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domingo, 29 de junho de 2025

Os Registros de Batuiras migratórias no inverno do sul.

 Para o observador de aves, geralmente as espécies desconhecidas mais interessantes são aquelas com algum comportamento especifico e curioso. Nesse aspecto, as aves migratórias, que viajam de determinado lugar para outro em decorrência do clima, são muito interessantes! Tal é o caso de algumas espécies de batuíras, nativas do extremo sul do continente, moradoras do extremo sul da Argentina e do Chile, portanto, muito próximas da gelada Antarctica.

Em nossa recente excursão ao Rio Grande do Sul, entre os dias 31 de maio, até 07 de junho, aos municípios de Mostardas e Tavares, dentro dos limites do Parque Nacional da Lagoa do peixe, já sabíamos que poderíamos encontrar algumas dessas aves. E foi o que aconteceu, para nossa sorte, encontramos três espécies com esse comportamento: a Batuíra de peito tijolo, a Batuíra de coleira dupla e a Batuíra de papo ferrugíneo. E o inicio do inverno foi propício para o aparecimento dessas aves, pois as temperaturas estiveram sempre rondando os 10 graus centigrados, e, até menos em algumas madrugadas.

Batuíras são aves pequenas, pertencentes à família Charadriidae, a mesma família dos quero-queros. No município de Vitória, comumente temos apenas uma batuíra, a batuíra de bando. Se incluirmos municípios vizinhos, podemos encontrar a Batuíra de coleira. São aves que se alimentam de minúsculos seres que vivem nos banhados e locais lamacentos, como minhocas, caranguejinhos, vermes, crustáceos, etc. Frequentemente encontramo-las revolvendo esses locais.


Esta é a batuíra de peito tijolo, Charadrius modestus. Fotografamos na localidade de Barra da Lagoa, dentro do Parque Nacional da Lagoa do Peixe. Os primeiros indivíduos migrantes chegam ao Brasil em meados de abril. Alguns viajam até o litoral de São Paulo, tendo registros até mesmo no litoral do Rio de Janeiro. Mas a grande maioria fica mesmo é no sul, principalmente o Rio Grande do Sul. Na volta, quando retornam à sua pátria, no extremo sul da Argentina e do Chile, partem, ao que parece, no mês de agosto. Conferimos os registros do Wiki Aves e concluímos que a grande maioria fica no Brasil apenas até fins de agosto.


A Batuíra de coleira dupla, Charadrius flalklandicus. Apesar de ser ave do extremo sul do continente, sua descrição significa "pássaro amarelado das falklands", é uma Batuíra migratória que apesar de vir no inverno, também pode ser registrada no verão, pois alguns indivíduos ficam no Rio Grande do Sul, e, até mesmo existem registros de nidificação lá! Possui quase os mesmos hábitos alimentares da anterior. Seus registros são menos numerosos que os da Batuíra de peito tijolo.


Essa, foi a Batuíra mais difícil de ser fotografada devido à distancia que se manteve, demonstrando ser mais arisca que as demais.  É a Batuíra de papo ferrugíneo, Oreopholus ruficollis. Apesar de existirem alguns registros pontuais nos meses mais quentes, essa ave chega como as demais, a partir de abril e fica até agosto, quando, provavelmente retorna ao extremo sul do continente. Das batuíras migratórias que chegam no inverno, esse foi o registro mais comemorado! Se comparadas ás outras duas batuíras que citamos, pode ser considerada como a menos comum. Isso, após analisarmos a quantidade de registros já verificados para as três batuíras no Wiki Aves. Também notamos um comportamento um pouco diferente: enquanto as demais ficam nos alagadiços e ou na zona rasa das marés, e não se importam muito com nossa presença, a Batuíra de papo ferrugíneo, vai se afastando aos poucos, ao nos aproximarmos. Segundo o Wiki Aves, essa, é uma "visitante incomum" no inverno.

Muito obrigado, pessoas que nos visitam!!!

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