A localidade de Chaves situa-se no municipio de Santa Leopoldina, 9 km após a cidade e subindo a serra. É o primeiro "degrau!" da serra rumo ao planalto e está a cerca de 500 metros de altitude. Conheço o lugar desde 1987 e hoje, graças ao espirito empreendedor de um empresário local têm-se alí uma ótima estação de ecoturismo conhecida como !"cachoeira Parque Véu da Noiva". O local é belíssimo, todo circundado por uma mata secundária alta (mata secundária é uma mata que já foi cortada e renasceu) no terço superior dos morros. Nas enconstas mais baixas cultiva-se banana. O nome de Chaves dado a essa região é devido a uma igrejinha existente nas proximidades. Para a ornitologia a região é importante desde os anos 1940 quando os ornitólogos e coletores do Museu Paulista, hoje Museu de zoologia da Universidade de São Paulo estiveram muito tempo na região estudando as aves.
Até hoje, a região é coberta de matas mesmo não tendo uma única reserva pública. Tudo é propriedade particular preservada. Contribui para isso o relevo acidentado. Fotos das matas:
Saí de casa às 6hs. e cheguei ao local às 7,30hs. em uma viagem tranquila. A estrada depois de Santa Leopoldina é de terra e devido às últimas fortes chuvas, certos trechos não estavam bons. Mas nada que desanime aventureiros como nós. A região é privilegiada por enorme beleza:
Iniciei então o birding - esse esporte superior de encontrar aves interessantes - debaixo de um céu azul limpido, de inicio de outono:
Uma verdade: preciso melhorar muito como fotografo de aves! Mesmo assim, alguns registros inportantes sairam, vejamos: Esse aí é a saíra galega, Hemithraupis flavicollis ave da mata que ocorre desde a Amazônia pelo litoral até o Rio de Janeiro. Estava comendo frutinhos de uma árvore da familia das melastomáceas(quaresmeiras) em companhia de um bando misto de outras aves.:
Outra ave: O joão bobo dorminhoco Malacoptila striata. Mansinho, ele deixa o fotografo escolher o ângulo:
O Tangará, Chiroxiphia caudata, famoso como exímio dançarino da mata, uma das vozes dominantes naquelas matas:
Grimpando os troncos à procura de insetos, o pica pau bufador, Piculus flavigula:
A viuvinha, Colonia colonus, insetivoro da borda da mata:
Outro insetivoro da borda, a maria cavaleira Myiarchus swainsoni:
A ariramba da mata virgem também é um insetivoro:
Tentei tirar uma foto melhor do trinca ferro Saltator similis,mas o que deu foi isso aí embaixo:
Todas essas aves são da mata e como tal, dificultam a aproximação. Mas a campeã do dia, sem dúvida nenhuma foi essa aqui embaixo:
Trata-se nada mais nada menos que o Gavião pega macaco, o Spizaetus tyrannus, um dos nossos maiores gaviões. É uma águia que vive dentro da floresta, seu tamanho é maior que um urubú, e sai ao aberto, voando a grande altura descrevendo circulos e assoviando enquando espreita as presas embaixo, na mata. Seus pratos prediletos são aves, sauins ou micos, morcegos, esquilos caxinguelês e outros pequenos mamiferos.,
Mas a razão principal do ecoturismo nesse lugar é a grande cachoeira do véu de noiva, e essa foto abaixo é uma palida idéia de sua beleza:
Pois é pessoal, ví e ouví outras aves importantissimas como a araponga, o Tiê tinga comendo bananas no pomar, os periquitinhos surdos, mas não foi posível obter fotos deles. Fica para uma próxima viagem até lá. Um abraço a todos.
Mestre Silvério,
ResponderExcluirsempre nos presenteando com belas fotos e nos dando conhecimento sobre aves. Mais uma vez venho aqui parabenizá-lo. Que beleza o azul do Tangará, lembra um pouco o azul do glorioso Cruzeiro.
Abraços,
Urias
Voce tem razão! Ganhar de 8 não é para qualquer um. Os jogadores do Cruzeiro fazem jus ao apelido: "Os dançarinos da bola", né? um abc.
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