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quinta-feira, 21 de novembro de 2019

GUARÁS VOLTAM A FLORIPA!

  DEU NA IMPRENSA:








Imagem: @Karol Moreira:  "Guarás Delta do Parnaiba/PI. In: Flicker  https://flic.kr/p/puuk1d

Guarás são aves sensíveis e desconfiadas. Ao perceber seu ambiente perturbado, elas fogem à procura de outros lugares para viver e se alimentar. Hoje, na impresa, tivemos uma ótima noticia: Guarás voltando a viver em uma capital do país!

Segundo a reportagem abaixo, transcrita da Folha de São Paulo, um bando dessas aves  voltou a aparecer em Florianópolis:


FLORIANÓPOLIS, SC (FOLHAPRESS) - O vermelho escarlate que tinge o céu a cada voo chama atenção do observador mais desavisado, que logo os associa aos flamingos. Com sua exuberante plumagem, o guará (Eudocimus ruber) está de volta à Florianópolis.
A revoada das aves não era apreciada havia mais de 200 anos, segundo pesquisadores da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). O fenômeno mobilizou observadores da fauna na cidade. Entre os possíveis motivos da volta dos guarás, dizem estudiosos, estaria a recuperação de mangues na ilha, onde essas aves podem se alimentar.
A coloração dos guarás vem do pigmento dos crustáceos (carotenoides), característicos de ecossistemas como o manguezal, estuários e rios, dos quais ele se alimenta. À medida que envelhecem, a cor se torna cada vez mais brilhante e intensa. As semelhanças entre eles os flamingos, porém, ficam por aí. 
O guará é um tipo de ave mais próxima da garça, com características físicas semelhantes de pernas, pescoço e bico compridos (pelecaniformes), e estatura entre 50 a 120 cm. O flamingo, por sua vez, é vem da ordem phoenicopteriformes, de longas pernas e bico encurvado, e um pouco maiores que os guarás (os flamingos medem de 90 a 150 cm de comprimento).
O bando com cerca de mil animais chegou à capital catarinense no começo desta semana e alvoroçou ambientalistas de norte a sul da ilha. Fernando Farias, biólogo e guia de observação de pássaros, foi um dos primeiros a registrar as aves, que possivelmente vieram da baía da Babitonga, no norte do estado, a 200 km da capital. 
Apesar disso, é cedo para afirma a origem exata dos animais, uma vez que há registro da espécie em todo litoral brasileiro, além de Argentina, Colômbia, Guiana Francesa, Suriname, Venezuela, Bolívia e Trinidad e Tobago.
Farias teve a oportunidade de ver os guarás no manguezal do Itacorubi, na região central de Florianópolis, na segunda-feira (18). "O retorno deles significa que estamos fazendo alguma coisa em relação a conservação. É reflexo das áreas de mangue preservadas na ilha, e também mostra que a população de guarás da qual eles vieram está bem grande." 
As aves não estão ameaçadas e não integram a chamada lista vermelha da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais). 
No entanto, não havia registros dos animais na capital catarinense desde o século 18, segundo pesquisadores da UFSC. Amédée François Frézier, em 1712, foi um dos poucos a descrever a ave em Florianópolis. Em carta à corte francesa, o botânico militar observou a mudança desde os primeiros anos de vida até atingirem a fase adulta.
"Os guarás são encontrados à vezes na ilha de Santa Catarina. As primeiras plumas que o cobrem, logo que nascem, são negras. Esta cor dissipa-se insensivelmente tomando-se acinzentada. Quando começa a voar, todas as plumas tomam-se brancas: tomam finalmente a cor de rosa; tomando-se dia a dia mais vermelhas, até adquirirem uma cor escarlate viva e permanente", escreveu em relato compilado no livro "Ilha de Santa Catarina: relatos de viajantes estrangeiros nos séculos 18 e 19", editado em 1979 pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina. 
O sumiço desses animais por anos pode ter diversas explicações, segundo Fabrício Basílio, do uso das penas em ornamentos até a poluição dos oceanos. A degradação do manguezal, porém, é apontada pelo pesquisador do Observatório de Áreas Protegidas e do Laboratório de Gestão Costeira Integrada da UFSC como o principal fator de ter afugentado os guarás da ilha.
Muitos dos mangues no país, diz Basílio, foram ocupados e aterrados. "Pensava-se que estes ecossistemas não produziam nada, tinham mau cheiro e eram um atraso ao desenvolvimento das cidades".
A atenção em relação a estes ecossistemas surgiu somente em 1987, quando a primeira unidade de conservação foi criada com este fim em Carijós. "São [espaços] extremamente importantes como berçários da vida marinha, além de servirem de proteção para as cidades que se localizam na zona costeira, porque atenuam a força da maré em eventos climáticos extremos."
O retorno da ave é comemorado também por poder aquecer o turismo da região, como ocorreu com um novo passeio para observar aves no arquipélago de Alcatrazes, próximo a Ilhabela, no litoral norte de São Paulo. A expectativa agora para o visitante pródigo, diz o biólogo Farias, é se ele vai conseguir se reproduzir na ilha.
Folha de São Paulo, 21.11.2019

sábado, 2 de novembro de 2019

UMA COLÔNIA DE JAPUS e o Parasita!

Japus são aves muito gregárias! Imponentes passarões de longa cauda amarela e respeitável bico, também de cor amarela, essas aves podem ser facilmente notados onde se estabelecem!





























Nesta Sexta-feira dia 31.10.19, observamos uma colônia de Psarocolius decumanus, na estrada que liga a cidade de Cariacica até a localidade de Sertão Velho, neste Estado do Espirito Santo.

A COLÔNIA:


Não é uma colônia grande, contamos 26 ninhos de ambos os lados da árvore, um Aderno de uns 25 m. de altura! Japus parecem apreciar a vegetação dos Capoeirões onde ficam bem à o vontade!
Mas o movimento dos Japus, entrando e saindo dos ninhos era grande e mostrava uma agitação e um nervosismo, talvez por terem me notado e sendo observados.
























Japu entrando no ninho! Muito provavelmente estão com filhotes pequenos. Não ouvimos o chiado característico dos filhotes e por isso, deduzo que devem ser bem novinhos.

















Mesmo o ninho sendo grande, ás vezes superam 1 metro de comprimento, a ave tem de se esgueirar para chegar la dentro! Lembrando que o Japu é uma ave de 48 centimetros de comprimento, o macho, e a fêmea alcança  38 cm.!











O PARASITA!


Mas o perigo ronda a maternidade japuense! Vislumbramos, paradas na árvore, como quem não quer nada, algumas fêmeas de outro grande Icterídeo! Trata-se da Iraúna grande, Molothrus oryzivorus! 

Como estamos em plena primavera, temporada de reprodução dos bichos, os recantos da mata fervilham de vida e amor!





Os ninhos pendentes dos Icterídeos podem ser predados tanto por mamíferos, como aves e cobras! Mas além desses perigos, ainda devem ficar atentos contra os notórios parasitas conhecidos. São também Icterídeos como eles, Chupins e as Iraúnas.

 É impressionante como os Japus não percebem o perigo!

Nessa foto da esquerda, uma fêmea de iraúna chega a inspecionar um dos ninhos enquanto outra fica de guarda na porta de entrada de um dos ninhos.


Nessa foto podem ser percebidas três fêmeas da Iraúna, inspecionando e escolhendo onde botar seus ovos!















Um dos Japus volta de sua excursão para a colônia, trazendo no bico o alimento para os ninhegos.

Parece que alguns desses ninhegos, ao crescer, não terão as longas retrizes amarelas que caracterizam essa espécie!










Acho que foi Goeldi quem disse: Em uma de suas excursões, deparou com um ninho de japu caído ao solo. Dentro havia um filhote que foi alimentado por seu pessoal, e, ao final, desenvolveu-se uma perfeita Iraúna.

Portanto, esse parasitismo da Iraúna sobre o Japu já é bastante antigo!

OBRIGADO PESSOAS GENTIS QUE NOS VISITAM!!