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terça-feira, 24 de março de 2020

Elaenia chilensis: Guaracava de crista branca.


Elaenia chilensis, fotografada em 22 de março de 2020, de dentro de minha residência no Bairro de Jardim da Penha em Vitória, ES, Brasil.

Notar os pequenos frutos da figueira Ficus sp.

Era grande a movimentação de aves nessa árvore à procura de alimento.










Uma ave pequena e graciosa, medindo cerca de 15 cm. E com cores discretas, verde olivácea e possuindo dois caracteres muito distintivos: a faixa branca no píleo da ave, mostrando-se algumas vezes como uma pequena crista branca e duas faixas laterais das remiges primárias bem destacadas, de cor branca amarelada. Possui ainda um tênue anel Peri-oftálmico, de cor amarela apagada. Segundo o Wiki Aves, http://www.wikiaves.com.br/wiki/guaracava-de-crista-branca. É uma espécie migratória, habitando regiões de clima temperado ou subtropical. Seu registro em áreas mais quentes como esse agora em Vitória, seria devido  a sua migração que começa em março, em direção ao norte, invernando no norte do Brasil.


Talvez a dificuldade de se registrar essa ave, seja além de seu comportamento tímido e discreto, também a correta  ID.

Neste caso, eu estava colocado acima da árvore e podia lá de cima visualizar os detalhes das aves na figueira. As fotos capturaram as partes superiores da ave o que mostrou a pequena crista branca. Um observador debaixo da árvore teria mais dificuldade em identificar essa ave tão interessante!

Sobre a alimentação dessa ave, como todos os tiranídeos, certamente os insetos constituem um importante item alimentar, mas no WA existem fotos da espécie comendo pequenos frutos. Estas fotos  foram tiradas quando a ave visitava uma figueira exótica, a Ficus benjamina. Não vi a ave se alimentando dos frutinhos da Ficus que estava carregada, mas talvez seja esse o motivo de estar ali. Ressalto que em minha experiência como passarinheiro ainda não conhecia essa ave. Foi um lifer para a minha coleção!  E com a maior sorte, pois estava observando as aves que visitam essa figueira quando observei logo esse tiranídeo discreto e fleumático na árvore.  Comparada com os sanhaços e Bem-te-vis, que a todo momento acorriam à arvore com grande movimentação, observei essa Elaenia até tímida e reservada.



A ave graciosa e seu pequeno topete! Nos dois posteriores, segunda e terça feiras, observei novamente a figueira e não percebi nova visita da ave. Talvez seja mesmo o trajeto da migração rumo ao norte.








Muito obrigado às pessoas que nos visitam!!

domingo, 22 de março de 2020

BIRDING VS. COVID-19!


BIRDING  DURANTE QUARENTENA, SEM SAIR DE CASA!

Estamos todos envolvidos, preocupados e limitados  por esse vírus altamente contagioso e perigoso. Milhares de pessoas no mundo todo já foram vitimas e milhões estão em perigo. Aqui no Brasil as autoridades estão insistindo muito no “isolamento social” como uma das formas de se pelo menos amenizar a escalada do vírus. Dentro dessa premissa, as atividades desenvolvidas ao ar livre e em grupo sofrem um golpe, já que, enquanto durar a quarentena,  não podemos mais nos reunir para praticar o que mais gostamos: observar aves!


O Bem-te-vi, Pitangus sulphuratus é uma das aves mais comuns do Brasil e, portanto, não deixaria nunca de aparecer nessa "passarinhada doméstica"  como foi  hoje.












Por sorte, essa figueira, na rua ao lado de meu apartamento, está lotada de pequenos figos, alguns já maduros e muitos amadurecendo!
Muitas aves foram visita-la e aproveitamos para fazer algumas das fotos mais bonitas, e, inclusive  um lifer para o município de Vitória!
Então , nosso COA-Clube de Observadores de Aves do Esp. Santo lançou a ideia: Observar aves de nossas varandas! Ou seja, continuamos cumprindo a quarentena mas aproveitando o tempo para fotografar as aves que aparecerem próximas a nossas casas. E foi o que fizemos! Nesse relato, apresento a lista das espécies registradas, bem como algumas fotos dessas aves!


O Canário da Terra, Sicalis flaveola já esteve ameaçado mais  voltou a ser comum tanto na cidade como no campo.











Andorinhão do temporal, Chaetura meridionalis, sempre aparece nos dias ventosos e chuvosos como foi o dia de hoje.















A Guaracava de crista branca Elaenia chilensis também apareceu na figueira. É o primeiro registro dessa Elaenia para a cidade de Vitória. Eu também não conhecia essa ave pessoalmente.








A Maria cavaleira de rabo enferrujado, Myiarchus tyrannulus é uma ave bonita e calma.












Pombão da asa branca, Patagioenas picazuro tornou-se bastante comum nas cidades!













Também, obviamente muito comum, o Pombo doméstico, Columba livia.













O Falcão quiriquiri, Falco sparverius é ave comum, e um predador muito ativo e versátil.














A Rolinha Columbina talpacoti é uma das aves mais abundantes do Brasil e também uma das mais graciosas!














Mimus gilvus, o Sabiá-da-praia também é ave comum e no dia de hoje vimos esse aí muito próximo de seu primo Minus saturninus. É curioso pois é citado na literatura que as espécies se excluem ecologicamente.













A Saíra amarela, Tangara cayana, possui cores belíssimas e contrastantes. Aqui em nossa região é a única saíra do gênero Tangara habitante da zona urbana.

É frugivora e insectívora. Nessa foto da esquerda uma fêmea procurando alimento na figueira.
Dois machos da Saíra amarela pousados em uma antena de TV nas proximidades.














Os frugívoros não poderiam deixar de visitar a figueira e esse Senhaçu cinzento Tangara sayaca se fartou com os pequenos figos da árvore que já estão maduros.













O Sanhaçu do coqueiro, Tangara palmarum, tem esse apelido pela preferência que possuem por palmeiras Cocos nucifera. Evidente que a ave mesmo sendo assídua frequentadora de coqueiros, ela também aprecia outras árvores, principalmente quando com frutos maduros, o que foi o caso hoje de nossa figueira.







LISTAMOS A SEGUIR AS ESPÉCIES  VISTAS E OU OUVIDAS NESSE DIA DE QUARENTENA:

1- Andorinhão do temporal.
2- Bem-te-vi
3- Cambacica
4- Canário da terra.
5-  Corruíra
6-  Falcão de coleira.
7-  Garça azul
8-  Garça branca pequena
9-  Garça vaqueira
10-Gavião carrapateiro
11- Guaracava de barriga amarela
12- Guaracava de crista branca
13- João de barro
14- Maria cavaleira de rabo enferrujado.
15- Nei-nei
16- Pardal
17- Pombão de asa branca
18- Pombo doméstico
19- Quero quero
20- Rolinha
21- Sabiá do barranco
22- Sabiá do campo
23- Sabiá da praia
24- Saíra amarela
25- Siriri
26- Tesourão, beija flor.
27-  Urubu.

MUITO OBRIGADO PESSOAS QUE NOS VISITAM!!!

  

domingo, 15 de março de 2020

O Gavião Urubu, Buteo albonotatus, em Coqueiral de Aracruz.

Buteo albonotatus, o Gavião urubu, possui esse nome popular devido sua enorme semelhança, no voo, com os urubus, principalmente a espécie Cathartes aura.





























Buteo albonotaus planando nos ares em recentemente em Coqueiral municipio de Aracruz-ES.

Trata-se de uma rapinante de tamanho médio, segundo o Wiki Aves, mede 51 cm de comprimento e possui uma envergadura de asas de 129 cm., pesando 830 gramas.
Esse gavião não é considerado como ameaçado, porém, não se pode dizer que seja comum. Alimenta-se de aves e mamíferos e utiliza sua semelhança com o urubu para enganar suas presas e surpreende-las até o ponto de ficar difícil fugir!


Não é difícil fotografa-lo pois seu voo planado facilita essas fotos.

O observador deve tomar cuidado ao identificar essa ave, pois possui certa semelhança com os indivíduos da fase morfo escuro da espécie Buteo brachyurus, o Gavião de cauda curta.

Mas, não é difícil separar os dois: nosso albonotatus é maior, possui as primárias em voo mais abertas, com destaque para as pontas, parecidas com o urubu conforme podemos ver na foto ao lado.

É um gavião com distribuição ampla no continente americano, podendo ser encontrado desde  Estados Unidos e México até a  America do Sul.

Muito  obrigado  amigas e amigos que nos visitam!!






quinta-feira, 5 de março de 2020

Registro da Coruja Preta Strix huhula.


 Um lífer  novo é muito mais que um número! Nesse caso em particular, a Coruja Preta Strix huhula, já há muito tempo eu vinha procurando e tentando registrar essa coruja muito interessante e bonita!
Conhecer uma ave requer curiosidade, sobre seus hábitos, seu canto, os lugares que frequenta, enfim, um lífer nos leva a pesquisar e gostar mais da ave recentemente conhecida. 


Strix huhula, fotografada em 01 de março p.p. na EBMAR- Estação de Biologia Marinha de Santa Cruz, Município de Aracruz-ES. Brasil.

Não se pode dizer que seja muito rara, mas, de fato não é uma ave comum de se ver. Apesar disso, tem sido regularmente registrada em diversos pontos do Brasil. Alimenta-se de insetos, gafanhotos, e pequenos vertebrados como pássaros, ratos, cobras. Na EBMAR, ressaltamos a boa quantidade de morcegos frugivoros, que chegam inclusive, a se alimentar nos bebedouros dos beija flores.

O recente registro na EBMAR, estação de biologia Marinha de Santa Cruz, veio coroar finalmente o esforço para conhecer e fotografar essa coruja. Já tinha ido ao local três vezes procurando essa Srix! Também em outras ocasiões, e em outros lugares, procuramos essa coruja mas sem sucesso. Um local onde ela estava e não conseguimos foto foi quando estivemos em Pium no Tocantins, hospedados no Centro de pesquisas Canguçu. A coruja visitou o local e de madrugada vocalizou bastante. Mas não saímos para fotografa-la! 

Logo ao ouvir sua voz vinda do gravador, após o cair da noite, ela apareceu voando para uma árvore próxima, onde pudemos, enfim, fazer as fotos. A localidade da EBMAR, possui uma mata de restinga com árvores altas e vegetação espessa. E essa coruja habita preferencialmente regiões florestais, mas já foi registrada até mesmo dentro de cidades maiores, em parques com vegetação alta.
 Ress

Confirmado então, o registro dessa coruja em Santa Cruz, município de Aracruz. Ressaltamos que ela já se encontra nas proximidades desse local há pelo menos 40 dias, dado o primeiro registro feito em 21.1.2020, pelo Gerente da EBMAR, Gabriel Ruschi.







Agradecemos as pessoas que nos visitam!!






terça-feira, 3 de março de 2020

BRASIL RECEBE 52 ARARINHAS AZUIS!

A Ararinha azul, Cyanopsitta spixii é um psitacideo nativo do Nordeste do Brasil, considerado como "Provavelmente extinto na natureza",  vitima que foi, principalmente dos traficantes de aves.
A última esperança para a sobrevivência da espécie é a criação em cativeiro. Já era famosa como simbolo da luta pela conservação no Brasil, mas obteve destaque internacional junto ao grande público com o filme Rio de Fernando Meirelles. No Brasil, restam apenas 13 exemplares em cativeiro. Mas a imprensa noticiou hoje, que uma pequena população de 52 indivíduos está sendo encaminhada ao Brasil para ajudar na recomposição da população nativa.



Foto de autoria do "Projeto Ararinha azul"

último macho encontrado na natureza, em 2000.





















Um dos jornais  que noticiaram o importante fato:


https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2019/06/07/brasil-vai-receber-50-ararinhas-azuis-da-alemanha.ghtml

A noticia deve ser comemorada, mas essa operação, de transferência dessas ararinhas para o Brasil, está causando preocupação nos ambientalistas conhecedores do assunto e da situação da Ararinha. Os riscos existentes para a adaptação dessa nova população ao nordeste do Brasil, são muitos e importantes. Essa operação, infelizmente, não é garantia que uma nova e promissora fase na luta pela preservação da Cyanopsitta spixii.

Matéria interessante abordando esses riscos da operação podem ser lidas no portal O ECO.

https://www.oeco.org.br/reportagens/especialistas-demonstram-preocupacao-sobre-projeto-de-reintroducao-das-ararinhas-azuis/

Esperamos que estejam equivocados e o projeto de reintrodução obtenha sucesso para propiciar o retorno da Ararinha à sua terra natal e o Brasil, ter de volta uma de suas aves mais bonitas e interessantes!

Obrigado pessoas que nos visitam!

segunda-feira, 2 de março de 2020

Pomba Trocal em Coqueiral de Aracruz

A Pomba trocal,  Patagioenas speciosa,  é uma pomba silvestre, de tamanho grande, medindo cerca de 30 cm e habitando a mata alta em grande parte do Brasil.





Relatamos o encontro com essa pomba, dois individuos, talvez um casal, neste domingo 01 de março por volta das 17 hs., à tardinha, no bairro de Coqueiral, municipio de Aracruz. O local são os remanescentes de mata alta que envolvem o bairro. Estavam longe, mas foi possível com facilidade confirmar a ID dessa pomba.
Mesmo sendo uma espécie florestal muito arisca, o curioso foi registra-la praticamente dentro da zona urbana, já que Coqueiral é uma área urbanizada cercada por cinturões de mata nativa. O detalhe que chamamos a atenção para outros birders é o comportamento da ave próxima ao anoitecer. Nessa situação, a ave empoleirou em uma árvore alta e seca por cima, ficando um bom tempo observando as imediações.

Quem quiser procura-la, deve estar atento a suas preferência ecológicas. Prefere matas altas da baixada litoranea, matas quentes do litoral. Por essa razão tem sido registrada nas reservas da Vale e Sooretama. Até hoje não foi encontrada nas matas montanhosas.


Avistamos, eu e Aninha, duas Pombas Trocal, calmamente no crepúsculo, no alto de arvore em Coqueiral.

Foto das duas P. speciosa.









Obrigado a todas pessoas que nos honram com suas visitas!!!