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domingo, 3 de abril de 2022

Aratinga de testa azul, perdido em Vitória.

 A atividade de observação de aves nos confronta, algumas vezes, com situações incomuns relativas às aves e sua localização. Já observamos aqui dentro de Vitória, no bairro de Jardim da Penha, onde residimos, espécies de psitacidae exóticos, aparentemente adaptados à vida na capital.


A cidade, com mais de um milhão de habitantes, ainda conta com muitas áreas verdes como o Parque Estadual  Parque da Fonte Grande e o Parque da Vale.


Porém, temos notado esses aparecimentos ocorrem é dentro dos bairros arborizados da cidade como em Jardim da Penha. Tal foi o caso do Periquito Rabijunco, Psittacula krameri. Durante um bom tempo em 2021 esse periquito exótico, oriundo da África e Ásia, nos visitou regularmente. Ficamos preocupados com a sobrevivência desse periquito, pois aqui nessas paragens, temos alguns falcões e gaviões muito ativos!

Mas agora, um novo visitante apareceu. Nem sei se podemos chama-lo de exótico, visto que é brasileiro, habitante de vários estados do país.:


Área de registros da Aratinga de testa azul, Thectocercus acuticaudatus. Imagem retirada do site www.wikiaves.com.br

A distância entre o local mais próximo a Vitória é de cerca de 800 Km.

O Individuo visto por nós, certamente trata-se de individuo fugido de cativeiro.




O individuo de Thectocercus acuticaudatus, solitário, pousado no cimo de uma árvore de Sibipiruna, Caesalpinia pluviosa, arvore nativa muito vistosa e  utilizada na arborização urbana.































A ave se alimentando dos flores da Sibipiruna.

Esse individuo, fugido de cativeiro, encontra muita alimentação na vegetação do bairro. Além das Sibipirunas que estão floridas, algumas espécies frugivoras também estão frutificando como a figueira e outras leguminosas.









Thectocercus acuticaudatus não é uma espécie ameaçada de extinção. Aparentemente existem boas populações nas suas regiões, e é categorizada pela IUCN na classe LC, pouco preocupante. Ainda assim, não podemos deixar de perceber, mais uma vez, e, de novo comentar, o quão o tráfico de aves silvestres  nativas pode ser perturbador e nocivo. Esta é uma espécie muito gregária, e seu isolamento pelo trafico, impõe um sacrifício a indivíduos cativos e separados.
Vivendo solitário e sem os da sua espécie por perto, essa ave se torna mais vulnerável à ameaça dos predadores alados. E aqui, em nossa região, já presenciamos os seguintes predadores potenciais para essa aratinga: 
Gavião carijó
Gavião de cauda curta
Gavião urubu
Gavião Pombo pequeno
Cauré
Falcão peregrino
Falcão de coleira.


Portanto, só nos resta desejar boa sorte a esse individuo perdido de Aratinga de testa azul.

Sua presença nos alegra, mas, ao mesmo tempo, sabemos das iniquidades que o trouxeram até aqui.











Muito obrigado, pessoas amigas que nos visitam!!







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