A região de brejos existente no contorno da capital do Esp.Santo, é habitada por muitas espécies de aves interessantes. Trata-se de região de baixada litorânea, ao nível do mar e até mesmo abaixo dele em alguns pontos. No mês de dezembro próximo passado o Estado sofreu com muita chuva, o índice pluviométrico em alguns locais chegou a 700mm de chuvas em apenas 30 dias! Como resultado disso, essa região já alagada ficou mais úmida ainda. Estradas foram destruídas e o estrago da enchente ainda não foi resolvido totalmente. Agora a água começou a baixar e pudemos voltar ao local para uma passarinhada. O destaque foram as sanãs, conhecidas como saracuras-sanãs! Essas aves são comuns no local. Hoje pudemos registrar e fotografar duas espécies:
Essa é a sanã-parda, Laterallus melanophaius é bem comum nesses alagados! Ouvimos cantar em vários locais. Foi atraída facilmente no play-back. O curioso é seu comportamento, parecendo até mesmo um pinto do mato. Essa foto acima, no momento ela estava procurando alimento nas folhas da taboa Tipha dominguensis.
Essa pequena saracura é muito versátil, procurando alimento nos emaranhados dos brejos e como visto acima, até mesmo nas folhas das taboas.
Outra saracura que vimos ser comum no local mas muito difícil de ser fotografada é a sanã-carijó Porzana albicollis. Trata-se de saracura que possui um belo e alto canto. Mas, tem uma particularidade: é dificílima de ser fotografada. Já tinha tentado várias vezes e somente consegui desta vez por questão de sorte. Primeiro tentei fazer a foto dela calma dentro do emaranhado brejoso:
Até que a foto não ficou ruim, mas a ave não saía de se seu abrigo de forma alguma. Até apareceram outras se aproximando de onde estávamos, o que ocasionou algumas brigas. Mas, de tanto insistir, conseguimos captura-la no limpo com uma sequência de fotos com sorte:
Ela apareceu desconfiadissima, no aberto do brejão.
Finalmente conseguimos uma foto boa dessa saracura super desconfiada!
Ao final, próximo à estrada do contorno ainda tivemos sorte de conseguir outro lifer, a noivinha Xolmis irupero:
Não é uma espécie comum aqui em nossa região! Raramente vista e não é qualquer habitat em que é vista. Geralmente são área abertas com árvores esparsas, em fazendas, que possuem árvores e postes de energia ou telefone. E além disso é muito espantada! O simples gesto de se sair de dentro do carro já é motivo para a ave fugir voando para longe.
Com a inundação da região, vários animais ficaram mais à vontade no lugar conforme pode ser visto com essa capivara, que atravessou a estrada na nossa frente:
Com a inundação da região, vários animais ficaram mais à vontade no lugar conforme pode ser visto com essa capivara, que atravessou a estrada na nossa frente:
José Silvério.