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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Falconiformes de GURIRI

O balneário de Guriri situa-se no município de São Mateus no norte do ES. Trata-se de área muito procurada por banhistas no verão, quando recebe muitos visitantes do norte do ES e também de outros estados e mesmo do exterior. É uma região de baixadas litorâneas  ocupadas originalmente pelas matas baixas da restinga. Aves abundantes nessas matas  são  o Guaxe Cacicus haemorrhous com vários ninhos pendurados nas árvores, tanto na beira dos rios como em outros locais, até mesmo na beira da estrada:



Outra ave bem típica do lugar e que desta vez não fotografamos, foi o Aracuã-de-barriga branca Ortalis araucuan. É abundante e de longe gravei  sua voz que é muito melodiosa:

http://www.wikiaves.com.br/1238922&p=1&tm=s&t=u&u=2183

Mas o destaque foram os registros de Falconiformes que pude ver na estrada de Barra Nova e na estrada para o lugar chamado de Meleira.

Na estrada de Barra Nova  pude ver e registrar:


Gaviãozinho Gampsonyx swainsonii, belíssimo e bravo gavião pequeno ( tem só 22 cm de comprimento, o comprimento de um sabiá). Pude ver dois indivíduos fazendo o que mais gostam: ficar de vigília junto aos fios telefônicos dos postes à espreita de alguma presa. Outra foto:


Ainda na estrada pude ver, de dentro do carro, um vulto azulado num coqueiro Cocos nucífera ao longe. Esse coqueiro estava já ma mata ciliar do Rio Mariricu que corta o lugar e desagua em Barra Nova. Coloquei a lente 300mm com um TC  2x0 e vi o Gavião pernilongo Geranospiza caerulescens:


A ave estava descansando e podia ver-se calmamente as penas do peito arrepiadas pela  vento!

Continuando a viagem ( são 26 km de Barra Nova a Guriri, em estrada de chão) pude ver  outro Falconiforme, desta vez  o  Quiri-quiri, ou falcão quiriri, na verdade o Falco sparverius que tinha acabado de capturar um grilo e preparava-se para a refeição:



Posteriormente, chegando no local chamado de Ponte interditada, onde a Petrobras possui várias sondas e poços pequenos extraindo petróleo, pude ver o Gavião caramujeiro em uma pequena lagoa:


Observem  que ele, Rostrhamus sociabilis, estava pousando em uma estaca tendo um grande caramujo entre as garras. A ave pousa e fica "descascando" o caramujo até poder come-lo quando aparece a carne.

Muito obrigado a todos visitantes  que nos prestigiam!

IXOBRYCHUS EXILIS O socoí-vermelho!

Recentemente na Lagoa de Juara tivemos a alegria de conseguir fotografar uma ave desconfiada e arisca. Pouquíssimos registros dessa ave haviam sido feitos recentemente tanto para o ES como para o Brasil.



Esse socoí é uma ave de porte pequeno que vive muito escondido no meio dos taboais. Nessa lagoa de Juara esses taboais (Tipha dominguensis) são muito extensos e ela já tinha sido fotografada em outro local da lagoa no mês de novembro de 2013. Devido a isso fizemos várias excursões ao lugar mas não obtivemos exito em sua localização. Agora recentemente, no dia 01.02.2014, de manhã, depois de reproduzir seu canto no gravador ela apareceu sorrateiramente! Ficou a meia altura no taboal alto, meio que escondida mas curiosa com o canto igual ao seu. Depois levantou voo um pouquinho apenas acima das taboais e fugiu vocalizando um canto de alarme. Por essa razão creio que é ave que vive muito escondida nos taboais e somente em ocasiões raras e especiais ela sai do seu esconderijo. Então, talvez nem seja muito rara, apenas é mal conhecida devido a seus hábitos.

ANDORINHA DO BARRANCO Riparia riparia no ES.

Recentemente em viagem ao município de São Mateus, precisamente na localidade de Barra  Nova pude observar uma grande quantidade de andorinhas de bando  Hirundo rustica:



A temperatura estava alta em janeiro e por essa razão podemos supor que essa andorinha aprecia um verão bem quente mesmo! Tendo saído do hemisfério norte, certamente do Canadá e Estados Unidos, ela estava em grande número nas proximidades de Guriri. Nos três locais que fui observar aves  lá estavam elas em grande número.

A surpresa  foi encontrar em uma dessas localidades, na estrada de Barra Nova, algumas andorinhas do barranco Riparia riparia no meio das andorinhas de bando.:



Na verdade, nesse dia, vi apenas  duas Riparias  no meio das Hirundas mas foi muito importante e com emoção pois trata-se do primeiro registro documentado dessa andorinha para o Espirito Santo. Sua história natural é muito interessante. E o nome cientifico latino Riparia vem da suposta relação dessa andorinha com barrancos. Migra da América do Norte procurando certas regiões no Brasil, geralmente campestres e em varjões. Pega "carona" nas migrações de Hirunda rustica sempre aparecendo algumas no meio dos bandos da Hirunda. E especie semi-cosmopolita, existindo Também no velho mundo.