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quarta-feira, 2 de maio de 2018

EXPEDIÇÃO À SERRA DO CIPÓ, MINAS GERAIS.

serra do Espinhaço é uma cadeia montanhosa localizada no planalto Atlântico, estendendo-se pelos estados de Minas Gerais e Bahia. Seus terrenos são do Proterozoico e contêm jazidas de ferromanganêsbauxita e ouro.
Foi ao longo da serra do Espinhaço que a mineração, no período colonial se deu, principalmente. [1] E foi na Serra do Espinhaço, em consequência, que os núcleos urbanos mais importantes se formaram (Ouro PretoSabaráSerro e São João Del Rei, por exemplo, dentre outros).[2] (https://pt.wikipedia.org/wiki/Serra_do_Espinha%C3%A7o).

A  Serra do  Cipó  é a parte sul do maciço montanhoso da Serra do Espinhaço, grande cordilheira que inicia-se no interior de MG e prossegue até o interior da Bahia, na Chapada de Diamantina. 
Possui mais de 1.000 Km. de extensão, apesar de sua pouca largura, no máximo, 100 km. É reconhecida  pela ONU  como Reserva mundial da Biosfera, pela sua importância ecológica.
Durante três dias, de 27 a 30 de abril recente, estivemos, eu, minha esposa Aninha Delboni, a amiga Celi Aurora e o guia Eduardo Franco, passeando no lugar, praticando o birding e conhecendo a região. E são essas aventuras que passo a relatar abaixo:





























Dizer "EXPEDIÇÃO"  talvez  seja exagerado para indicar uma excursão de observação de aves! Mas, é que somos encantados, apaixonados mesmo, pelas antigas Expedições cientificas que eram feitas nos séculos XVIII  e XIX ao território brasileiro em busca de novas espécies.

Então, nada mais natural que relatar  o que estudamos em três dias na Serra do Cipó, que fica na parte sul da cordilheira do Espinhaço!

Nosso encanto com a região não ficou restrito às aves! Tudo lá é grandioso e superlativo!


A paisagem da Serra do Cipó com seus longos chapadões naturais!
A região é limítrofe a dois importantes biomas do Brasil: O Cerrado e a Mata Atlântica.

Predomina na serra a vegetação do Cerrado.







Os chapadões; as Terras do sem fim de Jorge Amado, ou os Geraes de João Guimarães Rosa!

A paisagem ocupa todos os horizontes! e a beleza do lugar é infinita!








O terreno é muitas vezes formado por campos rupestres, onde habita uma fauna muito interessante. 




Mapa da serra do Espinhaço no Brasil, disponível em: http://www.clubedecicloturismo.com.br/viagens-1/504-expedicaoespinhaco.










Em muitos locais, onde a umidade é maior, aparecem os capões de mata. São matas ciliares com composição florística com forte semelhança com a Mata atlântica.









Também existem rochas que se projetam em altitudes maiores.

Nesses locais, uma das aves mais frequentes é a Águia serrana, Geranoaetus melanoleucus. Como é sabido, essa grande águia gosta de habitar essas elevações em áreas ermas, inclusive, nidificando.




Fotografamos a Geranoaetus melanoleucus planando sobre o lugar, e, inclusive, também seu filhotão.














O Filhotão da Águia serrana, já planando sobre os chapadões.  É a maior predadora alada da região. Segundo apuramos, chega a ser frequente na Serra do Cipó, e mesmo na Cordilheira do Espinhaço.











A Beleza dos campos, essa planta florida é conhecida como "Sempre viva".













A  Sempre viva é realmente belissíma!

















































Melastomáceas produzem  muitas frutinhas, avidamente procuradas  por aves!











A Choca do nordeste Sakesphorus cristatus, é espécie das capoeiras e tem na serra seu limite sul de distribuição geográfica.














O Rapazinho-dos-velhos, Nystalus maculatus é uma ave muito graciosa! Seu canto é muito melodioso! Também aprecia viver em capoeiras.















Aqui um jovem macho de Canário rasteiro, Sicalis citrina. Ele é muito bom cantor, e aprecia os campos de vegetação baixa. Apesar do apelido, não o vimos caminhando no solo.










A Maria-preta de penacho Knipolegus lophotes é comum na serra e também muito bonita e elegante!












Um jovem macho do Campainha-azul Porphyrospiza caerulescens, ave que quando adulta, apresenta um lindo colorido azul.











O Batuqueiro Saltatricula atricollis é muito comum na região. Desce ao solo, vocaliza e esteve presente em quase todas as localidades que visitamos.












Essa arvoreta, de uns 3 a 4 metros de altura, é a Lobeira! Trata-se da solanácea Solanum lycocarpum, árvore famosa em todo o cerrado por produzir a fruta do mesmo nome ( vide a foto), que é um dos alimentos preferidos pelo Lobo Guará Chrysocyon brachyurus.






Detalhe da fruta da Lobeira, já madura. Adquire áreas escuras e cai do pé, ocasião em que o Lobo guará aparece para comer. Lembrando que o Lobo Guará é noturno e madrugador. Muito difícil de ser visto e por isso mesmo, muitíssimo misterioso! Apesar de ameaçado, ele é adaptável a algumas alterações ambientais.





O Chopim do brejo, Pseudoleistes guirahuro é um belíssimo icterídeo, gregário, muito sociável, que adora subir em grupos nos arbustos e cantar à vontade belas melodias aladas!








Aqui  no Sudeste do Brasil, o Sabiá-do-banhado Embernagra  platensis é ave de climas amenos, do alto das montanhas. Esse ao lado foi fotografado em local a 1.300 metros de altitude.
















O Tico tico do banhado, Donacospiza albifrons também é ave de altitude e que também prefere a vegetação de áreas brejosas.













O Bico de veludo Schistochlamys ruficapillus.















O Arapaçu-do-cerrado Lepidocolaptes angustirostris é belíssimo e comum nos cerrados.















Outra melastomácea produtora de frutinhos adorados pelas aves!













A Palmeira macaúba Acrocomia aculeata forma bosques belíssimos na vegetação ciliar. E carregado de cocos como esse aí do lado!










Esse e um jovem macho do Beija flor gravatinha verde Augastes scutatus. É comum na região. Somente consegui fotografar o macho jovem, mas minha Esposa, Ana Delboni, conseguiu foto do adulto.








Foto do adulto do Beija flor gravatinha verde. Feita por @Ana Delboni.




















O Beija flor Besourinho de bico vermelho Chlorostilbon lucidus.













Outro lindo beija flor do cerrado: o Chifre de ouro Heliactin bilophus. Ele recebe esse apelido devido ao prolongado de penas na cabeça, de cor amarelo brilhante!











A flora do Espinhaço é simplesmente inacreditável de tanta beleza!!!












O Papa moscas de costas cinzentas Polystictus superciliaris está se tornando escasso. Habita cerrado de altitudes e já o registramos na Serra do Caparaó, divisa MG/ES, já dentro, portanto, do domínio da Mata Atlântica.











O Periquito rei Aratinga aurea foi o psitacídeo mais comum visto nessa excursão.
É o famoso periquito que  seria "capaz de comer o milho de uma capitania inteira" conforme foi dito no Brasil colônia.




A Guaracava de penacho uniforme Elaenia cristata possui boas populações na serra. é bastante vocal e muito bonita com sua crista sempre arrepiada!












 Suiriri-cinzento Suiriri suiriri é elegante e muito frequente na serra.
A Cigarra-do-campo Neothraupis fasciata é das mais belas aves do lugar.














E finalmente, duas aves endêmicas só existentes no lugar.

O Lenheiro da serra do cipó, Asthenes luizae. Essa ave, sozinha, já merecia um artigo exclusivo! Tal é a dificuldade de fotografa-la, bem como seus hábitos tão característicos quanto peculiares. A ave sempre sobe ao cume de uma pedra e dali entoa seu canto singular. E logo depois desaparece.
Em uma desses "aparecimentos" da ave consegui fazer a foto ao lado, que não ficou boa, mas foi a única que consegui! O Lenheiro é ave endêmica da Cordilheira do Espinhaço, onde somente reside a partir de certa altitude e também, sempre nas rochas do lugar onde tem seu ciclo de vida.

O Pedreiro do Espinhaço Cinclodes espinhacensis é ave endêmica da Serra do Cipó!
Portanto, uma distribuição mais restrita ainda que a do Lenheiro!
Habita nas proximidades de água.













Estátua de pedra mostrando  o personagem Juquinha,antigo morador da serra, de alma boníssima e que percorria os campos do lugar.











 O Pica pau chorão, Veniliornis mixtus foi um registro difícil e que somente apareceu ao final da excursão graças à insistência do guia Eduardo Franco.
A Saíra amarela Tangara cayana ocorre tanto no cerrado quanto NA Mata Atlântica, mas parece que esses indivíduos do cerrado possuem uma coloração mais vistosa!










 A Linda igrejinha de Santana do Riacho, a sede do município onde estivemos!















Fim da excursão, sempre com lindas imagens do por do sol na serra!!












MUITO OBRIGADO ÀS PESSOAS QUE NOS VISITAM!!

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