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segunda-feira, 1 de setembro de 2025

A Incrível Borralhara-assobiadora, Mackenziaena leachii.

Uma das aves mais ouvidas no Parque Nacional da Caparaó, nessa época do ano, agosto e setembro, é, certamente, a Borralhara assobiadora, a Mackenziaena leachii. Trata-se de ave pertencente à família Thamnophilidae, grupo de aves que antigamente eram englobadas na família Formicariidae.


 De beleza extraordinária, essa ave vive escondida nas brenhas de matas baixas de altitude. Na região sudeste, geralmente acima de 1.000 metros de altitude. A Fêmea é semelhante ao macho, mas as pintinhas do corpo são de cor marrom em vez de brancas, e, também possui a cabeça de cor marrom. Curiosamente, já com vários anos que conhecemos essa ave incomum,  e até hoje não vimos uma fêmea! É uma ave de bom tamanho para um passeriforme, alcançando até os 27 cm. de comprimento, boa parte devido à sua longa cauda.

Nas montanhas onde ocorre, não é rara e nessa época do ano, já começo da estação reprodutiva, podemos ouvi-la constantemente. Essa espécie, inclusive não é mencionada em nenhuma categoria de ameaça. Alimenta-se de insetos que captura nas brenhas onde se movimenta, mas também preda pequenos anfíbios e, desconfia-se que aprecia também ovos e filhotes alheios! Visita todos os locais da floresta. Apresenta-se até mesmo nos campos de bambuzinhos, Chusquea pinifolia, a mais de 2.000 metros de altitude e acima da linha das florestas, como vimos nas proximidades do local conhecido como Macieira.


Bambuzinho, Chusquea pinifolia. Há 2.000 m. de altitude: até aqui ouvimos a Borralhara assobiadora!



Já observamos que essas brenhas emaranhadas, muitas vezes com muitas taquaras, são locais que a Borralhara assobiadora aprecia muito. Seu voo não é longo ou alto. Movimenta-se entre as brenhas em voos curtos e discretos, mas seu tamanho a denuncia!


Infelizmente não encontramos na literatura maiores detalhes sobre a alimentação e ou nidificação dessa espécie. Efetuamos pesquisa com as fotos publicadas até esta data, no site Wiki Aves, e observamos várias fotos das aves se alimentando. Foram 4 fotos com as aves predando borboletas e ou libélulas, 03 fotos com formigas no bico,  e 5 fotos com lagartas e também 02 fotos com a ave se alimentando de pequenas anfíbios, pequenas rãs. Mas não vimos nenhuma foto do ninho ou da ave nidificando. No livro Pássaros do Brasil, Eurico Santos nos informa que, os pesquisadores, H. Von LHering e Berlepsch, "as acusam de pilhar ovos e filhotes em ninhos alheios, o que não será de duvidar, pois muitas espécies da família também possuem esse mal costume".

Isso demonstra que temos muitas coisas a estudar sobre nossas aves!

Muito obrigado, pessoas gentis que nos visitam!!

sábado, 30 de agosto de 2025

Observando Aves na serra do Caparaó, ES/MG.

 Entre os dias 18 a 22 de agosto, pp., estivemos visitando o Parque Nacional do Caparaó, Portaria de Dores do Rio Preto, acesso pelo lado do Espirito Santo.

O Parque é um dos lugares muito bons para a observação de aves. Podemos encontrar aves típicas da mata atlântica bem como aves que aqui no Brasil somente podem ser registradas em serras de maior altitude. Conseguimos registrar 136 espécies em nossa visita e nossa lista está na plataforma E-Bird.

O Link de nossas espécies registradas: 

 https://ebird.org/checklist/S268717211

a região abrangida pelo Parque possui uma área de 31.800 hectares, situa-se na divisa dos estados de Minas Gerais e Espirito Santo. Suas altitudes variam entre os 997 m. nas partes mais baixas até o cume do Pico da Bandeira a 2.891 m. de altitude.

O parque está localizado na divisa entre os estados do Espírito Santo e Minas Gerais e ocupa sete cidades do lado capixaba e quatro do lado mineiro. Cerca de 80% do parque está no estado do Espírito Santo.[3] O Pico da Bandeira, com 2.891 metros, ponto mais elevado do parque, localiza-se na divisa dos estados. O Pico do Cristal, com 2.769 metros fica exclusivamente em território mineiro. O parque abriga ainda outros picos, menores em tamanho, mas também de altitudes consideráveis, como o Morro da Cruz do Negro (2.658 metros), a Pedra Roxa (2.649 metros), o Pico dos Cabritos ou do Tesouro (2.620 metros), o Pico do Tesourinho (2.584 metros), e a Pedra Menina (2.037 metros) todos em território capixaba.

Este parque é uma das mais representativas áreas de Mata Atlântica em território capixaba, que além de cobrir boa parte da Serra do Caparaó, também é encontrada nas encostas das Serras do Castelo, do Forno Grande e da Pedra Azul. A Serra do Caparaó é uma ramificação da Serra da Mantiqueira, se interligando com as Serras do Brigadeiro e do Pai Inácio em Minas Gerais. Fonte: Parque Nacional de Caparaó – Wikipédia, a enciclopédia livre.

O Parque se sobressai por muitos atrativos. Além do montanhismo e da beleza, temos a observação de aves, que pode ser praticada em todos os lados do parque.

Encanta muito observar a paisagem, principalmente a vegetação e as várias gradações, vários estágios da vegetação que podemos observar. Primeiro, chama a atenção a mata alta na parte mais baixa, em torno dos 1.000-1.200 metros, onde encontramos muitas espécies da mata atlantica. Arvores altas, com mais de 20m de altura. Depois, à medida  que vamos subindo, a partir de uns 1.600-1800 metros de altura, temos a mata de altitude, formada por árvores mais baixas, com alturas menores, alcançando uns 12 metros e com grande profusão de bambus, as taquaras. Achamos interessante que aves tidas como habitantes da mata alta como o cotingideo Corocoxó, Carpornis cucullata, pode ser ouvido tanto na mata alta quanto na mata mais baixa da floresta de altitude. E, finalmente, os campos de altitude, a partir dos 2.000 metros de altitude. Esses campos, algumas vezes, nos reconcavos, permitem que a vegetação seja mais alta, com arvores alcançando os 12 metros ou até mais. Nos campos de altitude, temos a dominância de uma espécie de bambuzinho famoso por existir nas serras altas do Sudeste do Brasil. Esse bambuzinho é a Chusquea pinifolia.


Em alguns locais, mesmo a 2.000 m. de altitude, podemos vislumbrar áreas com vegetação mais alta, talvez devido a solos mais profundos.


Campos de altitude e a Chusquea pinifolia.




Faremos postagens a seguir, mostrando fotos de algumas das aves que registramos nessa viagem maravilhosa de observação de aves.

Muito obrigado às pessoas que nos visitam!!



sábado, 9 de agosto de 2025

Registro do Gavião-gato, Leptodon cayanensis.

 Em recente excursão á Domingos Martins, região serrana do ES, há uma altitude de cerca de 550m., tivemos oportunidade de efetuar um registro bonito e interessante: o Gavião- gato.


Leptodon cayanensis, fotografado em 02.8.2025, proximidades do SESC em Domingos Martins.

Trata-se de um gavião de porte médio a grande, medindo até 54 cm. de comprimento segundo o Wiki Aves. O Gavião gato já foi chamado de Gavião de cabeça cinza, devido `cor cinzenta de sua cabeça. Posteriormente, foi adotado o apelido de "gavião gato", suspeito que essa nova denominação tem a ver com sua vocalização.  Seu chamado lembra o chamado de um gato!

é um gavião habitante de florestas, preferindo matas secundárias, capoeirões e matas mais ou menos abertas. Como já foi registrado outras vezes nas encostas de Domingos Martins, suspeitamos também, que tem um comportamento sedentário, isto é, costuma ficar longos períodos em determinados locais. Geralmente esses locais são sítios de caça onde a ave tem encontrado alimento. 

Em seu maravilhoso livro, "Ornitologia brasileira" Helmut Sick diz que esse gavião faz parte do grupo chamado de "kites" nos países de língua inglesa. Segundo Sick, "são gaviões relativamente dóceis, geralmente insetívoros ou vivendo de moluscos."  Então, o Gavião gato, mesmo nos impressionando por sua beleza e tamanho, não causa o impacto dos gaviões e águias caçadores agressivos como a Águia pega macaco e outros.

Frequentemente ocorre mimetismo de indivíduos jovens com outras espécies de gaviões. Há alguns anos atrás um caso ficou famoso entre usuários do Wiki Aves: o mimetismo de um gavião de cabeça cinza jovem com um individuo de Águia de penacho, Spizaetus ornatus. Muitos observadores foram traídos pelas imagens, pensando tratar-se realmente de uma águia de penacho jovem, mas era apenas um jovem do gavião de cabeça cinza. Um dos elementos que possibilitaram desmascarar o disfarce foram os olhos do individuo. Apesar da semelhança da plumagem, não foi possível ao jovem do Gavião de cabeça cinza expressar o "olhar predador" e agressivo próprio do Spizaetus ornatus, águia caçadora de presas ágeis e maiores.

Leptodon cayanensis, o nosso Gavião gato, alimenta-se de insetos grandes, vespas, gafanhotos, moluscos e pequenos vertebrados. Distribui-se desde o México até a Argentina e no Brasil em todas regiões, sempre em florestas. Não é muito comum na Amazônia.

Agradecemos às pessoas que nos honram com suas visitas!!


quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Gaivotas comuns no Sul: Gaivota de cabeça cinza !.

 Em nossa recente viagem ao Rio Grande do Sul, observamos como a Gaivota de cabeça cinza, Chroicocephalus cirrocephalus é uma ave frequente nas praia do Parque Nacional da Lagoa do Peixe.

O individuo abaixo, é um adulto com plumagem já quase reprodutiva. Nessa excursão, vimos muitos indivíduos semelhantes, indicando ser espécie comum no sul. É migratória, por vezes chegando mesmo até estados mais ao norte. Mas aqui no Espirito Santo, é rara e difícil de se ver.


Gaivota de cabeça cinza, Chroicocephalus cirrocephalus, clicada em Osório-RS, em 04.6.2025.

 Ultimamente temos observado vários registros em Vitória- ES, o     que não era comum até bem pouco tempo. Predominam indivíduos imaturos. Uma pequena população que está sempre nas proximidades da Praia do Suá, local do atracadouro dos pescadores. Como outras aves marinhas, alimenta-se de peixes, restos de peixes mortos, crustáceos, até mesmo cupins alados fazem parte de sua dieta.

Indivíduo com plumagem de descanso reprodutivo, em Mostardas- RS.

Com a localização dessa citada pequena população em Vitória, encontrada sempre nas imediações do píer dos pescadores da Praia do Suá. poderemos acompanhar de mais perto a evolução da plumagem desses indivíduos, saindo de plumagem de descanso reprodutivo para a plumagem nupcial que ocorre a partir e meados de setembro.


Três indivíduos clicados recentemente na Praia do Suá, em Vitoria -es : oportunidade para verificarmos se se tratam de gaivotas migrantes ou se estão, de fato, residindo no local. Os próximos meses nos indicarão.

Agradecemos às pessoas que nos visitam!!!










terça-feira, 5 de agosto de 2025

Conhecendo o Amarelinho do junco.

 Pseudocolopteryx flaviventris é uma pequena ave de cerca de 11 cm. de comprimento, habitante, muitas vezes,  de banhados com formações de juncos.


Amarelinho do junco, fotografado em junho de 2025, na lagoa Fortaleza, município de Cidreira -RS., durante nossa excursão  esse estado.

Ave esquiva, foi muito difícil conseguir fotografa-la. Tivemos de voltar duas vezes a essa lagoa para conseguir nosso intento.

O Rio Grande do Sul é muito rico em banhados e lagoas. Nesses locais, quase sempre tem-se uma vegetação formada de juncos. São plantas de hastes longas e finas, pertencentes à família das juncáceas. Nas lagoas do RS, aparecem grandes formações, que são habitadas por muitas aves que vivem nesses locais. Entre essas aves, temos algumas famosas por sua beleza como o Papa -piri, Tachuris rubrigastra, por vezes, vizinho de nosso Amarelinho do junco. Mas o juncal pode abrigar muitas outras espécies, vimos lá o Bate bico Phleocryptes melanops, o Coleiro do brejo, Sporophila collaris, visitantes como o Sargento Agelasticus thilius e muitos outros.

E é nesse ambiente, que o Amarelinho do junco se esconde, saindo algumas vezes para a alegria de alguns sortudos. E tal foi nosso caso, depois de nosso guia, o querido Bjorn- Einar Nilsen se esforçar muito para conseguir localiza-lo.


de dentro dos juncos, surge nosso convidado, o Pseudocolopteryx flaviventris.

O Amarelinho vive nesses locais húmidos, onde alimenta de insetos, vermes, besouros e moscas. Ou seja, o insetívora contumaz. Consta que na nidificação, a fêmea põe de 2 a 4 ovos. Segundo o Wiki Aves, seria migratória no Brasil, ficando de setembro até janeiro, Porém, nossas fotos foram feitas em 06 de junho, ou seja, longe dessas datas. Também não encontramos fotos no WA sobre a nidificação dessa linda ave. Há registros no Brasil para todos os estados do sul chegando até São Paulo.

Agradecemos às pessoas que nos honram com suas visitas.

sábado, 5 de julho de 2025

A Gaivota de rabo preto, Larus atlanticus.

 Em nossa recente viagem ao sul do Brasil, tivemos a oportunidade ( apenas uma!) de conhecer a Gaivota de rabo preto, Larus atlanticus.



Trata-se de Gaivota de grande porte, atingindo 56 cm. de comprimento e pesando até quase 1 kg. Sua população reprodutiva encontra-se toda na Argentina. Chega ao Brasil durante o inverno antártico, sendo observada mais nas praias do Rio Grande do Sul e às vezes, em Santa Catarina. Esse individuo que fotografamos é um jovem, devido sua plumagem, cor marrom e estriada. O adulto possui plumagem mais parecida com o Gaivotão, tendo a base da cauda de cor preta, o bico amarelo com uma ponta preta onde na extremidade encontra-se pequeno sinal vermelho.


Essa gaivota tem hábitos semelhantes a outras aves rapinantes marinhos como os Mandriões. Alimenta-se de peixes, mexilhões, restos de peixes deixados por barcos de pesca. Costuma roubar alimentos de outras aves marinhas.

Em virtude do aumento das atividades humanas em praias onde costuma viver, sua população tem sofrido ameaças e atualmente encontra-se enquadrada na categoria de NT, quase ameaçada, pelos critérios da IUCN.

Sua raridade no Brasil pode ser constatada pelos registros no Wiki Aves. São 364 fotos para o Estado do Rio Grande do Sul,  apenas 11 em Santa Catarina e 2 fotos no Paraná. A grande maioria desses registros são para o período de Maio a agosto, ou seja nos meses de inverno.

Para os observadores de aves, essa é outra ave de inverno, com possibilidade de ser registrada apenas nos meses mais frios do Sul. E, mesmo assim, é preciso sorte, pois como vimo, são poucos registros na costa gaúcha.

Agradecemos ás pessoas que nos visitam!!

domingo, 29 de junho de 2025

Os Registros de Batuiras migratórias no inverno do sul.

 Para o observador de aves, geralmente as espécies desconhecidas mais interessantes são aquelas com algum comportamento especifico e curioso. Nesse aspecto, as aves migratórias, que viajam de determinado lugar para outro em decorrência do clima, são muito interessantes! Tal é o caso de algumas espécies de batuíras, nativas do extremo sul do continente, moradoras do extremo sul da Argentina e do Chile, portanto, muito próximas da gelada Antarctica.

Em nossa recente excursão ao Rio Grande do Sul, entre os dias 31 de maio, até 07 de junho, aos municípios de Mostardas e Tavares, dentro dos limites do Parque Nacional da Lagoa do peixe, já sabíamos que poderíamos encontrar algumas dessas aves. E foi o que aconteceu, para nossa sorte, encontramos três espécies com esse comportamento: a Batuíra de peito tijolo, a Batuíra de coleira dupla e a Batuíra de papo ferrugíneo. E o inicio do inverno foi propício para o aparecimento dessas aves, pois as temperaturas estiveram sempre rondando os 10 graus centigrados, e, até menos em algumas madrugadas.

Batuíras são aves pequenas, pertencentes à família Charadriidae, a mesma família dos quero-queros. No município de Vitória, comumente temos apenas uma batuíra, a batuíra de bando. Se incluirmos municípios vizinhos, podemos encontrar a Batuíra de coleira. São aves que se alimentam de minúsculos seres que vivem nos banhados e locais lamacentos, como minhocas, caranguejinhos, vermes, crustáceos, etc. Frequentemente encontramo-las revolvendo esses locais.


Esta é a batuíra de peito tijolo, Charadrius modestus. Fotografamos na localidade de Barra da Lagoa, dentro do Parque Nacional da Lagoa do Peixe. Os primeiros indivíduos migrantes chegam ao Brasil em meados de abril. Alguns viajam até o litoral de São Paulo, tendo registros até mesmo no litoral do Rio de Janeiro. Mas a grande maioria fica mesmo é no sul, principalmente o Rio Grande do Sul. Na volta, quando retornam à sua pátria, no extremo sul da Argentina e do Chile, partem, ao que parece, no mês de agosto. Conferimos os registros do Wiki Aves e concluímos que a grande maioria fica no Brasil apenas até fins de agosto.


A Batuíra de coleira dupla, Charadrius flalklandicus. Apesar de ser ave do extremo sul do continente, sua descrição significa "pássaro amarelado das falklands", é uma Batuíra migratória que apesar de vir no inverno, também pode ser registrada no verão, pois alguns indivíduos ficam no Rio Grande do Sul, e, até mesmo existem registros de nidificação lá! Possui quase os mesmos hábitos alimentares da anterior. Seus registros são menos numerosos que os da Batuíra de peito tijolo.


Essa, foi a Batuíra mais difícil de ser fotografada devido à distancia que se manteve, demonstrando ser mais arisca que as demais.  É a Batuíra de papo ferrugíneo, Oreopholus ruficollis. Apesar de existirem alguns registros pontuais nos meses mais quentes, essa ave chega como as demais, a partir de abril e fica até agosto, quando, provavelmente retorna ao extremo sul do continente. Das batuíras migratórias que chegam no inverno, esse foi o registro mais comemorado! Se comparadas ás outras duas batuíras que citamos, pode ser considerada como a menos comum. Isso, após analisarmos a quantidade de registros já verificados para as três batuíras no Wiki Aves. Também notamos um comportamento um pouco diferente: enquanto as demais ficam nos alagadiços e ou na zona rasa das marés, e não se importam muito com nossa presença, a Batuíra de papo ferrugíneo, vai se afastando aos poucos, ao nos aproximarmos. Segundo o Wiki Aves, essa, é uma "visitante incomum" no inverno.

Muito obrigado, pessoas que nos visitam!!!

sábado, 21 de junho de 2025

Viagem ao Sul: Flamingos!

 Recentemente, entre os dias 31 de maio a 07 de junho deste ano de 2025, fizemos uma ótima excursão até as localidades de Mostardas e Tavares, no Rio Grande do Sul.

Trata-se das localidades onde se situa o Parque Nacional da Lagoa do Peixe, e estávamos no local para fotografar aves.

Fizemos ótimas fotos e conseguimos registrar muitas aves interessantes, mas abrimos essa série de postagens, com as imagens incríveis, do Flamingo chileno, o Phoenicopterus chilensis. Essa belíssima e emblemática ave, pudemos fotografar na localidade de Barra da Lagoa, município de Tavares, RS.

Sua distribuição geográfica, segundo o Wiki Aves, abrange o Peru, Chile, Bolívia e Argentina até a Terra do Fogo. No Brasil, temos registros no Sul e sudeste do país.


O Flamingo é uma ave belíssima, e sua alimentação, compõe-se de invertebrados aquáticos, sementes e algas, que obtém filtrando a agua com seu bico peculiar.


Apesar de sua beleza maravilhosa, essa ave está ameaçada! Atualmente é classificada pela IUNCN na categoria NT, quase ameaçada. Isso ocorre pela perturbação de que é vitima em seus ninhais, A espécie põe apenas um ovo que é chocado pelo casal, em grandes colônias de aves da espécie. Na Lagoa do Peixe, nos informaram que em alguns anos, os flamingos até tentaram se reproduzir no local mas foram perturbados por pescadores e caçadores que procuravam seus ovos. Os ovos dos flamingos possuem uma gema fortemente avermelhada e por essa razão são visados.


O Flamingo é muito sociável. Costuma formar grandes colônias, as vezes de milhares em locais em que se sente protegido e com boa alimentação.

Um dos fatores para sua diminuição, é a grande exigência para a nidificação. Além do local não poder ser perturbado, a espécie costuma falhar anos na reprodução, o que, certamente diminui sua quantidade.

No Brasil, na região Sudeste, temos vários registros nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, seno o ponto mais ao norte em que foi registrado, segundo o Wiki Aves, parece ser o município de Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro.,

Muito obrigado, pessoas amigas, que nos visitam!


domingo, 11 de maio de 2025

A Gaivota de Cabeça cinza, Chroicocephalus cirrocephalus, em Vitoria- ES.

 Chroicocephalus cirrocephalus, a Gaivota de cabeça cinza, é uma espécie de gaivota de tamanho pequeno se comparada a sua prima maior, o gaivotão. Mede de 38 a 44 cm. de comprimento (Wiki Aves) o que é quase o mesmo tamanho do Trinta réis de bando, (Thalasseus acuflavidus) nosso Trinta réis mais comum aqui em Vix. Também se comparando com o gaivotão, Larus dominicanus, ela é bem menor. O Gaivotão mede cerca de 58 cm.



Essa Gaivota tem poucos registros no Wiki Aves para o Espirito Santo e sua ocorrência nesse estado parece ser ocasional, não havendo, aparentemente, estudos que indiquem dados sobre sua flutuação populacional ou seus hábitos.


Durante alguns dias, notamos sua presença observando aves no local da Ilha do Boi. Em meio aos trinta réis, e graças a seu comportamento um pouco diferente, notamos um individuo dessa ave graciosa. A  gaivota passou voando e dirigiu-se na direção do Porto de Tubarão, em um voo reto e sem interrupções. Isso aconteceu na quinta feira dia 8 de maio. Como já tínhamos viso no Wiki Aves, fotos dessa ave nas proximidades do píer dos pescadores da Praia do Suá, deduzimos que possivelmente a ave frequenta essa área de portos e atracadouros, eventualmente voando em direção ao Porto de Tubarão. E na sexta feira dia 9 de maio, fomos direto ao Píer dos pescadores e lá encontramos essa ave misteriosa e bela! Nesse mesmo dia, outros colegas observadores também conseguiram fotografa-la.

Voltamos lá no sábado e domingo, mas nem sinal do individuo novamente. Esse individuo, está com uma plumagem de descanso reprodutivo, e, provavelmente trata-se de um jovem. Como seu tamanho regula mais ou menos com o dos Trinta réis, talvez sua identificação, aliada ao fato de não ser comum, seja mais dificultada a observadores menos experientes.

Primeira foto que fizemos, na quinta feira dia 8 de maio. Infelizmente contra luz, não permitiu ser melhorada.
Continuamos tentando entender os hábitos dessa ave aqui em nossa Cidade, para que possamos, inclusive, acrescentar mais informações a seu respeito.

Muito Obrigado, Pessoas que nos visitam!!!


quinta-feira, 1 de maio de 2025

Finalmente encontrei o Chintã !

 O Inhambu- Chintã, Crypturellus tataupa é um de nossos magníficos Tinamídeos. Famoso na musica popular onde dá nome a uma de nossas duplas musicais mais famosas e vitoriosas, esse Inhambu durante muito tempo me escapou. Em muitas ocasiões estive perto de fazer uma foto, nesses longos anos, mas no momento certo, o danadinho não saia de sua brenha. Muito perseguido pelos caçadores e predadores, nossos inhambus são ariscos e desconfiados.


No momento que tomou coragem, o Chintã atravessou a pequena estrada no meio da mata, e, confiante sem nos ver, deu chance de umas fotos!.

A família Tinamidae é uma das mais típicas de nossas matas. Vários deles são aves cinegéticas, isto é, são caçadas como alimento. Algumas, de tão caçadas, tornaram-se até ameaçadas de extinção.

Comentei aqui, o caso da Perdiz, Rhynchotus rufescens, que, ao ser chamada por meio de "play- back" torna-se vulnerável aos caçadores. O mesmo pode ser aplicado a nossos inhambus. Para evitar a extinção local desses bichos, a caçada precisa ser feita com prudência, sendo suspensa tão logo se note que a espécie está ficando difícil de ser notada, seja pela visualização e principalmente pelo canto.

Os tinamídeos, Macuco, Jaó, Perdiz, Inhambus praticam uma forma de reprodução que tem se revelado de muito sucesso: a poliandria! Nesse costume natural, uma fêmea se acasala com vários machos. O macho constrói o ninho e as fêmeas vão depositando seus ovos nesse ninho. Quando atinge uma certa quantidade, no caso do Chintã, os ninhos costumam ter entre 3 a 5 ovos (Wiki Aves). Mas, no caso da Perdiz, os ninhadas são de 3 até 9 ovos!


Ao se deparar com o obstáculo do barranco alto, por alguns instantes, o Chintã vacilou, talvez pensando em como superar esse obstáculo. Depois a ave de um pulo alcançou a parte superior do barranco e desapareceu na capoeira.

Para conseguir essas fotos, procuramos não estressar a ave. No Wiki Aves existem muitas fotos dessas aves correndo ou fugindo apressadamente. Como não tivemos sucesso com a observação direta, postamo-nos em área próxima onde tínhamos ouvido anteriormente a ave cantar.

Instalamos uma blind de cor verde escuro com tons marrons, bem camuflada! Postamo-nos num banquinho escondidos, atrás da blind e esperamos a ave. Para nossa sorte, não demorou muito e a ave atravessou a estradinha, calma e observadora. Como não nos viu, pudemos fazer essas fotos, também com calma e admiração.

O Chintã se alimenta de sementes diversas, e também de matéria organica como vermes, minhocas, pequenos animais que encontra em suas andanças nas capoeiras e matas.

É uma ave que tem demonstrado uma boa capacidade de adaptação às modificações feitas pelo homem na paisagem. Assim, por vezes pode ser ouvido até mesmo dentro de eucaliptais com sub bosque preservado. Plantações altas como de cana de açucar. Capoeiras e capoeirões e mesmo em espigões de mata secundária.

Esses locais, são lugares de vegetação mais alta, onde o Chororó, C. parvirostris, não penetra por preferir vegetação mais baixa como pastos, cafezais, etc.


Nosso herói, com calma atravessando a estradinha.

Temos a boa impressão, que essas aves, com o aumento da consciência ecológica, mesmo que por parte de caçadores, vão conseguir escapar da extinção, alegrando-nos com seus trinados melodiosos e continuando nos encantando com sua existência.

A caça deveria ser evitada, já que é proibida em nosso pais. Mas, os caçadores clandestinos, que insistem nessa atividade, precisam se conscientizar da fragilidade dessas aves. Tão logo se tornem mais difíceis de ser ouvidas ou encontradas, qualquer atividade deve ser interrompida imediatamente.

Para escrever essa matéria, valemo-nos de nossa experiencia como observador de aves e também, da valiosa ajuda do WIKI AVES (www.wikiaves.com.br) e do livro dos saudoso Professor Helmut Sick, Ornitologia brasileira, edições de 1985 e, de 2001 revista e ampliada por José Fernando Pacheco.

Agradecemos às pessoas que nos honram com suas visitas!! Obrigado!


quinta-feira, 24 de abril de 2025

CENSO SOBRE O Papagaio de peito roxo, Amazona vinacea.

 


Amazona vinacea, o Papagaio de peito roxo é considerado como uma ave ameaçada de extinção, na categoria EN, o que significa que se os esforços de conservação não forem suficientes, em um curto período de tempo, essa ave magnifica poderá estar extinta na natureza.

Registramos esse papagaio recentemente, em Campos do Jordão- SP, nas datas de 4.10.2024. Mas, já antes havíamos registrado em 2017, 2016,2015 e 2013. Os registros sonoros chegaram a 9, a maioria na região oeste do ES, municípios de Laranja da Terra, Itarana e Afonso Claudio.

A Foto feita em Campos do Jordão, do Vinacea pousado no cimo de uma araucária.

Nessas ocasiões, percebíamos que o Vinacea era mais raro que o Chauá, Amazona rodocorytha. Pela manhã, não era muito difícil ouvir sua voz rouca nos altos dos morros e depois, passavam voando, às vezes dois ou então alguns poucos indivíduos vocalizando e cruzando os céus.

Agora, com esse censo, esperamos que alguma luz seja jogada sobre o futuro desse papagaio e que essa luz seja de esperança.

OBRIGADO amigas e amigos que nos visitam!!!



quarta-feira, 23 de abril de 2025

O Maçarico de asa branca, Tringa semipalmata, ainda está aqui!

 Tringa semipalmata, o maçarico de asa branca, continua aqui em Vitória! Trata-se de espécie migratória, que vem do norte da América do Norte: USA e Canadá. Temos visto aqui apenas um individuo (?), que tem nos despertado curiosidade. Observando as fotos postadas no Wiki Aves, percebemos que são poucos os registros a partir do dia 20 de abril aqui no Brasil.


Foto do Tringa semipalmata, feita hoje dia 23.4.25 na Ilha do Boi.

Após o dia 25 de abril, temos registros (fotos) no próprio dia 25, em 8 de julho e 20 de julho, e vários registros posteriores, mas fora do Brasil.



Tringa semipalmata no mesmo local, em foto de 25-3-2025:  Seriam indivíduos diferentes?

É sabido que chegada a época de reprodução essas aves migratórias voltam a seus países de origem. Tanto assim que notamos esse individuo com plumagem supostamente já de reprodução, que fotografamos no dia 25-3-2025  na ilha do Boi.

Nessa nossa excursão de hoje, parece tratar-se até mesmo de outro individuo (?) da mesma espécie, pois, já com plumagem nupcial.

De qualquer forma continuamos vigiando nosso Tringa,  curiosos a respeito de sua estadia aqui na capital do ES.

OBRIGADO, pessoas que nos visitam!!!



domingo, 13 de abril de 2025

Nova pousada para os Colhereiros: o Campus da UFES.

 O Colhereiro, Platalea ajaja é uma ave de grande beleza, principalmente devido a seu bico em forma de colher e sua belíssima plumagem cor de rosa. Essa plumagem cor de rosa torna-se mais intensa na época reprodutiva e, advêm em grande parte, da alimentação da ave, rica em substancias chamadas de carotenoides.

Com seu bico em forma de colher, a ave peneira a agua à procura de alimento, peixinhos, pequenos caranguejos, camarões, insetos, etc. É uma ave de tamanho grande, geralmente medindo entre 68,5 cm a 86,5 cm e pesando e entre 1.150 e 1.400 gramas.(Wiki Aves). Tem vasta distribuição geográfica, abrangendo desde o sul dos EUA até a Argentina.


Presumimos que sua população tem se recuperado. Aqui na região da grande Vitória, o primeiro registro que fizemos dentro da capital foi em 09.6.2013, quando registramos esse pequeno bando mariscando no mangue localizado ao lado do campus da UFES:


O primeiro registro para o município de Vitória: 09.6.2013.


Desde então, temo-lo registrado em algumas ocasiões na maré baixa. E agora, pelo que percebemos, essa linda ave está diariamente habitando a lagoa dentro do Campos da Universidade, atrás da biblioteca central.


Já chegamos a ver dois indivíduos nessa lagoa.

Se confirmadas nossas premissas, de que a ave estaria voltando e aumentando sua população na área urbana da capital, é um motivo de comemoração para os amantes e observadores das aves.


Muito obrigado às pessoas que nos visitam!

terça-feira, 8 de abril de 2025

Setophaga striata: uma nova espécie para o ES.

 A Mariquita de perna clara, Setophaga striata, é uma ave pequena, medindo de 12 a 15 cms., da familia Parulidae. Recentemente, tivemos a sorte de encontra-la, dentro do campus da UFES, Universidade Federal do Espirito Santo. Observamos nesse encontro, que essa mariquita aprecia perambular pela vegetação acompanhada de aves parecidas. Essa perambulação são atividades de forrageio, onde a ave procura e se alimenta de frutinhos e, talvez, insetos. Aqui conosco, vimo-la junto a pequenos bandos de Figuinha do mangue, Conitrostrum bicolor, apesar de ser mais próxima à mariquita comum, Setophaga pitiayumi.

Foi o primeiro registro dessa avezinha migratória no Espirito Santo e um dos colegas, o Fabricio Reis Costa,  membro do COA-ES, foi quem teve a primazia de registra-la pela primeira vez, alertando os demais colegas sobre sua raridade e a excepcionalidade do registro.


Esse individuo é uma femea, não conseguimos ver o macho. Supomos que apenas esse individuo chegou até nossa cidade. Segundo o Wiki Aves:

"É a visitante mais comum do gênero, ocorrendo em bordas e clareiras de florestas e em áreas abertas e esparsas e, às vezes, em parques urbanos arborizados.

A mariquita-de-perna-clara realiza a mais longa migração dentre as espécies deste gênero, com alguns indivíduos viajando mais de 8.000 km do Alasca até o Brasil (Williams et al., 1977, Nisbet et al., 1995).

Parte da rota migratória se dá sobre o Oceano Atlântico a partir do nordeste dos Estados Unidos para Porto Rico, Antilhas, ou o norte da América do Sul. Estas aves mantêm médias de 2.500 km sobre o mar, necessitando de um voo potencialmente sem escalas por até 88 horas. Para alcançar este voo, a mariquita-de-perna-clara praticamente dobra sua massa corporal e tira proveito de uma mudança na direção do vento predominante para encaminhá-la ao seu destino no hemisfério sul."

 Por todas essas particularidades, o encontro dessa Mariquita em nossa cidade causou alvoroço entre a comunidade de observadores. O primeiro registro, feito pelo Fabricio, foi em 26 de março e, até hoje, 08 de abril, temos noticia de novos registros da ave no local em que tem aparecido.

Esse registro, bem como o registro do Piui verdadeiro do leste, Contopus virens, feito em fevereiro p.p., vem ressaltar ainda mais a importância da atividade de Observador de aves. Plataformas como o Wiki Aves são cada vez mais consultadas e adquirem uma grande importância para se saber a flutuação e a situação de campo para muitas espécies de aves. É uma ave rara, está ameaçada ou é abundante? Somente esse trabalho em rede, de verdadeiras "formiguinhas" que são os observadores, podem responder com dados e fotos sobre essas perguntas.

Sigamos, portanto, com nosso trabalho, e, porque não dizer? também nosso lazer de observar aves que, mesmo ainda não reconhecido por alguns, demonstra cada vez mais sua importância no conhecimento e na ajuda para proteger nossas aves!

Obrigado pessoas! Agradecemos às pessoas que nos visitam!!

sábado, 22 de março de 2025

A Pomba amargosa, Patagioenas plumbea.

 Em recente excursão à estrada marginal à Reserva biológica de Duas Bocas em Cariacica, há cerca de 40 km. de minha residência em Vitória, pudemos registrar e fotografar a Pomba amargosa, Patagioenas plumbea.


Trata-se de um Columbídeo de grande porte, mede cerca de 34 centímetros de comprimento e pesa em média 230 gramas! A titulo de comparação, o pombo domestico, Columba livia, mede entre 28-38 cms. pesando entre 238 até 380 gramas segundo o Wiki Aves. Entre nossas pombas selvagens, a Amargosa é a de maior tamanho. Essa pomba vocaliza bastante na época de reprodução mas não é fácil de ser encontrada e fotografada, pois, devido sua índole arisca, evita a presença humana. Além do mais seu comportamento dificulta fotos pois vive embrenhada nas copas da mata.

Foi uma grata surpresa que esse exemplar, atraído pelo som do play- back, saiu de seu esconderijo na copa de arvore frondosa e pousou quase em nossa frente.

Já a tínhamos registrado outras vezes na Rebio, inclusive com fotos de filhote já emplumado:


Foto do filhote de Patagioenas plumbea feita por Aninha Delboni em 17.08.2022, na Rebio Duas Bocas.

A Pomba amargosa alimenta-se principalmente de frutinhos encontrados na floresta e também de sementes. Pode descer ao solo à procura de alimento. Sua cor é cinza plúmbea como o próprio nome cientifico menciona. A denominação popular de Amargosa, tem a ver com sua alimentação. A ave, comumente se alimenta da erva de passarinho, o que realmente faz com que sua carne adquira um gosto amargo.

Habita quase todo o Brasil, sempre em florestas:


Os pontos vermelhos representam os locais onde já foi registrada. Notar que falta em algumas áreas como no nordeste.  FONTE DA FIGURA: Mapa de registros da espécie pomba-amargosa (Patagioenas plumbea) | Wiki Aves - A Enciclopédia das Aves do Brasil


AGRADECEMOS ÀS PESSOAS QUE NOS VISITAM!!

sexta-feira, 21 de março de 2025

Tringa semipalmata, Maçarico de asa branca, prolonga estadia em Vitória!

 Tringa semipalmata, o Maçarico de asa branca, está passando uma temporada, pelo visto, agradável aqui em Vitória, ES, Brasil. Neste ano de 2025, fizemos as primeiras fotos dele em 14 de janeiro.




Nessa foto, datada de 14 de janeiro de 2025, podemos ver o nosso Tringa com alimento no bico, fugindo da perseguição de Pirus- pirus e outras aves que ficam monitorando as comidas dos colegas.


Foto feita ontem, 20-3-2025, na Ilha do Boi aqui em Vitória.

Notar que amanhã ocorre a virada do verão para outono no hemisfério sul e do inverno para primavera no hemisfério norte.

A foto de janeiro indicava que a ave estava no estágio de descanso reprodutivo e essa foto recente, de 20 de março, já mostra a ave com sua plumagem reprodutiva.



Outra foto de 14 de janeiro : descanso reprodutivo.

Esse maçarico tem aparecido nos últimos verões aqui em Vitória, mas dessa vez, prolongou sua estadia, talvez pela abundancia de alimentos na Ilha do Boi. Mas agora, com a pressão do instinto de reprodução, veremos quanto tempo ainda ficará por aqui.



A fartura de alimento tem mantido o individuo de Tringa semipalmata, ave migratória que vem do Canadá e vai até quase o polo sul, na ilha do Boi já por quase  três meses!!

AGRADECEMOS AS PESSOAS QUE NOS VISITAM!!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Uma nova espécie de ave para o Espirito Santo: Contopus virens!

Contopus virens, o PIUI Verdadeiro do Leste foi encontrado no inicio deste mês de fevereiro de 2025 em sitio no município de Marechal Floriano na região serrana do Esp. Santo.


Essa ave, é um migrante do hemisfério norte, com poucos registros no Brasil. Esse registro feito em Marechal Floriano é o primeiro para o Espirito Santo e apenas  o  de número 31 para o sul e sudeste! No mapa abaixo, podemos verificar onde foram fotografados ate hoje no Brasil.:



FONTE: WIKI AVES: Mapa de registros da espécie piuí-verdadeiro-do-leste (Contopus virens) | Wiki Aves - A Enciclopédia das Aves do Brasil.


Em outra ocasião, tivemos a felicidade de registrar o Piui-boreal, Contopus cooperi, na Trilha dos Tucanos em Tapiraí, SP., certamente um parente do Piui do leste e podemos perceber que alguns comportamentos são parecidos. Ambas as espécies gostam de se empoleirar nos galhos mais destacados, separados da folhagem. Ali ficam, parecendo imóveis e por vezes emitem sua vocalização. No caso do Piui verdadeiro do leste, o Contopus virens, notamos que a ave vocalizou bastante, com chamados regulares. Ao ouvir seu chamado por meio de play back, a ave se agitava tentando descobrir de onde vinha o chamado.


Foto do Piui boreal, Contopus cooperi, feita em 14-12-2017, na trilha próxima à pousada Trilha dos Tucanos.





Não é possível dar mais detalhes de seu comportamento ou de como encontra-la. Essa ave foi descoberta pelos colegas da AMOAVES- Associação Martinense de Observadores de Aves. Méritos para a passarinheira Nilda Miranda que registrou a ave pela primeira vez no Espirito Santo, conseguindo um lífer estadual. A forma como foi descoberta, ressalta a importância de se manter atento aos movimentos e também aos sons das aves. Pois foi por meio da vocalização, depois identificada,  que foi conseguido o primeiro registro desse Piui para o Esp. Santo.

Muito obrigado às pessoas que nos visitam!!




sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Matéria do jornal A GAZETA, sobre uma das aves mais raras do Brasil, a Saira apunhalada.

 

FiFilhotes de ave ameaçada de extinção e exclusiva no ES nascem em reserva ambiental

Espécie está criticamente ameaçada e apenas é encontrada nas poucas áreas de Mata Atlântica; nascimento ocorreu em uma área na cidade de Castelo

Publicado em 20 de fevereiro de 2025 às 18:35

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Três filhotes de saíra-apunhalada nasceram em uma reserva em Castelo, no Sul do ES
Três filhotes de saíra-apunhalada nasceram em uma reserva em Castelo, no Sul do ES. ( Gabriel Bonfá)
Carol Leal
Repórter / ana.saraiva@redegazeta.com.br

Três filhotes de saíra-apunhalada nasceram em uma reserva natural na localidade de Limoeiro, em Castelo, cidade da região Sul do Espírito Santo. A espécie é considerada criticamente ameaçada de extinção, somando menos de 20 indivíduos vivos reconhecidos na natureza.

A descoberta e as imagens foram registradas por pesquisadores da Reserva Kaetés, que desde 2020 promovem a proteção, monitoramento e aumento populacional da espécie no local. Os três filhotes nasceram durante a atual temporada reprodutiva, que vai até março, e representam um grande passo para a manutenção da saíra-apunhalada.

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Estávamos monitorando apenas dois indivíduos naquele ponto da reserva e foi uma grata surpresa encontrarmos seis deles, inclusive um pássaro alimentando outro. O sentimento é de que o trabalho pesado valeu a pena 

Victor Vale
Supervisor do Programa de Conservação da Saíra-apunhalada
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