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sexta-feira, 27 de setembro de 2019

A História do Pica-Pau do Parnaíba, Celeus obrieni.

O Pica-pau do Parnaíba, Celeus obrieni pode ser considerado como a ave mais "importante" de nossa visita ao Tocantins, feita recentemente!






























Celeus obrieni fotografado por minha esposa Aninha Delboni durante nossa excursão ao Tocantins agora em setembro.

Esse Belíssimo Pica-pau foi considerado como Extinto por 80 anos! Somente em 2006 a espécie foi "redescoberta" por Advaldo Prado. Durante muitos anos, dois exemplares coletados em 1967 e 1988 ficaram anos esperando serem identificados em coleções cientificas.
No local onde foi descrito, município de Uruçuí, no Piauí, nunca mais foi visto! 
Trata-se de uma ave de tamanho grande, chegando a 27 cm. de comprimento e pesando cerca de 100 gramas.  Após a redescoberta da ave no município de Goiatins em Tocantins, essa ave passou a ser procurada em muitas localidades do bioma do cerrado.

Trata-se de ave muito ameaçada de extinção devido a seus hábitos alimentares muito especializados, e, também, à destruição do cerrado para a Agricultura! Um trabalho cientifico levado a efeito no Tocantins conseguiu mapear a alimentação do bicho e o resultado é impressionante de como uma ave se torna tão especializada em sua alimentação. Taboca é a denominação regional que se dá em Tocantins às moitas dos vegetais conhecidos no leste do Brasil  como Taquaras. São bambus nativos, cujos caules são habitados por mais de 30 espécies de formigas! O referido trabalho cientifico, do qual participou nosso guia na excursão, o André Grassi Corrêa, demonstrou que dessas 30 espécies de formigas, apenas 3 a 5 são utilizadas como alimento pelo Celeus obrieni.
Infere-se daí, que se esses bambuzais, as Tabocas, forem cortadas ou dizimadas da vegetação, o nosso Pica-pau do parnaíba estará em apuros! E é exatamente isso que acontece atualmente com essa ave, pois a vegetação do cerrado está toda sendo desmatada para ser convertida em enormes campos produtores de soja e milho.

Foi tendo em mente essa realidade, que ficamos muito felizes quando encontramos essa ave, e, ainda mais, tivemos o privilégio de ver e fotografar um jovem nascido na ultima estação de procriação!.



O jovem pode ser reconhecido pelo sinal na comissura do bico, ainda não totalmente empenada!

















Viajamos 1.200 km. pelo Tocantins e em três lugares encontramos esse raro pica-pau!


















A situação de Celeus obrieni é mesmo preocupante! Ao lado, foto tirada da página do Wiki Aves sobre seu estado de conservação!

Mostrando que seu status é ameaçado de extinção. Mais um!
















Os pontos vermelhos são os locais onde a ave já foi registrada conf. fotos no Wiki Aves!

Foram nos Estados do Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás e Mato Grosso.
 Mas o estado onde ele tem melhores chances de sobreviver é no Tocantins.












Esperemos que consigamos proteger esse maravilhoso Pica-pau. Nesse sentido, o trabalho de nós, observadores de aves, é tentar registrar mais vezes e em locais novos, onde ainda não foi registrado, e informando as autoridades, diminuindo assim, a pressão sobre essa ave tão emblemática!

MUITO OBRIGADO, PESSOAS QUE NOS VISITAM!




















segunda-feira, 16 de setembro de 2019

ALGUMAS AVES DO TOCANTINS!

Tocantins é um Estado da região norte do Brasil, que faz divisa com a Amazônia. Dessa localização geográfica resulta uma enorme área de ecótono compreendendo a Floresta Amazônica e o Cerrado. Estivemos recentemente, entre 30 de agosto e 4 de setembro,visitando o Tocantins, guiados pelo André Grassi que fundou a empresa de ecoturismo chamada de eco Birding.

Essa diminuta ave, tem somente 6,5 cm. de comprimento, é o Caçula, Myiornis ecaudatus.

Tocantins se converteu, em pouco tempo, em um dos maiores produtores de grãos do país, com isso, sua exuberante natureza foi muito sacrificada. Nossa excursão ao Estado, limitou-se aos municípios de Palmas ( a capital) Pium, Dois Irmãos e Caseara. Abaixo, postaremos fotos das principais espécies que registramos:



No Tocantins, o cerrado tangencia a Floresta Amazônica, criando um ecótono muito rico em aves!

Fonte do mapa: Wikiaves. (www.wikiaves.com.br)

o Acurana, Hydropsalis climacocerca.













Amarelinho, Inezia subflava.


















Anambé-de-mascara negra, Tityra semifasciata.















Arapaçu-de-bico-comprido

Nasica longirostris.

















Ariramba-preta, Brachygalba lugubris.

















Bacurau-do-lageado, Nyctidromus nigrescens.















Bacurau-de-cauda-barrada,

Nyctiprogne leucopyga.















Batuíra-de esporão, Vanellus cayanus.

















Bico-chato-de-cauda vermelha,

Ramphotrigon ruficauda.

















Cardeal do Araguaia, Paroaria baeri.


















Colhereiro, Platalea ajaja





















Gavião-preto, Urubitinga urubitinga.


















Gralha cancan, Cyanocorax cyanopogon.















Guaracava-cinzenta, Myiopagis caniceps.

















Inhapim, Icterus cayanensis.




















 João do Araguaia, Synallais simoni.

Martim pescador da mata,

Chloroceryle inda.


















Papagaio- galego, Alipiopsitta xanthops.

















Pato-corredor, Neochen jubata.












Pavãozinho-do-pará, Eurypyga helias.


















Pica-pau de garganta branca

Piculus leucolaemus.












Pica-pau-do-parnaíba

Celeus obrieni.




















Pica-pau ocráceo,

Celeus ochraceus.



















Picapauzinho anão, Veniliornis passerinus.



















Saíra-Beija flor,

Cyanerpes cyaneus.

















Tangara príncipe, Chiroxiphia pareola.

















Pomba-trocal, Patagioenas speciosa.















Uirapuruzinho, Tyranneutes stolimanni.














Essas aves maravilhosas foram os nossos principais destaques da excursão aoTocantins.

Muito obrigado pessoas que nos visitam!!!.













terça-feira, 10 de setembro de 2019

AVES & BALEIAS: Birding no MAR!!

No dia 17 de agosto próximo passado, fizemos parte de um grupo de 20 pessoas, observadores de baleias e também de aves, a bordo do barco Armando até à borda da plataforma continental de Vitória, ES, Brasil. Foi uma excursão do Instituto Baleia jubarte, http://www.baleiajubarte.org.br/noticia.php?id=49 , com o Projeto Baleia Jubarte inerente ao instituto. Além das atividades inerentes à preservação das baleias, o instituto dedica-se também à educação ambiental e ao turismo de observação de baleias!



Todos os anos o Instituto organiza o festival das baleias, que consiste em visitas onde as baleias se encontram. E se encontram a uma distância que pode variar entre os 20 e os 50 km da costa de nossa cidade, Vitória. Trata-se de uma migração das baleias, que saem do Polo sul do inverno à procura de águas mais quentes ao norte, notadamente até o litoral do Estado da Bahia. Depois retornam à Antartida!

Chegando ao Pier dos pescadores da Praia do Suá, encontramos o Armando já nos esperando:


Tempo nublado, prometendo chuvas e com possibilidade de mar um pouco agitado!















Deixando nossa cidade de Vitória: passando com o Armando por debaixo da ponte!















O Atobá pardo, Sula leucogaster foi uma das aves mais comuns nessa "passarinhada-baleiada". Esse aí estava  "de guarda" bem na entrada da baia de Vitória.











Várias aves foram vistas no trajeto, como esse Tesourão Fregata magnificens. Mas com o balanço do barco fica difícil manter o foco estável e as fotos não ficaram boas. Essa Fregata estava se alimentando de um peixe.








Trinta-réis, mas muito distantes, não permitindo nossa ID.
















Os pontinhos brancos no horizonte são os navios atracados no porto de Tubarão. Nossa viagem alcançou 42 km. mar a dentro à procura das baleias jubarte. Até então não tínhamos registrado nem uma ave rigorosamente pelágica para fotografar!










Finalmente! Um atobá Sula leucogaster, pertinho do barco.















Um Trinta-réis de bico vermelho, Sterna hirundinacea!















E finalmente também para as Jubarte! Apareceram!

Perto do barco, inclusive fêmeas com filhotes!










Segundo a bióloga que nos acompanhava, essas marcas na cauda das baleias funcionam como uma impressão digital do animal. Não existem duas iguais! Enviamos essas fotos para ajudar o projeto baleia jubarte na identificação dos indivíduos.
 É um animal magnifico. Como conservacionista, não compreendo como nações ditas civilizadas como o Japão ou a Noruega, ainda hoje cacem baleias! E nem precisam disso!

Segundo a Bióloga, uma população de umas 20.000 baleias passam todo ano pela costa do Espirito Santo em migração!! oque é fenomenal!

O "Chuveirinho" das baleias!

Nesse dia elas não pularam fora D'Água! O pessoal ficou na torcida mas não fomos presenteados!

Avistamos 09 (nove) grupos de baleias em nossa aventura!








E finalmente, vimos de perto a primeira e única ave rigorosamente pelágica de nossa excursão:
























Esse Albatroz de nariz amarelo, Thalassarche chlororhynchos.  Considerado pela IUCN como ameaçado, na categoria VU.


  Iniciamos então a viagem de volta, demorando mais de duas horas para chegar a Vitória! Na volta, fomos apreciando os navios nas proximidades.

Não fomos muito felizes com o aparecimento das aves pelágicas, mas tivemos sorte de apreciar as baleias jubarte de perto e nos maravilhar com essa espécie grandiosa!

Essas baleias não estão ameaçadas, conforme a IUCN, estão na categoria POUCO PREOCUPANTE!



O que é muito ótimo para um mamífero marinho que mede cerca de 12 a 16 metros, podendo pesar entre 35 a 40 toneladas! Ou seja, é muito maior que o nosso barco Armando!!!!


O grupo Baleeiro ao final da excursão aos mares de Vitória à procura das Jubarte! ( e das aves pelágicas!)















Muito obrigado Pessoas que nos honram com suas visitas!!!!