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sexta-feira, 28 de junho de 2013

EXCITANTE DESCOBERTA: O PAPINHO AMARELO Piprites chloris

No domingo dia  23 de junho, passárinhando em mata secundária (capoeirão) no municipio de Itarana, fui surpreendido com a visão de um pequeno pássaro no sub-bosque, acompanhando bando misto de várias espécies. A principio pensei tratar-se de um tiranideo, tal o desenho de suas asas, mas depois pude perceber que não era. Quando coloquei o play-back do barbudinho, a ave chegava mais perto e eu pensei que fosse alguma variação ou alguma espécie com vocalização parecida. Somente ao chegar em casa e consultar os guias de campo e as fotos no WA é que a ficha caiu. Era o papinho amarelo! o Piprites chloris!!



Seu comportamento foi bem curioso. Acompanhava o bando misto, mas não vocalizou e manteve-se até fleumático mesmo com a visão de uma pessoa por perto. Essa avezinha, habita a Amazônia e Mata Atlantica, segundo SICK, principalmente nas copas da mata alta. Mas, o fato é que o vi no sub-bosque do capoeirão acompanhando bando misto e a mata nem era tão alta assim.



O porque do apelido de papinho amarelo:



Essa avezinha, apesar de ter distribuição vasta, não é comum ou fácil de se ver. Inclusive sua classificação, em qual familia a ser enquadrada, até hoje suscita duvidas, razão pela qual o CBRO - Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos, colocou-a  na categoria de Incertae sedis, indicando com isso, que sua classificação em    meio às aves continua incerta. Antes já foi considerada como um Piprideo, mas os ornitólogos não tiveram um consenso e por causa disso as dúvidas continuaram, levando SICK (1997) a inclui-la na familia Cotingidae. Agora, pelo visto as dúvidas permanecem, mas enquanto isso, vamos continuar apreciando sua beleza e sua singularidade de comportamento.


domingo, 23 de junho de 2013

ESPETACULAR REGISTRO DA ÁGUIA CHILENA EM ITARANA

A  Águia chilena Geranoaetus melanoleucus é um espetacular accipitrideo de grande porte, 70 cms de comprimento, envergadura de asas de cerca de 2 metros.No estado do Espirito Santo, temos registros fotograficos para as pedras dos Três Pontões em Afonso Cláudio e nos cinco pontões em Laranja da Terra. Então, Itarana passou a ser o terceiro municipio do Estado a ter registro dessa ave.


Nosso objetivo é relatar registro feito ontem dia 22 de junho, em  uma área de apenas 150 metros de altitude, ocupada por campos sujos e pastagens. Bem verdade que nos morros próximos podemos encontrar pedras que poderiam ser usadas pela águia, mas o fato é que foram vistas sobrevoando regiões campestres.



Vimos  dois individuos, talvez em casal. As aves estavam voando a média altura, mas começaram a voar em circulos e ganhando altura até quase desaparecer no céu, de tão alto.

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O local que as águias sobrevoavam, são esses carrascais na foto acima e na foto abaixo:



Talvez Geranoaetus esteja expandido sua área de dispersão aqui no ES!. Somente o tempo confirmará ou não essa premissa, porém, é certo que essas aves se reproduzem na serra dos Três Pontões, quando tem criado sempre dois filhotes por ano. Como são aves grandes, a pergunta que comumente se faz é para onde vão  os filhotes quando adultos? Isso por que  os pais, a certa altura, expulsam os filhos dos arredores. No território da pedra, então, deduz-se  que somente se admite a existência de um casal adulto. Resta então, reponder  onde  os  filhotões vão morar. Com uma mehor observação e acompanhamento de nossas aves será possível responder a essas questões e outras ligadas ao "modus-vivendi" dessa ave tão espetacular! Porém, é digno de registro que a área onde foi vista agora, está a apenas 25 kms. das duas pedras citadas como habitat da águia. Poderia indicar então, uma extenção do território de caça. Mas como disse, somente o tempo e mais observações nos darão mais certeza nas respostas.


terça-feira, 11 de junho de 2013

Aventura no manguezal de Vitória à procura de Platalea ajaja, o Colhereiro.

Nesse último domingo, p.p., dia  9 de junho de 2013, fui até o campus da UFES observar aves. Lá de cima, ao lado do observatório astronomico, tem estruturas de granito que permitem uma belissima visão de todo o horizonte, notadamente do manguezal e das áreas urbanas vizinhas, principalmente os bairros ao redor, po bairro de Andorinhas e outros.,
Pois bem, nesse dia, de lua nova e maré baixa, pude visualizar ao longe algumas aves na vaza da maré e observando bem pude notar os vultos cor-de-rosa tipicos do colhereiro, o Platalea ajaja. Empolgado, pude perceber que era  ele  mesmo, apesar da distância, tirei  uma foto para garantir:


Dá  para perceber  a distância, muito grande em que se encontravam as aves. Fotografar e tentar  o "crop" no computador fatalmente levaria a uma perda grande de qualidade. Optei então, em chegar mais perto para se conseguir uma boa foto.


Essa foto acima  foi tirada da pedra existente proximo ao deposito de residuos da UFES e ainda assim a distância era grande. Então, tentei chegar de carro até o  outro lado do canal, o bairro de Andorinhas. Talvez, de lá eu conseguisse uma foto melhor. Mas qual, ao chegar no local fui dissuadido por um jovem morador que alegou ser proibido alguem tirar fotos no  local (!) (?) Preocupado com minha segurança, resolvi voltar ao campus e lá, conversando com os guardas,  obtive a informação de uma via de acesso por dentro do mangue que permitia chegar até à maré vazante. Foi o que fiz.



No caminho por dentro do manguezal para chegar até o mar, pude visualizar um belo individuo do savacu-de-coroa, o Nyctanassa violacea. Aproveitei a indecisão do bicho e consegui uma boa foto acima. Continuei para chegar ao mar e lá chegando, estava com a maré baixa, fiquei decepcionado com o lixo que havia acumulado no mangue.


Sacos plásticos, camisas, sapatos, tudo vai parar no mangue! Nessas horas, ponho-me a refletir nos enormes desafios ambientais desse seculo: o problema do lixo, a poluição das águas, a pouca educação das pessoas, que apesar de todas as campanhas de conscientização, continuam jogando lixo na natureza. Mas, não vamos nos desviar do caminho. Na maré, percebí  logo um biguá Phalacrocorax brasilianus fazendo o papel de vigia da região, montando guarda:



Mas, cadê os colhereiros? Estavam ainda longe, do lado lateral da vazante e não podia ve-los. Para chegar lá, deveria aventurar-me no mangue, atolar na lama. De tênis isso não seria possível. Foi quando vi no lixo, uma sandalia de borracha ainda em condições de uso. Ela me salvou:


Calcei a sandalia e lá vamos até  os colhereiros!


O sacrificio tinha de valer a pena e  valeu, finalmente pude ve-los de perto:


Valeu mesmo a pena, trata-se de ave que não é comum e tem se tornado arredia ao contato do homem, quer seja pela perseguição quer seja pela poluição das águas.




E na volta, feliz com o registro e com minhas fotos, ainda houve tempo para clicar  um sauim, um Callithrix talvez  o jaccus


Muito obrigado às pessoas que vem até esse blog  para conhecer nossas histórias!

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Gampsonyx swainsonii = o Gaviãozinho!

Esse talvez  seja o menor de nossos gaviões! Gampsonyx, de fato mede apenas 20 cms o macho e 25 cms a femea, em média e possuem peso em torno de 110 gramas! Além disso é gracioso e belissimo! Apresenta ser ainda de feições delicadas, mas isso é apenas impressão pois é um predador feroz, atacando lagartixas, pequenas cobras, anfibios, pequenos pássaros, etc.



Nosso objetivo é relatar a ocorrência de um casal que vem sendo observado no Parque Estadual de Setiba em Guarapari. O pessoal do COA  já havia tirado várias fotos da ave nesse local, que fica próximo à estação de pedágio na Rodovia do Sol. A existência de um casal é fato auspicioso pois indica que podem se reproduzir na região.


Sua ocorrência é  em quase  todo o Brasil, faltando apenas no extremo noroeste e no sul, a partir de metade sul do Paraná. Aqui no ES, podemos dizer  que não é  comum! Em minha longa carreira de "birder"  relato que o registrei apenas duas  vezes: no ano 2000, na restinga de Boa Nova em Guriri e agora em junho de 2013 no Parque Estadual de Setiba em Guarapari.

UM abraço a todos.!!

terça-feira, 21 de maio de 2013

CANON EF 70-300L F/4-5,6 - BREVE REVIEW

Uma  de minhas  lentes telefoto para as aves é uma Canon EF-70-300mm L, f/4-5,6;. Resolvi fazer alguns comentários sobre essa lente por que são poucas revisões  que já li. Outro fator  importante, também, é que essas revisões parecem mais matérias pagas! Quase não se fala muito sobre a opinião do usuário mediano, ou mesmo do amador  que resolver comprar  uma lente  dessas. O exemplar  que tenho, foi comprado já usado, creio  que cerca de um ano ( a lente foi lançada no mercado no final de 2010!). É, portanto, uma lente nova, com acréscimos de tecnologia que faltam há outras lentes da série L da Canon.

Peço que não estranhem essa matéria nesse blog  por que tratamos aqui de fotografia de aves, então, presumo ser esse um assunto que pode interessar a muitas pessoas amantes da fotografia.

1- CONSTRUÇÃO E APARÊNCIA: Nesse quesito, as opiniões de profissionais do ramo coincidiram com as minhas. Realmente a construção da lente é ótima. Bem ajustada e firme, ela é além disso, compacta e dá uma idéia de resistência quando segurada nas mãos. Seu peso leve,1 kg e 50 gramas ( 330 gramas menos que a 100-400mm e 420 gramas a mais  que a 70-300mm não L da Canon) e seu tamanho compacto fazem com que possa ser levada confortavelmente para uma viagem ou carregada em uma mochila pequena. Além disso essa lente possui melhor vedação contra umidade e poeira que as lentes L mais antigas  como a 100-400mm. Portanto, a ergonomia,  peso e construção são excelentes. Comparando-a com a lente 70-300mm da Canon não L, ela ganha folgadamente na aparência. Sua solidez é admirável se comparada com a não L que dá uma impressão de balançar na mão do usuário.

2- FUNCIONALIDADE: Coisa muito boa dessa lente é seu sistema de estabilização. Muito mais eficiente e efetivo que o da Canon 100-400mm L. Você  pode focar uma ave bem longe, enquadra-la como foco automático ponto único e sua mão não treme nada! É admirável, e lendo depois revisões especializadas fiquei sabendo desse moderníssimo IS de quatro pontos. Ponto negativo é que não possui limitador de foco. Assim, se for focar uma ave em voo no céu, o sistema vai perder tempo "caçando" o  objeto. Mas quando o  objeto é fácil de ser visto a focagem automática é rápida. Cai um pouco sua rapidez em situações de penumbra.

3- DETALHES. Apesar de não ser compatível com os TCs da Canon, encontrei essa lente funcionando muito bem  com o TC  Kenko PRO300 DGX. Tenho os dois modelos: 1.4x e 2.0X.

Com o TC  1.4, a câmera Canon EOS  7D mantém o autofoco o que foi uma surpresa. Com esse TC a abertura da lente em 420mm(300 x 1.4)  vai  para F/8 e foca automaticamente e bem. Já com o TC 2.0 não tem conversa. A câmera até que tenta mas não acha  nada. Somente com foco manual.  Para ilustrar esse relato, posto abaixo três  fotos feitas no mesmo dia, mais  ou menos no mesmo horário ( cerca de 7 hs.da manhã) com o uso dessa lente.

FOTO  300mm F/7.1 ISO: 160  1/250:



FOTO 420mm ( TC Kenko 1.4) F/9, ISO: 320  vel.  1/640:



FOTO 600mm (TC Kenko 2.0) f/8 ISO:1.250  e vel. 1/400:


O curioso   nessas  fotos, é que o registro do meio, com distância de 420mm, em minha opinião, foi a Melhor das três. A última foto, com uso de TC 2X e distância focal de 600mm, mostra uma imagem apresentando alguma degradação, com perda de nitidez.

Com certeza, a melhor foto será sempre aquela  com menor ruído. E isso, o uso do TC sempre apresenta um custo em termos de qualidade. Exemplificando com a foto abaixo, da mesma lente e câmera, mas sem uso de  TC, ou seja, com distância focal de 300mm.:


Conclui-se  portanto, que trata-se de uma ótima lente, qualidade L de nitidez e construção. Muitos podem pensar  que 300mm é insuficiente para se fotografar  aves e realmente o é. Porém, a qualidade dessa lente e seu incrível poder de estabilização, fazem com que as fotos sejam muito nítidas e com isso, suportam um alto nível de crop no computador, emparelhando-a então, com lentes de maior distância focal como a 100-400L.

Termino  por aqui, agradecendo as visitas dos amigos

JSL.
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terça-feira, 30 de abril de 2013

LIPAUGUS VOCIFERANS


Neste sábado dia 27 de abril tive uma grande emoção: fiquei conhecendo e registrei  o famoso Cri-Cri-ó, que vem a ser  o Lipaugus vociferans. O local da apresentação foi a Reserva Natural da Vale, em Linhares, estado do Espirito Santo.



Ele é modesto na plumagem, um cinza apagado mas tem um comportamento muito curioso e interessante! Sua  voz é fortíssima e ouvida a longa distância. Já foi chamada de "A voz da Amazônia" tal sua força. Essa ave extra ordinária habita a floresta amazônica mas também tem uma população remanesceste na mata atlântica. Essa população da Mata Atlântica ficou restrita às matas de tabuleiro, o conjunto de matas da baixada existente desde o Rio Doce até o Sul da Bahia e também em matas remanescentes no nordeste como p.ex. em Murici- Alagoas. 

O curioso do Cri-cri-ó é seu comportamento. A ave tem o hábito de viver em grupos na floresta, não muito longe um do outro. Concentram-se nesses locais e parecem ser territoriais. Ocorre que ele se incomoda com barulho na mata! Para provoca-los, batíamos "palmas" dentro da mata e os cri-criós respondiam de todos os recantos com um coro forte e bonito. Gravei esse momento mágico e convido a ouvir o áudio, depositado no site Wiki-Aves:

http://www.wikiaves.com.br/946518&p=1&tm=s&t=u&u=2183

Dentro da mata alta, com muita sombra e reflexos de sol que entravam, não consegui fazer fotos boas.
O ambiente em que vive o Lipaugus, o interior penumbroso da mata, a pouca altura, uns 5-10 metros, ou seja abaixo da copa:


Esse foi um de meus registros mais esperados. Trata-se de um cotinga e como tal, naturalmente importante! E com seu comportamento caracteristico  tornou seu registro encantador!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

AVES MARINHAS EM VITÓRIA

Vitória tem se tornado um ponto importante na visitação e encontro de aves marinhas. São bandos de trinta réis, gaivotões e outras aves  que encantam e deixam a capital do ES muito mais bonita. Claro  que para vermos essas aves  devemos procura-las próximas ao mar. Seja nos pieres, nas praias ou nas pedras que circundam o canal da baía de Vitória podemos observa-las freqüentemente.:


A batuíra-de- bando  Charadrius semipalmatus pode ser encontrada com facilidade. Geralmente é comum nas pedras que circundam a ilha do Boi.




Até pouco tempo atrás era difícil se ver um gaivotão Larus dominicanus em Vitória. Temos notado que essa espécie está se tornando frequente e até comum no canal e na baía de Vitória. Já vimos um bando de 6 indivíduos e recentemente em nossas visitas à Ilha do Boi, registramos a ave todos os dias. Chegando mesmo a pousar nas pedras em busca de alimento junto com os piru-pirus.



O gracioso maçarico-pintado Actitis macularius é figurinha fácil nas pedras da ilha do Boi e do mangue da Ufes.

O belíssimo Trinta-réis real Thalasseus maximus é frequente sobrevoando a baia.


Um visitante ilustre, o Maçarico-de-sobre-branco Calidris fuscicollis, de passagem por VIX.


O Trinta-réis de bico vermelho Sterna hirundinacea talvez  seja o trinta-réis mais comum na cidade!


O Trinta-réis de bico amarelo  ou de bando Thalasseus acuflavidus  também é frequente na baía de Vitória.

A águia-pesqueira Pandion haliaetus aparece com frequência em Vitória, mais no verão.

Outras aves marinhas ocorrem em abundancia em Vitória, como o vira pedras  Arenaria interprens e o Piru-piru Haematopus palliatus. Oportunamente postaremos fotos dessas aves.


Um grande abraço a nossos amigos que nos visitam!!