LOCALIDADE: Sertão Velho, municipio de Cariacica, ES , Brasil.
Recentemente temos visitado
bastante a localidade de Sertão Velho, antes, referida por nós como "Estrada marginal à Reserva de Duas Bocas" município de Cariacica, região
metropolitana de Vitória, capital do Estado do Espirito Santo, Brasil.
Trata-se de região há muito tempo
conhecida por este observador e onde já efetuamos muitos registros importantes
de aves. Na região, temos a ocorrência do Macuco, Tinamus solitarius, da Araponga, Procnias nudicollis, do Sabiá-pimenta ou Coxó, Carpornis melanocephalus, do Gavião pombo pequeno Amandonastur lacernulatus, do Gavião
pega macaco Spizaetus tyrannus, do
Urubu rei, Sarcoramphus papa, entre
muitas outras aves importantes e interessantes. Ressaltamos que essa região florestal
fica a cerca de 40 km. da capital.
Em nossa última excursão, no dia
13 de agosto pp. Tivemos a oportunidade de observar uma grande quantidade de
aves se alimentando em uma fruteira nativa da mata. Chegando perto, pudemos
constatar tratar-se de uma canela, que, mesmo com os frutos ainda verdes, era
muito procurada pelas aves, que competiam entre si pelas bolotas ou frutos da arvore. Já há
muito tempo temos conhecimento da importância dessas arvores para nossa fauna
nativa. A Família Lauraceae, à qual
pertencem as canelas, são prodigas em produção de frutos comestíveis para nossa
fauna e por essa razão, muito procuradas. Na literatura sobre o assunto,
DESCOURTLZ em sua magnifica obra História
Natural das Aves do Brasil, datado dos idos de 1854, faz muitas referências
a esse grupo da arvores, tão bondosas para com nossa avifauna, sempre lembrando
suas particularidades e épocas de frutificação, seus frutos, etc.
Pois bem, lembrando dessa obra
magistral do naturalista, pusemos-nos embaixo da canela, para observar seus
visitantes, alguns deles, citados pelo referido autor, tivemos a sorte de ver nesse dia mesmo, à procura dos frutos da
canela! Aos fatos, ou melhor às fotos:
As infrutescencias, ainda verdes, da canela branca, Nectandra membranaceae, são muito procuradas por nossas aves! Nesse relato, pude comprovar tal fato.
O fruto é essa baga globoide que quando maduro fica na cor preta.
As frutas, vistas de mais longe.
a árvore vista a certa distância. Ficamos embaixo para acompanhar as aves, que não se intimidaram com nossa presença!.
O citado livro do Descourtilz.
E agora, as aves:
Aqui, o Araçari-poca, Selenidera maculirostris.
Tucanos e araçaris são avidos comedores de nossas frutas, adicionando a seu cardapio também alimentos com proteina como ovos e filhotes de outras aves!.
O individuo ai do lado é um macho e já estava procurando se acasalar, tanto vocalizado muito à procura da femea.
A estampa do Araçari-poca no livro do Descourtilz.
O Surucuá-variado, Trogon surrucura, é outro apreciador de frutas, essa espécie é comum nas nossas matas e apresenta sua luxuosa policromia em contraste com o verde.
Descourtilz também imortalizou esse surucuá em seu livro, em uma prancha, referindo-o como Trogonurus aurantius. Na verdade trata-se do atual Trogon surrucura aurantius, que vem a ser nossa sub-espécie citada ao lado.
Na região de Sertão Velho, além desse Surucuá, temos mais duas espécies: Trogon viridis e Trogon rufus.
A estampa do aurantius segundo JT Descourtilz. Um pouco diferente, mas parecido com o Trogon viridis.
Familia também muito apreciadora de frutos silvestres.
Essa ave é migratória, aparecendo nas montanhas do Espirito Santo nos meses mais frios, a partir de maio e ficando até setembro mais ou menos.
várias outras aves apareceram no lugar, mas, infelizmente não conseguimos fotos boas. Como voltaremos varias vezes, para companhar o desenvolvimento desse comporgtamento, teremos novos posts sobre esse assunto.
Apenas para citar, estiveram na canela nos momentos que observamos: o Furriel, Caryothraustes canadensis; o Saí-andorinha, Tersina viridis; a Pomba-amargosa, Patagioenas plumbea; A Saíra sete cores, Tangara seledon; Saíra-douradinha, Tangara cyanoventris.
Muito obrigado, amigas e amigos que nos visitam!!
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