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domingo, 22 de março de 2015

Touit melanonotus

Apuim de costas pretas, papagainho,etc. São vários os nomes ´populares para designar esse belíssimo psitacídeo nativo da mata atlântica. Considerado como raro e ameaçado de extinção, ele é uma ave habitante de matas encontrado na encosta e também nas matas de baixada. Nessas matas de baixada, merecem destaque as matas de restinga onde encontramos a espécie muito bem adaptada. O objetivo dessas notas é relatar os recentes registros desse papagainho no Parque Estadual Paulo Cesar Vinha em Guarapari.


Esse belíssimo psitacídeo, ameaçado de extinção, talvez não esteja tão ameaçado, e mais provavelmente, seja apenas mal conhecido! No parque em questão, ouvimos e vimos frequentemente os bandos de mais ou menos  20 indivíduos com sua vocalização característica se deslocando de um local a outro. Até que mais recentemente conseguimos visualizar um bando grande, de número superior a 50 indivíduos se deslocando à procura da fruteira nativa conhecida como Clusia hilariana.




A Clusia é uma árvore que chega, no parque, até há uns 13 mts. de altura, possui essas folhas grossas talvez como adaptação do clima da restinga. Sua infrutescência é essa pequena baga ovoide, que fica amarelada quando madura. Apuins procuram essas árvores avidamente, em viagens longas. Quando bastante madura, a fruta se abre mostrando seu interior repleto de pequenas sementes envoltas em um material gelatinoso de cor vermelha. Interessante é que os Apuins não esperam a fruta se abrir espontaneamente. Eles se encarregam de abrir a fruta para comer esse material gelatinoso bem como as sementes. Essa delicia para os papagainhos, entretanto, tem para nós um sabor bem azedo, não sendo fácil adivinhar o porque dessa predileção das aves.


A ave abre a fruta e se delicia com seu interior vermelho e gelatinoso!

Essa ave é considerada como em perigo e ameaçada. Felizmente parece ser rara em cativeiro, o que demonstra que mesmo os traficantes de aves tem dificuldades em captura-la. Outro detalhe é que cria-la em cativeiro ainda não foi possível, uma das razões é a dificuldade de se alimentar os filhotes "na mão". Não se sabe o que esses filhotes aceitariam como comida!


Enquanto não se consegue maiores informações sobre seus hábitos, bem como sua biologia reprodutiva, é importante que os observadores de aves limitem-se apenas a informações ligadas a sua alimentação e  flutuação das populações, não informando de forma nenhuma dados sobre nidificação e seus locais e ninhos. Isso para que esse belissimo psitacida nacional endemico não venha a ser capturado para o comércio  ilegal, aumentando ainda mais as ameaças que já enfrenta.



Agradecemos as visitas dos amantes das aves e vamos continuar pesquisando sobre essas aves tão maravilhosas e interessantes, habitantes desse planeta ornitológico chamado Brasil!

Um comentário:

  1. Já tenho anotado na agenda para ir ao PEPCV quando as clúsias começarem a frutificar, hehehehe.
    Abs, Eduardo.

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Muito obrigado pela visita e comentário!