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domingo, 11 de maio de 2025

A Gaivota de Cabeça cinza, Chroicocephalus cirrocephalus, em Vitoria- ES.

 Chroicocephalus cirrocephalus, a Gaivota de cabeça cinza, é uma espécie de gaivota de tamanho pequeno se comparada a sua prima maior, o gaivotão. Mede de 38 a 44 cm. de comprimento (Wiki Aves) o que é quase o mesmo tamanho do Trinta réis de bando, (Thalasseus acuflavidus) nosso Trinta réis mais comum aqui em Vix. Também se comparando com o gaivotão, Larus dominicanus, ela é bem menor. O Gaivotão mede cerca de 58 cm.



Essa Gaivota tem poucos registros no Wiki Aves para o Espirito Santo e sua ocorrência nesse estado parece ser ocasional, não havendo, aparentemente, estudos que indiquem dados sobre sua flutuação populacional ou seus hábitos.


Durante alguns dias, notamos sua presença observando aves no local da Ilha do Boi. Em meio aos trinta réis, e graças a seu comportamento um pouco diferente, notamos um individuo dessa ave graciosa. A  gaivota passou voando e dirigiu-se na direção do Porto de Tubarão, em um voo reto e sem interrupções. Isso aconteceu na quinta feira dia 8 de maio. Como já tínhamos viso no Wiki Aves, fotos dessa ave nas proximidades do píer dos pescadores da Praia do Suá, deduzimos que possivelmente a ave frequenta essa área de portos e atracadouros, eventualmente voando em direção ao Porto de Tubarão. E na sexta feira dia 9 de maio, fomos direto ao Píer dos pescadores e lá encontramos essa ave misteriosa e bela! Nesse mesmo dia, outros colegas observadores também conseguiram fotografa-la.

Voltamos lá no sábado e domingo, mas nem sinal do individuo novamente. Esse individuo, está com uma plumagem de descanso reprodutivo, e, provavelmente trata-se de um jovem. Como seu tamanho regula mais ou menos com o dos Trinta réis, talvez sua identificação, aliada ao fato de não ser comum, seja mais dificultada a observadores menos experientes.

Primeira foto que fizemos, na quinta feira dia 8 de maio. Infelizmente contra luz, não permitiu ser melhorada.
Continuamos tentando entender os hábitos dessa ave aqui em nossa Cidade, para que possamos, inclusive, acrescentar mais informações a seu respeito.

Muito Obrigado, Pessoas que nos visitam!!!


quinta-feira, 1 de maio de 2025

Finalmente encontrei o Chintã !

 O Inhambu- Chintã, Crypturellus tataupa é um de nossos magníficos Tinamídeos. Famoso na musica popular onde dá nome a uma de nossas duplas musicais mais famosas e vitoriosas, esse Inhambu durante muito tempo me escapou. Em muitas ocasiões estive perto de fazer uma foto, nesses longos anos, mas no momento certo, o danadinho não saia de sua brenha. Muito perseguido pelos caçadores e predadores, nossos inhambus são ariscos e desconfiados.


No momento que tomou coragem, o Chintã atravessou a pequena estrada no meio da mata, e, confiante sem nos ver, deu chance de umas fotos!.

A família Tinamidae é uma das mais típicas de nossas matas. Vários deles são aves cinegéticas, isto é, são caçadas como alimento. Algumas, de tão caçadas, tornaram-se até ameaçadas de extinção.

Comentei aqui, o caso da Perdiz, Rhynchotus rufescens, que, ao ser chamada por meio de "play- back" torna-se vulnerável aos caçadores. O mesmo pode ser aplicado a nossos inhambus. Para evitar a extinção local desses bichos, a caçada precisa ser feita com prudência, sendo suspensa tão logo se note que a espécie está ficando difícil de ser notada, seja pela visualização e principalmente pelo canto.

Os tinamídeos, Macuco, Jaó, Perdiz, Inhambus praticam uma forma de reprodução que tem se revelado de muito sucesso: a poliandria! Nesse costume natural, uma fêmea se acasala com vários machos. O macho constrói o ninho e as fêmeas vão depositando seus ovos nesse ninho. Quando atinge uma certa quantidade, no caso do Chintã, os ninhos costumam ter entre 3 a 5 ovos (Wiki Aves). Mas, no caso da Perdiz, os ninhadas são de 3 até 9 ovos!


Ao se deparar com o obstáculo do barranco alto, por alguns instantes, o Chintã vacilou, talvez pensando em como superar esse obstáculo. Depois a ave de um pulo alcançou a parte superior do barranco e desapareceu na capoeira.

Para conseguir essas fotos, procuramos não estressar a ave. No Wiki Aves existem muitas fotos dessas aves correndo ou fugindo apressadamente. Como não tivemos sucesso com a observação direta, postamo-nos em área próxima onde tínhamos ouvido anteriormente a ave cantar.

Instalamos uma blind de cor verde escuro com tons marrons, bem camuflada! Postamo-nos num banquinho escondidos, atrás da blind e esperamos a ave. Para nossa sorte, não demorou muito e a ave atravessou a estradinha, calma e observadora. Como não nos viu, pudemos fazer essas fotos, também com calma e admiração.

O Chintã se alimenta de sementes diversas, e também de matéria organica como vermes, minhocas, pequenos animais que encontra em suas andanças nas capoeiras e matas.

É uma ave que tem demonstrado uma boa capacidade de adaptação às modificações feitas pelo homem na paisagem. Assim, por vezes pode ser ouvido até mesmo dentro de eucaliptais com sub bosque preservado. Plantações altas como de cana de açucar. Capoeiras e capoeirões e mesmo em espigões de mata secundária.

Esses locais, são lugares de vegetação mais alta, onde o Chororó, C. parvirostris, não penetra por preferir vegetação mais baixa como pastos, cafezais, etc.


Nosso herói, com calma atravessando a estradinha.

Temos a boa impressão, que essas aves, com o aumento da consciência ecológica, mesmo que por parte de caçadores, vão conseguir escapar da extinção, alegrando-nos com seus trinados melodiosos e continuando nos encantando com sua existência.

A caça deveria ser evitada, já que é proibida em nosso pais. Mas, os caçadores clandestinos, que insistem nessa atividade, precisam se conscientizar da fragilidade dessas aves. Tão logo se tornem mais difíceis de ser ouvidas ou encontradas, qualquer atividade deve ser interrompida imediatamente.

Para escrever essa matéria, valemo-nos de nossa experiencia como observador de aves e também, da valiosa ajuda do WIKI AVES (www.wikiaves.com.br) e do livro dos saudoso Professor Helmut Sick, Ornitologia brasileira, edições de 1985 e, de 2001 revista e ampliada por José Fernando Pacheco.

Agradecemos às pessoas que nos honram com suas visitas!! Obrigado!