amazônicas pode ser simbolizada com as arirambas. Essas aves, dotadas de bicos compridos são basicamente insetivoras. Nessa foto, vemos um casal de Ariramba-bronzeada Galbula leucogastra.









Agradeço aos visitantes e informo que a partir de hoje estaremos postando imagens de nossa viagem ao Amazonas.
um abraço,
José Silvério Lemos.