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quinta-feira, 28 de junho de 2018

PULSATRIX KOENISWALDIANA no ES, Brasil.




Conhecendo a Murucututu de barriga amarela!












Pulsatrix koeniswaldiana é o nome cientifico da grande coruja chamada de Murucututu de barriga amarela. Trata-se de uma das maiores corujas do país e em muitos lugares é chamada pelo apelido de Corujão como outras corujas de grande porte! Como acontece com muitas rapinantes, a fêmea é maior que o macho. Nessa espécie, ela pode atingir 54 cm. de comprimento e pesar até 700 gramas, enquanto o macho pode chegar a 51 cm e pesar 600 gramas. Nessa nota, registramos a espécie em nossa viagem a Sobreiro, distrito de Laranja da Terra, ES, Brasil. Região do vale do Rio Doce. A Murucututu é uma espécie florestal que se adaptou bem à derrubada de grande parte da mata e que continua comum na floresta atlântica! Em Sobreiro já registramos três espécies de corujas: P.koenswaldiana, Megascops choliba a corujinha do mato e Tyto furcata a coruja das igrejas.
Com a reprodução do canto da ave, ou melhor, seu chamado, traduzido por populares como Mu-ru-cu-tu-tu, aos poucos os corujões da região foram nos cercando e terminamos por contar quatro indivíduos! Confirmamos ser essa a coruja mais comum no Esp. Santo, praticamente em toda mata que visitamos, podemos registra-la logo ao cair da noite. E pelo porte, certamente é um predador muito eficiente.


A ave deixou-se fotografar com a luz de lanternas, mas depois de algum tempo, fugiu do lugar e refugiou-se na vegetação.












Infelizmente, a grande distância e com dificuldade de iluminação a foto não ficou boa. Pode ser observado nessa foto, duas corujas.











Essa espécie é estritamente florestal e possui capacidade de adaptação a alterações antrópicas. No caso do ES a espécie pode ser considerada comum nas matas e capoeirões. Alimenta-se de roedores, aves, insetos, que são capturados em suas caçadas noturnas. As aves são surpreendidas em seus pousos noturnos.

OBRIGADO PESSOAS QUE NOS VISITAM!!

IDENTIFICANDO O CHUPIM E O CHUPIM AZEVICHE.

CHUPIM  Vs.  CHUPIM AZEVICHE


















Molothrus rufoaxillaris, o Chupim azeviche, fotografado em Sobreiro, Laranja da Terra, 27-6-18.




Chupins são aves da família ICTERIDAE, de cor preta e que apreciam viver em comunidade, algumas vezes numerosas. São aves campestres, das abertas, que vivem em fazendas, sítios e lugares habitados. Possuem uma vasta distribuição e as duas espécies, o Chupim, Molothrus bonariensis e o Chupim-azeviche Molothrus rufoaxillaris são bastante parecidas. Não é fácil identifica-las no campo. A maneira segura, com certeza, é apenas a vocalização, bastante diferente entre as espécies. São onívoros, apreciando grãos, insetos, larvas, minhocas e gostam de revirar estrume do gado nas fazendas à cata de animalejos das fezes desses animais.

Outro detalhe que dificulta bastante sua identificação são seus hábitos muito similares. A plumagem é quase idêntica, apresentando detalhes pontuais onde o observador muitíssimo atento poderá ver as diferenças. Porém, no campo, o observador terá enormes dificuldades para separar  os dois, se não houver vocalização. Recentemente, uma nova revisão de nomes populares feita pelo CBRO chegou à conclusão que os nomes das duas espécies deveria ser atualizado. O que era “vira-bosta”, virou “Chupim”, e o “vira-bosta-picumã” virou o “Chupim-azeviche”!


Pode-se dizer que o M. bonariensis, o Chupim, é ave muito mais comum. Forma bandos numerosos na zona rural. Entre esses bandos, muitas vezes, alguns indivíduos do Azeviche se infiltram. Porém, repetimos, é muito difícil separa-los. Outra característica comum aos dois, é o fato de ambos serem notórios parasitas! Sempre confiam a outras aves a tarefa de criar seus filhotes! E a incrível  capacidade de variar o aspecto de seus  ovos é também outra característica notável da evolução dessas aves parasitas. Os ovos podem ser brancos, pintados, verdes, vermelhos, etc.
Recentemente, registramos na localidade de Sobreiro essas duas aves. Abaixo, o link da gravação da voz do Chupim Azeviche:

Em termos de comparação quanto à plumagem dos dois parasitas, temos as seguintes diferenças sutis:          O Azeviche é um pouco maior. Sua plumagem não possui os tons azulados do Chupim comum. Possui cauda um pouco mais longa e bico mais curto.

Portanto, quando estamos no birding no campo, a maneira mais segura de identifica-los, é mesmo a vocalização.



Individuo macho de Chupim, Molothrus bonariensis. Pode ser observado, o tamanho menor e sua plumagem com o brilho azulado que falta ao M. rufoaxillaris.












Também pode ser observado que os demais caracteres citados como diferenciais entre as duas espécies, o tamanho do bico e da cauda, podem ser verificados quando se compara as duas fotos. Lembramos, porém, que na atividade de observador de aves, não possuímos tempo ( a ave muitas vezes não permite, não nos concede esse tempo!) e nem condições de se fazer essas comparações  in loco, no momento do registro.
Então, ficamos no campo com os dois diferencias mais visíveis: o colorido da plumagem e o tamanho. e, por ultimo, a vocalização das duas espécies, que conforme lembramos, é muito diferente.

Para finalizar, vamos lembrar que as duas espécies praticamente convivem no Brasil inteiro! Apenas o Azeviche não ocorre nos estados amazônicos. Então, essas comparações podem ocorrer em quase todo o Brasil.

Agradecemos aos amigos e amigas que nos visitam!!!

terça-feira, 26 de junho de 2018

Conhecendo nossas aves: O Peixe-frito Tapera naevia

Ele habita todo o Brasil e é conhecido por muitos nomes populares. Está registrado no Wiki Aves e no CBRO como "Saci", mas em muitos lugares é chamado de "Peixe frito"! Essa designação tem a ver com sua vocalização, emitida com a ave empoleirada confortavelmente protegida. Embora não seja raro, não é fácil de ser visto! Ouvi-lo é agradável e fácil, mas ver é outra história!




























Tapera naevia, fotografado hoje em Sobreiro, Mun. Laranja da Terra, ES, Brasil.



Então, em um pequeno ato de rebeldia, estou chamando-o de Peixe-frito ao invés de Saci. Isso porque essa ave foi muito marcante em minha infância. Ouvia muito seu canto nas horas quentes mas jamais conseguia vê-lo! Só muito mais tarde consegui descobrir o autor daquelas silabas tristonhas e ritmadas a dizer: "peixe-frito"............."peixe-frito......."
Nas horas quentes, parecia ser o único som que se ouvia, enchendo o ar com sua melodia, ao mesmo tempo clara e melancólica!

O Peixe frito é uma ave da família Cuculidae e não é ave rara! Mas, não se pode dizer que seja comum ou abundante. Habita campos sujos, macegas, borda de mata, capoeiras ralas onde encontra seu alimento, insetos e lagartas. Portanto é um insetívoro. O Peixe frito não constrói ninhos! Como um lidimo representante família Cuculidae, prefere por seus ovos em ninhos alheios, atribuindo a outras aves a tarefa de cuidar, alimentar e educar seus filhotes!

Primeiro, a tarefa de encontra-lo no meio da vegetação. Nem sempre é fácil. Algumas vezes quase impossível, pois, normalmente fica oculto na brenha das capoeiras.













Embora não seja uma figura das mais bonitas da classe aves, ele tem seus encantos. Como o penacho de cor canela ou marrom que frequentemente a ave mantém em movimento. Ora levantando, ora baixo.

Sob  o apelido de Peixe frito, encontramos na avifauna brasileira mais dois indivíduos. São o Peixe-frito verdadeiro o Dromococcyx phasianellus e o Peixe frito pavonino Dromococcyx pavoninus. Esses dois são mais exigentes que Tapera, habitam o interior da mata e não são comuns!





É uma ave tímida e ao notar que está sendo observado, quase sempre foge, abrigando-se no interior das moitas de capoeiras.
Canta muito no inicio da época de reprodução, em Junho-julho.









OBRIGADO, AMIGOS(AS) QUE  NOS VISITAM!!

domingo, 24 de junho de 2018

Registro do Gavião Asa de Telha PARABUTEO UNICINCTUS

Neste domingo 24 de junho, fomos surpreendidos com o voo de um gavião sobre o canal do mangue do Rio Santa Maria, próximo a nossa casa. A principio, pensei tratar-se de um gavião carijó Buteo magnirostris!

Mas, depois, analisando as fotos, pude reconhecer o Gavião asa de telha Parabuteo unicinctus sobrevoando a zona urbana de Vitória.





Parabuteo unicinctus sobrevoando dentro da zona urbana!






Nessa foto, pode-se ver com clareza a coloração do manto da ave. Então, observa-se a parte superior das asas, de cor de telha, ou canela, que motiva o nome popular desse gavião.
Esse gavião possui duas populações disjuntas. Uma sub espécie habita a América do Norte, SO dos Estados Unidos até o Pacifico, chegando até a Colômbia, Equador e Peru. A subespécie da América do Sul, habita o Leste da Colômbia, Venezuela, Brasil, Argentina e Chile.

Além disso, essa ave é maior que o Gavião carijó. Possui cerca de 50 a 55 cm. de comprimento, com envergadura de asas de 115 cm., pesando a fêmea até mais de 1 kg. O Gavião carijó Buteo magnirostris possui apenas cerca de 40 cm., pesando a fêmea até 350 gramas.


Trata-se de um gavião famoso por ser muito desconfiado e arisco. O fato de estar sobrevoando uma região urbana foi surpreendente! E mais, foi por volta das 11 hs. quando a temperatura estava em elevação, que a ave, aproveitando as térmicas, começou a circular, subindo com o auxilio das correntes. Isso faz supor, que o gavião estava pousado nas árvores do mangue, caçando por ali.























OBRIGADO PESSOAL!



terça-feira, 19 de junho de 2018

AVES DA ILHA DO BOI

Com a desculpa de testar  a precisão do sistema de autofoco da Canon EOS 80D, principalmente sua função multiponto onde os 45 pontos de foco estão acionados, voltei hoje de manhã à ilha do Boi. Uma bela manhã de outono-inverno, com sol e muitas aves. Creio que essa função torna bem facilitado o foco automático e, com uma perda de qualidade que não é tão relevante. Conferindo:

























Sterna hirundinacea o Trinta-réis de bico vermelho.

A foto acima de S.hirundinacea podemos observar até o olho da ave, normalmente escondido em sua plumagem negra da cabeça.


O Gaivotão Larus dominicanus também ficou bem  focado por meio da função de 45 pontos.














Capturamos esse Martim pescador grande, Megaceryle torquata voando rente à água. Não é muito comum vê-lo na ilha do Boi.
Concordamos que essa foto não ficou bem focada. Talvez devido ao fundo em que observamos a ave, a superfície do mar.






Com  o  Piru-piru, Haematopus palliatus a situação foi parecida! Não ficou uma foto bem focada, e mais uma vez, desconfio do fundo da fotografia. Talvez contra fundos escuros, o ideal mesmo seja o foco de ponto único.









Já essa foto do Sabiá-da-praia, Mimus gilvus, creio que ficou bem focada. O sistema multi-ponto funcionou muito bem e várias partes da ave ficaram no foco. Essa ave sempre está na Ilha do Boi, é um residente simpático e amigável;








  A última foto: o Trinta réis real Thalasseus maximus! Ave belíssima e frequentemente vista sobrevoando nossa cidade! Eu também acredito que ficou uma foto bem focada. Essa câmera e seu sistema de foco automático multiponto é muito bom e fiquei contente com sua aquisição.





MUITO OBRIGADO PELAS  VISITAS  PESSOAL!!

sexta-feira, 15 de junho de 2018

PASSARINHADA EM CHAVES, STA LEOPOLDINA, ES, BRASIL.

Acompanhado do casal de amigos passarinheiros, Evandro e Elza Limonge, essa quinta feira dia 14 de junho, estreia da copa da mundo, estivemos na localidade de Chaves, município de Santa Leopoldina. Nosso objetivo, a observação de aves, foi bem sucedida. Logo ao chegar, fomos surpreendidos com a quantidade de Arapongas Procnias nudicollis vocalizando com suas "marteladas" em todos os cantos da mata!































O Araçari-poca-de-bico-pintalgado Selenidera maculirostris, apareceu no alto de uma imbaúba.

Mais algumas espécies aparecerem em nossa passarinhada, com os seguintes destaques:

 Uma das saíras mais bonitas da Mata Atlântica é a Saíra militar Tangara cyanocephala. Na região de Chaves, onde predominam os morros cobertos de mata, essa saíra é frequente, mas sem ser abundante. Ocorre ao lado das saíras de sete cores,  e  a saíra douradinha.

















Outra foto do Araçari poca, listado no inicio dessa matéria. A ave ficou muito tempo na imbaúba, mudando de posição e efetuando chamados.











O Tiê-galo Lanio cristatus é uma ave de rara beleza. Habitante da mata, gosta de aparecer nas bordas e na copa. Alimenta-se de frutinhas silvestres e percorre as matas em bandos mistos  com outras aves frugivoras. Esse aí, estava em família e percorria a mata na companhia da saíra militar, do Gaturamo ferro velho, do Saí-azul e outras aves.






A Fêmea do Tiê-galo, participante do bando misto.














O Gaturamo ferro velho Euphonia pectoralis, apareceu um casal no bando misto. Também é uma ave frugivora.












Não são apenas aves frugivoras que frequentam os bandos mistos. Alguns pica-paus como esse Pica-pauzinho de testa pintada, Veniliornis maculifrons, também se aproveitam dessas excursões coletivas que percorrem as matas. Ele é até comum nessas situações.












O Bico-chato de orelha preta Tolmomyias sulphurescens, também não é um frugívoro. Como o Pica pau, é um Tiranídeo, insetívoro, bastante comum em nossas matas. Esse aí acompanhava o bando misto e se alimentava de insetos na folhagem.











O Surucuá-grande-de barriga amarela, Trogon viridis, foi a ave mais vistosa que apareceu no dia. Esse macho estava cantando nas proximidades onde vimos o bando misto e logo que foi chamado, apresentou-se rapidamente para as fotos.!














MUITO OBRIGADO PESSOAS QUE  NOS VISITAM!!!

segunda-feira, 11 de junho de 2018

CONHECENDO NOSSAS AVES: O XÉXEU

O  Xéxeu Cacicus  cela é um pássaro da família ICTERIIDAE, habitante da América do Sul tropical, existindo também em outros países sul-americanos. Trata-se de uma ave muito bonita e de hábitos muito interessantes e típicos.


























Cacicus  cela fotografado em Poconé, Mato Grosso, Brasil.Agosto de 2017.


A Família Icteriidae é famosa por seus componentes! Japus, Guaxes e Xexéus, possuem o curioso hábito de nidificar em colônias, cujos ninhos ficam pendentes dos galhos das árvores da mata, geralmente localizadas nas margens dos rios. Essas aves também são famosas  por outras características. O Guaxe, por exemplo, é famoso pela astúcia e pelo desleixo! Concordamos quanto à astúcia, pois costumam inteligentemente pendurar seus ninhos bem na ponta dos galhos a fim de escapar de predadores. O Xexéu  também possui o mesmo hábito de nidificar em colônias e existem muitas lendas indígenas sobre essa ave. Trata-se de um pássaro belíssimo e que possui um amplo repertório musical. Habitam a mata como o Guaxe, preferindo suas bordas. Observamos que também possui preferência por nidificar nas arvores nas margens dos rios. Essas árvores costumam ficar pendentes com o peso dos ninhos. 




Uma colonia pequena de Xexéus, Cacicus  cela no Pantanal. Geralmente os ninhos do Xexéu ficam colocados a maior altura que os do Guaxe.















Mapa de distribuição dos registros do Xexéu segundo o Wiki-Aves: http://www.wikiaves.com.br/mapaRegistros_xexeu.






A linha divisória da distribuição dos Xexéus parece ser mais ou menos o Paralelo 20 graus sul, ao contrario do Guaxe que chega até  os 30 graus. Os registros no Estado de São Paulo, mostrados no mapa, muito certamente são solturas.






Esses Icterídeos não estão ameaçados de extinção. São facilmente vistos em seu ambiente natural. São aves florestais, mas habitam principalmente as bordas da mata. O Guaxe chega mesmo a nidificar em árvores no quintal das casas! Outros detalhes sobre o Xexéu, é que ele não é uma ave muito cheirosa! Exalam cheiro tipico, parecido com o mal cheiro de baratas!
PESSOAL, MUITO OBRIGADO PELAS VISITAS!!