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terça-feira, 28 de março de 2023

O gracioso Maçarico pintado, Actitis macularius, em sete fotos!

 Nesse ultimo domingo, dia 26 de março, fomos até a Ilha do Boi, aqui em Vitória, a fim de fotografar aves. O lugar, já várias vezes citado aqui nessas páginas, é muito frequentado por aves marinhas, maçaricos migrantes e algumas residentes como os Pirupirus, Haematopus palliatus. A ilha é componente da ilha maior, de Vitória, que dá nome à cidade, e fica bem defronte ao canal da baia de Vitória, local onde trafegam grandes navios em direção ao Porto.

É uma ilha rochosa, granítica e o encontro dessas rochas com o mar, revestidas com algas, proporciona um bom habitat para muitas criaturas que vivem nesse ambiente como pequenos caranguejos, moluscos, etc. É nesse local que as aves vem forragear. Espécies como os citados Pirupirus, as batuíras de bando, Charadrius semipalmatus, os Vira pedras, Arenaria interpres, e os ,maçaricos migratórios, costumam parar dias e semanas fartando-se com a alimentação abundante.

Nosso objetivo, nesse dia, não era descobrir alguma ave nova, possibilidade sempre existente, mas, rever os amigos de bico e penas e conseguir fotos bonitas. E, creio que consegui com o sempre amistoso Maçarico-pintado, o Actitis macularius. Já comentei que, pelo que observo aqui na Ilha do Boi, esse maçarico é o migrante primeiro que chega e o ultimo a ir embora!

Fotografar aves pode parecer fácil mas não é. O comportamento imprevisível delas, impede o fotografo de ter um roteiro fixo para conseguir fotos muito bonitas. Nesse particular, contamos com a colaboração desse pequeno maçarico pintado. Só lembrando: segundo o Wiki Aves ele mede de 10 a 18 cm.

Esse nosso amiguinho, apesar de rápido e ágil, nos permite variar diversas configurações da câmera, sempre tentando fotos novas e comparando-as. Podemos variar abertura, velocidade, ISO, etc e o maçarico sempre indo e vindo nas pedras. E, proporcionando bons ângulos e cliques!

   Aqui, descansando despreocupado!











Procurando alimento no substrato sempre húmido das pedras.













A busca continua.

















As ondas espumantes são muito bonitas e nessa região das pedras é comum  muitos pequenos animais.












Continuando no trajeto.
















Aqui não foi possível escapar da onda.

Mas gostei da nitidez dessa foto!
















Depois de muito procurar, ele resolveu tentar a sorte do outro lado!

Essa foto ficou ruim, não consegui o foco necessário mas mesmo assim eu a coloco aqui mostrando o voo da ave sobrevoando as ondas que quebram na ilha.









Segundo o Wiki Aves, www.wikiaves.com.br/wiki/macarico-pintado  , 

"É uma ave migratória visitante do hemisfério norte, com reprodução no Ártico, iniciando os movimentos para o sul em junho (Hayman et al., 1986). No Brasil ocupa, sobretudo, os manguezais.  O maçarico-pintado migra durante o dia e à noite. Diferente da maioria das aves marinhas, ele migra sozinho ou em pequenos grupos"

As fotos feitas no Estado do Espirito Santo e postadas no WA, abrangem o período de fins de Setembro até o final de abril, que parece ser o tempo que esse gracioso maçarico fica entre nós.

Agradecemos às pessoas que nos visitam!









terça-feira, 21 de março de 2023

Fotografando Aves com uma câmera compacta!

 Fotografar aves é uma atividade muito lúdica  e uma extensão da observação de aves! Muitos birders se contentam apenas com a observação, o que, por si só, realmente já nos diverte muito. E muitos também, se interessam em aprofundar seu hobby, complementando o binóculo com a câmera fotográfica.

De inicio, sentimos a diferença: somente com o binoculo, estamos à vontade, livres e com pouco peso em nossas excursões. E que excursões! Frequentemente subimos morros, fazemos longas caminhadas, entramos em lagoas, córregos, etc., e, claro, com apenas um binoculo tudo isso fica fácil. 

Quando começamos a iniciar também e concomitantemente, o hobby de também fotografar, somos confrontados com o cansaço e desconforto de carregar equipamentos pesados e passeando pelos mesmos lugares! E por essa razão, muitas vezes, somos tentados a comprar uma câmera compacta, leve e com muitas recursos para essa atividade. Afinal, a indústria tem entregue câmeras cada vez mais sofisticadas e compactas!

Então, de posse de uma compacta de ótima qualidade, apesar de já datada, é de 2012, mas até hoje uma das boas câmeras do mercado, saí de casa disposto a "tirar umas fotos de aves". Certamente já deve ter saído da linha atual da Panasonic, mas, como disse é uma câmera com ótimas características, mesmo até hoje em dia. A principal delas, é poder manter fixa a abertura de F2.8 em toda sua faixa de zoom, que vai de 25 até 600mm. Trata-se da Panasonic DMC-FZ200.

Essa  possibilidade, de manter a abertura em 2.8 mm até em 600mm é fantástica e atrai a curiosidade de muitos. Muitas vezes na fotografia de aves, precisamos dessas aberturas, para fotografar corujas ou aves dentro da mata fechada, onde a luz é escassa.

Para uma comparação do alcance do zoom da Panasonic, vejamos essa imagem ao lado, tirada com a distancia focal comum da câmera, ou seja, os 25mm.

Acima da ponte, podemos ver a figura do Convento da Penha, no município de Vila Velha.

Nessa foto, focando no mesmo assunto, o Convento da Penha, aqui visualizado acima da ponte, é possível ver o alcance desse zoom poderoso, de 600mm.

A qualidade da imagem, certamente não é 100%, tendo em vista esse zoom, mas, assim mesmo, mantem boa qualidade.

Ressalta bastante a grande diferença do foco, 25-600mm, mas, ai vem a pergunta: será possível com aves?


Esse pombo doméstico, Columba livia, estava na Ilha do Boi, a uma distancia pequena, uns 10 metros, mas, creio que a qualidade da foto ficou boa.








figura fácil tanto na Ilha do Boi quanto em nosso litoral, o Sabiá da praia, Mimus gilvus, também foi fotografado a uma pequena distância, cerca de 7 metros.







Faltava foto de aves voando, e esse Piru-piru, Haematopús palliatus, apareceu voando a uma distancia de mais de 30 metros e consegui essa foto aí como a "menos ruim"!.  Digo assim, porque nesse momento senti uma das fraquezas das compactas na comparação com as DSLR: o foco da câmera acompanhar uma ave voando.




 
Depois, visitei a praia de Camburi aqui em Vitória e me interessei por alguns arbustos onde um bando de Bicos de lacre, ou Bombeirinhos, Estrilda astrild, forrageavam nos capins.

A compacta vacilou um pouco para conseguir focar em meio aos capins e consegui essa foto ao lado.









No píer da Iemanjá, vimos essa Garça branca pequena, Egretta thula. Não  conseguimos um foco perfeito, apesar da ave não estar tão longe assim. Talvez devido à luz intensa e difusa no  momento.











Surpreendemos esse Maçarico pintado, Actitis macularius, forrageando em meio às algas e novamente o foco não foi amigável.









Finalizando o tour, vimos esse e  outros indivíduos de Vira- pedras, Arenaria interpress forrageando nas pedras ao lado do mar. Essa foto foi a melhor que conseguimos dessa ave nesse dia.








A experiência desse dia, sair para fotografar aves portando uma compacta e não a DSLR  Canon 5 D MIV, foi interessante, mais ressalto alguns tópicos que observei e faço anotações pessoais e subjetivas. Creio que um fotografo melhor, certamente conseguiria fotos também muito melhores.
As compactas podem sim ser uteis na fotografia de aves, mas, o fotografo não pode perder de vista que se trata de uma câmera com algumas limitações se comparada a um DSLR. a "compactitude" é bonita e muito prática e fácil de se carregar ou guardar, mas dificulta algumas ações como por exemplo:
1- Focar com o visor de uma compacta é uma atividade difícil se comparada a DSLR.
2- Quando a ave estiver voando prepare-se para um exercício de paciência até achar a ave no céu! Ou, quando achar, provavelmente essa ave já estará longe!
3- O balanço ou equilíbrio de branco é muito importante nessas câmeras, pois pode por a perder muitas fotos se não estiver bem ajustado para o momento.
4- Para fotos de aves, muitas vezes precisamos usar o zoom no seu ponto máximo, e aí, vamos gastar um certo tempo até encontrar a ave em seu pouso ou galho. Tarefa essa muito mais fácil com a DSLR.
5- Compactas costumam ser máquinas mais lentas para registrar a foto ou então para manuseio geral entre as telas, como, por exemplo, para alterar configurações das fotos no campo.

Como disse, estas são algumas observações pessoais e algumas pessoas adoram compactas inclusive para fotos de aves.

Muito obrigado pessoas que nos visitam!