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domingo, 27 de julho de 2014

AVES DE SÃO PAULO

Passeando por São Paulo, passando  uns dias na cidade, não consigo e não posso deixar de observar aves! A metrópole, porém, com seus 12 milhões de habitantes na área urbana e mais outro tanto pelas áreas limítrofes, não aparenta possuir atrativos para as aves. Isso mesmo, apenas não aparenta, pois na verdade é muito rica em aves. Basta procurar nos lugares certos. E mesmo que o visitante não se aventure a procurar nos lugares apropriados, ele pode ser surpreendido pela cidade mesmo, pelas aves. É o caso dos psitácideos, tão frequentes dentro da selva de pedra!.


Em minhas passarinhadas urbanas, estive visitando o Parque Estadual da Cantareira, enorme área verde que contorna toda a metrópole paulista.



Imagem acima, original retirada do site: https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSP4hCDbsDYq4yRQ3ZtaYkLK10xQfYSmp4Z8cnt8a_7LACqQ4EZ

Até o momento fiz visita ao núcleo do Cabuçu, em um dia frio e com poucas aves. Ainda assim foi possível registrar:


O barbudinho, Phylloscartes eximius, espécie muito interessante que, segundo alguns, encontra-se ameaçada.


O Papa-formigas da grota Myrmoderus squamosus, ave muito interessante e frequente em matas bem sombreadas. Mais interessante ainda é o fato de saber que mais ao norte, no ES, essa espécie é substituída pelo Formigueiro assobiador, Myrmoderus loricatus, espécie que muito se lhe assemelha, inclusive com o canto muito parecido.


A saíra lagarta, Tangara desmaresti, belíssima saíra que gosta muito de habitar regiões montanhosas e frias. Aqui, se alimentando em uma imbaúba, Cecropia sp.


A Saracura do mato, Aramides saracura,arisca forrageando no córrego próximo a uma das lagoas. Mas o principal dessa passarinhada  foi o longo tempo dispendido para registrar a tovaca cantadora  Chamaeza meruloides, espécie muito arisca e desconfiada. Depois de muitas tentativas, consegui fotos que ficaram péssimas! Nem mesmo para publicação no site Wiki Aves foram aproveitadas. Porém, a menos ruim, eu coloco aqui, para visualização da dificuldade que é fotografar essa ave tão interessante.:

Essa foi feita quando a ave já tinha atravessado a trilha e ia se esconder no mato. Fica para a proxíma oportunidade  um registro mais adequado.
Além da ida ao Parque da Cantareira, também estive no Jardim Botânico de SP, e lá, pude fazer ótimos registros  como esses:


A Garça branca pequena, Egretta thula, belíssima como uma flecha no lago.

A marreca pardinha Anas flavirostris, belíssima em um bando de 6 indivíduos.

A garça-moura, Ardea cocoi, com uma boa população na lagoa do jardim botânico:

Mas os registros mais interessantes ocorreram no aberto e um deles na pequena faixa de mata existente no fundo do jardim. Quando caminhava pelas alamedas margeadas por palmeiras imperiais, acompanhado por minha esposa Aninha e meu filho Marcelo,


Tive a atenção chamada pelos bandos de urubus que circulavam alto no céu! Porém, um deles, voando mais alto, era "diferente". Olhei bem e pude ver o Gavião-pega-macaco, Spizaetus tyrannus,


Sem dúvida um registrão para uma área urbana tão grande quanto SP!. Continuando na observação, outra surpresa, :


O gavião-de-cauda-curta Buteo brachyurus, veio voando em minha direção e tive tempo de "calibrar" a câmera na tentativa de uma foto boa. Esse exemplar aqui, é da fase morfo negra  e por um momento, tive esperança de que fosse outro gavião, o Gavião-de-sobre-branco, Parabuteo leucorrhous, mas fica para próxima. Vi ao longe o gavião miúdo, Accipiter striatus, mas ele não deu a minima chance de foto.
Me dirigi, então, à trilha suspensa, lugar de mata mais fechada, habitada comumente pelos bugios, um bando grande se alimentava no alto das árvores!

E foi aí nessa trilha que tive a sorte de fazer um dos registros mais importantes, o Trepador-quiete, Syndactyla rufosuperciliata,  uma ave não muito fácil de ser registrada devido a seus hábitos florestais, inquieto à procura de alimento (insetos) entre os galhos, troncos e folhas das árvores. Nesse caso, para minha sortem ele pousou nesse tronco vocalizando muito e aí consegui registra-lo.
Voltando ao Jardim Botânico dois dias depois, com muitas nuvens e chuva, pude registrar mais uma espécie interessante e um lifer, a Gralha Picaça, Cyanocorax chrysops:


Um bando de uns 6 a 8 indivíduos perambulando pelas árvores em área meio aberta do parque. Interessante  a atividade de caça que faziam! Inspecionavam tudo, desde buracos dos troncos, folhas caídas, no solo reviravam detritos, tudo à procura de alimento! Foi um registro interessante e o último da passarinhada. Ressalto porém, que ficarei ainda uma semana na cidade e talvez consiga mais registros interessantes.

Um abração a meus amigo(a)s  que me prestigiam com visitas a esse pequeno blog.
José Silvério Lemos.

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