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quinta-feira, 8 de outubro de 2020

ENCONTRO COM UMA AVE MUITO RARA: Cichlopsis leucogenys.

 Neste ultimo domingo, dia 07 de outubro, estivemos no município de Santa Teresa, proximidades da grande reserva biológica Augusto Ruschi. Uma das aves que há algum tempo estamos tentando conhecer, era o Sabiá castanho, Cichlopsis leucogenys. Tivemos a grande sorte de encontrar essa ave espetacular, quase por acaso. Minha esposa, Aninha Delboni, viu uma ave cor castanha pousar próxima, escondida dentro da vegetação do sub-bosque! Então, acionamos o gravador com a voz do leucogenys e eis que, passados alguns minutos, ele nos surpreendeu cantando bem acima de nossas cabeças.


A ave cantou um tempão bem acima de nossas cabeças! aproveitamos para gravar seu canto maravilhoso e depositamos no Wiki Aves.






Logo ao aparecer a ave ainda se mostrava discreta e um pouco tímida.













O Sabiá castanho se mostra uma ave muito bonita, bastante loquaz e com uma distribuição incrivelmente restrita. No mapa abaixo, retirado do Wiki Aves, podemos ver quão poucos são seus registros.
Apesar disso, essa ave não é considerada em extinção. A ameaça para essa ave é apenas quanto à destruição das matas da floresta atlântica. Habitante de poucos lugares dentro da mata atlântica, podemos dizer que ela habita regiões altas e florestadas da mata atlântica.
Colabora com esse raciocínio, conhecer algumas características dessa espécie. Como por exemplo, saber que a espécie realiza três posturas de três ovos em média a cada estação. Uma ave que tem postura de 9 ovos por ano, e, imaginando que desses 9 ovos, pelos menos uns três ovos se transformem em filhotes e consigam sobreviver, não deveria ser tão rara ou difícil de se encontrar.

Porém, em razão da raridade, talvez poucos casais consigam se encontrar na mata e procriar. O campo de estudos para desvendar os segredos dessa ave enigmática é, portanto, muito grande.

Segundo o Wiki Aves:

"O Sabiá-castanho é uma ave passeriforme da família Turdidae. Esta espécie apresenta ocorrência em uma grande região, com área maior que 20.000 km², não sendo considerada nos limiares da vulnerabilidade sob o critério de tamanho, mesmo considerando a grave fragmentação da população e do pequeno número de localizações onde a espécie é encontrada.
Acredita-se que o declínio da população não é suficientemente rápido para aproximar a espécie do status Vulnerável. (IUCN, 2012. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas).
Sempre foi considerado raro e a primeira menção de localidade confiável no Brasil data apenas do final do século XIX."


É um habitante das matas altas acima de 700 metros e altitude em uma restrita região, de cerca de 20.000 quilômetros quadrados segundo o WA.

Esse sabiá possui parentes próximos ( outras sub espécies) na cordilheira dos Andes, na Colômbia, Peru e nos tepuis da Venezuela. Vê-se portanto, ser uma ave própria de regiões montanhosas.

Entretanto, já visitamos matas em regiões de maior altitude, onde, C. leucogenys não ocorre. Talvez essa população do leste do Brasil, seja uma remanescente, um relictos de eras antigas, onde talvez essa ave tenha sido mais comum.





Os pontos em vermelho são os locais onde o sabiá castanho já foi registrado e fotografado. Ocorre em apenas três estados dentro dos limites da região da floresta atlântica.






Esse é o Sabiá-castanho, C.leucogenys, uma ave incrivelmente bonita e interessante, habitante escondida do interior sombrio da floresta atlântica e infelizmente, bastante rara. Talvez até mesmo naturalmente!

Aos nossos visitantes, muito obrigado pelo interesse!

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