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segunda-feira, 28 de outubro de 2019

BOA NOVA: MUITAS AVES, CULTURA E NATUREZA.

PASSARINHANDO EM  BOA  NOVA, Bahia, Brasil.

Neste mês de outubro estivemos ocupados com outra viagem de passarinhada por esse Brasil afora. Nosso destino dessa vez  foi o Estado da Bahia, mais precisamente no município de Boa Nova. Pretendemos fazer um relato abrangente de nossa viagem, com informações sobre a cultura do lugar, sua gente e também sobre sua natureza, vegetação e finalizando com as aves que vimos por lá. Fomos gentilmente guiados pelo Josafá Almeida, profundo conhecedor da região e suas aves. A viagem foi longa e tranquila, desembarcamos no aeroporto de Vitória da Conquista, que fica a cerca de 100 km de Boa Nova. Nossa viagem foi longa pois começando em Vitória tivemos de ir até São Paulo e de lá pegamos o voo direto até Vitória da Conquista em um voo de mais de 1.500 quilômetros!



Beija flor vermelho, Chrysolampis mosquitos, fotografado em Boa Nova.



Segundo a Wikipédia, Boa Nova é um município localizado na região centro-sul da Bahia (14º 22` 05`` S e 40º 12` 24`` W), possuindo na zona urbana uma temperatura média de 21°C. Possui uma população de 15.409 habitantes, espalhados por uma área de 856 km², onde predominam a agricultura e a pecuária. É conhecida internacionalmente por sua elevada biodiversidade especialmente para o grupo das aves, onde ocorrem mais da metade das espécies de todo o estado da Bahia.  Boa Nova tem um inventario de 427 espécies de aves, conforme a informação do WikiAves. Ainda segundo a Wikipédia, município fica situado a 480 km de Salvador e 110 km de Vitória da Conquista. Possui um território de 868 km2 cortado por uma cadeia “montanhosa” (que atinge até 1.120 metros acima do nível do mar), conhecida localmente como Serra da Ouricana. Tal elevação de relevo funciona como barreira natural para a umidade vinda do Oceano Atlântico, ocorrendo uma “alta” precipitação pluviométrica no seu contraforte leste. Já a oeste dessa montanha, uma faixa de cerca de 8 km de largura ainda é influenciada por essa umidade, recebendo precipitações residuais em forma de neblina; no entanto 42% do município (a oeste) tem seu período chuvoso relacionado exclusivamente à massa de ar equatorial continental, originada na Amazônia. Essa situação cria três cenários bem distintos em termos de clima e vegetação, ocorrendo no território duas zonas especificas, uma de Caatinga e outra de Mata Atlântica. A transição entre esses dois biomas é conhecida localmente como Mata-de-Cipó. O trecho leste é rico em rios e cachoeiras e uma biodiversidade nacionalmente reconhecida, especialmente para o grupo das aves. O gravatazeiro, uma ave endêmica da Mata de Cipó e ameaçada de extinção é encontrada nas matas da região, e se tornou o símbolo dos esforços de conservação das florestas de Boa Nova. Essas condições geográficas fazem de Boa Nova um interessante estudo de caso sobre distribuição das aves. Ocorrendo diferentes tipos de vegetação, que vão desde a caatinga semiárida até o de mata atlântica nas serras úmidas.



 O portal de  entrada na cidade, apresenta no alto da construção, duas imagem do casal do Gravatazeiro, Rhofornis ardesiacus. Uma prova da grande importância que a população dá a essas espécies de aves, que se tornaram até mesmo em um símbolo do município e da região.

A cidade é muito bonita e apresenta a arquitetura típica das pequenas cidades do interior do Brasil. Destaque especial deve ser dado a seu povo, simples, muito hospitaleiro e agradável no trato com os forasteiros. Mesmo não sendo um município rico, a população preserva sua cultura do interior baseada na simplicidade e com um bom nível de vida e muita dignidade.

Algumas imagens de Boa Nova em sua área urbana:










Apresentamos a seguir algumas fotos da vegetação da região, posteriormente, faremos outra postagem complementar com mais fotos de aves e de parte da vegetação.


Bromélia da região.
Um jegue surgindo do meio da vegetação de caatinga,

No primeiro plano, a vegetação de caatinga. Ao fundo, nas serras, é o domínio das Matas de cipó e da Mata Atlântica.
Característica da vegetação de clima seco do continente americano, um cactos surge no meio da vegetação.




















Cereus jamacaru, o       Mandacaru, uma cactácea típica das regiões semi áridas do sertão nordestino.

Nas serras úmidas, a vegetação é verdejante, com árvores mais altas que chegam até os 30 metros de altura.


Área de vegetação mais alta, já com maior umidade, transição entre a caatinga e a mata atlântica. É denominada de Mata de cipó.


















O Gravatazeiro, Rhopornis ardesiacus é ave símbolo do lugar e não é difícil de ser encontrado, apesar de endêmico e ameaçado de extinção., Habita as regiões das Matas de cipó.

















O Arapaçu-grande, Dendrocolaptes platyrostris é ave da Mata Atlântica.

O Asa-de-telha pálido, Agelaioides fringillarius habita regiões abertas.

O Balança-rabo-de-chapéu-preto, Poliptila plumbea é ave da mata de cipó.














A Choca-barrada-do nordeste, Thamnophilus capistratus. É ave de paisagens meio abertas como a caatinga e matas baixas, ralas e secas.
A Choca-do-nordeste, Sakesphorus cristatus é ave que habita matas baixas e secas, como na Mata de Cipós.  A esquerda a fêmea.













 Aqui o macho da Choca do Nordeste.
 A Fêmea da espécie Chororó-cinzento, Cercomacra brasiliana. Ave da mata atlântica, que ao sul de sua distribuição é rara e ameaçada de extinção.
O macho de Cercomacra brasiliana.

O Chorozinho-da-caatinga,  Herpsilochmus sellowi. Da mata de cipós.

Ave difícil de fotografar, típica das vegetações arbustiva, o Formigueiro de barriga preta, Formicivora melanogaster.

Uma das aves mais festejadas da excursão, o Formigueiro do nordeste, Formicivora iheringi.

É ave habitante das matas de Cipó, e é considerada pela IUCN como quase ameaçada, na categoria NT.











O Casaca-de-couro, Pseudoseisura cristata é uma belíssima ave de paisagens abertas, onde canta insistentemente,













Uma das aves mais espetaculares da Mata Atlântica, também presente em Boa Nova: o Pavó, Pyroderus scutatus.

Aqui a ave se alimentando em uma árvore do palmito Euterpe edulis, na mata atlântica de altitude.

Foto feita por minha esposa @Aninha Delboni,






FAREMOS MAIS UMA POSTAGEM SOBRE ESSA EXCURSÃO A BOA NOVA. abordando a vegetação e mais algumas aves que não citamos neste post.

Muito Obrigado amigas e amigos que nos visitam!!

José Silvério Lemos. Birdwatching/COA-ES/ BRASIL.





























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