Uma das peças mais importantes para se entender o Brasil e os brasileiros, segundo a opinião de muitos estudiosos e antropólogos, é a obra prima de João Guimarães Rosa: GRANDE SERTÃO VEREDAS!
A palavra SERTÃO já excita nossa imaginação: uma visão longínqua de terras ignotas, desconhecidas, ainda virgens ou quase, matas e campos habitados por animais bravios, algumas feras perigosas e quem sabe, talvez até índios!!!
Lembro-me da primeira vez que, criança ainda, ouvi a palavra Sertão acompanhada de uma história, da boca de uma senhora amiga de minha mãe no interior de Minas Gerais. Essa senhora tinha perdido um filho rapaz, mordido por uma cobra cascavel. Curioso, perguntei a ela onde teria acontecido o acidente e ela apontou as serras azuladas que se divisavam no horizonte longínquo e disse: "Foi lá naquele sertão, que a cascavel ofendeu meu filho". Desde então, gravei a imagem de um lugar remoto, habitado por muitos animais e muito perigoso!
Claro que no sertão, a natureza apresentava-se na época de Rosa, como quase virgem e, portanto, com muitas aves também.
E é exatamente essa parte do livro que nos chama atenção, como Guimarães Rosa conhecia e entendia de aves brasileiras! São várias as citações a nossas aves, e uma, em especial, parece ter ganhado mais a simpatia do autor.
Essa ave, a Batuíra de coleira, Charadrius collaris, é mencionada com frequência no livro, como o "Manuelzinho-da-croa".
Talvez pelo fato de ser a ave mais querida de Diadorim, uma das personagens e amor de Riobaldo Tatarana, personagem narrador do livro.
Mas são muitas as citações às várias espécies de aves conhecidas por Rosa, e sugerimos a nossos leitores amigos, o artigo abaixo, de autoria de Luiz Fernando de Andrade Figueiredo, publicado na AO-Ornitologia Brasileira, talvez o texto mais completo sobre as aves do Grande sertão: veredas.
http://www.ao.com.br/download/ao153_33.pdf
Muito obrigado amigas e amigos!
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