A estrada do contorno da área metropolitana de Vitória é um anel rodoviário que contorna a zona urbana. Atravessa toda a área de baixada litoranea e áreas baixas dos municipios componentes da zona da capital. Trata-se de área já há muito tempo utilizada economicamente. Porém, como era formada por grandes propriedades, nunca teve um uso intensivo do solo, resultando daí, que sua vegetação original foi, até pouco tempo atrás, pouco alterada. Tratando-se de região baixa, ao nível do mar ou até mesmo um pouco abaixo do mar, seus terrenos são inundados e ocupados por formações vegetacionais da taboa, a Tipha dominguensis e outras plantas que suportam terrenos encharcados. Porém, recentemente toda essa vasta área vem sendo aterrada por grandes empresas que estão se estabelecendo no anel rodoviário da grande vitória. A Estrada do contorno é importante malha viária que leva veiculos para fora da zona urbana, recentemente foi duplicada e com isso o perigo para os animais que vivem em seus brejais aumentou muito.
Fizemos já várias excursões a esse lugar e sempre nos encantamos com sua avifauna. A seguir, o relato fotografico:
O aspecto das moitas da taboa, paineira abundante e que forma a maioria da vegetação do lugar:
pode-se ver, que quando o terreno aumenta sua altitude, a mata faz sua aparição. No caso, os primeiros contrafortes de manchas da floresta atlantica, a atlantic rain forest: Nessa foto, em especial, pode-se ver uma ave muito bela e habitante do lugar, em vôo, o socó-boi-baio, o Botaurus pinnatus:
Aqui, pode-se ver com clareza, a beleza do contraste entre a baixada inundada e a mata atlantica ao fundo. Nesse caso, um bando de patos do mato, Cairina moschata:
outro habitante de áreas inundadas, a freirinha, Arundinicola leucocephala:
Uma das aves mais incriveis e interessantes desses banhados, o tricolino: Pseudocolopteryx sclateri
Os patos-do-mato Cairina moschata, não são raros no lugar:
a revoada dos patos do mato:
ao longe:
Uma ave que sempre sobrevoa os banhados,o cará-cará, Polyborus plancus: aqui um jovem.
as garças brancas, sempre presentes nos banhados:
um habitante caracteristico dos emaranhados de taboas, o curutié, apelidado de beira-dagua, por sua preferência em viver em ambientes proximos da água, o Certhiaxis cinnamomeus:
Um biguá-tinga, sempre mergulhando em busca de peixes, Anhinga anhinga:
os marrecos-irerês, são comuns, aqui, pegamos dois furtivamente: Dendrocygna viduata:
e uma garça conhecida como maria faceira, a Syrigma sibilatrix:
Na fauna dos pássaros que se utilizam das gramineas para conseguir alimento, vimos o caboclinho, Sporophila bouvreil:
e um cantor disputado e até pouco tempo atrás, muito dificil de ser encontrado, pois era capturado muitas vezes para servir de "pássaro de gaiola" ou cage birds. Mas seu nome é mesmo Sporophila collaris, ou coleiro do brejo:
Nos pastos proximos, uma constante é a garça do gado, a Bubulcus ibis:
Nos campos e brejos de arbustos, outra cara conhecida, a policia-inglesa, a Sturnella superciliaris:
Nos arbustos de gramíneas, o canário-do-campo, o Emberizoides herbicola:
as lagoas, cheias de garças:
e o franga dagua azul, Phorphyrio martinica:
Se ficamos felizes por ver que muitas espécies estão reaparecendo e até aumentando de número, como os patos-do-mato, as garças, o biguá-tinga e pássaros como o coleiro-do-brejo, por outro lado, não podemos esquecer que a preservação dessas áreas é necessária e não se pode aterrar toda a baixada litoranea! As autoridades devem ficar atentas, e nós, como conservacionaistas, temos de ficar vigilantes e denunciar se houver abusos.
jose silvério 1/04/2012.
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